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Patria: As melhores sobremesas de Bogotá

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Cannoli com sorvete de creme e calda de frutas vermelhas

Diferente de outras capitais no mundo, Bogotá tem poucos restaurantes onde a fila na porta é uma regra, e não uma exceção. São Paulo, Buenos Aires, Santiago, Rio de Janeiro e Lima são apenas alguns lugares onde fila é uma instituição, uma tradição. Mas não em Bogotá. A questão aqui é cultural, o(a) bogotano(a) DETESTA uma fila. Se a previsão para ter uma mesa é uma espera de 10 minutos, é muito provável que ele(ela) vá embora (isso porque eles não conhecem o paulistano Mocotó, dono das maiores filas da cidade, onde a espera num fim de semana pode facilmente ultrapassar as DUAS HORAS, e ninguém arreda o pé).

Se o(a) bogotano(a) aceitou ficar na fila, é porque a comida é muito boa e o preço é imperdível. Entre as casas com este perfil, podemos destacar o Wok, o Crepes & Waffles, o Andrés Carne de Res (embora pessoalmente não considere os dois últimos exemplos de boa relação preço/qualidade), todas muito conhecidas de quem vive em Bogotá. Completam a lista o pequeno Sant Just, que divide com o Matiz o posto de melhor restaurante de Bogotá segundo o TripAdvisor, e o Patria, restaurante com três endereços na cidade, localizados dentro do Museo del Oro, na Zona T e na região de Salitre, nos arredores do Parque Simón Bolivar, Salitre Mágico e Jardim Botânico.



O endereço no Museo del Oro é extremamente estratégico, pois atende não apenas quem visita uma das principais atrações turísticas de Bogotá, mas também o pessoal que trabalha no Centro Histórico, com destaque para os executivos, já que, na opinião dos(as) bogotanos(as), é um lugar um pouco mais refinado e com preços acima da média da região. Fila na hora do almoço é tradição, não importa o horário em que você vá. A boa notícia é que a oferta de mesas para até duas pessoas é grande, o máximo que esperei até hoje foram 20 minutos.

Se o imponente edifício é conhecido pelos traços modernos que fogem do skyline da região, o restaurante lembra os salões de antigamente, com detalhes cromados, espelhos, móveis escuros, bar gigantesco e muitos sofás. Sem dúvidas, é uma decoração mais pesada, com gosto duvidoso e ares pouco modernos, mas aqui é uma mera questão de gosto. Como fica nos fundos do prédio, que faz esquina com duas ruas do centro, as laterais são de vidro, o que permite acompanhar o vai-e-vem do lado de fora e brinda a refeição com boa iluminação natural.


Chips de banana de couvert (esq), e o bom suco de amora com melancia (dir)

O cardápio divide-se em três grupos: (1) pratos típicos colombianos, como Ajiacco, Sancocho, Frijolada, Sobrebarriga, Chaufa e outros; (2) cozinha italiana, com grande variedade de massas; e (3) cozinha internacional, com pescados e carnes. Embora os(as) bogotanos(as) classifiquem o Patria como “mais caro que a média”, os preços seguem o padrão dos bons restaurantes do Centro e La Candelaria, ele apenas não é um restaurante de “comida de combate”, como eles chamam por aqui os lugares mais simples, com PFs de pedreiro e preços ridículos.

Já as porções seguem o padrão Bogotá e são muito bem servidas – como já falei aqui, o almoço do(a) bogotano(a) precisa ser farto, eles(elas) comem muito bem. Dependendo do que você for pedir, e do tamanho da sua fome, um prato principal pode facilmente servir duas pessoas.


Suco de lulo (esq) e limonada de abacaxi (dir)


Sucos de tangerina (esq) e manga com morango (dir)

Antes de olhar o cardápio, pergunte à garçonete (em tempo: o atendimento é rápido e prestativo, a cozinha trabalha bem e a comida chega rapidinho; se elas demorarem para trazer a conta, é só ir direto no caixa e apontar a mesa) qual o suco do dia: além dos sempre presentes sabores de tangerina e limonada (COP 5,900), pergunte pelos bons sucos de lulo e amora (COP 4,900) e pelas combinações de frutas, chamadas “frutadas”, como amora com melancia, morango com manga e limonada de abacaxi (COP 7,700).´

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.


Arepa com um molhinho de tomate de couvert

Enquanto pensa no que vai comer, você poderá ir beliscando um dos dois tipos de couverts oferecidos pela casa, que pode ser uma arepa com um molhinho de tomate ou, se der sorte, a ótima banana chips com molho rosé picante, o melhor dos dois.

Da lista de pratos principais que provamos, a Lasagna Bolognesa (COP 16,900) chega gratinada e fumegante, uma porção bem servida repleta de queijo e carne moída nas camadas, e com aquela casquinha crocante por cima – diferente da versão que comemos no Brasil, aqui ela não leva presunto. A massa chega no ponto certo de cozimento, a carne é bem temperada, e para os amantes de queijo (como eu) é só pedir uma porção extra de parmesão para colocar por cima. Para acompanhar, uma cestinha de pão focaccia.


Lasagna Bolognesa

Outra opção é a "Chaufa de Camarones" (COP 22,900), um arroz misturado com vegetais e que leva tenros camarões por cima – pessoalmente, só acho que poderia vir um pouco menos de arroz, ou um pouco mais de camarões. Um pouco menos de sal nos camarões seria legal também.


Chaufa de Camarones

O "Lomo Salteado" (COP 24,900) reúne tenros pedaços de filet mignon com molho à base de gengibre, acompanhado de cebolas, tomates ao forno e coberto com batata frita. De guarnição, arroz com milho. O prato é bom, a carne é extremamente tenra e saborosa, o gosto de gengibre é suave mas presente, os tomates assados são deliciosos, mas acho que esperava algo de extraordinário, saí achando que faltava alguma coisa.


Lomo Salteado

Meu preferido é o filet de pescado preparado na grelha, acompanhado de um molho à base de manteiga e ervas, que aqui recebe o nome de "Belle Meunière" (só esqueceram das alcaparras e champignons) e purê de batatas (COP 21,900). O peixe muda todos os dias, pode ser truta, tilápia, linguado – pergunte à garçonete qual é antes de pedir. É um prato leve, extremamente saboroso, o molho à base de manteiga e ervas frecas é bem preparado, e junto com o limãozinho traz uma complexidade de sabores. Não é um prato grande para os padrões bogotanos ou se você estiver com muita fome, mas é uma porção bem servida pelo preço que cobram. Por outro lado, assim sobra espaço para as sobremesas!


A ótima Tilápia

E o que eu escrevi no titulo é verdade: se os pratos principais são bons, os doces são espetaculares. Na opinião deste blog, o Patria tem as melhores sobremesas de Bogotá.

Começamos pelo dono da festa: cannoli. Na verdade, não é o cannolo tradicional siciliano, feito com ricota, mas uma recriação da casa, para desespero total dos italianos, à base de doce de leite colombiano, o chamado “arequipe”. São dois canudinhos cuja massa lembra o nosso “bijou” (só quem tem mais de 30 anos entenderá), transbordando felicidade (quer dizer, muito doce de leite), acompanhados por uma bola de sorvete de creme e uma inesquecível calda de frutas vermelhas (COP 7,900), que não só quebra um pouco do doce, mas na minha opinião domina as atenções do prato, daquelas coisas que você não resistirá em passar o dedo no final para pegar o último restinho e deixar o prato limpinho.


Torta de Bailey's

Para quem gosta de Bailey’s, a torta da casa leva massa à base de Oreo moído e base de sorvete com uma quantidade generosa do licor irlandês, finalizado levemente com uma calda de chocolate (COP 7,900). É uma sobremesa forte, quase nada doce, ideal para quem quer ficar com aquele gostinho de Bailey’s na boca (não recomendado se você tiver uma reunião de trabalho após o almoço).

Fechamos com o tradicional “Tres Leches”, sobremesa típica colombiana que aqui recebe uma cobertura de geléia de goiaba e um montinho de gengibre ralado (COP 7,900). É boa, a mistura dos três leites (leite fervido, creme de leite e leite condensado) com a goiaba e o gengibre forma combinações interessantes, mas não bate o Tres Leches de chá verde dohttp://oviajantecomilao.blogspot.com/2014/11/bogota-wok.html Wok, que para mim segue o melhor de Bogotá.


Tres Leches

Centro: Calle 16 # 5-41 (dentro do Museo del Oro)
Horário de funcionamento: Terça a domingo das 12hs às 16hs. Fechado segunda.

Zona T: Calle 83 # 12A-11
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12hs às 17hs

Salitre: Calle 26 # 69B-33 (Bogotá Corporate Center)
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 22hs, sábado e domingo das 12hs às 18hs

Cartagena – Perú Fusion

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Ceviche de Pescado

Restaurante peruano localizado no coração do Centro Histórico de Cartagena, a poucos passos da Plaza Santo Domingo, recomendado pelos locais por sua ótima relação custo/benefício, um fator crucial na cidade mais cara da Colômbia.

O pequeno e estreito salão com poucas mesas revela um ambiente rústico, paredes com tijolos à mostra misturam-se com lustres de diferentes formas onde o simples e o moderno convivem em harmonia. A fachada de vidro garante a entrada de boa luz natural, que junto com os móveis claros tornam o ambiente leve e agradável. Para aguentar os 37 graus do lado de fora, que graças à umidade típica de Cartagena pareciam uns 200 graus, o discreto ar condicionado instalado na parte superior mantém o ambiente fresquinho.



Como os restaurantes de comida “fusion”, a proposta aqui são as porções para compartilhar, todas são para duas pessoas e idealmente um casal precisará de 2-3 porções para ter uma refeição completa. O cardapio “para picar” é dividido em ceviches, tiraditos, causas e bocados, com preços na faixa de COP 25,000. Também oferece alguns pratos principais, com cifras um pouco mais elevadas (entre COP 30,000 e COP 40,000).

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.



Depois de uma caminhada pelo escaldante Centro Histórico, tudo o que eu precisava naquele momento era uma cerveja trincando, e a boa e velha Corona (COP 8,700) foi minha melhor amiga por alguns instantes. Também pedimos uma Limonada de Coco (COP 9,300), boa e refrescante, sem o amargor presente em muitas versões que provamos.

Abrimos a refeição com o bom “Ceviche de Pescado” (COP 23,900), fiel ao tradicional peruano, com cubos tenros de pescado marinados no limão e bastante cebola roxa e milho, tudo devidamente regado a leche de tigre. Um ceviche muito bem feito, usam peixe de qualidade, meu único porém é o tamanho dos cubos de pescado, poderiam ser um pouco menores para que os temperos penetrem mais na carne.


Bocado Salmón

Nosso segundo prato foi o “Tiradito Heisi”, porém o garçom equivocou-se e trouxe o “Bocado Salmón” no lugar. Apenas soubemos do engano quando o prato que realmente pedimos chegou, mas aí já estávamos na metade. No fim, não fomos cobrados pelo erro da casa, por isso não sei o preço do prato.

O “Bocado Salmón” reúne 8 fatias de salmão enrolados com cream cheese, abacate e camarão grande. Um prato suave e delicioso, os sabores do salmão e camarão prevalecem na boca, já o cream cheese e o abacate criam diferentes texturas e oferecem novas perspectivas de sabor.


Tiradito Heisi

O ponto alto da refeição certamente foi o “Tiradito Heisi” (COP 22,900), dez lâminas de salmão marinado cobertas com um molho à base de mostarda com mel, uma combinação simples mas que sempre funciona muito bem. Aqui, o segredo não é o peixe, que obviamente precisa ser de qualidade, mas o molho bem feito, um equilibrio delicado entre a acidez da mostarda e a suavidade do mel (para quem conhece, a melhor referência de um bom molho é o “Honey Mustard” do Outback), e eles fazem um bom trabalho.

Fechamos a refeição com o “Saltado Mar y Tierra” (COP 36,500), que mistura cubos de filet mignon, camarões, lula e vegetais feitos na wok, acompanhados de fritas. Os frutos do mar estavam sensacionais, a lula chegou no ponto correto, porém a carne estava excessivamente dura e sem condições de ser comida, o que estragou a avaliação geral do prato.


Saltado Mar y Tierra

Pagamos COP 120,185 pela refeição completa, incluindo duas cervejas (não queria que minha amizade acabasse tão cedo), um suco, três porções e os 10% de serviço. Imagino que, com a porção não cobrada, teria saído uns COP 150,000. Achamos o preço justo, dada a qualidade geral da comida, o tamanho das porções (e da nossa fome) e por ser Cartagena. Recomendado para quem procura um um lugar destrepencioso e, principalmente, com boa comida peruana.

Endereço: Calle Ayos #4-36
Telefone: +57 (5) 660 5243
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12hs às 15hs e das 19hs às 23hs

Como chegar: o restaurante fica em uma das principais ruas de Cartagena, a Calle Ayos é continuação da Calle Nuestra Senõra de Rosario (também chamada de Calle 35, só que se você pedir informação pelo nome, ninguém saberá), saindo da Plaza Santo Domingo no sentido oposto à muralha.

Cartagena – Tabetai Sushi Bar

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Spicy Salmon

Outra boa indicação de um residente de Cartagena que trabalha comigo no banco, o Tabetai é um restaurante japa minúsculo, pouco conhecido dos turistas e mais frequentado pelo locais, daqueles que você facilmente passará pela frente sem perceber. Não é exagero classificá-lo como achado, literalmente. São apenas 5 mesas e 10 lugares, então a recomendação aqui é fazer reserva para não correr riscos.

As mesas baixinhas e os barquinhos na parede do sushi bar são as únicas coisas que indicam que ali é um restaurante japonês. A luz baixa e a música ambiente criam uma atmosfera pré-balada, para aqueles que procuram forrar o estômago antes de encarar a noitada de Cartagena até o sol raiar.





A carta tem os tradicionais sushis, sashimis, uramakis, hossomakis e temakis, além de ceviches e tatakis, com preços próximos aos praticados em Bogotá, o que indica que o Tabetai deve ser um lugar muito procurado pelos preços camaradas, em se tratando de Cartagena e suas cifras padrão “aqui é a terra dos turitas com muito dinheiro”.

Começamos nossa refeição com o bom “Ebi Tempura” (COP 26,000, 8 unidades), um uramaki que mescla camarão empanado, cream cheese e abacate, finalizado com um molho agridoce. Simples, bem executado e bem servido, boa opção para abrir os trabalhos.


Ebi Tempura

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

Outro uramaki que provamos e aprovamos foi o “Spicy Salmon” (COP 24,000, 8 unidades), que agradou pela quantidade de peixe e pelo ponto levemente picante, não aquela coisa excessiva – aqui eles entendem que a pimenta tem que complementar, não ser o sabor a prevalecer.

Fechamos com o “Tuna Tataki” (COP 25,000, 10 fatias), lâminas de atum selado na grelha cobertas com vinagrete japonês e um toque de maionese. Ótima opção para quem gosta de atum, porção bem servida e peixe com sabor bem marcante. Também foi um bom prato para testarmos a exaustão do lugar, e pessoalmente não aprovamos, já que saímos de lá com a roupa cheirando fumaça.


Tuna Tataki

Para beber, provamos o portfolio de limonadas da casa, da tradicional (COP 4,000) às versões de coco e hortelã, que na Colômbia chama-se “yearbabuena” (COP 6,000 cada). São refrescantes, mas chegam na versão “raspadinha”, algo comum em vários restaurantes na Colômbia, com bastante gelo triturado, o que não apenas cria volume no copo e faz com que o restaurante cobre mais por menos (a mesma estratégia de servir um suco repleto de cubos de gelo), mas também dificulta a degustação da bebida.


Limonadas de hortelã (esq) e tradicional (dir)

Pagamos COP 100,100 pela conta, e saímos bem satisfeitos a relação custo/benefício e principalmente com o frescor dos produtos. É verdade que não estávamos com muita fome, provavelmente se fosse no almoço teríamos comido uma ou duas porções a mais, o que elevaria a conta a algo próximo de COP 160,000. Sim, eu sei que é caro, mas é Cartagena, aqui tudo é caro. Boa recomendação para quem procura um japa com boa comida e fora do agito.

Endereço: Calle Segunda de Badillo #36-63
Telefone: +57 (5) 664 4789
Horário de funcionamento: Terça a sexta das 12hs às 15hs e das 17hs às 23hs
Internet: http://www.tabetaisushibarcartagena.com/

Como chegar: a Calle Segundo de Badillo é a Carrera 7, só que ninguém a conhece por este nome. Ela sai da Plaza Fernandez Madrid, sentido sul (oposto à Iglesia de Santo Toribio). O restaurante fica logo na primeira quadra, do lado direito.

Cartagena – Carmen

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Pez Negro

Tido como um dos melhores restaurantes de Cartagena, o Carmen é um daqueles lugares onde o conceito de “experiência gastronomia” é levado muito a sério. A carta contemporânea concentra-se nos peixes e frutos do mar, principal matéria-prima da cidade, para apresentar recriações e propostas de harmonizações de sabores pouco tradicionais.

Instalado no requintado Hotel Boutique Anandá, em uma rua bem tranquila do Centro Histórico, o pequeno salão de apenas 30 lugares valoriza o antigo e com a introdução do moderno para criar um ambiente rústico e intimista, com parede de tijolos à mostra acompanhada por mesas de vidro verde, cadeiras de bambú e outras peças de decoração, e vigas de madeira no teto ornamentadas por lâmpadas de vidro em forma de gota.




O couvert tinha bolinho de pescado, risoto de ervas e espuma de suero costeño

O cardápio completo (e com preços) está no site, uma atitude simpática do restaurante e que demonstra total respeito ao cliente.

A carta de bebidas tem sucos como abacaxi, lulo (COP 8,000 cada) e a tradicional limonada de coco (COP 10,000), uma instituição colombiana; cervejas, como a mexicana Modelo Especial (COP 12,000), leve e com bastante lúpulo para enfrentar o calor escaldante de Cartagena; e vinhos, são mais de 100 rótulos entre tintos e brancos de 11 países diferentes (Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Chile, Argentina, Itália, Espanha, Luxemburgo, França, Portugal e África do Sul), além de alguns exemplares em taça.



IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.



O “Ceviche Laminado” (COP 27,000) é uma reinvenção do principal prato peruano. O pescado está lá, mas saem os tradicionais cubinhos e entram as lâminas bem fininhas, como um carpaccio. Ao invés de limão, coentro e cebola roxa, o leche de tigre leva tamarindo, coco e manga. O prato chega à mesa tampado, com “fumaça” de coco queimado – é só abrir e os aromas se espalharão pelo salão. Um daqueles pratos que não existe meio termo, existem os que amam e os que odeiam. Em comum, os dois grupos destacarão a textura do pescado e a predominância de sabores doces e cítricos.


Ceviche Laminado

Uma das entradas mais elogiadas da casa é o “Pulpo Joven” (COP 32,000), que leva o fruto do mar preparado com esmero na grelha e acompanhado de croutons de frango, batata criolla defumada, chorizo, páprica e molho “soubise” (à base de cebolas e com consistência de purê). Sem dúvidas o polvo é espetacular, carne tenra e grelhada à perfeição, e a função dos demais ingredientes é propor diferentes combinações e texturas.


