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Dublin – Guinness Storehouse

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Dublin é sinônimo de Guinness. Tudo começou em 1759, quando Arthur Guinness (1725-1803), que desde 1755 já fabricava cervejas Ale, resolveu alugar um pequeno galpão de 4 hectares na St. James’s Gate, no coração de Dublin, e instalar ali uma pequena cervejaria para produzir uma “porter” cremosa, com malte irlandês, lúpulo, água e levedura.

Com os passar dos anos a operação rapidamente expandiu-se até ocupar os dois lados do rio Liffey (que corta Dublin). Em 1886 já era a maior cervejaria do mundo, com cerca de 1 milhão de barris produzidos por ano. No ápice, a fábrica chegou a ter sua própria estrada de ferro para distribuir a bebida. Na década de 1930, empregava mais de 5000 pessoas, tornando-se o maior empregador na cidade. O aumento da automação reduziu a força de trabalho para cerca de 600, mas o complexo industrial com mais de 50 hectares ainda produz cerca de 1,7 milhão de litros de cerveja preta todos os dias.


Diferentes visões da fábrica em St. James's Gate. Destaque para a pequena capela, usada pelos funcionários e com 250 anos de história. Você pode encher a cara e passar na capela depois para casar!


Um dos portões em St. James's Gate e diferentes visões do Guinness Storehouse, incluindo um desenho do edifício com a pint gigante em destaque

A fusão da Guinness com a Grand Metropolitan em 1997 criou a Diageo, gigante do segmento de bebidas e dona de marcas como Smirnoff, Johnnie Walker, Baileys, Moët & Chandon e Veuve Clicquot, o que trouxe robustez e capilaridade para a operação. Atualmente a produção da Guinness está distribuída em 55 países, totalizando 10 milhões de pints todos os dias (em tempo: uma pint tem exatos 568ml) e 21 milhões de hectolitros por ano, o que corresponde a 1% da produção mundial de cerveja. Consumida em mais de 150 países, dona de 80% do mercado mundial de cerveja “stout” e com vendas anuais de 850 milhões de litros, é a marca de cerveja mais conhecida do mundo.

A Guinness Storehouse é a principal atração turística da Irlanda, recebendo mais de 1 milhão de visitantes todos os anos (92% dos quais são estrangeiros). Localizada em um edifício de seis andares contruído em 1904 e que foi usado como planta de fermentação da cervejaria até 1988, foi a primeira construção com estrutura de aço a ser erguida na Irlanda.


Contrato original de aluguel assinado por Arthur Guinness em 1759

Reaberto em Dez/2000 como museu, reúne em seis andares vasto conteúdo audiovisual interativo, exposições e memorabília que passam por todos os aspectos da história da cervejaria, incluindo ingredientes, fabricação, transporte, tanoaria (fabricação de barris de madeira) e publicidade. A visita vale mesmo para quem não é fã de cerveja, já que a história da Guinness é também contada junto com a história de Dublin e da Irlanda.

O interior do edifício recebeu um atrium arredondado de vidro que ocupa todo o edifício, em forma de uma pint gigante. Se resolvessem encher este copo, teria capacidade de armazenar 14,3 milhões de pints de Guinness (algo como 8 milhões de litros). No térreo fica a maior loja de merchandising da marca no mundo, que vende tudo o que pode imaginar (camisas, canecas, acessórios de cozinha, abridores, roupas íntimas, etc) usando o famoso  logotipo em forma de harpa.


Em sentido horário: lúpulo (hops), cevada (barley), levedura (yeast) e água, os quatro ingredientes necessários para fazer uma boa cerveja

A viagem começa pela história de Arthur Guinness, o início da cervejaria e passa por todas as etapas de produção, onde é possível conhecer cada um dos ingredientes (água, cevada, lúpulo e levedura) e as primeiras máquinas usadas na mistura e fermentação. Destaque para o contrato original de locação do galpão, que antes era ocupado por uma cervejaria pequena, abandonada e mal equipada, com duração de 9 mil anos e valor de £45 anuais. Embora a peça tenha grande valor histórico, o contrato assinado em 1759 não tem mais valor, já que a empresa adquiriu as terras há muitos anos.


Máquinas antigas usadas na produção de Guinness entre 1904 e 1988

O “Guinness Archive” reúne documentos a partir de 1759 que contam a história da Guinness em vasta memorabília com fotos, filmes, vídeos, recordações, cartazes, mapas, garrafas e artefatos. Existe um quiosque onde você pode procurar seu nome de família para ver se algum dos seus antepassados trabalharam em St. James’s Gate. Você também vai descobrir que a “Estatística t” (também chamada de “Teste t de Student”) foi criada em 1908 por químico da Guinness para monitorar a qualidade da cerveja.

A Guinness tem uma longa história de campanhas publicitárias premiadas. Na “Advertising Gallery”, é possível ver cartazes antigos, assistir comerciais e aprender a história por trás do uso da harpa como símbolo e do famoso Tucano, mascote da marca usado pela primeira vez em 1935 e que foi aposentado em 1982.