Pulpo Joven

Entre os pratos principais, o “Pez Negro” (COP 49,000) tem uma proposta ousada: posta de pescado selada com azeite de oliva negro, base de dois raviolis grandes recheados de suero costeño, ricota da casa e manga, regados com um molho de ají doce e gengibre. Os aromas são incríveis, o peixe desmancha com o toque do garfo, o ravioli chega no ponto certo e vem generosamente recheado, os demais sabores oferecem notas adocicadas bem leves. Entretanto, na minha opinião o prato tem um erro: a força do azeite prevalece e acaba “matando” o sabor suave do peixe. Para mim a combinação não funciona.

Poucas vezes eu vi um prato com tamanha overdose de ingredientes, cores e aromas como o “No Me Llames Cazuela” (COP 49,000), o que não necessariamente significa algo bom. Na sede de tentar inovar, buscaram uma improvável harmonização entre camarões com molho de bisque negro (que leva tinta de lula), base de risoto de coentro, tomate cereja confitado, tomate verde frito e cubinhos fritos de banana da terra. Sério, você gasta uns 5 minutos tentando ententer o que é cada coisa antes da primeira garfada.


No Me Llames Cazuela

Não há dúvidas que todos os ingredientes são muito bem preparados, buscando o máximo de cada produto para atingir a harmonização ideal. E é neste ponto que a proposta escorrega, esqueceram um dos velhos conceitos da gastronomia, “menos é mais”. Para começar, o bisque é completamente dispensável, altera completamente o sabor do risoto. Os tomates ajudam a trazer roupagens ácidas e adocicadas ao prato e são bem-vindos, já a banana, de verdade, não tem outra utilidade a não ser fazer volume.

Finalizados os pratos principais, serviram um amuse bouche, sempre presente nos restaurantes mais refinados para “limpar” o paladar antes da sobremesa, uma mescla de gengibre, espuma de coco, coco ralado tostado e açúcar caramelizado.


Amuse bouche

A sobremesa que escolhemos foi o “Maui” (COP 16,000), uma torta (que na verdade é um bolo) de macadâmia coberta com ganache 70% cacau, acompanhado de uma bola de sorvete de mel e lavanda, espuma de coco e abacaxi caramelizado no rum. Sobremesa para quem não gosta de nada muito doce, o bolinho é bem denso e repleto de macadâmia, só poderia ser um pouco mais úmido - o sorvete ajuda, mas a mistura de ambos suaviza demais o sabor da macadâmia. Também acho que o abacaxi poderia vir com um pouco menos de rum, é intenso e desproporcional aos demais sabores, que acabam ficando sem segundo plano.


Maui

Pagamos COP 230,587 pela conta. Estamos falando de um local requintado, dos preços inflacionados de Cartagena (para quem não sabem a cidade mais cara da Colômbia) e um restaurante TOP3 no TripAdvisor, o que ajuda a  elevar ainda mais os preços. Mesmo com os deslizes nos pratos principais, que a meu ver não foram suficientes para comprometer a qualidade final, é um restaurante que cumpre às expectativas de oferecer uma boa experiência gastronômica aos clientes.

Endereço: Calle del Cuartel #36-77
Horário de funcionamento: Todos os dias das 7hs às 10h30 (café da manhã), 12hs às 15hs (almoço), 15hs às 19hs (coquetéis e entradas), 19hs às 22h30 (jantar)
Internet: http://www.carmencartagena.com/

Como chegar: A Calle del Cuartel é a Carrera 5, o restaurante fica entre as Calles 36 e 38 – só para situar, a Calle 38 é a do Parque Fernandez Madrid, e a Calle 35 é a da Plaza Santo Domingo.

Bogotá – Sant Just Traiteur

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Cordeiro a la plancha

Poderíamos falar de mais um dos muitos restaurantes franceses da capital colombiana, mas definitivamente o Sant Just é diferente. Localizado no chamado “Eje Ambiental”, a poucos metros da estação Las Aguas de Transmilenio e do acesso principal ao Cerro Monserrate, este misto de café e bistrô é famoso por ser um lugar onde come-se muito bem com pouco dinheiro - o gasto médio entre COP 15,000 e COP 25,000 para prato principal e bebida torna a relação qualidade/preço imbatível. Talvez por isso o Sant Just seja tão aclamado como uma das melhores mesas da cidade.

A pequena casa é dividida em dois salões, no primeiro estão quatro mesas e duas pequenas bancadas, já no segundo a atmosfera lembra um café parisiense, com suas mesas redondas altas e outra bancada, esta com visão privilegiada da cozinha e do preparo dos pratos.


Fachada (Crédito: Página do Sant Just no Facebook)



O restaurante só abre na hora do almoço, o menu executivo muda todos os dias, são 3-4 entradas e 4 pratos principais. O chef Eric Noirad produz uma cozinha fusion francesa de autor, usando ingredientes nobres da culinária francesa como cordeiro, salmão e morcilla, além de opções vegetarianas, que recebem acompanhamentos como quinua, purê de batata criolla e ratatouille de legumes, sempre com apresentação impecável. Saem as frituras e entram as saladas fartas, os vegetais, carnes e peixes preparados de modo saudável, sempre com generoso uso de temperos e ervas frescas. Os pratos são bem servidos, porém os(as) mais esfomeados(as) podem precisar de uma entrada ou sobremesa para fechar a conta.

O atendimento é muito cortês e pessoal, Damian e equipe dedicam o tempo necessário em cada mesa para apresentar o menu do dia, descrever em detalhes cada prato, como são preparados, cada uma das especiarias usadas, o processo de marinar as carnes e peixes para absorver sabores e aromas. O cara gosta do que faz, e o faz com amor. Além do pessoal que trabalha na região, a casa recebe muitos estrangeiros, principalmente franceses, que serão cordialmente recebidos por Damian no seu idioma, fazendo do Sant Just uma das filiais da Embaixada Francesa em Bogotá. Inglês? É só chamar o Damian.


Couvert

Os sucos são preparados com graviola ("guanábana" em espanhol) ao invés de água, um diferencial que os torna leves e consistentes, quase como um smoothie – as versões de morango e manga (COP 3,000 cada) são irresistíveis. A limonada deles é servida com bastante hortelã ("yerbabuena" em espanhol) e zero de amargor (COP 2,500), o que a torna bem refrescante. Mas estamos em um bistrô francês, o legal é harmonizar os pratos da casa com uma boa taça de vinho.

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.


Morango com graviola


Limonada com hortelã

O couvert da casa tem um creme de tomates ao melhor estilo “gazpacho”, acompanhado por uma tigelinha de pão ciabatta fatiado. Entre as entradas, o creme de tomates orgânicos com mix de sementes, azeite de oliva e trocentas mil especiarias (COP 9,000) e o ceviche de atum com chips de banana-da-terra (COP 14,000) são ótimas opções. Entre as opções para compartilhar, a tábua de charcuteria francesa (COP 15,000) tem duas opções de salsichas fatiadas, uma terrine e um jamón espanhol, acompanhados de salada, vegetais, quinua e torradinhas de ciabatta.


Creme de tomates


Ceviche de atum


Tábua de charcuteria francesa

Entre os pratos principais, meu preferido é o “Cordero a la plancha” (COP 16,000), clássico da casa presente na carta quase todos os dias, servido mal passado (ponto ideal para cordeiro, com o interior vermelho sem sangue, o que preserva a textura e os sucos da carne) e acompanhado por purê de batata criolla, ratatouille de legumes e outros ingredientes que podem mudar dependendo do dia – é só perguntar para o Damian que ele explica tudinho!

A “Ensalada Gravlax salmon marinado” (COP 18,000) é outro campeão de vendas, reúne salmão marinado em ervas servido na forma de bruschetta em três fatias de pão ciabatta com uma salada de folhas verdes e vegetais que mais parece uma floresta amazônica. Acompanham lâminas de gengibre, quinua, gergelim, feijões verdes, tomates cereja e outras coisas que não lembro.


Ensalada Gravlax salmon marinado

Para quem gosta da autêntica morcilla feita com sangue, a versão francesa do Sant Just é acompanhada por purê de batata criolla, cogumelos salteados e maçãs caramelizadas (COP 17,000). Diferente da espanhola, com interior bem consistente, a versão francesa não leva arroz, por isso é mais macia, o interior tem textura de mousse. O gosto é bem mais intenso, por isso que não é um prato que agrada a todos, mas sem dúvidas levará os amantes da boa morcilla aos céus.


Morcilla

Importante: O único ponto negativo é que o Sant Just não aceita cartão, só dinheiro.

Dica: chegue cedo, depois das 13hs é normal ter fila na porta.

Endereço: Calle 16 A # 2-73
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 16hs, sábado das 12h30 às 16h30, domingo fechado.
Internet: http://www.santjust.co

Bogotá – La Hamburgueseria

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"La Jugosa Lucia" com bacon e anéis de cebola

Rede de hamburguerias com doze endereços em Bogotá, incluindo as seis zonas gastronômicas da cidade - La Macarena (ou Zona M), La Candelaria (ou Zona C), Usaquén, Parque la 93, Zona Rosa (ou Zona T) e Zona Gourmet (ou Zona G). Boa opção para quem procura um lanche bem servido e com preço acessível, em um ambiente para assistir uma partida de rugby no telão ou ouvir bom rock ou jazz de música ambiente.

O carro-chefe da casa são os quase 30 lanches com hambúrgueres de carne bovina, grelhados e versões vegetarianas entre 180 e 260 gramas, servidos no tradicional pão redondo de hambúrguer, extremamente macio e com um toque de gergelim por cima. Todos acompanham alface, tomate, cebola crua e pickles, além de fritas, chips, batata criolla (aquele pequena que usamos para salada) ou anéis de cebola, incluídas no preço (entre COP 11,300 e COP 29,400). Para turbinar o lanche, há mais de 20 opções de extras, com preços entre COP 1,500 e COP 9,500 cada um.


Chicó


Chicó


La Candelaria


La Candelaria


Usaquén


Usaquén

Além dos hambúrgueres, o longo menu traz outras opções de lanches no pão ciabatta, cachorros-quentes, burritos, fajitas, grelhados e calentados, com preços entre COP 11,800 e COP 29,000. Completam a carta opções tradicionais como sopas e saladas.


Molhinhos para que você possa brincar de ser criança com o lanche

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

Os endereços têm decorações temáticas – a casa de Chicó tem uma atmosfera retrô, o endereço de Usaquén é inspirado no rock, com música ambiente e até um pequeno palco para shows; já na casa de La Candelaria o que manda é o bom e velho jazz, além de um telão passando passando a programação da ESPN o tempo todo.


La Jugosa Lucia


La Jugosa Lucia


La Jugosa Lucia

Nossa opção preferida é a “La Jugosa Lucia” (COP 17,500), inspirada na clássica “Juicy Lucy” americana, um carnão de 260 gramas generosamente recheado com queijo paipa. Experimentamos o lanche duas vezes, na primeira com extras de bacon (COP 4,200) e cebola grelhada no shoyu (COP 3,300), e na segunda com bacon (COP 4,200) e ovo frito (COP 1,500). Em ambas, a carne veio no ponto certo, rosinha no meio, e com queijo transbordando de alegria a cada mordida.

Vou te falar uma coisa: a versão com bacon e cebola grelhada ficou SENSACIONAL, são duas lâminas bem fininhas com bastante carne e quase nada de gordura, já a cebola dá um toque adocicado delicioso. O único deslize foi o ovo com gema dura, um pecado, uma gema molinha provavelmente me levaria às lágrimas de felicidade. Para acompanhar, os anéis de cebola gordinhos, leves e crocantes valem MUITO A PENA, já as chips são básicas, como aquelas de pacotinho.


Queso Azul

Outra opção que agradou bastante foi o hambúrguer “Queso Azul” (COP 19,100), uma carne de 180 gramas coberta de gorzonzola fundido. Demos um “up” no sanduíche e incluímos jamón serrano (COP 9,500) e cogumelos Paris grelhados (COP 4,600). Para acompanhar, as tradicionais fritas, leves e sequinhas.

Nossa carne chegou mal passada, mesmo tendo sido pedida “ao ponto”, um deslize pequeno que não influenciou a boa avaliação do lanche. Jamón serrano e gorgonzola é uma combinação sem riscos, sempre funciona. O gorgonzola tem sabor intenso, do jeito que eu gosto, assim como o jamón, bem cortado e com zero de gordura. Já os cogumelos salteados na manteiga chegaram à parte, uma porção bem servida que deixava um perfume incrível no ar, sem falar do sabor marcante. Acertamos em cheio na combinação!


¡Era Gol de Yepes!

Quem não agradou muito foi o “¡Era Gol de Yepes!” (COP 25,800), uma referência ao gol de Mario Yepes anulado na partida de quartas-de-final da Copa de 2014 entre Brasil e Colômbia. Tudo começa com um hambúrguer de 250 gramas recheado de queijo, envolto em bacon e coberto com guacamole.Embora a combinação prometia uma explosão de sabores, a carne chegou passada demais, seca por dentro e sem os sucos de um bom haburguer. Entretanto, coube ao bacon a grande decepção, grosso e repleto de nacos de gordura, com pouca carne. Para acompanhar, batatas criolla bem preparadas, e que ficam perfeitas com os molhinhos da casa.


Suco de lulo com leite (esq) e a clássica Corona (dir)


Pint de Monserrate Roja da BBC

Para beber, a carta de sucos traz opções como lulo (COP 4,200), limonada e tangerina. Para quem prefere uma breja, é possível provar toda a linha de cervejas BBC (Bogotá Beer Company) – Premium (Lager), Candelaria (Clássica), Monserrate (Red Ale), Chapinero (Porter) e Cajicá (Honey Golden Ale), que podem vir na garrafinha de 330ml (entre COP 5,500 e COP 8,000) ou direto da torneira de chopp, em versões de 330ml, “pint” de 500ml (COP 9,500) e jarra de 1.6L. Completam a carta duas importadas, Erdinger e Corona (COP 10,000).

A única sobremesa que provamos foi a “Mousse de Curuba” (COP 7,500), frutinha que lembra o maracujá. A textura é aerada, o gosto da curuba lembra maracujá, com o toque ácido típico.


Mousse de Curuba

Para saber os endereços e horários de funcionamento, acesse http://www.lahamburgueseria.com/restaurantes/.

Bogotá – La Subienda Pescadero

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Combo scallop La Subienda

Restaurante super tradicional com endereços no Centro Histórico e La Candelaria, frequentado principalmente pelo locais e reconhecido como uma das melhores mesas de peixes e frutos do mar da cidade, com suas porções gigantes e preços bastante convidativos.

Não espere um ambiente gourmet ou requintado, restaurante bom de pescado em Bogotá tem aquele jeitão simples, com ares de peixaria. O endereço principal, localizado na Carrera 8 e a poucos metros da Plaza de Bolivar, ocupa quatro andares de um antigo edifício (que só por isso já vale a visita), com decoração rústica e clara, com mesas antigas de madeira e alguns quadros nas paredes, de desenhos que remetem à Colômbia de antigamente e seu povo até alguns com temas religiosos.



O local é gigante, e para dar conta são necessárias três cozinhas: uma no térreo, outra entre o primeiro e segundo andares, e a última nos fundos do salão do terceiro andar, o que explica o vai-e-vem frenético dos(as) funcionários(as) na escadaria. Os salões do térreo e primeiro andar são minúsculos (evite o térreo, você sairá de lá defumado), já o terceiro andar é bem mais tranquilo, tem até um terraço agradável para apreciar o movimento do centro.

O cardápio é imenso, são várias porções de pescados e frutos do mar com preços entre COP 23,880 e COP 48,880 (por alguma razão desconhecida deste blog, todos os preços terminam em 880). Como se já não bastassem os pratos serem grandes, ainda são acompanhados por uma sopinha de pescado e uma saladinha de alface, tomate, cenoura, vegetais e abacate. Alguns pratos são vendidos apenas em combo, que inclui uma pequena e apetitosa “Cazuela de Mariscos”. Sério, é muita comida.


Salada


Sopinha de pescado


Cazuela de Mariscos

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

Para beber, todos os sucos da casa são feitos com a própria fruta, como a ótima versão de lulo (COP 5,880), encorpado e com o sabor azedinho característico, ou os refrescantes sucos de uva e tangerina (mesmo preço).

Sem delongas, vamos aos pratos principais. O “Arroz, sólo camarón” (COP 32,880) é uma montanha de arroz ao melhor estilo paella, com açafrão e vegetais, acompanhado de fritas, patacón frito e molho tártaro. A porção é gigantesca, e vem com uma quantidade generosa de camarões – eu contei até 25, e desisti. A batata e o patacón agregam pouco valor ao prato e só fazem volume, o que interessa mesmo é o arroz, super soltinho e com gosto marcante do açafrão.


Arroz, sólo camarón

Seguimos com os “Langostinos mariposa apanados a al ajillo” (COP 34,880), acompanhado de arroz branco e o trio batata frita, patacón frito e molho tártaro. Os camarões tigre são ótimos, embora aqui a porção seja pequena – são apenas 7 unidades. O prato decepcionou um pouco, já que vale apenas pelos camarões, o quarteto batata, patacón, arroz e molho tártaro serve apenas para encher a barriga, típico muita quantidade e pouca qualidade.


Langostinos mariposa apanados a al ajillo

Entre os pescados, provamos o excepcional “Salmón gratinado con camarón y champiñon” (COP 35,880), uma posta gigante de salmão grelhado, metade coberto com cogumelos Paris e outra metade com camarões, que ainda recebe uma generosa porção de queijo por cima, servido devidamente derretido. Para acompanhar, um ótimo arroz de coco e o trio batata frita, patacón frito e molho tártaro, todos dispensáveis. Disputa facilmente com a Trattoria Nuraghe o título de melhor salmão de Bogotá.


Salmón gratinado con camarón y champiñon

Provavelmente o melhor prato que provamos é o “Combo scallop La Subienda” (COP 39,880), reunindo kani (aqui chamado de “palmito de cangrejo”), vieiras e camarões, tudo coberto com bastante queijo gratinado e finalizado com um camarão tigre e dois anéis de lula. Para acompanhar, mini-cazuela de mariscos, arroz branco e as pouco apetitosas batata frita e patacón frito (que podem ser substituídos por arroz com coco e tajadas, que são chips de plátano maduro). Um baita prato pela mescla de sabores e quantidade generosa de ingredientes, perfeito para os amantes de vieiras (como eu).


Combo camarón gratinado

Fechamos nosso tour com o “Combo camarón gratinado” (COP 40,880), acompanhado por mini-cazuela de mariscos, arroz de coco, tajadas (chips de plátano maduro) e molho tártaro. O prato vem repleto de camarões cozidos no ponto certo e salteados al ajillo, finalizados com um toque de molho de tomates (apenas para dar um gostinho) e devidamente cobertos por queijo gratinado. E o arroz de coco é SENSACIONAL, só ele já vale o prato.


Sucos de lulo (esq) e uva (dir)

Endereços:
Centro Histórico: Carrera 8 # 12-35 | Segunda a sábado das 11h30 às 20hs, domingo fechado.
La Candelaria: Carrera 6 # 10-17 | Segunda à sexta das 10hs às 19hs, sábado e domingo das 11hs às 18hs.

Bogotá – La Condesa Irina Lazaar (La Candelaria)

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Camarões empanados com molho à base de curry verde japonês

Um dos achados da La Candelaria, ideal para quem busca uma refeição realmente especial. Para começar, espere um lugar diferente de um restaurante tradicional: não há placas na frente, a porta fica fechada e só é aberta pelo dono após uns toc-tocs, como se você estivesse chegando para comer na casa de alguém. Como a maioria dos restaurantes da região, o La Condesa é pequeno (apenas 10 mesas) e o dono é o chef, comanda a cozinha, recebe os clientes e recomenda os vinhos. E aqui não é diferente.

Em tempo: a tal condessa do nome faz referência à personagem de Brigitte Bardot no filme “Shalako” (1968), um faroeste estrelado também por Sean Connery. Confesso que não vi o filme, mas pelo li não foi uma produção, digamos, muito bem recebida pela crítica.





É considerado um restaurante com preços elevados para os padrões de Bogotá (e principalmente da La Candelaria), mas trabalhar com ingredientes caros como camarões rosa, salmão fresco, carne Angus, curry japonês, gorgonzola e nozes eleva não apenas o preço da refeição, mas também a qualidade do que é oferecido. E é neste ponto que o chef Edgardo Areizaga, um americano com raízes mexicanas, procura inspirar-se para criar seus pratos coloridos, perfumados e ricamente saborosos. Em linhas gerais, a qualidade vale (e muito) o preço.


Couvert

Uma coisa que pessoalmente dificulta planejar quando comer lá é que o La Condesa não tem cardápio fixo, os pratos do dia dependem do que o chef comprou (tudo é muito fresco, diga-se) e resolveu preparar no dia, como o suculento (e alto) medalhão de filet mignon ao molho bordelaise (à base de vinho tinto e tutano, delicioso) ou queijo azul (com bastante gorgonzola derretida, perfeito para quem gosta de sabores fortes), uma posta de salmão grelhado ou os ótimos camarões rosa empanados com molho à base de curry verde japonês (devidamente servido à parte, para ser misturado ao arroz branco soltinho).


Medalhão de filet mignon ao molho bordelaise

Cada prato principal custa COP 40,000, com direito a dois acompanhamentos. Entre as melhores pedidas, estão a salada de batatas e a ótima salada Anderson, reunindo um mix de folhas verdes, pedaços de gorgonzola e nozes caramelizadas.

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.


Salmão grelhado com salada de batatas e salada Ceasar

Para quem gosta de carne, importante dizer que o medalhão tem quase 3 dedos de altura, e para mantê-lo incrivelmente suculento e macio é inevitável que o meio chegue quase mugindo. Para quem não gosta, peça para que seja preparada ao melhor estilo “borboleta”, cortada ao meio, aqui chamada de “mariposa” (o chef vai torcer levemente o nariz, mas irá prepará-la). Já a posta alta de salmão corre o risco de chegar à mesa com o interior cru pelas mesmas razões, então a dica aqui é pedi-la bem passada para não ter que voltar para a grelha – deixe claro que você quer o meio bem cozido.


Medalhão de filet mignon ao molho de queijo azul

A carta de bebidas foca em cervejas especiais, como a espanhola 1906 (COP 10,000), bem maltada, a holandesa Duvel blonde (COP 12,000), e vinhos – não existe carta, depende do que o chef escolheu, provou, gostou e comprou. Também oferece vinhos em taça (a partir de COP 20,000), vale olhar quais são os rótulos disponíveis no dia. Entre as opções não-alcoolicas, água, águas saborizadas e o bom chá de limão da casa (COP 6,000). Único porém: nada de sucos.



Para fechar a refeição, não podiam faltar as sobremesas, que aqui chegam em porções gigantes, que servem facilmente para duas pessoas. Provamos a boa e velha banana flambada com sorvete (COP 16,000), que cumpre bem seu papel, mas nossas juras eternas de amor são para a torta de cenoura (COP 16,000), ao melhor estilo americano, feita com cenoura ralada bem fininha, açúcar mascavo, nozes e um toque de canela, tudo generosamente coberto por um creme à base de cream cheese e bastante açúcar. Beira o inesquecível.


Banana flambada


Torta de cenoura

Endereço: Carrera 6 #10-19 (duas quadras da Plaza de Bolívar)
Telefone: +57 (1) 2831573
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 15h30, fechado sábado e domingo.

O Viajante Comilão recomenda: Comer & Beber em Bogotá

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Por razões profissionais, Bogotá será minha casa por aproximadamente 1 ano. Nada mais justo que aproveitar a oportunidade para explorar a gastronomia local. Cheguei em Bogotá sem muitas expectativas – sabemos que Buenos Aires, Santiago e Lima são redutos gastronômicos importantes da América do Sul, mas não tinha quase nenhuma informação sobre a capital colombiana.

Confesso que fiquei positivamente surpreso com a qualidade dos restaurantes e o preço – para quem vive nas principais capitais brasileiras, comer em Bogotá pode custar entre 30-50% menos que um restaurante similar no Brasil, e isso inclui também o vinho: só para exemplificar, graças a nossa sufocante carga tributária, um vinho italiano pode custar em Bogotá até 30% do preço cobrado em São Paulo.


Chili gyoza de lomo @ Wok

Nosso objetivo é publicarmos reviews de 50 restaurantes em Bogotá, para o(a) turista conheça as diferentes Bogotás que coexistem dentro da maior cidade da Colômbia (seja a tradicional com seus ajiacos, arepas, tamales, empanadas, obleas e patacones, a Bogotá francesa, a Bogotá italiana, a Bogotá oriental, a Bogotá contemporânea...), mas principalmente saiba que, em matéria de gastronomia, Bogotá é muito mais do que o Andrés DC (para quem não conhece, o Andrés DC é o restaurante mais famoso da cidade, tido como "must-see" de 10 em cada 10 guias gastronômicos, mas que embora seja um local incrível por sua decoração e atmosfera, passa longe de ter a melhor gastronomia de Bogotá).


Torta de Bailey's @ Patria

Antes de apresentarmos a lista de restaurantes (basta clicar na foto para acessar o review completo), gostaria de compartilhar algumas informações importantes:

1) Cartão de créditoé muito bem aceito por aqui, embora existam alguns poucos restaurantes que só aceitam dinheiro – sempre que for o caso, mencionarei isso no post. Na hora de pagar, peça o “datáfono”, como eles chamam aqui a maquininha de cartão. Mesmo com senha, você terá que assinar o canhoto, e em alguns casos vão te pedir um documento com foto. Outra pergunta que te farão é o “número de cuotas” (número de parcelas) – parece tentador, mas sempre peça “una cuota”, já que o parcelamento, se for aceito pela sua administradora, incorrerá em juros;


Salmón gratinado con camarón y champiñon @ La Subienda Pescadero

2) Importante dizer que, em geral, os restaurantes incluem o serviço no valor final da conta, mas não sem antes perguntar se o cliente está de acordo em pagar pelo serviço prestado. Quando o restaurante não pergunta, significa que a conta virá sem os tradicionais 10%, e aí cabe ao cliente pedir para incluí-lo (e dizer o percentual desejado) ou simplesmente não deixar nada de serviço - o que, assim como no Brasil, significa que você não gostou da comida, do serviço;


Zucchine e Gamberetti Picante @ Trattoria Nuraghe

3) Reservas: Nos restaurantes mais requintados ou estrelados fazer reserva é obrigatório – sempre que for o caso, mencionarei isso no post. Outro ponto importante: muitos estabelecimentos não trabalham com tolerância em caso de atraso, portanto esteja no restaurante no horário agendado, sob o risco de perder a reserva.


La Jugosa Lucia @ La Hamburgueseria

Este post estará em constante atualização enquanto estiver morando em Bogotá (ou seja, até Agosto) – até agora finalizamos e publicamos reviews de 21 estabelecimentos nas 6 regiões gastronômicas da cidade. A medida em que sejam publicados no blog, disponibilizarei aqui os links para facilitar o acesso:

- Centro Histórico e La Candelaria (ou Zona C): O Centro Histórico de Bogotá não é famoso apenas por sua história e museus, mas também por sua importância gastronômica. Localizada entre Calles 7-12 e Carreras 3E-7, embora seja uma área com restaurantes mais simples, focados no povo que trabalha na região durante a semana, concentra alguns bons achados e pequenos restaurantes com cozinha de autor, além de estabelecimentos reconhecidos pela boa gastronomia colombiana:





- Usaquén: A região concentra três importantes centros de compras, Hacienda Santa Barbara, Unicentro e Santa Ana. Além do famoso mercado de pulgas, a região tem o Parque Usaquén, com suas casinhas em estilo colonial e palco de diversas atrações culturais, e a Carrera 6A, que recebe a tradicional Feria de Usaquén aos domingos. Os restaurantes estão concentrados entre as Calles 114-120 e Carreras 5 e 6A, tem o mesmo perfil dos do Parque la 93, com foco nas famílias, porém as casas são direcionadas para um público mais elitizado:



- La Macarena (ou Zona M): Reduto gastronômico nos arredores do Museo Nacional e Plaza de Toros, localizado entre as Calles 25A-30 e Carreras 1-5. É uma zona mais alternativa e boêmia, com cara de Vila Madalena e Rua Augusta, onde restaurantes e galerias de arte convivem pacificamente. Aqui estão muitos restaurantes com sotaque espanhol, das tradicionais casas de paellas até os bares de tapas:



- Zona Gourmet (ou Zona G): Localizada entre as Calles 67-72 e Carreras 4-7, nos arredores de um dos centros financeiros mais importantes de Bogotá, para muitos esta região concentra os melhores e mais exclusivos restaurantes da cidade, perfeitos para um jantar especial acompanhado por uma bela garrafa de vinho:



- Parque la 93: Zona gastronômica do bairro de Chicó, os restaurantes ficam ao redor em uma agradável praça localizada entre as Calles 93A-93B e Carreras 11-13, onde não raro são realizados eventos culturais e oficinas para crianças. É uma zona bem mais familiar, são poucos os lugares para balada, o perfil dos restaurantes visa um público jovem ou gente disposta a uma refeição despretenciosa, sem gastar muito:



- Zona Rosa: Localizada entre as Calles 79-85 e Carreras 11-15, é considerada uma das zonas mais badaladas da cidade, onde estão as principais lojas de marcas internacionais e o Centro Andino, um importante centro de compras. Também é conhecida como Zona T, formado por duas ruas peatonais em formato de T. Oferece boa gastronomia, mas é um lugar mais procurado para quem busca agitação e lugares com música no último volume para “rumbar” (expressão daqui que mecla restaurantes e balada) até o sol raiar:


Bogotá – Cuban Jazz Café (Centro Histórico)

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Langostinos al ajillo

Restaurante de comida cubana localizado no Centro Histórico de Bogotá, a poucos passos do Museo del Oro. Na verdade, o Cuban Jazz Café é mais que um restaurante, é um espaço cultural que reúne arte, música e comida, famoso na cena noturna de Bogotá por seu clube de jazz e salsa cubana com shows todas as noites.

A primeira coisa que chama a atenção quando entramos, além da escada que dá acesso ao salão (que fica no subsolo de um dos prédios mais antigos do Centro Histórico), é a decoração retrô (com um leve cheiro de coisa velha, diga-se) que remonta aos clássicos clubes de jazz de New York e Paris dos anos 1940, onde predominam os grandes sofás de veludo vermelho, os móveis de madeira escura (com destaque para o gigantesco bar), as luzes de neon, os instrumentos musicais (incluindo um piano dos anos 1950 na entrada) espalhados pelo salão e as fotos de artistas de jazz e música cubana nas paredes.











Lugar recomendado para quem procura um lugar para dançar, ouvir boa música e apreciar a extensa carta de coquetéis da casa – os mojitos são a especialidade da casa, são mais de 12 tipos. Na hora do almoço saem os shows de música ao vivo e entram os pratos “inspirados” (pero no mucho) na gastronomia da ilha de Fidel.


Sucos de amora (esq) e lulo (dir)


Couvert: chips de banana com guacamole

O atendimento costuma ser rápido e cortês na hora do almoço, o único porém é que o número de garçonetes não é tão grande (são apenas três, se não estou enganado), o que pode tornar o atendimento mais demorado com casa cheia. Confesso que não fui à noite, embora li em vários sites que o serviço oscila muito, principalmente com casa muito cheia. Fica o alerta.

De entrada, peça a “Trilogia de Tostones” (COP 10,800), três discos de patacón (feitos com banana verde, empanados e fritos), cobertos com “ropa vieja” (aqui chamada “sobrebarriga”, é a boa e velha fraldinha, desfiada e preparada com molho de tomate), picadillo (carne picada ma ponta da faca) e camarões.


Arroz con Camarones

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

Entre os pratos à base de arroz, muito típicos na ilha, destaque para o “Arroz con Camarones” (COP 23,500), uma tigela de arroz com muito, mas muito camarão, tudo misturado com molho de tomates e finalizado com uma colherada de catchup e outra de creme azedo. O cardápio diz que o prato vai curry, mas pessoalmente ele passou bem longe do meu prato no dia da visita. Independente disto, é uma porção gigantesca, um dos poucos pratos aqui em Bogotá que não fui capaz de comer tudo (algo extremamente raro, já que como muito bem).


Ropa Vieja com arroz branco e tostones

Provamente o prato mais conhecido de Cuba é o “Ropa Vieja” (COP 19,500), que leva fraldinha (aqui chamada de “sobrebarriga”) desfiada e preparada com molho de tomates e mais dois acompanhamentos – é possível escolher entre arroz branco, arroz “Moros y Cristianos” (com feijão e bacon), yuca (mandioca cozida), tostones (os discos de banana verde que já falamos aqui), milho cozido, vegetais salteados ou salada.

Entre as opções de peixes e frutos do mar, provamos os “Langostinos al ajillo” (COP 32,500), seis camarões grandes servidos em molho de ervas e acompanhados de arroz branco e três fatias de pão na chapa com manteiga. Pessoalmente achei a porção de camarões muito pequena, quase ridícula se considerarmos o preço; por outro lado, a combinação dos crustáceos bem preparados, do molhinho saboroso e do pãozinho com manteiga forma um mescla incrível de sabores, algo irrestistível, daquelas misturas viciantes.


Torta de Chocolate

Para beber, sucos de amora, limonada com hortelã e o imperdível lulo (COP 4,500), bem encorpado e azedinho, além de cervejas Club Colombia (COP 4,500).

A carta de sobremesas é bem sucinta (e nada cubana, diga-se), entre os acertos está a “Torta de Chocolate” (COP 7,500), um típico bolo de chocolate de caneca super cremoso e servido bem quente, acompanhado por uma bola de sorvete de creme e calda de frutas vermelhas. Simples, bem executado e delicioso, lembra os mimos da minha avó. Bom demais!

Endereço: Carrera 7A # 12C-36
Telefone: +57 313 8263514
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 15hs, quinta e sexta das 17hs até o último cliente, sábado das 20h30 até o último cliente, domingo fechado.

Bogotá – Vía Buenos Aires (Centro Histórico)

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Ojo del Bife

Restaurante argentino localizado na Carrera 8, a poucos metros da Plaza de Bolivar, nos arredores do Palacio de Justicia e do Palacio Liévano. A entrada pequena espremida entre dois outros restaurantes, o árabe El Khalifa e o francês Bonaparte, revela um salão espaçoso, ricamente decorado e pensado nos mínimos detalhes para que o cliente sinta-se em Palermo ou Recoleta, com o tradicional "asador” (ou parrilla) na entrada, fotos de tango nas paredes e o som ambiente inconfundível.

As estrelas do cardápio são os bifões Angus importados da Argentina e disponíveis em cinco cortes: Bife de Chorizo, Ojo del Bife (miolo do contra-filé), Tapa de Cuadril (picanha), Punta de Anca ou Colita de Cuadril (maminha), e o Asado de Tira. Com exceção do Asado de Tira (COP 50,000, 300 gramas), todas as carnes podem ser pedidas em cortes de 350 (COP 50,000) ou 250 gramas (COP 38,000). Pessoalmente senti falta de algumas carnes, como o Vacío (fraldinha) e o Lomo de Res (filet mignon).







Além das carnes com sotaque portenho, a casa também oferece alguns cortes nacionais, frango e salmão, todos devidamente preparados na parrilla, com preços entre COP 25,000 e COP 39,000. A tradicional parrilla argentina (COP 45,000 para uma pessoa, COP 75,000 para duas) não podia ficar de fora. Para quem tem dúvidas, as carnes argentinas são infinitamente superiores às nacionais, nem vale a pena arriscar, já que a diferença no preço é pequena. Para acompanhar, fritas, purê de batata, salada, vegetais ou penne ao molho de manteiga e parmesão (COP 8,000 cada).

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.


Penne Rigate (penne ao molho de manteiga e parmesão)

É claro que não podiam faltar o molhinho chimichurri e a salsa criolla (cebola, pimentões vermelho e verde, tomate e muito azeite), preparados com produtos importados da Argentina e servidos no couvert junto com uma cestinha de pães. E dá para repetir tudo à vontade.

O atendimento é bastante cortês, o salão fica aos cuidados da esposa do dono e um uruguaio muito gente boa. Já o dono, um argentino com aquele sotaque típico, comanda a parrilla – ou seja, sua carne argentina será preparada em uma autêntica parrilla argentina e por um argentino. A cozinha e a parrilla trabalham rapidinho para liberar os pratos, mesmo quando o salão está cheio.


Ojo del Bife

Das carnes que provamos, a melhor foi o Ojo del Bife, um corte com personalidade e que chega à mesa ao ponto (embora seja possível mais ou menos passado, dependendo do ponto de sua preferência), ponto ideal para manter a suculência e maciez característicos do corte. O único porém é que a carne não foi preparada de forma harmoniosa, algumas partes chegaram mal passadas, quase cruas. Só posso dizer que a carne ao ponto é SENSACIONAL, não perde em nada para as melhores carnes de Buenos Aires.

Já o Bife de Chorizo decepcionou um pouco, o corte servido estava extremamente gorduroso e chegou mais mal passado do que o pedido. A Colita de Cuadril foi a única que chegou rigorosamente no ponto solicitado, um corte extremamente tenro e suculento, embora com alguns nacos de gordura.

Bife de Chorizo


Punta de Anca (ou Colita de Cuadril)

O salmão foi uma grata surpresa, prepará-lo na parrilla apenas com sal e pimenta realçou os sabores do pescado e ainda o deixou com um leve toque do carvão – mais um para brigar com Trattoria Nuraghe, La Condesa Irina Lazaar e Pescado La Subienda pelo posto de melhor salmão de Bogotá.




Salmão

Não deixe de fazer uma viagem à Buenos Aires boêmia pelo ótimo cardápio de entradas, começando pelas imperdíveis empanadas (COP 14,000, 4 unidades) da casa, preparadas no forno como as do norte da Argentina, recheadas com carne na ponta da faca, ovo, azeitonas e passas. Não bate as portenhas do El Sanjuanino nem as paulistanas do Don Hugo, mas são muito muito muito boas, molhadinhas e com tempero na medida certa.