Em sentido horário: Interior do prédio (com o detalhe da pint em vidro), caminhão da Guinness circulando pela Europa (se quiser dar uma passadinha em casa não vou reclamar), "lojinha" no térreo e painel com o logo da marca, ponto obrigatório de fotos

Uma galeria passa pelos meios de transporte usados para distribuir a bebida nos últimos dois séculos e meio, e faz um paralelo com evolução industrial na Irlanda, já que a Guinness foi inovadora na arte de fazer sua bebida chegar cada vez mais longe, incluindo réplicas de carruagens puxadas por cavalos e miniaturas de trens, barcos, navios, aviões e caminhões. No mesmo andar, uma seção conta a história da fabricação de barris de madeira, ofício que chegou a empregar 300 pessoas na década de 1920. O último barril de madeira foi usado em 1963, atualmente a bebida é armazenada e transportada em tonéis de aço inox.


Transporte: Navios em miniatura, réplicas de locomotivas e objetos náuticos

A Guinness é usada como ingrediente em muitas receitas, muitos dos quais podem ser apreciados nos três bares e restaurantes instalados no prédio e acompanhados por uma (ou várias) pint(s). O “Brewers Dining Hall” reproduz o ambiente de refeitório usado pelos funcionários da St. James’s Gate Brewery nos séculos 18 e 19, o “Arthur’s Bar” é um típico pub irlandês, e o “Gilroy’s” presta uma homenagem a John Gilroy, responsável por criar alguns dos mais icônicos anúncios da Guinness, oferecendo pratos irlandeses usando Guinness na sua composição – tem pão preto, salmão curado, ensopado de carne, brownie.


Setor que faz referência à construção de barris

Uma das atrações mais procuradas é o “Perfect Pint Bar”, um curso de degustação onde você aprenderá na prática o processo de servir uma pint Guinness, onde o copo deve ser inclinado a 45 graus e o líquido deve levar exatos 119,5 segundos para encher o copo, que a bebida deve ser armazenada a 9 graus e servida a 6 graus. Também vai cheirar e provar, aprender a identificar os sabores do lúpulo amargo, da cevada torrada e do malte levemente adocicado.

Para quem busca algo a mais, o “Experience Connoisseur Bar” oferece uma degustação das quatro variações da Guinness – Draught, Original, Foreign Extra Stout and Black Lager. O ticket é vendido à parte, custa €25 e a degustação dura 1h30.


Algumas das garrafas usadas pela marca durante os anos e a escultura "Guinness 'Made of More' Monument", construída em 2012 e que conta a história da cervejaria

O passeio termina no “Gravity Bar”, construído no topo de edifício (46 metros de altura), para muitos a melhor parte do passeio, onde é possível desfrutar a melhor pint Guinness da sua vida e ainda apreciar a vista panorâmica de Dublin e arredores, como as Wicklow Mountains. Guarde seu ticket depois de entrar, pois com ele você tem o direito a uma bebida na faixa – pode ser uma pint de Guinness ou um refrigerante.

O tour funciona 7 dias por semana, incluindo feriados, das 09h30 às17hs (Julho e Agosto encerra às 19hs). Fecha nos dias 24, 25 e 26 de dezembro, e na Sexta-Feira Santa.


"Advertising Gallery", com cartazes, vídeos e objetos que contam relembram as campanhas publicitárias

A visita não é guiada, você faz seu próprio roteiro e leva o tempo de precisar, normalmente entre 1h30 e 2 horas para completar o tour. Visitas guiadas para grupos devem ser reservadas com antecedência. Equipamentos de aúdio estão disponíveis em 7 idiomas (inglês, francês, alemão, italiano, espanhol, polonês, chinês e japonês), sem custo adicional.

O ticket não é barato – custa €16.50 adultos, €13 para idosos, €13 para estudantes acima de 18 anos, €10,50 para menores entre 13-18 anos, €6,50 para crianças entre 6-12 anos e grátis para menores de 6 anos. Você pode comprá-lo diretamente na bilheteria, mas recomendo que você reserve on-line, com desconto de 10% na admissão de adultos (€14,85), bem como a oportunidade de pular a fila na bilheteria.


Gravity Bar e a vista mais bonita de Dublin (Crédito: Divulgação)

Endereço: St. James's Gate, Dublin 8
Telefone: +353 (1) 408-4800
Internet: www.guinness-storehouse.com

Como chegar: O “Luas” é um trenzinho elético e meio transporte oficial de Dublin. Desça na estação “James’s” (Red Line), siga em frente e vire à direita na St. James Street, no cruzamento com a Echlin Street vire novamente à direita, no final vire à esquerda (lado oposto ao “Old Harbour Pub”) e entre na primeira à esquerda na Market Street, e por fim novamente à esquerda, onde fica a entrada principal.


Buenos Aires - Tour El Monumental e Museo River

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Casa do River Plate e da Seleção Argentina, o Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti, mais conhecido como “Monumental de Núñez”, testemunhou os 2 títulos do "Los Millionarios" na Libertadores (1986 e 1996) e foi palco do primeiro título mundial dos “hermanos” na Copa de 1978. É o maior estádio do país, com 58 mil lugares, todos sentados. Apesar do apelido, o Monumental não fica no bairro de Núñez, e sim em Belgrano, bairro vizinho.