Empanadas

As “berengenas escabeche” (COP 10,000) são preparadas em fatias finas cortadas na vertical e sem casca (ao invés de fatias na horizontal ou cortadas em cubinhos), cozidas e marinadas com bastante azeite, alho e especiarias. Para fechar, não deixe de provar o ótimo chorizo (COP 10,000), levemente picante e com zero de gordura, e o discão de provoleta devidamente grelhado na parrilla (COP 14,000), com sabor forte.


Berengenas escabeche


Chorizo


Provoleta

Para beber, a casa tem boa oferta de sucos naturais, como as versões de uva e tangerina (COP 8,000 cada), ambos encorpados e deliciosos, além de uma bem selecionada carta de vinhos, com predominância de rótulos argentinos e bons preços - além das garrafas de 750ml, há opções de meia-garrafa e taça (COP 10,000).

A carta de sobremesas traz clássicos como o “flan con dulce de leche”, uma instituição portenha que reúne dois dos melhores sabores argentinos, entretanto nas três visitas que fizemos o doce de leite (argentino, lógico) estava em falta, problema enfrentado por 10 entre 10 restaurantes de Bogotá que trabalham com ingredientes importados – o produto chega, mas demora uma eternidade para sair do porto.


Sucos de uva (esq) e tangerina (dir)

Na quarta visita que fizemos, o doce de leite estava lá, mas o forno estava queimado (!!!), então o flan não estava disponível. Única sobremesa disponível, pedimos uma taça de sorvete de creme acompanhada por uma senhora colherada de doce de leite (COP 9,000), e aqui tivemos uma pequena grande decepção: para quem está acostumado com o autêntico doce de leite argentino, denso e com aquela cor e sabor inconfundíveis, o do Vía Buenos Aires não é tão "rico", não tem a mesma cor nem o mesmo sabor. Uma pena.


Helado con dulce de leche

Todas as sextas e sábados o salão vira uma pista de dança para os interessados nas aulas de tango. Atmosfera, comida e tango, o Via Buenos Aires é um pedacinho da capital portenha em Bogotá.

Na nossa avaliação geral, as carnes são boas, mas após quatro visitas saímos com a impressão de que as entradas são mais impressionantes que os pratos principais. O salmão foi a grande surpresa, já o doce de leite foi a maior decepção.

Endereço: Carrera 8 # 11-15
Telefone: +57 (1) 2849810
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 16hs, quinta a sábado das 19hs às 2 da manhã, domingo fechado.

Bogotá – Gordo Bar (Zona G)

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Gordo Burger com extras de bacon e gorgonzola

Restaurante/bar localizado no coração da Zona G, famoso por sua carta de coquetéis e cardápio com clássicos da cozinha norte-americana, com destaque para o hambúrguer da casa, tido por muitos como o melhor de Bogotá. Atualmente é um lugar “de moda”, por isso as filas são constantes e grandes.

Dividido em três ambientes com inspiração nos bares novaiorquinos, os dois primeiros contam com um grande bar para até 16 pessoas, mesas rusticas de madeira, espelhos, sofás de couro e cores fortes nas paredes e teto; já o terceiro, nos fundos, é uma “terraza” bem agradável com plantas e teto transparente, o que permite boa entrada de luz natural. O som ambiente é uma seleção de rock de garagem, em volume tranquilo para não atrapalhar as conversas. Em comum, os três fazem referência ao simpático mascote de um dos donos, uma mistura de Bulldog Francês com Scottish Terrier, que dá nome ao restaurante.





O carro-chefe é o ótimo hambúrguer (COP 19,900), um carnão de 180 gramas que inclui alface, tomate e cebola encurtida em vinagre de beterraba. Entre os extras, dá para incluir bacon (COP 5,000), pickles (COP 2,000), jalapeño (COP 4,000) e cinco opções de queijos: feta, munster, cheddar, gruyère e gorgonzola (COP 4,000 cada). Para acompanhar, fritas, onion rings, salada da casa, polenta, purê de batatas ou espinafre com bacon (entre COP 4,000 e COP 5,000 cada).


Gordo Burger com extras de bacon e cheddar, acompanhado de Gordo Fries


Gordo Burger com extras de bacon e gorgonzola

Avaliamos o lanche em duas oportunidades, sempre com extra de bacon (feito por eles) e apenas mudando o queijo: cheddar na primeira, gorgonzola na segunda. Em ambos casos a carne, uma mescla de quatro cortes da vaca, moída todos os dias e feita no no chair-boiler, chegou rigorosamente no mesmo ponto, levemente tostada por fora e rosinha por dentro, além de extremamente suculenta. O pão que eles usam é um brioche feito por eles, super macio e que não desmonta todo após a primeira mordida.

Na nossa opinião, a versão com cheddar harmonizou melhor todos os sabores, dá para notar o tempero da carne, o defumado do bacon, o curtido da cebola. Já o gorgonzola, servido em nacos bem generosos, se sobressaiu demais e anulou um pouco os outros sabores.


Onion Rings

Para acompanhar, pedimos as “Gordo Fries”, batatas cortadas em quatro (com casca, lógico), primeiro cozidas e depois fritas para deixar aquela casquinha crocante, finalizadas apenas com sal. A batata é boa, mas as Onion Rings da casa agradam mais – gordinhas, sequinhas, crocantes e deliciosas! Quer dizer, não apenas “agradam mais”, são as melhores que já comi na vida!

Sim, o burger é realmente muito bom, até agora o melhor que comi em Bogotá. Mas na minha opinião a estrela da casa é a pimenta Sriracha da Huy Fong Foods (que, apesar do nome e da embalagem toda em tailandês, é 100% feita no Estados Unidos), cultuara, venerada e amada em todo o mundo. Para muitos, aquela embalagem de plástico com o desenho de um galo e com dizeres em tailandês (o nome faz referência à cidade de Si Racha, na Tailândia) é referência em pimenta (sorry, Tabasco!).


Sriracha

Provei esta pimenta pela primeira vez na Inglaterra em 2007, e foi amor à primeira labareda – é picante, mas não o suficiente para alterar o sabor dos alimentos. Por isso, é muito usada também na cozinha no preparo de pratos (com pipoca, fica espetacular!). Vivemos um ano incrível juntos, ela fez parte da minha vida em vários momentos inesquecíveis, mas quando retornei ao Brasil, nunca mais soube dela. Foram anos buscando notícias, até encontrá-la novamente aqui em Bogotá. Confesso: ela é a principal razão para que eu vá ao Gordo Bar.


Chicken Tenders


Wings

Provamos duas opções da carta de entradas, os “Chicken Tenders” (COP 16,000) e as ‘Wings” (COP 16,000). As asinhas são banhadas em molho barbecue com um toque generoso de coentro, já os pedaços de peito de frango chegam com um potinho de BBQ à parte. Ambas opções cumprem bem seu papel de abrir a refeição, mas sem serem espetaculares.

A carta de sanduíches tem outras quatro opções, com barriga de porco, rosbife, carne desfiada e mix de queijos. Provamos a primeira, chamada “Vietnamese” (COP 19,900), que leva barriga de porco desfiada e curtida com ají e coentro, além de cenoura ralada e picles japoneses, tudo servido em um pão ciabatta. Não sei se o burger elevou demais minhas expectativas, mas não achei o lanche tudo isso, fiquei com uma pontinha de decepção. A carne é boa, mas minha principal reclamação é que faltou recheio (ou sobrou pão).


Vietmanese

Entre as cervejas, além da sempre presente Club Colombia, cujas três versões (rubia, roja e negra) são bem agradáveis e com bom drinkability, é possível tomar Grolsch (COP 12,000) e Corona (COP 10,000). A carta de coquetéis, criada por um barman de Nova Iorque, é extensa e recebe grandes elogios. Entre os sucos, a versão de tangerina (COP 6,000) é bem refrescante.


A boa cerveja Grolsch (esq) e o refrescante suco de tangerina (dir)

Os lanches são grandes, mas sempre sobra um espacinho para a sobremesa. A única coisa que posso dizer das espetaculares “Fried Oreos” (COP 9,000), que são biscoitos Oreo inteiros envoltos com uma massa super fininha e fritos, acompanhados por creme inglês é: que negócio sensacional! Parece bolinho de chuva (típica receita de avó) recheado com Oreo (gordice dos tempos modernos).


Fried Oreos

A cada mordida, dá para sentir o gostinho inconfundível do Oreo, o sabor do creme que vem dentro, o crocante da casquinha. É sensacional, mas dá para ficar inesquecível: mergulhe com gosto o bolinho no creme inglês. É viciante. Uma das melhores sobremesas que provei em Bogotá até agora.

Outra sobremesa que vale muito a pena é o “Bread Pudding” (COP 9,000), um pudim de pão tradicional com calda de chocolate quente por cima e uma bola de sorvete de creme para finalizar. Ideal para quem busca uma opção pouco doce, a textura do pudim de pão é incrível, o sabor combina perfeitamente com a calda de chocolate. A bola de sorvete ajuda a quebrar os sabores e não deixar a sobremesa enjoativa.


Bread Pudding

Endereço: Carrera 4A # 66-84
Telefone: +57 (1) 345 57 69
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12hs à meia-noite.
Internet: http://gordobar.com/

Bogotá – La Cigale (Zona G)

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Risoto de Langostinos

Bistrô francês localizado em na Zona G, a casa do chef belga Francois Cornelis tem boa oferta de pratos da cozinha clássica francesa, como tartare, magret de canard, sopa de cebola, charcuteria e profiteroles, além de pratos com influências mediterrânea e opções para “picar”. Na hora do almoço tem um menu executivo com preços mais camaradas.

Dividido em três ambientes, o salão do térreo tem clima mais informal, com ambientação de tijolos e um belo forno à lenha nos fundos, além de uma área externa para os dias mais quentes. Já o piso superior tem atmosfera mais serena e imponente, móveis escuros, cores fortes e a linda cava de vinhos compõem a decoração do local.


Salão superior

O atendimento é bastente pessoal, é comum ver o próprio chef caminhando entre as mesas, interagindo com os clientes sobre seus gostos, propondo pratos e hermonizações. Os garçons são bem atenciosos, e a cozinha, em linhas gerais, trabalha com rapidez.

Entre as entradas, vale muito a pena o “Pulpo a la Parrilla” (COP 27,500), pedaços mega tenros de polvo com base de batatas e molho à base de azeite, limão e especiarias. É uma porção bem servida para uma entrada, o polvo é incrivelmente saboroso, para meu paladar apenas poderia ser um pouco mais tenro. O molho bem boa potência e picância média, o que realça bem o sabor dos ingredientes.


Pulpo a la Parrilla

Outra opção interessante é o “Champiñones Dos Quesos” (COP 21,600), cogumelos Portobello gratinados com mix de queijos derretidos e pedacinhos de bacon artesanal. Os cogumelos são de ótima qualidade, entretanto achei o molho de queijo um pouco ralo e a quantidade de bacon beeeeeem reduzida.


Champiñones Dos Quesos

Como prato principal, todos os elogios do mundo para o excepcional “Risotto de Langostinos” (COP 36,800), risoto de cogumelos Portobello com azeite de trufa negra, finalizado com quatro lindos camarões grandes. Se você pediu uma entrada, a porção é bem servida; senão, pode achá-la um pouco reduzida. O arroz arbóreo é cozido à perfeição, são gentis na quantidade de azeite e na porção de cogumelos. Só isso já faria do risoto um baita prato, mas os camarões mega tenros vão além e oferecem uma proposta com sabores incríveis. Um dos melhores pratos principais que provei em Bogotá até agora.


El Pato

Entre os opções com sotaque francês, o “El Pato” (COP 53,800), um magret (peito) de pato regado com molho – pode ser três pimentas (o que pedimos), laranja e maracujá ou mel e gengibre. Carne de pato é do tipo “ame ou odeie”, nem todos gostam do sabor forte, já os que gostam são perdidamente apaixonados. O prato é bem executado, são seis pedaços bem gordinhos de carne, feitos no forno à lenha com a pele por cima para não deixar a carne tostar e ficar dura.

Para tomar, os sucos de manga e lulo (COP 4,800) são bem encorpados e refrescantes, a oferta de cervejas “premium” reúne alguns rótulos belgas e holandeses, como a leve e saborosa La Trappe Witte (COP 17,800, 330ml). A carta de vinhos reúne mais de 100 rótulos tintos, rosés e brancos da França, Argentina, Chile, Espanha com bons preços, em garrafas de 750ml (90% da carta tem preços abaixo de COP 100,000), meias garrafas (preços entre COP 38,700 e COP 73,000) e vinhos em taça (preços entre COP 11,600 e COP 14,700). Tudo isso combinado faz do La Cigale um dos principais endereços de Bogotá para os amantes de vinhos.


Suco de lulo (esq) e La Trappe Witte (dir)

As sobremesas que provamos não agradaram tanto quanto as entradas e pratos principais. A “Mousse Au Chocolat” (COP 10,400) tem textura de bolo, um pouco decepcionante para quem esperava as tradicionais mousses francesas, já o sabor intenso do chocolate amargo agrada bastante; e a “Dama Blanca” (COP 9,400), que reúne sorvete de chocolate (que no dia da visita foi de creme), zabaione de vinho branco, chocolate e chantilly, é uma opção simples e bem gostosa, embora achei um pouco básica, na minha opinião faltou um pouco de personalidade.


Mousse Au Chocolat


Dama Blanca

Endereço: Calle 69A # 4-93
Telefone: +57 (1) 2496839
Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 12hs às 16hs e das 19hs à 1 da manhã, domingo das 12hs às 17hs.
Internet: http://www.lacigale.com.co/

Bogotá – Tábula (La Macarena)

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Puchero de garbanzos con chorizo y huevo pochado

Restaurante localizado em um casarão antigo a poucos passos do Museo Nacional, sua cozinha "fusion" mescla influências espanholas e colombianas para oferecer pratos clássicos, reinvenções e criações com identidade própria, porções fartas para quem busca um lugar agradável para experimentar e compartilhar sabores, sem deixar as calças na hora de pagar a conta.

Após passar pela pequena porta que dá para uma antesala, entramos no salão principal, pensado para reproduzir uma atmosfera de jardim, com paredes de plantas e uma lateral repleta de toras de madeira (a maioria dos pratos é preparada no forno à lenha), fechado com teto de vidro. As mesas são de madeira rústica, o que reforça o clima informal. Nos fundos há um segundo salão, bem menor, com clima mais intimista e um piano de decoração.







O atendimento é bem informal, gentil e atencioso, a cozinha trabalha bem, embora nos dias de lotação máxima os pedidos possam demorar um pouco mais para sair, mas sem alterar a qualidade do produto final.

Fiz quatro visitas ao restaurante, sempre com o intuito de conhecer a "Cazuela de camarones tigre con chorizo picante y espárragos", um dos principais pratos da casa (abaixo comentarei o que achei). Nas duas primeiras visitas, o prato não estava disponível. Na terceira também não estava, mas ganhei uma "Crema catalana de arequipe" para compensar a "falha da casa". Dois meses depois fiz nova visita, e desta vez não apenas o prato estava disponível, como o garçom lembrou-se de mim "Boa tarde, hoje temos a cazuela de camarões que o senhor tanto buscava". Ponto para a casa!





A carta de pratos principais é bem enxuta, são apenas oito opções, todas em porções gigantes para 2-3 pessoas. O foco aqui são as entradas, criadas para petiscar e compartilhar – são cerca de 25 opções, com preços entre COP 9,000 e COP 32,000, bem servidas e que podem ser compartilhadas por duas ou até três pessoas (para uma refeição completa, 3-4 porções são mais que suficientes para um casal).

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

O couvert da casa tem um saboroso hommus (patê de grão-de-bico) generosamente regado no azeite, acompanhado por fatias bem fininhas de pão macio e quentinho. De verdade, eu ficaria só com o couvert, que negócio bom!


Couvert

Comece bem a refeição com o ótimo “Puchero de garbanzos con chorizo y huevo pochado” (COP 19,000), um dos principais pratos da região das Astúrias (norte da Espanha), um cozido que leva chorizo, grão-de-bico, cebola e molho de tomates, finalizado com um ovo poché (com gema mole, lógico) por cima. É um prato acolhedor e reconfortante. O grão-de-bico é macio, o chorizo é levemente picante, o molho de tomates tem zero de acidez. A diversão aqui é furar o ovo e deixar a gema molinha escorrer e misturar-se com o molho de tomates. Eita coisa boa!

Em seguida, ataque as “Croquetas de pescado sobre hogo y suero costeño” (COP 21,000), bolinhos de pescado acompanhados de queijo suero costeño e um colherada de mostarda. As croquetas têm casquinha crocante e interior molinho, são extremamente leves e derretem na boca. O sabor do pescado é realçado pelas ervas frescas (salsinha e coentro) e especiarias. As duas opções de molho criam variações interessantes na boca, o cremoso e levemente adocicado do queijo contrasta com o ácido e levemente picante da mostarda. Para repetir várias vezes.


Croquetas de pescado sobre hogo y suero costeño

Em seguida, partimos para o “Capelleti de gallina criolla, salsa de queso paipa y almendras” (COP 25,000), são quatro raviolis gigantes recheados com galinha caipira desfiada com molho de tomates, mergulhados em um molho à base de queijo paipa (típico da Colômbia) e amêndoas torradas. O ravioli é incrível, a carne é mega saborosa, o molho de queijo paipa tem textura de quatro queijos, mas é mega suave. Apenas achamos as amêndoas torradas demais, o que altera o sabor do prato.


Capelleti de gallina criolla, salsa de queso paipa y almendras

Precisei de quatro visitas ao restaurante para conseguir provar a famosa “Cazuela de camarones tigre con chorizo picante y espárragos” (COP 25,000), e não me arrependi: a cumbuca chega repleta de camarões (contei mais de 20), acompanhados de pedaços de chorizo (que nem são tão picantes assim) e mergulhados em um molhinho à base de tomates com bastante coentro, o que deixa o molho com picância média (legal avisar, já que tem gente que não gosta). Por cima, pedaços de mandioca cozida e arepas de milho bem fininhas.


Cazuela de camarones tigre con chorizo picante y espárragos

Outra opção que agradou são as “Brochetas de lomo de res al carbón con mojo criollo” (COP 21,000), quatro espetinhos com cubos de carne intercalados com cebola, grelhados no forno à lenha e cobertos com um molho criollo (cebola, pimentões vermelho e verde, tomate e muito azeite). A carne é suculenta e ricamente tenra, os cubos são bem gordinhos, entretanto vale dizer que o interior chega mal passado (resultado do preparo à lenha, que “tosta” levemente o exterior e deixa o interior bem vermelho). Boa escolha para quem busca algo simples e saboroso.


Brochetas de lomo de res al carbón con mojo criollo

Ainda na linha de clássicos, provamos os “Chorizos artesanales con chimichurri de limones en salmuera” (COP 19,000), linguiça fatiada e acompanhada por uma versão de chimichurri com toque de limão. A carne de porco é sequinha e bem condimentada, o molhinho é saboroso. Misture com o hommus e coma com o pãozinho (se acabou, é só pedir que eles trazem mais), o contraste dos sabores é uma combinação bem interessante.


Chorizos artesanales con chimichurri de limones en salmuera

Trazida do irmão Donostia, a "Ensalada de Cangrejo" (COP 16,500) mescla carne de caranguejo desfiada, cebola roxa, coentro e um toque de pimentão amarelo, tudo levemente marinado no limão. Único prato frio de todos que provamos, é um dos que tem sabor mais acentuado. Delicioso.