Oferece visita guiada ao estádio e um amplo museu, onde é possível conhecer a história do time, visitar a sala de troféus e as áreas temáticas, que fazem um interessante paralelo entre os avanços das décadas e as conquistas do clube, que já foi da elite mas que hoje predomina nas classes mais humildes.



Década de 1920, o time fundado no começo do século na humilde zona sul portenha, em La Boca (daí surgindo a rivalidade com o Boca Juniors, que se manteve neste bairro), deixou a região de Dársena Sud, para ter seu próprio estádio. Adquiriram um terreno em Palermo, na esquina da Alvear com Tagle (área hoje pertencente à Recoleta). Quinze anos depois, o clube cresceu, fortaleceu-se e chegou a ser conhecido como "Los Millonarios", devido as contratações caras. Tinha um grande número de sócios, mas apenas dois títulos nacionais (um amador e outro profissional). O estádio ficara pequeno demais.

Em Outubro de 1934, um terreno de 83.950 metros quadrados mais ao norte foi adquirido. Em Maio de 1935 foi colocada a pedra fundamental do Estádio, em Dezembro foram apresentados os planos da construção, mas apenas em Setembro de 1936 as obras efetivamente foram iniciadas, sob a supervisão dos arquitetos José Aslan e Héctor Ezcurra.



O projeto inicial já previa o formato oval, com três anéis de arquibancadas, mas o dinheiro arrecadado não deu conta da obra e o estádio foi inaugurado em formato de ferradura, desenho que permaneceu até 1958, quando o dinheiro da venda de Omar Sívori à Juventus (10 milhões de pesos) permitiu a conslusão da obra, o que aumentou a capacidade do estádio para 100 mil pessoas.

O River Plate é o segundo time em torcida na Argentina, e deve muito disso à construção do Monumental. Após dois anos de construção e três tribunas concluídas, no dia 25 de maio de 1938, cerca de 8.000 pessoas presenciaram a entrega de uma bandeira argentina e outra do clube, cercadas pelos sócios, que entoaram o hino argentino e do River Plate. No dia seguinte, uma festa com cerca de 120.000 espectadores (até hoje a maior lotação da história) e, após diversas atividades, a primeira partida do estádio, contra o Peñarol, do Uruguai. Vitória do River, por 3 a 1.



Com a Copa do Mundo de 1978, o estádio passou por reformas e teve sua capacidade reduzida para 76.609 espectadores sentados, sendo um dos melhores estádios do mundo na época. Recebeu 9 jogos, incluindo a abertura (Alemanha Ocidental 0-0 Polônia) e a Grande Final (Argentina 3-1 Holanda), além de três jogos dos hermanos na primeira fase, vitórias de 2-1 contra Hungria e França, além da derrota por 1-0 para a Itália (diz-se que o time tirou o pé no último jogo para evitar cair na chave da Holanda na fase seguinte).

Em 1986 o estádio recebeu o nome do ex-presidente riverplatense, Antonio Vespucio Liberti (1902-1978). Mandatário do clube em 5 ocasiões (1933-35, 1939, 1943-52, 1960-64 e 1966-69), embora não estivesse na presidência em 1938 (e sim Julio Degrossi), foi quem comprou o terreno do Monumental e abraçou o projeto. Fez grandiosos investimentos em jogadores, fazendo “Los Millonarios” tornar-se “La Maquina”. Liberti tinha origens comuns à do clube, era filho de genoveses, numerosos em La Boca e que caracterizaram a dupla: o River adotou as cores vermelha e branca por serem as da bandeira de Gênova, e os auriazuis se chamam de xeneizes, derivação de zeneise – “genovês” no dialeto da região italiana da Ligúria.



Quem não conseguir ingressos para as partidas do River tem a opção de fazer um tour completo pelo estádio, com acompanhamento de um guia (em espanhol). O tour passa pelas arquibancadas, tribunas, vestiário do time visitante, túnel de acesso ao gramado, sala de imprensa e termina com uma volta em torno do campo. O guia vai contando as histórias do clube, dos principais jogadores, e fazendo piadinhas com o Boca. Vale pela visita, vale pela visão imponente do estádio, mas sem dúvidas o Tour La Bombonera é bem mais legal.

Mas a melhor parte do passeio é sem dúvidas o imperdível museu de dois andares, que usa muito material audiovisual, interativo e objetos antigos para contar a história da paixão por um time.


Em sentido horário: River Infinito, quinteto que formava a "La Maquina", "Millonarios en la Seleccion" (Crédito: Buenos Aires Hostels) e a entrada do museu

O tour começa pelo “River Infinito”, uma túnel do tempo que conta a história do clube década a década, em paralelo com a da Argentina e do mundo. Fotos, vídeos, estatísticas (escalações, resultados, goleadores) e vasta memorabilia relembram os títulos conquistados, com destaques para os 33 campeonatos argentinos, duas Libertadores (1986 e 1996) e a Copa Intercontinental de 1986, passando por Carlos Gardel, peronismo, anos de chumbo da ditadura, volta à democracia, queda do muro de Berlim, fim da União Soviética, entre outros. Até o disco “We Are The World” foi lembrado!