Ensalada de Cangrejo

Entre os chamados "acompanhamentos" dos pratos principais, mas que também são interessantes para “picar” (expressão em espanhol para “petiscar”), peça os “Tomates al horno de leña con aderezo de setas” (COP 8,000), dois tomates sem pele assados no forno à lenha, cobertos com crocante de cogumelos e finalizados com cebolinha, uma opção interessantemente despretenciosa e bem saborosa para acompanhar os espetinhos e a linguiça.


Tomates al horno de leña con aderezo de setas

Entre as opções decepcionantes (sim, nem tudo que provamos merece elogios), estão o “Pulpo al grill al romero” (COP 20,000), com carne extremamente molenga e com aquela pelanca do polvo – sim, faltou limpá-lo devidamente para servir só a carne. Além do mais, carecia de tempero, o alecrim (romero) deixou apenas o aroma.


Pulpo al grill al romero

Também não gostamos dos “Langostinos al papillote criollo con yuca sudada” (COP 32,000), camarões grandes feitos no cartóquio (yes!) com mandioca (yes!) e cobertos com catchup (???). Okay, os camarões são bons, a mandioca estava bem molinha, mas... catchup? WTF???


Langostinos al papillote criollo con yuca sudada

Para beber, linha de cervejas BBC (Lager, Cajicá, Monserrate, Chapinero - COP 8,000 cada), carta de vinhos, boa oferta de sucos naturais (como lulo e graviola, COP 4,500 cada), além da ótima lulada (COP 6,500), que serve tanto de bebida como de sobremesa, repleta de pedacinhos de lulo. Deliciosa!


Suco de lulo (esq) e BBC Cajicá (dir), que leva mel na sua composição


Lulada

A carta de sobremesas demonstra força e personalidade. Provamos a complexa (e deliciosa) “Panacotta de banano con melao y almendras garrapiñadas” (COP 12,500), que reúne uma leve e delicada panacotta de banana com melão, acompanhada de amêndoas inteiras e "seladas" com uma casquinha de açúcar de confeiteiro, tudo devidamente coberto com uma calda de açúcar caramelizado por cima, opção interessante para quem foge das propostas tradicionais com chocolate e/ou muito doces.


Panacotta de banano con melao y almendras garrapiñadas

Já a “Crema catalana de arequipe” (COP 12,000) mescla a principal sobremesa da Espanha com o doce de leite colombiano (aqui chamado "arequipe"), não podia faltar a tradicional casquinha tostada no maçarico por cima, abaixo um creme de doce de leite bem denso e divinamente saboroso.


Crema catalana de arequipe

Endereço: Cl 29 Bis # 5-90
Telefone: +57 (1) 2877228
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12hs às 16hs (almoço), quinta a sábado das 19hs às 23hs (jantar)
Internet: http://elorigendelacomida.co/tag/restaurante-tabula/

Top 10 Bogotá: Centro Histórico e La Candelaria

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Primeiro bairro de Bogotá, La Candelariaé famoso por seu legado arquitetônico da época colonial, com ruas de paralelepípedos estreitas e íngremes, grandes casas centenárias (e coloridas) com pátios e varandas adornadas com flores coloridas que mantêm sua aparência original, além de praças históricas e igrejas de 400 anos de idade. Concentra a maior atividade cultural da cidade, com cerca de 500 instituições ou grupos artísticos, museus e centros de investigação ou de formação, além de teatros, bibliotecas e universidades.



O Centro Históricoé o centro político da cidade e do país – lá estão o Capitólio Nacional (sede do Congresso da Colômbia), o Palácio da Justiça (casa do Supremo Tribunal), o Palácio Liévano (Prefeitura de Bogotá), a Catedral de Bogotá e o Palácio Presidencial (sede da Presidência da República), além de quase todos os prédios públicos da cidade e do país. Epicentro e testemunha dos principais acontecimentos da história política colombiana, como El Grito de Independência em 20 de julho de 1810 e o “Bogotazo” de 09 de abril de 1948.

As duas regiões também são conhecidas pela rica gastronomia - embora seja uma área com restaurantes mais simples, focados no povo que trabalha na região durante a semana, concentra alguns bons achados e pequenos restaurantes com cozinha de autor – entre os destaques, Trattoria Nuraghe, Saint Just Traiteur, La Tartine, La Condesa Irina Lazaar e Vía Buenos Aires.



Destacamos neste post 10 atrações imperdíveis no Centro Histórico e La Candelaria:

1) Plaza de Bolivar (também conhecida como “Plaza Mayor” ou “Plaza de la Constitución”)
Fundada em 1539, é a principal praça da Colômbia, centro político e administrativo do país - ali estão reunidos os poderes religioso, judiciário, legislativo e executivo (o Palácio Nariño fica distante uma quadra da praça) do país, o que faz o local o principal centro de protestos, manifestações e celebrações. Durante os séculos já recebeu mercado público, centro de convenções acrobáticas, circo de touros e até estacionamento, mas o principal evento na praça foi o Grito de Independência em 1810. A estátua de Simón Bolívar no centro da praça data de 1847. Passou por várias mudanças ao longo dos séculos, até assumir o layout atual em 1961.

- La Catedral Primada de Colombia: Construída estilo neoclássico entre 1807-23 (a primeira capela no local data de 1538), a Basílica da Imaculada Concepción tem planta  em forma de cruz latina com nave central e duas laterais, separadas por 16 pilastras coríntias e jônicas, altar central e 14 capelas. Do lado direito, um corredor interliga a Catedral e a Capilla del Sagrario. As torres 42 com metros de altura foram reconstruídas após o terremoto de 1827, a sul é dedicada a Santa Barbara, já a torre norte, dedicada a San Emigdio, tem um relógio. As 3 portas da fachada são adornadas com esculturas de São Pedro, São Paulo e Imaculada Concepción. Na Capela de Santa Isabel de Hungría, padroeira de Bogotá, estão os restos de Gonzalo Jiménez de Quesada, fundador da cidade, e do general Antonio Nariño, um dos principais nomes da independência do país.





- Capitólio Nacional: A imponente Sede do Congresso foi construída em estilos neoclássico e remascentista entre 1848-1926 no mesmo lugar onde ficava o antigo Palácio Virreinal, destruído por um incêndio em 1786. Erguido com pedra de cantaria, a fachada principal é composta por dois corpos laterais simétricos e um pórtico central, com seis linhas de três colunas em estilo jônico. O edifício tem três pisos, um sótão e quatro pátios, além de 3 grandes salas, chamadas “Salón Elíptico” (onde são realizadas as sessões plenárias da Câmara e Senado, além da posse dos presidentes), “Salón Boyacá” e “Recinto del Senado”. Nos fundos do complexo, um túnel permite comunicação direta com a Plaza de Armas da Casa de Nariño. Entre as obras de arte que estão no Capitólio podemos destacar os vitrais redondos nos salões Elíptico e Boyacá, elaborados pela casa francesa Dagrand em 1926.



- Capilla del Sagrario: Construção datada do final do século 17 (1660-1700) para abrigar o Santíssimo Sacramento. Na Semana Santa, é um dos locais mais visitados pelos fiéis. Tem planta em cruz latina com apenas uma nave longitudinal atravessada por um transepto que forma os braços da cruz. A fachada é em estilo barroco, e o interior abriga diversas obras do Velho e Novo Testamento, incluindo 36 quadros de Gregorio Vásquez de Arce y Ceballos, pintor colombiano mais importante na época em que o país era colônia espanhola.



- Palácio de Justicia: Casa da Corte Suprema da Colômbia, o local é conhecido pela “Toma del Palacio de Justicia” ou “Operación Antonio Nariño”, quando 28 guerillheiros do “Movimento 19 de abril” (M-19) invadiram o local e fizeram cerca de 350 reféns, entre magistrados, conselheiros e servidores públicos. O governo decidiu não negociar, e retomar o controle do local a força. Os guerrilheiros resistiram. A operação foi um fracasso: após 27 horas de operação, o saldo era de 98 mortos, além do local completamente destruído por um incêndio. Quatro anos depois, o que sobrou foi demolido e no lugar foi erguido o palácio que vemos atualmente. Na entrada é possível avistar a frase “Colombianos las armas os han dado la independencia, las leyes os darán la libertad.”





Casa del Cabildo Eclesiástico: Edifício de três andares situado entre a Catedral e a Capilla del Sagrario cuja construção iniciou em 1614-89, ali foram instalados o arquivo, tribunal e prisão para o clero. É o edifício mais antigo da praça. Atualmente desempenha funções religiosas. Uma das características mais notáveis deste edifício é sua varanda no terceiro andar, que permitiu aos sacerdotes acompanhar os acontecimentos que tiveram lugar na praça, em especial as touradas.

- Palacio Arzobispal: Sede da Arquidiocese de Bogotá, o edifício foi erguido entre 1952-59 no lugar de um antigo palácio do século 18 destruído no “Bogotazo” (série de protestos e atos violentos que se sucederam à morte de Jorge Eliécer Gaitán, importante político da época) de 1948, é a sede da Arquidiocese de Bogotá. A porta principal foi desenhada e construída pelo escultor italiano Vico Consorti, o mesmo que criou a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano.



- Palacio Liévano: Após o grande terremoto de 1827 destruir três prédios usados pelo governo (entre eles o Palacio Virreyes, primeiro palácio presidencial onde Simón Bolívar despachou após a independência da Colômbia), veio a decisão de construir no local o primeiro centro comercial da cidade, chamado “Galerias Arrubla”, trabalho realizado entre 1843-48. Em 1900, um incêndio destruiu o local. Reconstruído entre 1903-07, o edifício de três andares em estilo renascentista tornou-se sede da Alcadia Mayor de Bogotá (Prefeitura) em 1910. Maior edifício da praça, no térreo uma grande alameda coberta e ornamentada com pórticos permite a passagem dos pedestres; cada um dos dois andares da construção tem 32 janelas com varandas ornamentadas, frontões, colunas, pilastras e capitéis. Em seus pilares no térreo, 16 placas contam a história de Bogotá entre 1538-1831.





- Museo de la Independencia: Casa del Florero (antigo “Museo del 20 de Julio”): Construção do final do século 16 em estilo árabe andaluz, típico das edificações coloniais. Famosa pela sacada verde e a bandeira da Colômbia hasteada, é o local onde em 20 de julho de 1810 um episódio onde uma simples negativa do empréstimo de uma floreira foi o estopim da revolta contra os espanhóis, culminando com o evento histórico conhecido como “Grito de Independência”. Convertida em museu em 1960, seu acervo de mais de 4 mil objetos distribuídos em nove salas conta a história da independência da Colômbia, entre documentos, pinturas e objetos pessoais de grande valor  dos protagonistas. E sim, a floreira original também está lá.



- Colegio Mayor de San Bartolomé: Fundado pelos jesuítas em 1604, é o colégio mais antigo do país, atualmente com mais de 1500 alunos. A praça na entrada destaca a construção em estilo renascentista de três andares em “L” com fachada de pedra e uma cúpula o fundo. O local é famoso  por formar presidentes – cerca de 28 passaram por ali. Ao lado fica a Iglesia de San Ignacio, do século 17, cujo desenho foi  inspirado na Iglesia del Gesù (Roma), e em frente está a Plazuela Rufino Cuervo, cercada por construções coloniais, entre elas a Casa de los Derechos del Hombre, onde Antonio Nariño editou a primeira tradução da Declaração Universal dos Direitos Humanos, exposta em um painel gigante nos fundos da praça.


Colegio Mayor de San Bartolomé


Iglesia de San Ignacio


Plazuela Rufino Cuervo


Declaração Universal dos Direitos Humanos

2) Plazoleta del Chorro de Quevedo
Localizada na Calle 13 com Carrera 2, foi o local onde Gonzalo Jiménez de Quesada estabeleceu sua guarnição e fundou a comunidade de Santa Maria de la Esperanza com a construção de 12 casas e uma capela, que mais tarde recebeu o nome de Bogotá.



O nome “Chorro de Quevedo” vem de uma fonte (chorro) construída no século 19 pelo prefeito Quevedo para abastecer a zona com a água que descia dos cerros. A pequena Ermita de San Miguel del Príncipe, replica da Capilla del Humilladero (primeira igreja de Bogotá), foi erguida em 1969.

3) Iglesia e Palacio de San Francisco
Localizada na esquina da Avenida Jiménez (Calle 13) com Carrera Séptima, esquina conhecida por ser o local de assassinato de Jorge Eliécer Gaitán e início do “Bogotazo”, a Iglesia de San Franciscoé a mais antiga de Bogotá, erguida pelos franciscanos entre 1550-1623. Originalmente com uma nave e algumas capelas laterais, ganhou uma segunda nave e a torre após o terremoto de 1785. Junto com as igrejas de Veracruz (1554) e La Tercera Orden (1761-80), todas no no mesmo quarteirão, formam um dos principais conjuntos religiosos da cidade.



Sua fachada simples constrasta com seu altar do século 17, todo talhado em madeira com representações de São Francisco, Virgem Maria, doze apóstolos (seis de cada lado) e outras figuras, considerado um dos maiores da América Latina e uma das obras-primas do estilo colonial santafereño. O teto é ricamente decorado, e nas laterais estão diversos altares e capelas.

A página http://spoliarium-macellum.blogspot.com/2012/06/iglesia-san-francisco-de-bogota.html reúne uma espetacular coleção de fotos do interior da igreja.



Ao lado da igreja está o imponente Palacio de San Francisco, edifício em estilo neoclássico construído entre 1918-33 no lugar do antigo claustro para ser sede do Governo de Cundinamarca. A fachada em mármore é dividida em três corpos, os dois laterais têm janelas retangulares com sacadas na parte superior e em formato de arco no térreo, na esquina as janelas são ornamentadas por colunas coríntias; já o corpo central, onde fica a entrada, tem janelões em arco de dois andares adornados por colunas coríntias. Na parte superior estão esculturas de figuras humanas.

4) Palacio (ou Casa) de Nariño
Localizado atrás do Capitólio Nacional, é a residência oficial do Presidente da República. Inaugurado em 1908, a construção em estilo neoclássico fica na mesma casa onde Antonio Nariño morou. Nos seus jardins está o Observatório Astronômico, mais antigo da América, erguido em 1803.


Crédito: Divulgação

É possível realizar visitas guiadas gratuitas ao interior do palácio, o passeio começa na Plaza de Armas (onde ocorre a Troca de Guarda todos às segundas, quartas, sextas e domingos, pontualmente às 16h30) e termina no Patio de los Novios, incluindo 9 grandes salões - os quadros do Salón del Consejo de Ministros; a tapeçaria do Salón de los Gobelinos; a bandeira feita de lã campesina no Salón Protocolario; a galeria com retratos dos presidentes nos últimos 100 anos no Salón de los Presidentes; a decoração em estilo Luis XV no Salón Amarillo; as paisagens da Colômbia no Salón Azul  (ou Salón Patria); o retrato em óleo de Simón Bolívar no Salón Bolívar (ou Salón Rojo); os espelhos e o relógio do sésulo 19 no Salón Esmeralda e a pequena capela no Salón Virreinal.


Crédito: Divulgação

São quatro horários de segunda à sexta (9hs, 10h30, 14h30 e 16hs), além de outros dois nos finais de semana (14h30 e 16hs), com duração de 45 minutos. Para agendar a visita, é necessário preencher um formulário no site http://visitas.presidencia.gov.co/web/CasaNarino.aspx com pelo menos 5 dias úteis de antecedência da data desejada. Não é permitido fotografar ou filmar, nem entrar com câmeras ou celulares.

5) Iglesia Museo de Santa Clara
O Real Convento de Santa Clara foi um monastério erguido pela Ordem Feminina Franciscana das Clarissas entre 1619-47. No final do século 19 o antigo convento foi transformado em sede da Imprensa Nacional, e demolido entre 1912-14 para a construção do prédio da primeira Escola de Belas Artes e posteriormente casa da Faculdade de Direito da Universidade Nacional. O complexo foi restaurado durante os anos 1980 e atualmente abriga a única igreja-museu da Colômbia.



A austeridade e simplicidade do exterior, com paredes espessas de pedra e tijolo sólido com duas entradas entrada e poucas janelas, contrastam com a riqueza do interior, mesclando estilos barroco e renascentista, uma igreja de única nave com planta retangular, as paredes estão cobertas com ouro e policromada com pinturas valiosas, já o teto abobadado de 13 metros de altura é todo decorado com pinturas com motivos de animais, florais e representações de santos e anjos. Tem três sinos que datam de 1795.

Tão impressionante quanto a igreja é sua coleção de arte, que engloba 112 pinturas, 24 esculturas em madeira, 9 retábulos folheados a ouro e numerosos murais dos séculos 17-20, espalhados no arco principal, rodapés, púlpito, sacristia e coro. O retábulo é do século 17, que consiste de três corpos e cinco blocos, entalhada e dourada com folha de ouro.

Endereço: Carrera 8 # 8-91
Horário de funcionamento: Terça à sexta das 9hs às 17hs, sábados e domingos das 10hs às 16hs.
Quanto custa: COP 3,000 para adultos, COP 2,000 para estudantes, COP 500 para crianças entre 5 e 12 anos.
Internet: http://www.museocolonial.gov.co/

6) Museo del Oro
Principal atração turística de Bogotá, o Museo del Oro tem a maior coleção de ouro pré-hispânica do mundo com cerca de 60 mil peças de ouro, cerâmica, tumbaga, pedra, concha, osso e têxteis de diversos sítios arqueológicos da Colômbia, entre couraças, máscaras, poporos, pingentes, pulseiras, colares, vasos, etc.



Tudo começou em 1939 após a aquisição do “Poporo Quimbaya”, peça de arte pré-colombiana datada de 301 AC cujo uso principal era o vaso cerimonial para mastigar folhas de coca durante cerimônias religiosas. O acervo foi aberto ao público em 1959, já a atual sede foi inaugurada em 1968, um edifício de três andares conhecido por sua fachada em mármore, uma “caixa branca flutuando no primeiro andar de vidro”.

O acervo permanente é dividido em quatro salas: “El trabajo de los metales” descreve técnicas de mineração e fabricação da antiga metalurgia; “La gente y el oro en la Colombia prehispánica” contextualiza o uso de metais na organização social, política e religiosa; “Cosmología y simbolismo” guarda os principais objetos da coleção (detalhe: a sala é literalmente um cofre gigante); “La ofrenda” explica como o ouro foi usado em rituais.



Uma dos itens impressionantes do acervo é a “Balsa Muisca”, uma peça de oferenda em forma de balsa com não mais que 20 cm de comprimento e que faz referência à cerimônia de posse do chefe Muisca, que acontecia no Lago Guatavita. Durante este ritual, o herdeiro cobria seu corpo com pó de ouro e saltava dentro do lago, juntamente com as oferendas de ouro e esmeraldas para os deuses – assim nasce a lenda do “El Dorado”.