Para muitos a seção mais bonita de qualquer museu de futebol, a “La Gloria” reúne os troféus mais importantes conquistados pelo River Plate. No centro da sala ficam a Copa Intercontinental, as duas Libertadores, a Copa Sulamericana e a Supercopa, nas laterais estão os torneios nacionais e outras conquistas importantes.



Uma locomotiva em tamanho real serve de homenagem a “La Maquina”, apelido que surgiu em 1941 para um dos maiores ataques da história do futebol argentino, formado por Labruna, Moreno, Pedernera, Muñoz e Loustau. Há quem diga que se a Copa do Mundo não tivesse sido paralisada por causa da Segunda Guerra Mundial, a Argentina teria vencido tudo na década. Nesta época, o Brasil era freguês dos hermanos.

A sala “Millonarios en La Seleccion” é dedicada aos jogadores campeões do mundo com a Argentina quando atuavam pelo River. Em 1978, o goleiro “el Pato” Fillol, o capitão Passarella, o meio-campo “el Beto” Alonso e os atacantes Luque e Ortiz. O time de 1986 tinha o goleiro Pumpido, o zagueiro “el Cabezón” Ruggeri e o meio-campo “el Negro” Enrique.


La Maquina

O “El Escenario de la Pasión” fala dos estádios do River, que nasceu em La Boca e jogou por lá em 1901-1909, 1912 e 1915-1923 (jogou em Sarandí entre 1909-1912 e Caballito entre 1913-1915), quando mudou-se para Palermo onde permaneceu até 1938, até finalmente instalar-se no El Monumental. Destaque para a maquete do Monumental de Nuñez, gigante e perfeita em detalhes. Em cima dela, uma tela passa trechos dos inúmeros shows de rock realizados no imponente estádio, que já recebeu Eric Clapton, Paul McCartney, Madonna, The Rolling Stones, Kiss, Roger Waters, Iron Maiden, Metallica, AC/DC e U2, entre muitos outros.

A mostra “Los de Banda Roja” relembra todos os atletas que vestiram a camisa do River pelo menos uma vez, organizados em ordem alfabética, com fotos e resumo da carreira. Ídolos como Di Stéfano, Francescoli, Carrizo, Fillol, Passarella, Ortega, Bernabé Ferreira, Walter Gómez possuem lugar cativo. A sala “Goles Inolvidables” relembra gols inesquecíveis, seja pela importância ou pela rivalidade, comentados por um holograma. Um ranking exibe a quantidade de gols marcados pelos principais artilheiros do time na história.


Em sentido horário: "Millonarios de Exportación", disco "We Are The World", um dos artigos da memorabília de "River Infinito", "Los de Banda Roja" e a maquete do El Monumental (Crédito pelas fotos 1 e 3: Buenos Aires Hostels)

A sala “Millionarios de Exportación” tem uma série de chuteiras de prata que representam os jogadores mais talentosos que deixaram o clube para jogar nas equipes mais importantes do mundo, e a “La Batuta de Banda Roja” rende homenagem aos técnicos, com um resumo de suas conquistas.

La Camiseta” reúne uma vasta coleção de camisas usada pelos ídolos “millonarios” em partidas importantes, como a que o craque Enzo Francescoli usou na final da Copa Intercontinental de 1996, e presta uma homenagem a uma grande marca riverplatense: a camisa com a faixa diagonal vermelha, a “banda roja”.


La Camiseta (Crédito pelas fotos: Buenos Aires Hostels)

O auditório é uma sala de cinema que exibe o filme “Crônica de uma Paixão Monumental”, com projeção 360 graus em telas múltiplas. Apresentado por ídolos da história do River, resume em cerca de 30 minutos a história do clube e os momentos de glória da “banda roja”.

Para fechar o tour, “El Salón de los Presidentes” é o mural dos presidentes do clube com um detalhe dos trabalhos realizados durante seus mandatos. Por razões óbvias, destaque para “El Gordo” Liberti.


Em sentido horário: Bola de partida entre Manchester City e River Plate ("La Gloria"), painel com estatísticas ano a ano ("River Infinito"), "La Batuta de Banda Roja" e "La Gloria" (Crédito pelas fotos 2 e 3: Buenos Aires Hostels)

Quanto custa: Há três opções de visita, o passeio completo (museu + tour com guia) custa AR$ 55, existe uma opção de museu + tour “express” no estádio, sem guia (AR$ 50) e a terceira permite a entrada só no museu, por AR$ 35.

O museu abre todos os dias 10hs às 19hs (nos dias de jogos funciona até 1 hora antes da partida), e o tour no estádio ocorre a cada hora de 11hs às 17hs (fechado nos dias de jogos).

Como chegar: O estádio fica longe do metrô. Você pode descer em Congreso de Tucumán (Subte Línea D) ou “Nuñez” (trenzão, saindo de Retiro) e pegar um taxi, ou usar as linhas de ônibus 15, 28, 29, 42, 107 e 130, que passam nos arredores do estádio.

Para mais informações, ligue +54 (11) 4789-1156.

Para ver mais fotos do museu, acesse http://www.taringa.net/posts/turismo/15326402/Museo-de-River-Plate-Fotos-e-info.html

O Viajante Comilão recomenda: Onde comer (raio de até 10km):

Lisboa – O Poleiro: o melhor bolinho de bacalhau que já comi

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Bolinho de Bacalhau

O Poleiro, na zona de Entrecampos, é um restaurante de referência quando se procura em Lisboa a boa comida tradicional portuguesa. Com quase 30 anos de serviços bem prestados, os irmãos Manuel e Aurélio Martins, o primeiro no comando nas panelas e o segundo no trato com os clientes, defendem o princípio de que só bons ingredientes se faz uma boa comida, respeitando os sabores típicos e com uso generoso do bom azeite da terra e ervas aromáticas.

O nome do restaurante e as gravuras de aves que enfeitam a primeira sala relembram que ali outrora funcionou um poleiro (galinheiro e local de venda de aves). Na década de 1950, o local foi endereço de um mercadinho que vendia frutas, galinhas e perus - a respectiva licença adorna uma das paredes do restaurante.



Localizado em uma rua residencial, a primeira impressão é uma prova de que o lugar mantém o ambiente familiar, como se estivéssemos entrando na casa dos donos: você precisa tocar uma campainha para entrar. Até agora as únicas duas vezes em que precisei tocar a campainha para entrar num restaurantre era porque o salão principal era a própria casa dos(as) donos(as).

Os três salões são pequenos e de decoração simples, rústica e confortável convidam a uma refeição generosa e cheia de sabores. O salão principal busca criar uma atmosfera de taberna, com muita madeira escura e um balcão repleto de grandes vinhos. Luminárias em forma de candelabros antigos de madeira e patas de jamón serrano completam a decoração. Os demais ambientes são mais claros, mas os azulejos típicos na parede não enganam: você está em uma casa portuguesa.


Salão principal


Salão principal

O cardápio faz uma viagem pelos sabores de Portugal, com destaque nas cozinhas alentejana (sul) e minhota (norte), esta última a terra do famoso caldo verde. As delícias gastronômicas que deram fama à casa parecem intermináveis: peixinhos da horta, tibornada de bacalhau, polvo à lagareiro, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão, gambas fritas com alho, cabrito no forno à padeiro, chanfana, arroz de pato, feijoada à transmontana e entrecosto com favas e enchidos à pastor deixam espaço a muitas dúvidas na hora de escolher.

Mas nada produz melhor resultado do que os pratos à base de bacalhau. Como toda casa portuguesa, o pescado é tratado com o respeito que merece, mas no Poleiro esse carinho por um dos principais símbolos da gastronomia portuguesa alcança níveis de perfeição. Sim, perfeição.

O Poleiro faz o melhor bolinho de bacalhau (€3,60, 4 unidades) que eu já comi na vida. Leve e sequinho, com casquinha fininha e crocante, recheio macio e praticamente só de bacalhau super desfiado, pouquíssima batata e sal, zero espinhas. Entre os temperos, um leve toque de salsinha para realçar os sabores do pescado. Muito azeite, para deixar o recheio molhadinho. Leve e saboroso, com gosto de bacalhau e não de batata. Inesquecível. Já estou planejando minha próxima viagem à Lisboa só para comer o bolinho de bacalhau deles.

Outros pratos do cardápio também alcançam níveis próximos à perfeição, como o Arroz de Bacalhau (€15,60), bem servido, úmido e com generosas lascas de pescado. Servido em uma charmosa panelinha, chega fumegante à mesa. Este prato diferencia-se pela maciez do pescado e ausência de molho de tomates (usado na maioria dos restaurantes portugueses), o que na minha opinião é um acerto certeiro, pois valoriza o sabor do peixe, preparado com bastante azeite e algumas ervas.


Arroz de Bacalhau

Minha escolha foi o o excepcional “Gambas Fritas com Arroz de Alho e Coentros” (€16,90), preparado com camarões GGG e um molho à base de azeite, manteiga, alho, limão e coentro. Os camarões tenros e salteados são colocados sobre uma manta de arroz soltinho. A presença do coentro e limão são característicos no prato, mas sem interferir no sabor dos camarões com azeite e alho, que predomina na boca. O molhinho escorre e mistura-se ao arroz. Mais uma vez a qualidade dos ingredientes é a chave para transformar este prato simples em algo incrivelmente delicioso, suberbo, superlativo.


Gambas Fritas com Arroz de Alho e Coentros

A carta de vinhos é um deleite para os amantes dos melhores néctares portugueses, com grande variedade de rótulos tintos e brancos com preços acessíveis. Após uma longa análise, coube ao Aurélio me ajudar a escolher o ótimo Duas Quintas 2011 (€13,70, 375ml), um exemplar do Douro produzido com as uvas Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. Aromático no nariz e equilibrado na boca, é um vinho fresco, frutado, com taninos médios. Recomendado para acompanhar carnes vermelhas e queijos, mas que ficou ótimo na harmonização com os pratos de bacalhau e camarão! Gostei tanto que comprei duas garrafas no free-shop de Lisboa.