Endereço: Carrera 6 # 15-88
Para saber os horários de funcionamento e preços, acesse http://www.banrepcultural.org/museo-del-oro/visitenos.
Internet: www.banrepcultural.org/museo-del-oro

7) Museo Botero e Casa de Moneda
O Museu Boteroé dedicado a obra do mestre Fernando Botero (famoso pelas pinturas rechonchudas), conta com um total de 208 obras, sendo 123 de sua própria autoria (entre pinturas, desenhos e esculturas), especialmente dos últimos vinte anos (sua primeira produção, dos anos 1940-60, faz parte do acervo do Museo Nacional) e outras 85 de pintores internacionais como Monet, Pissarro, Degas, Bonnard, Dali, Picasso, Miró, Matisse, Chagall, Giacometti, entre outros. Todo o acervo está avaliado em mais de 200 milhões de dólares.



Entre as pinturas imperdíveis, estão “Una familia” (obra mais cara do artista, avaliada em mais de 2 milhões de dólares), “Monalisa a los 12 años” (a mais famosa, claro), “Caballo”, “Familia”, “Canasta de Frutas”, “Pareja bailando”, “La muerte tocando guitarra”, entre tantas outras. Do acervo de esculturas, estão "Mano Izquierda" (a direita está exposta na Paseo de la Castellana, em Madrid), "Hombre a Caballo", "Mujer con fruta" e "Venus dormida".

O acervo completo do museu pode ser consultado nos sites do museu e no Google Art Project



A Casa de Moneda fica no mesmo local onde foram cunhadas as primeiras moedas de ouro na América, em 1622. A coleção tem mais de 8 mil peças, inclui prensas movidas a vapor, troqueles (formas para a cunhagem de moedas), balanças, manuscritos, uma coleção de notas, títulos e documentos históricos de diferentes épocas que contam a história da produção de moedas e cédulas em todos os períodos da história.



O prédio que abriga os dois museus foi construído entre 1753-56, inicialmente com a função de abrigar os arcebispos que visitavam a cidade. Tem uma fachada simples e um corredor que leva ao pátio principal com colunas, arcadas rústicas, uma fonte e jardins. A casa foi destruída e reconstruída após a revolta conservadora de 1862 e do “Bogotazo” de 1948. O desenho atual data de 1955.





Endereço: Calle 11 # 4-41 (Museo Botero) e Calle 11 # 4-93 (Casa de La Moneda)
Para saber os horários de funcionamento dos dois museus, acesse http://www.banrepcultural.org/museos-y-colecciones/horarios-y-direcciones

8) Iglesia de Nuestra Señora de La Candelaria
Construída entre 1686-1703 em estilo colonial, é um dos três conjuntos monásticos santafereños salvos das demolições realizadas durante o século 20 (Las Aguas e San Ignacio são os outros dois). Durante sua história o templo foi desapropriado duas vezes e teve vários usos, incluindo sede da Escola de Engenharia e escola de seminários. Somente no século 19 o complexo foi devolvido à ordem religiosa.



A fachada é composta por duas torres (que terminam em cúpulas), unidas por um corpo que enquadra a nave central. Seu interior é retangular, com três naves (principal e duas laterais) divididas em cinco capelas de cada lado e separadas por arcos sobre pilares. O templo ainda mantém o antigo piso de ladrilho, uma espécie de argila usada para pavimentar edifícios antigos. Nas naves laterais destacam-se retábulos artísticos dos séculos 18-20, esculpidos em madeira e arandelas dourada e policromada.



Preserva obras de grande valor artístico, como o retábulo central do século 18 com quase 12 metros de altura, composto de três corpos e cinco colunas, com esculturas de Nossa Senhora da Candelária, San Joaquin, San Juan de Sahagún, Santa Ana, Santo Tomás de Villanueva, San Agustín, Santa Juliana de Cornelión, San José e San Nicolás de Tolentino. Também é possível ver obras do pintor santafereño pintor Gregorio Vásquez, artista colombiano mais famoso do período colonial.

Endereço: Carrera 4 # 11-62
Horário de funcionamento: Todos os dias das 6h30 às 12hs e das 14hs às 18h30.

9) Santuario Nuestra Señora de Carmen
Construída entre 1927-38, a igreja é caracterizada por mesclar estilos gótico florentino, bizantino e árabe em sua arquitetura, pelas tiras vermelhas e brancas de sua fachada, além da torre com 57 metros de altura. Todos os anos, no dia 6 de janeiro deste igreja se torna o lugar tradicional para a adoração dos Reis Magos, incluindo atores reais que retratam os personagens da natividade.



O edifício é constituído por três naves, planta em cruz latina, e destaca-se por sua pintura interpolada marrom e creme, cores tradicionais da Ordem dos Carmelitanos. Em seu interior há pinturas da época colonial, com abundância de ornamentos, mosaicos, vitrais, embutidos, arcos transversais, pequenas janelas e rosetas.

Ao lado está o Colegio Salesiano de León XIII, fundado em 1890.



Endereço: Carrera 5 # 8-36
Horario de funcionamento: Todos os dias, somente nos horários das missas: 7hs, 12hs e 18h30.
Para ver um acervo bem legal de fotos da igreja, clique aqui: http://www.moncadamejia.com/index.php/iglesianuestrasenoradelcarmen2

10) Museo Arqueológico
O museu instalado na “La Casa del Marqués de San Jorge”, um casarão representativo da arquitetura colonial santafereña construído no final do século 17, propõe uma viagem pela aspectos etnológicos, culturais, geográficos, lingüísticos, políticos, religiosos e sociais dos povos indígenas que habitaram a Colômbia pré-hispânica (Tumaco, Calima, Quimbaya, Muisca, Tairona, Nariño e Sinu) através de um acervo com mais de 14 mil peças de cerâmica e mil objetos entre têxteis, ossos, jóias, cestas, conchas e pedras. É considerada a maior coleção do gênero do país.

Endereço: Carrera 6 # 7-43
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 8h30 às 17hs, sábado das 9hs às 16hs.
Quanto custa: COP 3,000 para adultos, COP 2,000 para estudantes, COP 1,000 para crianças. Grátis no último domingo do mês.
Internet: www.museoarqueologicomusa.com

Bogotá – The Pub

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The Pub

Pub inglês com endereços em La Candelaria, Zona T e Usaquén. Tem excelente carta de cervejas especiais e boas opções de comida e petiscos para uma happy hour com os amigos ou aquela refeição mais informal enquanto explora as atrações turísticas de Bogotá.

O ambiente reproduz fielmente a atmosfera dos tradicionais bares da terra da rainha, com muita madeira escura e vários objetos espalhados pelas paredes fazendo referência ao Reino Unido – quadros, placas de ruas, fotos, propagandas antigas. Quadros de Guinness por todos os lados fazem referência ao tucano mais famoso do mundo. Completam o ambiente as mesinhas circulares com banquinhos redondos, bancões de madeira e sofás. Não podia faltar o jogo de dardos na parede e a TV transmitindo esportes 24 horas por dia. Tudo pensado para você sinta-se em um autêntico pub londrino.







A casa em La Candelaria conta com uma área aberta no meio do salão em formato de jardim, que cria um ambiente bem agradável para os dias de sol. Já os aquecedores espalhados no teto garantem uma atmosfera mais aconchegante nas noites frias. O som ambiente alterna rock clássico e música típica irlandesa, em volume tranquilo para não interferir no volume das conversas.

O lugar é muito tranquilo para almoçar durante a semana, já nas noites de sexta e sábado o movimento é mais intenso, mas nada que inviabilize conseguir uma mesa. Embora existam alguns garçons que gentilmente atendam nas mesas quando a casa está vazia, uma placa deixa clara a regra por ali: “faça seu pedido no balcão”. Ou seja, você pede no balcão, eles levam na sua mesa e você paga no final (em tempo: nos pubs ingleses é normal que você pague o que vai comer ou beber no ato do pedido, já que muita gente fica em pé mesmo e controlar o caos torna-se impraticável).







A carta (com preços, uma atitude sempre muito gentil do restaurante) pode ser consultada online, assim o cliente pode planejar-se sobre as opções e preços antes de ir.

A carta de cervejas traz vários rótulos importados e indispensáveis em qualquer pub, como as linhas da Murphy’s, Fuller’s e Erdinger (preços entre COP 11,900 e COP 19,900). Infelizmente não há Guinness, mas o problema não é do pub – atualmente existe alguma restrição legal à entrada da cerveja na Colômbia, que vigora desde Outubro/2014. Além de uma respeitável carta de whiskies, há uma opção de sidra irlandesa – sim, não seria realmente um “pub” sem sidra! E das boas – a casa vende a leve e deliciosa Aspall (COP 18,900).







IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.

Entre as brejas nacionais, aqui Club Colômbia não tem vez. Quem manda é a BBC (Bogotá Beer Company), é possível pedir toda a linha tradicional (Lager, Monserrate, Cajicá e Chapinero) em copos de 330ml (COP 7,900), pint (COP 10,900) e jarra de 1,5L (COP 29,900), servidas diretamente das chopeiras e com ótima cremosidade. Também oferece as cervejas “de temporada”, como as versões Weiss (Chía), IPA (Septimazo) e Abadia (Zipaquirá), esta última de longe a minha preferida, não perde em nada para as tradicionais abadias belgas.


Sidra Aspall (esq) e Pint de BBC Chapinero Porter (dir)

Para comer, opções para “picar” como o “The Pub”, que reúne espetinhos de carne e frango (2 unidades cada), triângulos de queijo empanados (3 unidades), anéis de lula e fritas (COP 36,900). As fritas são preparadas com casca e podem vir “turbinadas” com alho torrado, cajun em pó (à base de páprica, beeem picante), parmesão ou queijo fundido por cima (COP 4,900 cada). Para acompanhar, potinhos de “honey mustard” e catchup. A porção é gigante, serve duas pessoas sem exageros. Os espetinhos de carne são excepcionais, a lula é crocante, sequinha e zero borrachuda, as fritas com alho por cima são espetaculares. Só o espetinho de frango que deixou um pouco a desejar, o empanado é excessivamente grosso.


Fish N’Chips

Entre os pratos principais, provamos o clássico “Fish N’Chips” (COP 25,900), preparado quase igual ao tradicional londrino – a única diferença é uma folha de papel no lugar do jornal. O pescado é servido em pedaços, como um “chicken fingers”, servido assim para comer com as mãos. A carne derrete na boca, entretanto achamos o empanado grosso demais e salgado acima do normal, porém o bom molho tártaro é suave e ajuda a diminuir o sal do pescado. As batatas são preparadas com casca e cortadas de forma rústica, como manda a tradição. Assim como no “The Pub”, também podem ser “turbinadas”. Um bom prato que respeita as tradições, não fosse pelo empanado, seria excelente.


BBQ Burger e fritas com extra de parmesão



Pub sem burgers gigantes não é pub. Fechamos com o "BBQ Burger" (COP 21,900), de longe a opção que mais nos agradou. São 180 gramas de carne bovina muito bem temperada (é possível ver os pedacinhos de salsinha a cada mordida), feita no char boiler com casquinha crocante por fora e interior bem molhadinho, servido no pão de hambúrger com alface, tomate, queijo mussarela e um molho “barbecue”. Lanche sensacional, perfeito para comer com as mãos, o único porém é o molho BBQ – não sei que molho eles usam, se é comprado ou artesanal, mas achei o sabor do tomate forte demais.

Para endereços e horários de funcionamento, acesse http://www.thepub.com.co/

Bogotá – Baita (Zona G)

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Hommus com kebab de res

Restaurante com cozinha inspirada no Oriente Médio com influências mediterrâneas, principalmente da Itália e Grécia - muito azeite e uso farto de vegetais, como beringela, couve-flor, grão de bico, beterraba e cenoura. A proposta da casa são as porções para compartilhar, em alguns casos para serem saboreadas com as mãos. Lugar de comida casual, simples e bem feita, combinação perfeita para fazer da mesa um oásis de cores, aromas e sabores deliciosos. Para completar, o Baita é um restaurante econômico, provavelmente um dos melhores custo/benefício da cara e badalada Zona G.

O ambiente destaca-se pela elegância e simplicidade, um salão bem comprido com mesinhas de madeira e cadeiras coloridas, parede de tijolos à mostra adornada com poucos objetos. Nos fundos, uma área com teto tranparente permite a entrada de luz natural, onde ganham destaque as três floreiras fixas no alto. A cozinha é toda aberta, é possível acompanhar o vai-e-vem dos funcionários e a preparação dos pratos – aliás, eles trabalham rapidinho, não é um lugar onde a comida demora a chegar à mesa.











O atendimento destaca-se por ser atencioso e cordial, funcionários explicam em detalhes os pratos, ajudam na escolha das bebidas, retiram os pratos sujos com rapidez. O cardápio resume-se a uma prancheta com três folhas, na primeira estão as entradas, na segunda os pratos principais, e na terceira ficam as sobremesas e bebidas. Tudo muito simples e prático.

A carta de entradas reúne boas opções para abrir a refeição ou criar uma festa de cores, aromas e sabores a compartilhar entre todos na mesa (preços entre COP 5,900 e COP 18,900). Entre os pratos principais, sopas (COP 9,000), saladas (preços entre COP 14,900 e COP 18,000) e as famosas pitas (preços entre COP 14,000 e COP 21,900), sanduiches preparados no pão sírio (normal ou integral), cortado ao meio e seu interior recebe diversas opções de recheio. As pitas são generosamente recheadas, entre 300 e 400 gramas de recheio.

IMPORTANTE: Para fazer o valor do pratos em reais (R$), multiplique o valor em pesos colombianos por 1,2 e depois divida por 1000. Fácil.


Pita

Não pense duas vezes e comece a refeição com o excelente hommus da casa, com sabor intenso de grão de bico, levemente defumado e cremosidade acima da média, finalizado com um toque generoso de azeite e um pitada de páprica por cima. A porção é bem servida, e ainda vem acompanhada por uma cestinha do ótimo pão sírio de produção própria.

Disponível em quatro versões, dá para pedir só o hommus (COP 9,000), acompanhá-lo com cogumelos salteados (COP 10,000), cebola frita (COP 10,000) ou as imperdíveis almôndegas de carne bovina, aqui chamadas “kebab de res” (COP 17,900), levemente tostadas por fora e rosinhas por dentro. Uma das melhores entradas que provei até agora em Bogotá. O negócio é viciante.

Outra opção que impressiona pela qualidade e sabor são os “Camarones apanados con mayonesa picante” (COP 18,900), uma porção com 15 camarões empanados e acompanhados por uma maionese levemente picante – para minha total alegria, feita com pimenta Sriracha (YES! YES! YES!), uma das melhores coisas inventadas pelo homem. Aqui o segredo da felicidade é comer com as mãos, sem frescuras (e lamber os dedos ao final, lógico). Os camarões são grandes e tenros, o empanado é leve e saboroso, e o molhinho é matador.



Gosta de beringela? Outro acerto da casa é a “Bruschetta de berenjenas en salsa de tomate” (COP 6,900), duas fatias de pão com fatias de beringela e um bom molho de tomates por cima. Simples e delicioso, outra opção para comer com as mãos. A outra opção com beringelas no menu são os “Rollos de berenjena y queso feta” (COP 9,500), porém o queijo vem temperado em excesso com pimentão vermelho, o que deixa o gosto muito forte, “mata” o toque defumado da beringela – na verdade, tudo tem gosto de pimentão.



Fechamos a primeira parte da nossa viagem com o falafel da casa (COP 5,900), preparado como manda a tradição, o grão de bico é bem moído antes de ser misturado com as especiarias. A porção traz cinco bolinhos fritos, devidamente acompanhados por um suave dip de tahine. A fritura é bem sequinha, o bolinho é leve e a casquinha é crocante, entretanto achamos o tempero suave demais, poderia ter ficado mais tempo marinando.

Das três pitas que provamos, a melhor é sem dúvidas a “Camarones” (COP 21,900), que leva uma porção sem misérias de camarões salteados, tomates e cebolas assados, abacate, molho “sjug” (tipo de ají proveniente do Iêmen), creme azedo, perfume de tomates e cebolinha. Mesmo com tantos sabores marcantes, o que prevalece é o ótimo camarão – e o negócio é SENSACIONAL! Todos os méritos para a harmonização de sabores proposta pela cozinha, que mesclam o tomate levemente adocicado, o amanteigado do abacate, o ácido do creme azedo, o picante do sjug e provocam explosões de sensações na boca. Sem falar que, pela qualidade dos produtos e tamanho da pita, o preço cobrado é quase um “regalo”.





São oito opções de pitas, sendo duas de frango, uma de linguiça, duas vegetarianas e quatro à base de carne bovina, como a ótima “Kebab de Res” (COP 17,500), que leva almôndegas de carne bovina, molho “matbuja” (picante de tomate), hommus, beringela, couve-flor, pepino, tahine e harissa (pasta picante oriunda da Tunísia). Se as almôndegas sozinhas já são ótimas, e a mescla de matbuja, tahine e harissa dá uma turbinada nos sabores, deixando a pita levemente picante. A boa seleção dos vegetais ajuda a criar diferentes texturas e sabores. Pessoalmente só achei que a couve-flor poderia vir um pouco mais misturada ao recheio ao invés de vir toda em cima – acho que a pessoa que a preparou esqueceu de misturá-la ao restante.





Terminamos nosso tour pelos sabores do Oriente Médio com a pita “Chorizo” (COP 14,900), uma interessante mistura de hommus, pepino e tomate em cubos, batata frita, chilichurri (versão do molho chimichurri) e um toque de tahine. O tal chorizo mais parece salsicha, não tem textura nem sabor de linguiça, a carne de porco é processada demais, neste ponto foi um pouco decepcionante. Adoro batata frita no meio do sanduíche, achei que a mistureba ficou bem legal. Já o chilichurri é bem suave, sente-se mais o tahine. Vale dizer que, como nas outras pitas, é uma quantidade absurda de comida.





A carta tem uma boa oferta de sucos, como o “Maracumango” (maracujá + manga), “Mandarimango” (tangerina + manga) e o “Fresa Citrus” (morango + abacaxi), refrescantes e encorpados (COP 5,500 cada), além de algumas opções de smoothies. A carta de cervejas traz cerca de dez rótulos especiais, como Fuller’s London Pride, Paulaner e Grolsch, entre outros.


Maracumango (esq) e Fresa Citrus (dir)



Como na maioria dos restaurantes de Bogotá, as sobremesas aqui não brilham. São apenas três opções no cardápio, entre elas o Krembo (COP 11,900), um sorvete de chocolate branco com pedacinhos de coco, base de frutas vermelhas e casquinha de chocolate, com cobertura de amêndoas e suspiros.

Quem nunca terminou uma refeição na churrascaria com aquelas sobremesas industrializadas, bolas quase petrificadas de sabores como cassata, brigadeiro e floresta negra? Então, é bem por aí. O Krembo é até bonitinho por fora, mistura vários sabores fortes, porém falta harmonia: enquanto o chocolate branco é quase imperceptível, o coco é bem intenso. Entretanto, o principal problema é a falta de cremosidade, é um tijolo. Entra facilmente nas categorias “arma mortal”, “bola de beisebol”, etc.


Krembo

Endereço: Carrera 5# 69-26
Telefone: +57 (1) 675-3699
Horário de funcionamento: Segunda à sábado das 12hs às 22hs, domingo e feriados das 12hs às 17hs.
Internet: www.baita.com.co (em construção)

10 lugares imperdíveis para comer em New York

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New York é uma cidade reconhecida mundialmente por sua gastronomia de excelência, e decidir onde comer a partir de uma lista que varia entre 24-35 mil estabelecimentos (existem várias fontes com diferentes números e critérios) jamais será uma tarefa fácil.

Se você tem tempo de sobra na cidade, dá para visitar os locais mais conhecidos e badalados ("pega-turistas" ou não), buscar alguns tesouros escondidos, fazer algumas experiências e repetir o que mais gostou. Mas e se o tempo for curto demais, como escolher os melhores lugares, ótimos o suficiente para fazer de sua viagem algo inesquecível também pela comida, e sem correr o risco de entrar em roubadas?

Este post propõe ajudar um pouco na escolha, recomendar DEZ locais bem legais e que você não deve deixar de conhecer, mesmo que seu tempo na cidade seja curto. Minha lista de “must-eat” tem 8 restaurantes e 2 docerias - sim, eu sei que alguns são velhos conhecidos dos turistas, mas o foco aqui é indicar quem oferece comida de qualidade.

Infelizmente não tivemos tempo de explorar a New York dos food trucks, que é outro mundo de cores e sabores. E para quem acha que food truck é sinônimo de comida de qualidade inferior, NY tem exemplos em que a comida de rua é superior a de muitos restaurantes. Fica para a próxima vez.

Pret a Manger
Marca inglesa criada em 1986, com uma proposta que une praticidade (fácil de chegar, pegar, pagar e levar), preço e qualidade (gasta-se pouco e come-se bem: com poucas libras você enche a pança com lanche/salada, bebida e sobremesa). Em uma cidade de ritmo tão alucinante como NY, o Pret caiu rapidamente no gosto do novaiorquino: atualmente já são mais de 30 endereços na “Big Apple”.



O cardápio inclui lanches em versões diferentes de pão (forma, baguete, pita), sopas, saladas e sushis. Para beber, sucos, águas, chocolates, cafés, iogurtes e “smoothies”. Faz também excelentes sobremesas, como “muffins”, iogurtes com granola, bolos e croissants. Perfeito para café da manhã, almoço e jantar.

O mais gosto no Pret é que tudo é feito no dia, sempre fresquinho, não existe “válido até” nas embalagens. E o que não é vendido é oferecido para instituições de caridade credenciadas e auditadas que atendem os sem-teto (“Pret Charity Run”) – são 2.4 milhões de produtos doados anualmente. Sensacional.



Para começar o dia com toda energia, um café da manhã reforçado com iogurte com granola e compota de berries, croissant quentinho com presunto, wrap de frango ao curry e suco de beterraba. Esta montanha de comida me custou USD 21. E eu comi feito um condenado, saí de lá rolando. Apenas lamentei não ter encontrado o “Chicago Meatball Hot Wrap” ou “NY Meatball Hot Wrap”, semelhante ao “Swedish Meatball Ragu Hot Wrap”, meu lanche n°1 do meu restaurante n°1 no Reino Unido.

Endereço: 303 Park Ave S (Metrô “23 St”, Linhas 1-2-3).
Para saber os outros endereços, acesse https://www.pret.com/en-us/find-a-pret.

Manzo (Eataly NYC)
Parque de diversões para os amantes de gastronomia localizado na região do Flatiron Building, em frente ao Madison Square Park, o Eataly NYC é um complexo com quase 5 mil m2 que reúne padaria, rosticeria, sorveteria, doceria, cafeteria, escola de culinária e um mercado gourmet que vende absolutamente de tudo relacionado com comida – são mais de 700 rótulos de vinhos e cervejas especiais, 400 tipos de queijos e embutidos, 100 opções de azeites e vinagres balsâmicos, além de uma infinidade de temperos, molhos, massas, chocolates, cafés, chás, verduras, legumes, frutas, carnes, peixes e frutos do mar, acessórios de cozinha, livros de receitas, produtos de beleza... Ufa! É uma atração turística de NY.



São oito opções de restaurantes: Le Verdure (verduras e legumes), La Piazza (queijos e embutidos), Il Pesce (peixes e frutos do mar), La Pizza & Pasta (pizzas e massas), Birreria (restaurante-bar no último piso, com foco em brejas), Pranzo Scolla di Culinaria (experiência prática para os alunos da escola de culinária, só abre no almoço), Manzo (carnes) e I Panini (lanches).

Escolhemos o requintado Manzo para almoçar, e não saímos decepcionados. Cestinha de pão italiano bem quentinho com azeite extra virgem de couvert, o intenso e perfumado “Tagliatelle ao ragú de cordeiro” (USD 28) de prato principal e o “Croccantino All’Amarena” (USD 11), um mousse de amêndoas com sorbet de cereja, de sobremesa. Para beber, a excepcional “90 Minute Imperial IPA” da Dogfish Head (USD 10), com seu aroma irrestistível de pêssego e 9% ABV.





Na saída, compramos um panino de prosciuto com azeite na I Panini por 8 doletas, na lojinha de cervejas levamos duas garrafinhas da Dogfish Head, as boas “Sixty-One” (IPA com uva syrah; USD 3,80), docinha e com 6,5% ABV, e a “Midas Touch” (Ale que mistura mel, uvas moscatel e um toque de açafrão; USD 3,98), um petardo com 9% ABV.



Endereço: 200 Fifth Avenue (Metrô: Estação “23 St - Broadway”, linhas N-Q-R)
Para saber os horários de funcionamento, acesse http://www.eataly.com/nyc-locations-and-hours.

Luke's Lobster
Pense num brioche macio, generosamente recheado com pedaços tenros de cauda de lagosta, finalizado com um toque de maionese, manteiga com limão e algumas especiarias, suficiente para realçar os sabores adocicados da lagosta. Sim, é bom pra caramba. Este é o “Lobster Roll”, prato típico do Maine, e a concorrência em NY é feroz para saber qual o melhor.



Com 10 endereços em Manhattan, o Luke’s Lobster é sinônimo de “Lobster Roll” - não pense em visitar NY e não comer um. Visitamos a filial localizada no “City Kitchen”, um mercado gourmet bem legal com nove quiosques no segundo andar do hotel “The Row”, nos arredores da Times Square.

O lanche não é grande (poderiam fazer uma versão “super-size”), a sacada é pedir o combo (USD 19,60), acompanhado por chips de barbecue da Cape Cod (deliciosas!) e uma “Blue Berry Soda” da Maine Root, refrigerante docinho e com gosto marcante de blueberry. Se morasse em NY, comeria váááários!



O endereço do City Kitchen é 700 8th Ave (Metrô: Estação “42 St - Port Authority Bus Terminal”, linhas A-C-E, ou “Times Sq - 42 St”, linhas 1-2-3-7-M)
Para os demais endereços e horários de funcionamento, acesse http://lukeslobster.com/shacks/.

Carnegie Deli
O sanduíche de pastrami é tão importante para a história de NY quanto os taxi amarelos, o Central Park e os Yankees. A tradição de curar a carne bovina na salmoura e especiarias, selada com alho e especiarias (pimenta-do-reino, cominho e coentro em grãos), defumada e cozida no vapor é um ícone da cozinha judaica praticada nas delis nova-iorquinas, tradição trazida pelos judeus que imigraram do leste europeu na segunda metade do século 19.



Se a a Katz’s, aberta em 1887, reinvidica o título de deli mais antiga de Nova York e a autoria do sanduíche, a Carnegie Deli, aberta em 1937, é sem dúvidas a mais famosa. Esta instituição nova-iorquina tem filas gigantes na porta que denunciam: aqui está o melhor pastrami da cidade.

O salão é uma atração turística à parte, colorido e repleto de quadros autografados de celebridades. Há algumas mesas pequenas, mas o legal é ficar nas coletivas, aproveitar para bater papo com o vizinho enquanto devora o lanchão da casa. Para quem está sem tempo para encarar as longas filas, que podem facilmente demorar 2 horas de espera, é possível pedir para viagem.


Crédito: Blog "My Last Supper"

E o negócio aqui é coisa séria, ignorância pura, a ponto de fazer do lanche de mortadela do Mercadão de SP brincadeira de criança. Por USD 19,99 você pede o “Carnegie’s Deli Hot Pastrami”, duas fatias de pão de centeio com 450 gramas de pastrami, acompanhado por picles, maionese e mostarda forte. A carne é espetacular, provavelmente na segunda mordida você esquecerá do pão e se concentrará só nela. Para quem prefere algo mais suave, mas igualmente gigante, peça o “Carnegie’s Deli Roast Beef”, feito com rosbife de primeira (USD 19,99).

Se sobrar espaço, não deixe de provar o gigantesco cheesecake da casa (USD 11,99), alto, cremoso e com morangos gigantes em cima. Se não é o melhor de NY, é um dos mais tradicionais.

Endereço: 854 7th Ave (Metrô: “57 St - 7 Av”, linhas N-Q-R)
Internet: http://carnegiedeli.com/

212 Steakhouse
Localizado no coração de Midtown, é o único restaurante de New York (e um dos treze nos Estados Unidos) certificado pelo “Kobe Beef Marketing & Distribution Promotion Association” a vender o mítico kobe beef japonês (aquele em que as vacas recebem massagens com saquê, ouvem musica clássica e tomam cerveja).

Mas o que faz do kobe beef algo tão especial? São 3 fatores (não são as massagens, não é a música clássica, tampouco a breja): genética da raça, condições topográficas e climáticas, alimentação e criação segundo padrões rígidos japoneses. E o melhor gado é o “Tajima”, cuja principal característica é a existência equilibrada de finas camadas de gordura em toda a carne (chamado de marmoreio), responsável pelo sabor, maciez e suculência do corte. Durante o cozimento, a gordura derrete e deixa a iguaria espetacularmente deliciosa.



Sobre os “mitos”: sim, o gado é escovado com saquê porque alguns produtores acreditam que a bebida ajuda a amaciar a pele do animal, dando assim mais qualidade à carne. Não é comum, mas acontece. A música clássica parece ajudar o gado a relaxar e, assim, manter a carne macia. Já a cerveja tem uma explicação mais prosaica: nos meses de verão, por causa do calor, o gado se alimenta menos. Segundo alguns criadores, uma cerveja por dia ajuda a melhorar o apetite do gado e a manter o ritmo de alimentação adequado.

Se você nunca provou um autêntico kobe beef, prepare-se para comer a carne mais macia, tenra e suculenta da sua vida. Só que a brincadeira é cara: USD 18 por onça (28 gramas). Quer um conselho? Se você realmente gosta de carne, economize uns trocados e permita-se viver tal experiência. Pedi meu bifão com 10 onças (USD 180 por 280 gramas), devidamente acompanhado por um Creamy Spinach (espinafre gratinado com alho e queijo; USD 12) e um fantástico Barolo Stefano Farina (USD 110).



A carne deve ser preparada ao ponto ou mal passada para que mantenha a suculência perfeita (“ao ponto para bem” não existe aqui), o espinafre surpreende pela leveza e sabor, um acompanhamento perfeito para a carne. Para acompanhar o “rei das carnes”, o “rei dos vinhos” – só que a carne é tão impressionante, que o vinho teve que suar a camisa para não fazer papel de coadjuvante.

Fechamos a refeição com o clássico Cheesecake (USD 11), talvez a sobremesa mais típica de NY, levinho e com cremosidade igual ao clássico Carnegie Deli.

Endereço: 316 East 53rd Street (Metrô “Lexington Av/53 St”, linhas E-M)
Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 11h30 às 23hs, sexta das 11h30 às 23h30, sábado das 11hs às 23h30, domingo das 11hs às 23hs.
Internet: http://212steakhouse.com/

Caffe Palermo
Quem nunca ouvir falar de Little Italy, bairro no sul de Manhattan que tornou-se famoso no início do século 19 pela concentração de imigrantes italianos, tornando-se rapidamente o epicentro da máfia novaioquina (o surgimento do bairro e sua importância para a cultura italiana em NY são retratados no filme “O Poderoso Chefão”)? Hoje a história de Little Italy como reduto italiano resume-se à fama do passado, ja que o percentual de imigrantes (cerca de 8%) é o mesmo do restante da cidade.

E o progresso tem sido duro com o bairro. Três sinais de que o futuro de Little Italy está seriamente comprometido: (1) gradualmente os casarões antigos estão dando lugar a arranha-céus modernos; (2) em pouco tempo a vizinha Chinatown vai absorver o bairro, cada vez mais estabelecimentos chineses estão instalados no local; e (3) os principais clientes dos poucos restaurantes que ainda restam são turistas, não locais. Tudo isso junto fez com que Little Italy perdesse muito do seu brilho de antes. O pouco que ainda sobra de Little Italy está atualmente concentrado na Mulberry Street.



Na busca pelo melhor cannolo siciliano de NY, terminamos no premiado Caffe Palermo, aberto em 1973 e atualmente administrado por "Baby John" DeLutro, segunda geração da família e humildemente chamado de “Cannoli King” de NY. Eles também organizam durante a Festa de San Gennaro (em Setembro) um torneio para ver quem consegue comer mais cannoli em 6 minutos. Sim, coisa de americano.

O cannolo da casa segue à risca a receita tradicional siciliana: canela, cacau e café na massa leve e crocante (graças ao vinho Marsala), ricota mega fresca e pedacinhos de chocolate para o recheio (só para dar um toque doce, mas sem sem interferir no sabor da ricota), açúcar de confeiteiro para finalizar. E só. Disponível em duas versões, em uma delas a casquinha é “banhada” no chocolate. Custa USD 5 por 2 unidades.  E vale MUITO a pena.

Ninguém bate a ricota dele – já comi o melhor cannolo da Silícia, do “Laboratorio Pasticceria Roberto” em Taormina, auto-entitulado "Il Mago del Cannoli", e não chega nem perto. Para acompanhar, uma xícara de chocolate quente com chantilly (USD 6,25).

Endereço: 148 Mulberry St (Metrô “Grand St”, linhas B-D)
Internet: http://www.caffepalermo.com/

Hard Rock Café
É claro que o Hard Rock Café da “Big Apple” tinha que estar nesta lista. Agora tenho 16 HRCs na conta (os outros são Londres, Manchester, Madrid, Barcelona, Paris, Oslo, Roma, Praga, Dublin, Edimburgo, Bruxelas, Roma, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Bogotá). Localizado no burburinho de Times Square, não preciso dizer que o lugar é turístico e mega concorrido (ao lado está o “Bubba Gump Shrimp Co.”, outro point dos turistas).

O salão do HRC é gigantesco, e a vasta memorabília tem objetos dos Beatles, Led Zeppelin, Elvis, The Who e Hendrix, entre muitos outros. Não deixe de bater uma foto na parede de guitarras na entrada do restaurante.



Sempre que estou em alguma cidade que tem Hard Rock Café, reservo uma refeição para comer o “Legendary Burger” (200g de carne bovina ou frango, bacon, queijo cheddar, onion rings, picles, alface/tomate), meu “Índice Big Mac” – pelo preço vendido em cada cidade, consigo ter uma melhor noção do custo de vida local. Por exemplo, o preço do lanche na Argentina (AR$ 45, ou R$ 23) é bem diferente do vendido em Oslo (cerca de € 30, ou R$ 80).



Abrimos a refeição com uma porção de “Wings” (USD 12,95), as tradicionais asinhas de frango da casa. Pedi as minhas com molho “Heavy Metal”, que chegaram extremamente apimentadas – eu gosto de pimenta, mas elas chegaram um pouco além do que esperava, o excesso de pimenta matou o sabor das asinhas bem temperadas.

Seguimos com o “Legendary Burger” (USD 16,95), e aqui tive o primeiro grande azar da viagem – pedi a carne “ao ponto” e ela chegou bem passada, quase sola de sapato, o que infelizmente comprometeu avaliar a qualidade da carne, suculência e temperos usados. Uma pena. Os demais itens seguem o padrão HRC de qualidade: bacon fininho e saboroso, anéis de cebola bem gordinhos, pão macio e fritas sequinhas.



Para beber, poucas coisas combinam mais com HRC e Legendary Burger do que uma Corona beeeem gelada (USD 7,50 cada). Foram duas! :)

Endereço: 1501 Broadway (Metrô “Times Sq - 42 St”, linhas N-Q-R)
Horário de funcionamento: Todos os dias das 11hs às 0h30. De sexta a domingo abre das 8hs às 10hs para quem busca um bom café da manhã.
Internet: http://www.hardrock.com/cafes/new-york/

Shake Shack
O paraíso dos hot-dogs em Manhattan. São 14 endereços em NY, todos no estilo “praça de alimentação”: entre na fila, peça, pague, retire e procure uma mesa. Esqueça aquele cachorro quente brasileiro com ervilha, vinagrete, chilli e purê de batatas, hot dog americano valoriza a salsicha frankfurter e o pão ultra macio, que formam um triângulo amoroso perfeito com um potinho de mostarda forte. Além dos dogs, tem boa reputação com os burgers (feitos com carne Angus 100% orgânica) e shakes (o de morango é fora de série).



Provamos o “Smoke Dog” (USD 4), que vem com queijo, pimenta e muuuuito bacon. Para acompanhar, “Crinkle Cut Fries” as tradicionais batatas onduladas cobertas com cheddar e queijo americano (USD 3,95). Para beber, shakes (USD 6) ou a “ShackMeister Ale” (USD 6,25), cerveja feita pela Brooklyn Brewery exclusivamente para a rede. O legal é que possuem um endereço na área de embarque do aeroporto JFK, opção perfeita para despedir-se de New York em grande estilo.

Para endereços e horários de funcionamento, acesse https://www.shakeshack.com/.

Tavola
Localizado no bairro de Hell’s Kitchen (sim, existe um bairro com este nome em NY), esta pizzaria e trattoria napolitana é famosa por assar em um forno à lenha (importado diretamente de Nápoles, diga-se) as melhores redondas da cidade, discos com massa fina e crocante, 30 centímetros de diâmetro e boa quantidade de recheio (entre as gigantes pizzas da Mooca e as moderninhas só de vento). Também tem boa oferta de antipastos e massas bem tradicionais.



São 14 tipos de pizza salgada (preços entre USD 10,75 e USD 19,95), além de uma versão doce de Nutella com morangos (outros 4 tipos de pizza são oferecidos apenas no brunch aos sábados e domingos).

Escolhemos para o jantar a ótima “Parma” (USD 19,95), base de margherita (tomates, mussarela e manjericão) com presunto parma, rúcula e lascas de parmesão. A carta de vinhos é 100% italiana, incluindo boas opções em taça como Lambrusco (USD 11) e Falanghina (USD 12). Aqui a taça é cheia até a boca, sem misérias!

Endereço: 488 9th Ave (Metrô “34 St - Penn Station” ou “42 St - Port Authority Bus Terminal”, linhas A-C-E)
Internet: http://www.tavolahellskitchen.com/

Godiva
A eterna competição pelo melhor chocolate do mundo e a globalização permitem que o mundo descubra as obras de arte feitas por suíços, belgas e franceses. Para muitos, Lindté sinônimo do melhor chocolate do mundo, mas eu pessoalmente acho as trufas da Godiva imbatíveis. A principal marca de chocolates belga e uma das mais importantes do mundo foi criada em 1926, e desde 1972 está presente da Quinta Avenida em NY. Atualmente 7 das mais de 600 lojas exclusivas da marca espalhadas pelo mundo estão em Manhattan.