As sobremesas são boas, mas não atingiram o mesmo nível de êxtase dos pratos principais. Criada por freiras dos conventos portugueses do século XVII, a “Barriga de Freira” (€4,90) é um dos doces mais tradicionais de Portugal. Originária do Minho, é um creme feito com creme à base de gemas de ovos, açúcar, manteiga, pão ralado, amêndoas e canela. É um doce com sabores fortes e presença marcante de canela.


Barriga de Freira

O “Pão Rala” (€4,90) é típico de Évora, no Alentejo, um doce em formato de pão feito com gemas de ovos, açúcar, farinha, raspas de limão e amêndoas raladas. O interior é macio e molhadinho, tem textura de queijadinha.


Pão de Rala

O lugar mantém praticamente o mesmo tamanho e número de mesas desde a inauguração, mas em trinta anos tornou-se uma das mesas mais disputadas da cidade, frequentada por lisboetas anônimos e toda a classe politica nacional, presidentes e embaixadores de outros países e gente do mundo artístico e do futebol. Se estiver pensando em jantar n’O Poleiro, faça reserva com antecedência (sempre por telefone, eles não retornam o e-mail).

Endereço: Rua de Entrecampos 30-A
Telefone: +351 (21) 797 6265
Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 12h15 às 15hs e das 19h15 às 23hs, fecha domingo.
Internet: www.opoleiro.com

Guia do Viajante Comilão: Estádios de Futebol

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Post para os verdadeiros apaixonados por futebol.

Nas viagens que fiz, tive a oportunidade de visitar alguns dos principais palcos do esporte bretão espalhados pelo mundo, estádios que investem na modernidade das construções e são atrações turísticas não apenas pela importância dos times no cenário mundial e modernidade de suas instalações, mas principalmente pelo cuidado em preservar cada detalhe de suas vastas histórias.

Este post traz reviews de seis estádios que visitei: Santiago Bernabéu (Real Madrid), Camp Nou (Barcelona), Old Trafford (Manchester United), Stade France (Seleção da França), La Bombonera (Boca Juniors) e Monumental de Nuñez (River Plate). Mas a lista não é definita, este post estará sempre em construção.

Cada review contém um bom conjunto de fotos e informações para que você não só viva a atmosfera e conheça a história, mas também possa sentí-la como se estivesse no meio do tour ou sentado(a) na arquibancada.

Coloque a camisa do seu clube de coração e venha viajar conosco por alguns dos estádios de futebol mais importantes do mundo!


Buenos Aires - Tour El Monumental e Museo River
Casa do River Plate e da Seleção Argentina, o Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti, mais conhecido como “Monumental de Núñez”, testemunhou os 2 títulos do "Los Millionarios" na Libertadores (1986 e 1996) e foi palco do primeiro título mundial dos “hermanos” na Copa de 1978. É o maior estádio do país, com 58 mil lugares, todos sentados. Apesar do apelido, o Monumental não fica no bairro de Núñez, e sim em Belgrano, bairro vizinho. Oferece...
Manchester – Old Trafford Museum & Stadium Tour
Old Trafford é um lugar cheio de história. Inaugurado em 1910 e atualmente com capacidade para 75.811 espectadores, todos confortavelmente sentados, a Casa do Manchester United integra o grupo de estádios “cinco estrelas” no padrão FIFA (classificação necessária para receber finais da Champions League e UEFA Europa League). É o segundo maior estádio da Inglaterra (atrás de Wembley), sediou jogos da Copa de 1966, Euro de 1996, Olimípiada de 2012...
Barcelona – Camp Nou Experience
Inaugurado em 1957 e com capacidade para 99.786 espectadores, todos confortavelmente sentados, o Camp Nou é o maior estádio da Europa e terceiro do mundo, classificado com “cinco estrelas” no padrão FIFA (classificação necessária para receber finais da Champions League e UEFA Europa League), palco da final da Olimpiada de 1992 (Espanha 3-2 Polônia) e de duas partidas decisivas da Champions League, nos anos de 1988-89 (Milan 4-0 Steaua București)...
Paris – Stade de France
Construído para a FIFA World Cup de 1998, o Stade de France está localizado em Saint Denis, município ao norte de Paris. Estádio “cinco estrelas” no padrão FIFA (classificação necessária para receber finais da Champions League e UEFA Europa League), tem capacidade para 81,338 espectadores, todos confortavelmente sentados, o que o coloca como o sexto maior estádio da Europa, atrás do Camp Nou (99.786), Wembley (90.000), Santiago Bernabéu (85.454),...
Madrid - Tour Santiago Bernabéu
Visitar o estádio de um dos clubes de futebol mais vitoriosos da Europa é um passeio obrigatório para quem está em Madrid. O mítico Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, está localizado no coração da cidade, em plena Paseo de la Castellana, uma das principais avenidas da cidade. Inaugurado em 1947 e atualmente com capacidade para 85.454 espectadores, todos confortavelmente sentados, o Santiago Bernabéu é um dos estádios mais modernos do mundo,...
Buenos Aires – Tour La Bombonera e Museo de La Pasión Boquense
O Estádio “Alberto Jacinto Armando”, também conhecido como “La Bombonera”, está localizado na cidade de Buenos Aires e é a casa oficial do Boca Juniors. Inaugurado em 1940, tem capacidade para 49 mil espectadores. Seu apelido deve-se ao formato retangular do estádio, que lembra uma caixa de bombons. A principal razão para isso é o terreno disponível para a construção, iniciada em 1923, não permitia o desenvolvimento de um estádio tradicional....
São Paulo – Rua Javari: Juventus, cannoli e uma (deliciosa) volta ao passado
Mooca. Um dos mais tradicionais e antigos bairros da cidade, construído por italianos e que até hoje mantém um certo ar de cidade pequena – é quase como uma cidade do interior dentro da cidade grande, apesar de estar bem próximo do centro, no início da zona leste. Mas meu objetivo aqui não é falar da bela história do bairro, mas sim de uma de suas principais atrações: o Clube Atlético Juventu...

Bacio di Latte: O melhor gelato italiano de São Paulo

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Baciodilatte e Chocolate São Tomé e Príncipe

A Cuordicrema e o Stuppendo fazem os melhores gelatos de frutas da cidade. A Freddo tem o melhor doce de leite, a Vipiteno é famosa pelo seu pistache, a Häagen-Dazs brilha com seu macadâmia. Com o perdão do trocadilho, o mercado de sorvetes em São Paulo nunca esteve tão aquecido, reunindo diferentes estabelecimentos que oferecem produtos de alta qualidade e uma infinidade de sabores deliciosos. Mas quando o assunto é cremosidade, a Bacio di Latte reina absoluta na terra da garoa, comparável somente aos melhores e autênticos gelatos italianos.

A ideia de criar a Bacio di Latte nasceu em Milão, mas só saiu do papel em terras paulistanas. Os irmãos Edoardo e Gigi Tonolli queriam abrir uma autêntica gelateria artesanal com ingredientes selecionados, leite de primeira qualidade e tecnologia de ponta no preparo. A idéia era boa, mas o mercado local com suas 37 mil lojas oferecia poucas oportunidades. Para piorar, a crise européia batia à porta, a burocracia para abrir uma nova empresa era grande e os custos com impostos seriam altos. Definitivamente a Itália não era o melhor lugar para começar o negócio.


Loja MorumbiShopping (Crédito: Divulgação)

Eis que o Brasil entrou nos planos da dupla. Edoardo já conhecia nosso país, e após uma nova viagem percebeu que a falta de sorveterias de qualidade e a presença de uma clientela exigente faziam da capital paulista o lugar perfeito. Edoardo voltou para a Itália e encontrou seu antigo amigo Nick Johnston, a quem contou sobre a novidade e convidou para fazer parte do projeto. Para financiar o negócio, o pai Tonolli deu aos filhos um carro de época, vendido a um colecionador inglês. Com dinheiro em mãos, o trio viajou pela Itália em busca das melhores receitas e matérias primas, e em 2011 partiu para São Paulo para abrir a primeira loja, estrategicamente localizada na Rua Oscar Freire, área nobre da cidade.


Área interna (Crédito: Divulgação)

Para o desespero dos concorrentes e deleite dos(as) paulistanos(as), a aventura dos três sócios transformou-se na gelateria mais famosa da cidade. Já no primeiro ano de funcionamento a Bacio di Latte foi eleita a melhor sorveteria pela Veja São Paulo, conquista repetida em 2012 (em 2013 o título ficou com a Frida & Mina). Atualmente são oito lojas, com previsão de 20 endereços até 2015. O sucesso pode ser comprovado em números: só a loja da Oscar Freire vende num sábado, dia de maior movimento, 500 quilos de gelato, o equivalente a 2.500 copinhos.

Mas o que explica as intermináveis (e já tradicionais) filas, às vezes de pé na calçada e não raro sob o sol, só para “um potinho de sorvete”? Tudo vale a pena para saborear um gelato artesanal produzido seguindo a tradição italiana (o chamado “gelato puro”) com zero de conservantes e gordura trans, baixa dose de açúcar orgânico (apenas 20%). O leito é fresco, do tipo A, os sabores de frutas usam ingredientes brasileiros e são produzidos como sorbets, à base de água. O pistache é originário da região de Bronte (Sicília) e a avelã Trilobata vem de Langhe (Piemonte), ambos tidos como os melhores do mundo, o chocolate é o belga Callebaut e o doce de leite vem da Argentina. Tudo para garantir os melhores sabores.


Alguns dos treze sabores de chocolate

Tanto carinho no preparo assegura um produto com textura e cremosidade sem igual, de consistência densa e macia, com leveza ímpar e que preenche a boca sem nenhum sinal de cristais de gelo.

Em segundo lugar, chamar o gelato italiano da Bacio di Latte de “sorvete” é o mesmo que chamar um belo kobe beef japonês de “bifinho”. É GELATO. Na Europa e nos Estados Unidos existem regulamentações rígidas que diferenciam sorvete, sorbet e gelato conforme a aeração e teor de gordura. Os sorvetes são feitos com uma base de creme de leite e possuem entre 8% e 20% de gordura. Os gelatos são feitos com leite e possuem entre 5% e 8% de gordura. Já os sorbets são feitos apenas com água, frutas e açúcar orgânico, sem gordura.