Eu sou das pessoas que surta em uma loja da Godiva, tudo é bonito, tudo é colorido, tudo é cheiroso, tudo é muito saboroso. O carro-chefe são as caixinhas de trufas, você monta a sua a partir de uma vitrine linda e cheia de opções, e no final paga por peso. É só ir apontando para a funcionária quais e quantas unidades de cada, e ela fará pacotinho para você. Uma seleção de 8 trufas custa cerca de USD 20, e farão seu dia muito mais feliz por algumas horas (no meu caso, minutos). Também existem caixas standard, com sabores pré-definidos.



Para minha caixinha, escolhi “Chocolate Lava” (chocolate amargo com recheio cremoso), “Key Lime” (mousse de limão), “Strawberry Crème Tarte” (morango, baunilha e chocolate branco), “Double Chocolate Raspberry Truffle” (framboesa com ganache de chocolate), “Milk Chocolate” (chocolate ao leite), “Milk Chocolate Hazelnut Oyster” (chocolate com praliné de avelãs), “Macadamia Mosaic” (praliné de amêndoas com macadâmias) e “Hazelnut Crunch” (chocolate com avelãs).

Para quem busca algo mais simples, os “chocolate strawberries”, os tradicionais morangos banhados em chocolate, são de uma maldade impressionante.

Para saber endereços e horários de funcionamento, acesse http://www.godiva.com/store-locator.

Bogotá – El Inglés Gastropub (Zona G)

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Fish and Chips

Restaurante inglês localizado no barirro de Quinta Camacho, nos arredores da Zona G (tecnicamente a Zona G fica entre as Calles 67-72 e Carreras 4-7, porém a área entre as Carrera 7-11, embora não seja “Zona G”, engloba vários restaurantes tão bons quanto), conhecido pela rica gastronomia inglesa, porções fartas, boa carta de cervejas e preços ridículos. Um dos achados de Bogotá, lugar perfeito para comer muito bem e muito barato, em uma das regiões mais caras da cidade.

Conheço muita gente que adora falar mal da gastronomia inglesa, que ela não tem personalidade, que é pobre, que não tem sabor, que resume-se a bacon, ovos, linguiça e feijão. Discordo totalmente – okay, o café da manhã do inglês é bem diferente (e um pouco mais calórico) do que estamos acostumados, mas isso não quer dizer que eles só comam porcaria.


Fachada do restaurante em estilo inglês




Alguns dos painéis que decoram a casa e que ajudam a recriar a atmosfera dos pubs ingleses

Morei 1 ano na Inglaterra e tive a chance de conhecer bem a culinária de lá, rica em história, influências de outras culturas (como o curry indiano) e sabores marcantes. Esqueçam Jamie Oliver, Gordon Ramsay, Nigella Lawson e tantos outros, a cozinha inglesa tradicional vem do campo, uma cozinha que precisa ser robusta para que o inglês cuide da lavoura e dos animais, além de suportar o frio.

O El Inglés é um restaurante pequeno, são algumas poucas mesas divididas em dois ambientes decorados por pôsteres dos Beatles e da Guinness, além de camisas de times de futebol inglês e dos “Roses”, a seleção de rugby deles, trazendo para Bogotá um pouco da atmosfera dos pubs londrinos. Alguns quadros com mensagens ainda decoram as paredes – meu preferido é o clássico “hot beer / lousy food / bad service / welcome / have a nice day”. Uma TV nos fundos transmite partidas da “Premier League”, e jogos de rugby (só faltou o jogo de dardos para me sentir em Londres).


Painel com algumas fotos de pubs de Londres



O atendimento da casa do chef Lee James Madden, um inglês com cara de mau humorado mas muuuuito boa gente, segue à risca o “padrão inglês”. Para quem já esteve em Londres, sabe bem o que estou falando. Não entendeu? Esqueça aquele atendimento informal (e muitas vezes grudento) de muito restaurante (principalmente latino). Inglês é simples, rápido e eficiente – para nós, latinos, isso pode parecer certa falta de educação, mas não é.


Fuller’s London Pride (esq) e o Saint Clement's, limonada com suco de laranja (os sacrifícios que não faço por vocês...)


Fuller’s London Porter (esq) e a russa Baltica 6 (dir)

Sempre que visito um restaurante inglês, o primeiro prato que peço, obrigatoriamente, é o “Fish and Chips”, o que me permite fazer uma primeira avaliação da casa – se for bom, não fizeram mais que a obrigação; se for ruim, nem volto mais (e falo mal para todo mundo). Se for ótimo (em tempo: provei vários quando morei lá, tenho um paladar exigente, é difícil eu classificar um Fish and Chips como “ótimo”), aí a chance de eu ficar perdidamente apaixonado pelo lugar é grande...

O “Fish and Chips” do El Inglés (COP 17,500) é preparado com Mero, são duas postas empanadas e acompanhadas de fritas, como manda a tradição, e que ainda recebem a companhia de uma salada para deixar o prato bem cheio (o almoço do bogotano é farto). Prato tradicional, sem invenções, e com um preço ridículo pelo tamanho da porção. O peixe tem um sabor incrível, lembra uma pescada branca, zero de espinhas. Não sei como eles fazem, mas o empanado é leve, incrivelmente fino e crocante, uma delícia. Sem dúvidas, é um dos cinco melhores Fish and Chips que comi na VIDA. Fiquei apaixonado.


Stuffed Blue Cheese Mushroom

Antes do Fish And Chips, pedimos de entrada o “Stuffed Blue Cheese Mushroom” (COP 14,000), uma porção gigante de cogumelo Portobello fatiado e mergulhado em um delicioso creme de queijo azul. Um prato que mescla dois sabores fortes, combinação perfeita para acompanhar uma “pint” de Fuller’s London Pride (COP 10,500), provavelmente a Ale mais conhecida do Reino Unido, uma cerveja leve de tomar e que deixa um gostinho do malte levemente tostado na boca.

É impossível falar de pubs sem citar o trio cerveja, hambúrguer e TV – não importa o que esteja passando, pode ser um show de rock ou uma partida de futebol, rugby ou cricket. O pub para o inglês é mais que um lugar para comer mal e encher a cara, é um ponto de encontro para esquecer o dia ruim, compartilhar bons momentos e dar risada. Se o time perde, enchem a cara e saem cantando. Faz parte da cultura britânica.


Hooligan Burger

A carta de burgers do El Inglés tem opções bem interessantes, como o “Hooligan Burger”, um lanchão com 200 gramas de carne bovina, queijo e bacon, mais um filet mignon de 100 gramas  (!!!) por cima e, para quem achava o negócio light demais, um ovo frito para finalizar, tudo acompanhado de fritas e anéis de cebola (COP 19,000). Sim, o negócio é uma ignorância – de bom e de grande.

Carne bem temperada e grelhada à perfeição na chapa, com o exterior levemente tostado e interior rosinha. As tirinhas de bacon são fininhas e com pouca gordura. Por cima, bastante queijo. No meu caso, retirei o filet mignon do lanche e o comi à parte, junto com as fritas sequinhas e os anéis de cebola hiper super mega finos e crocantes. Agora, todo o respeito do MUNDO para o ovo frito, que chegou com a gema molinha (do jeito que gosto) e cria uma experiência quase orgásmica após a primeira mordida.




Sopas de cebola (acima) e tomates (abaixo), gentil cortesia durante o almoço de segunda à sexta

Pedimos uma Guinness para acompanhar o hambúrguer, porém estava em falta (pelo que soube, está em falta em toda a Colômbia, e sem previsão de volta). Para quem (como eu) é louco por uma “Porter”, a casa tem duas opções: a inglesa Fuller’s London Porter (COP 10,500) e a russa Baltica 6 (COP 10,500). A primeira dispensa apresentações, cremosa e com notas de chocolate e café, 7% ABV. Já a segunda tentou imitar a primeira, não conseguiu e ainda acabou sem personalidade – confesso que esperava mais, faltou cremosidade e sobrou amargor. Excessivamente gasosa e sem espuma nenhuma, parecia um copo de Coca-Cola.

Nos finais de semana entram em ação o “Sunday Roast”, o típico almoço de domingo dos ingleses, composto por fatias grossas de rosbife (roast beef) preparado artesanalmente com filet mignon e coberto com um molho da própria carne, batatas assadas (roast potatoes), Yorkshire pudding (uma instituição britânica feita com leite, ovos e farinha) e vegetais, tudo isso por COP 27,000 (ou COP 32,000 com sobremesa incluída). Um prato delicioso, um rosbife feito com carinho, um Yorkshire pudding gigantesco e que fica perfeito com o molhinho da carne. O único porém foram as batatas, estavam excessivamente duras.


Sunday Roast

A influência da cultura indiana na gastronomia inglesa pode ser percebida em pratos como o "Camarones Balti Curry" (COP 17,000), uma porção imensa de camarões com molho ao curry, arroz pilaf e pão naan (é possível trocá-lo por batatas chips). Também é possível escolher o nível do curry, do 0 (sem picante) ao 5 (incêndio total). Pedimos o nível 3, com picância média, recomendado para quem já está acostumado com a especiaria indiana. Os camarões são chegam tenros, no ponto correto de cozimento (sem falar que a porção é gigante!), o molho é impressionantemente saboroso, o arroz é soltinho - a única decepção é o naan, que não é feito na casa, parece bolacha salgada, e ainda chega duro. Dispensável, talvez as chips façam um melhor trabalho.

Para beber, pedimos um "Saint Clement's", uma das poucas opções não-alcoolicas da carta, que reúne limonada com suco de laranja (COP 3,200), simples e refrescante, sem surpresas.


Camarones Balti Curry


Naan

Avançamos para as sobremesas, começando pelo interessante “Iced Berries”, uma combinação de frutas vermelhas congeladas banhadas por uma calda de chocolate branco beeeeem quente (COP 6,000). A idéia foi ótima, a proposta elevou rapidamente às expectativas, entretanto tivemos o azar de provar alguns berries amargos em excesso (entendo que estavam congelados por muito tempo) o que interferiu na harmonização com o chocolate e no sabor geral do prato. Entendo que dei azar, uma pena.

O  “Death by Chocolate” é uma montanha de bolo de chocolate com chocolate branco e ganache de chocolate (COP 6,000). O negócio é grande mesmo, dá para dividir entre 2-3 pessoas e todos sairão de barriga cheia. Sobremesa ideal para os loucos por chocolate, apenas acho que o bolo deveria ser um pouco mais úmido, em alguns momentos é seco demais.


Iced Berries


Death by Chocolate

Em muitos guias de Bogotá o El Inglés aparece entre os melhores custo/benefício da cidade, e o reconhecimento é totalmente justo. Um dos tesouros escondidos em Bogotá e merece estar na sua lista de restaurantes a conhecer na capital colombiana.

Endereço: Carrera 11 # 69-40
Telefone: +57 (1) 2555524
Horário de funcionamento: todos os dias das 9hs às 16hs.
Internet: https://www.facebook.com/pages/El-ingles-gastro-pub/150185588353836?fref=ts

Top 10 Bogotá: Jardim Botânico

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Fundado em 1955, é o maior jardim botânico do país, recebe cerca de 300 mil visitantes anualmente. Seus 35 setores distribuídos em uma área total de 19 hectares abrigam mais de 20 mil plantas de cerca de 4,5 mil espécies diferentes, com ênfase na flora andina. É possível conhecer os diferentes climas de cada região colombiana (páramo, floresta amazônica, paisagem andina, árido desértico, planície e pântano). É reconhecido com o Jardim Botânico com mais exemplares da flora tropical no mundo.

Leva o nome do naturalista, matemático e astrônomo José Celestino Mutis, encarregado de encontrar, investigar e classificar toda a flora da Nova Granada. Seu trabalho foi iniciado em 1783 com a Expedição Botânica do Novo Reino de Granada, uma das expedições científicas mais importantes do século 18, que durou 33 anos e como resultado catalogou 20 mil espécies de plantas e 7 mil animais.









Conta com representações de bosque andino, florestas de palmeiras e pinheiros, criptógamas (plantas que não produzem sementes, flores ou frutos, como as samambaias), herbal (plantas medicinais), jardim de rosas, exposições de orquídeas (considerada flor nacional da Colômbia) e bromélias, e circuito de estufas com plantas de clima quente, seco e chuvoso.

Seu herbário tem mais de 9 mil exemplares de plantas de 260 famílias, 1.180 gêneros e 2.400 espécies. É um dos mais respeitados do mundo, e faz parte do Index Herbariorum (IH) do Jardim Botânico de NY. O acervo online pode ser consultado aqui.


Mapa do Jardim Botânico (clique na imagem para visualizá-la em tamanho maior)

Nosso recorrido começa no “Jardin Introductório” (item (a) em branco no mapa), onde é possível observar grande diversidade de plantas aquáticas e terrestres, aprender sobre elas e compreender alguns conceitos básicos de botânica e ecologia. Ao lado fica o “Lago Principal” (item (9) no mapa), uma área de 2400 metros quadrados que reproduz um humedal (ecossistema aquático). Completam a paisagem uma grande fonte e a charmosa “Puente de Guadua”, uma ponte de madeira em arco que cruza o centro do lago.





Seguimos pela esquerda, em direção ao “Sistema de criptógamas” (item (23) no mapa), um dos três jardins sistemáticos que ilustram a classificação e os processos evolutivos das plantas (os outros são “Angiospermas” e “Gimnospermas”). Aqui estão as plantas mais antigas do planeta, conhecidas por não terem sementes, flores ou frutos, reproduzem-se por esporos e necessitam de um ambiente com alta umidade e sombra para viver. Nos fundos está o “Jardín De Los Helechos”, casa das samambaias. O passeio termina em uma cascata, e acima dela há um mirante com visão de todo o bosque.



Em frente fica a “Colección de Palmas” ou “Palmetum” (item (15) no mapa), área que abriga exatas 588 palmeiras de 50 espécies, com destaque para a “Palma de Cera del Quindío” (Ceroxylon quindiuense), declarada Árvore Nacional de Colombia en 1985, conhecida por ser a palmeira mais alta do mundo, podendo chegar a 60 metros de altura.

Nossa próxima parada é a “Maloca” (item (36) no mapa), tipo de cabana comunitária usada pelos índios da Amazônia e que serve de morada para diversas famílias. O chão é de terra batida, e o teto leva folhas de palmeiras. As malocas são escuras e cheias de fumaça, porque cada família acende uma fogueira debaixo da rede em que dorme para espantar os mosquitos e se aquecer nas noites frias.



Outra atração interessante é o “Bosque de niebla” (item (6) no mapa), uma área de 3.127 m2 que recria um bosque andino com diferentes tipos de árvores, arbustos e trepadeiras em um ambiente semi-fechado (quase um labirinto, diga-se) que facilita a adaptação das várias plantas. Antes de chegar lá, passaremos pelo “Ambiente de páramo”, uma uma área de 9.600 m2 dedicada a reproduzir um ecossistema intertropical de montanha, com mais de mil plantas de 130 espécies nativas diferentes.





Uma caminhada bastante agradável nos levará até o “Humedal Laguna de la Herrera” (item (10) no mapa), área de 6 mil m2 que recria um ambiente subxerofítico, uma espécie de “ilha desértica” no meio da planície andina, região conhecida pela baixa precipitação, solo seco e pedregoso, marcada por vegetação escassa com folhas reduzidas e transformadas em espinhas, caules carnudos, árvores atrofiadas e muitas vezes na forma de rosetas. Ainda nos fundos do Jardim Botânico encontramos o “Sistemático de Gimnospermas” ou “Colección de pinos” (item (22) no mapa), local com cerca de 500 espécies de pinheiros nativos, europeus e americanos.





Outra duas áreas bem interessantes são o “Bosque de Robles” ou “Robledal” (item (1) no mapa), um dos ambientes de maior importância ecológica no sistema montanhoso dos Andes Colombianos, área que busca reproduzir uma floresta de carvalhos, com o piso coberto com folhas secas; e o “Herbal de plantas medicinales” (item (17) no mapa), jardim que concentra mais de 100 espécies de plantas medicinais, aromáticas e especiarias, aqui é possível conhecer aquelas plantas usadas pela medicina natural como laxantes, diuréticos, purgantes, antigripais, analgésicos, estimulantes, antibióticos, vermífugos, alucinógenos e antiparasitas.


Herbal de plantas medicinales

Nossa última parada antes do Tropicario é o “Jardin del Fundador” (item (19) no mapa), praça construída em homenagem a Enrique Pérez Arbeláez, idealizador do Jardim Botânico, onde estão algumas plantas ornamentais, entre elas a árvore de quina (Cinchona officinalis), espécie emblemática na Expedição Botânica.

Chegamos no coração do Jardim Botânico: o “Tropicario”, ou “Circuito de invernaderos” (item (11) no mapa), é um circuito composto por seis salas de estufas climatizadas em diferentes temperaturas e conectadas por corredores que recriam os ecossistemas de diferentes regiões da Colômbia, com plantas de clima quente, seco e chuvoso. Destaques para a selva Amazônica, com um lago no meio (com direito a vitórias-régias), a ala dos cactos e a coleção de orquídeas e bromélias, com cerca de 5 mil exemplares de 700 espécies.




Orquídea "Oncidium luteopurpureum", flor-símbolo de Bogotá

Saindo do Tropicario temos a “Rosaleda” (item (14) no mapa), um belo jardim que concentra 73 variedades de rosas colombianas (sim, elas realmente são as mais bonitas do mundo) e híbridos ornamentais, incluindo variações de porte herbáceo, arbustivo e trepadeiras. No centro do jardim, uma fonte circular para relaxar com o barulhinho da água oferece boas perspectivas para os(as) fotógrados(as).





Atravessando a Rosaleda nos deparamos com uma alameda cercada de palmeiras dos dois lados, chamada “Corredor de Palmas” (item (39) no mapa), outro local que rende belas fotos. Ao lado está o “Jardin de plantas exóticas” (item (13) no mapa), plantas de porte herbáceo provenientes de outros países, introduzidas intencionalmente ou acidentalmente em Colômbia, de uso ornamental comum nos jardins da cidade e jardins privados.









Fechamos o passeio com a “Colección de plantas trepadores” (item (16) no mapa), um grande corredor com arcadas (ou pérgolas) que serpenteia o jardim de plantas exóticas. Espaço dedicado às trepadeiras, abriga cerca de 33 espécies incluindo a planta emblemática do jardim botânico, a “Flor de Mutis” (Mutisia clematis).





Endereço: Calle 63 # 68-95
Horário de funcionamento: segunda à sexta das 8hs às 17hs, sábado, domingo e feriado das 9hs às 17hs
Quanto custa: COP 2,700 para adultos, COP 1,400 para menores de 3 a 18 anos, grátis para menores de 3 anos e maiores de 60 anos
Internet: www.jbb.gov.co | Mapa do Jardim Botânico: http://www.jbb.gov.co/jardin/mapa

Como chegar: Desça na estação “Av. Rojas” de Transmilênio na Carrera 26 e caminhe cerca de 20 minutos pela Calle 70 até chegar a Carrera 63, vire à direita e caminhe mais 10 minutos até a entrada principal. Dá para trocar a caminhada por um táxi, a corrida sairá por COP 5,000.
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