Cioccolato Nerissimo e Cremino (Baciodilatte com uma camada de gianduia)

Outro sacada da marca é que cada uma das lojas produz diariamente seu próprio gelato, usando maquinário genuinamente italiano. O modelo descentralizado de produção aumenta o custo fixo da operação e cria uma rede complexa de fornecedores, mas por outro lado garante um produto o mais fresco possível, evitando a formação de cristais de gelo durante o transporte.

O ambiente tem uma decoração temática bacana inspirada no leite, ingrediente importante e tratado com tanto respeito que até faz parte do nome. Com predomínio de branco, tem alguns bancos em formato de tonéis de leite (os mesmos usados em fazendas para armazenar o líquido recém tirado), miniaturas de vacas, garrafas brancas e livros de receitas. O local é pequeno, os poucos lugares para sentar são disputadíssimos, o normal é tomar o sorvete em pé mesmo.



São cerca de 60 sabores no cardápio, divididos entre “Creme” (18 opções), “Frutas” (27) e “Chocolate” (13), das quais apenas 25 são servidos a cada dia e alternam-se periodicamente, dependendo da oferta e sazonalidade dos ingredientes. Mesmo com a fila grande, você pode provar os sabores e escolher o que gostar mais. Servido nos tamanhos “Pequeno" (R$ 9) “Médio” (R$ 11) e “Grande” (R$ 13), você pode pedir até 2 sabores na casquinha ou 3 sabores no copinho. Oferece ainda duas opções para viagem, em potes de isopor com uma proteção plástica por dentro para manter a temperatura e consistência – 1/2 kg custa R$ 30 e 1 kg sai por R$ 55, em ambos é possível escolher até 3 sabores.

O atendimento sempre foi atencioso, as funcionárias estão sempre à disposição para explicar os sabores e repetir a mesma coisa cliente após cliente, apenas tenho uma crítica em relação a falta de padrão na quantidade de sorvete servido. Dois exemplos que já aconteceram comigo: se você pedir um copinho médio com 3 sabores, receberá a mesma quantidade de que pediu um copinho grande com 2 sabores. Em outra situação, estive três vezes na mesma loja, pedi o mesmo “médio” de sempre, apenas com dois sabores, e nas três ocasiões recebi quantidades diferentes de gelato. Dica: usar uma balança, como a Gelateria Parmalat – pode tornar o atendimento um pouco (mais) demorado, mas pelo menos garantirá que todos serão servidos igualmente.


Pistachio di Bronte e Cioccolato Costa D’avorio (após umas 2-3 colheradas)

Entre os sabores de creme e frutas, destaques para o imperdível “Baciodilatte” (base de creme de leite e leite), “Fragola” (Morango), “Zabaione” (creme com gemas de ovos e licor italiano Marsala), “Nutellina” (Baciodilatte com Nutella), “Pera”, “Fico” (Figo), “Pistachio di Bronte” (pistache), “Nocciola Tonda Gentile” (avelã), “Doce de Leite” (feito com água, o que deixa o gelato mais leve e menos enjoativo), “Lampone con Gianduja” (sorvete de framboesa com uma camada de Nutella por cima) e “Stracciatella” (Baciodilatte com pedaços de chocolate belga).

Deixei um capítulo à parte para falar dos 13 (eu disse TREZE) sabores de chocolate, feitos com grãos de cacau procedentes de locais conhecidos pela qualidade do cacau, como a Ilha de Guanaja (Honduras), Gana, São Tomé e Príncipe, Costa do Marfim e Tanzânia, transformados em chocolate na Bélgica ou Holanda. Sério, é um melhor que o outro, um paraíso para os(as) chocólatras (como eu). Meu preferido é o “São Tomé e Príncipe”, um chocolate levemente amargo à base de leite e produzido com cacau africano 70%, que é simplesmente ESPETACULAR!!!

Não deixe de provar o “Cioccolato Nerissimo” (base de água feito com blend de cacaus diferentes, leva apenas 4% de leite), “Cioccolato Tanzania”, “Cioccolato Ghana” e “Cioccolato Guanaja” (base de leite com cacau colhido nos respectivos locais de procedência), “Cioccolato Belga” (blend de cacaus da Costa do Marfim, transformado em chocolate na Bélgica ou na Holanda), “Cioccolato con Peperoncino” (chocolate belga com pimenta rosa), “Cioccolato Kumabo” (base de leite com blend de grãos africanos e 80% de cacau), “Cioccolato Costa D’avorio” (base de água com cacau proveniente da Costa do Marfim, leva apenas 3% de leite) e “Gianduja Croccante” (avelã com chocolate belga).

Para saber os endereços e horários de funcionamento, acesse http://www.baciodilatte.com.br/lojas.

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    Turismo rural e café da manhã no Sítio Sassafraz (Itupeva, SP)

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    Alguns dos quitutes doces e salgados (com fogão à lenha)

    O turismo rural está em evidência. O número de pessoas interessadas em trocar um dia da rotina frenética das grandes cidades por um lugar tranquilo em meio à natureza é cada vez maior. Passeios por fazendas históricas de café, picos e cachoeiras, visitação a adegas, alambiques, apiários, herbários, pesqueiros, orquidários e produtores de artesanato, day-tour em propriedades rurais com almoço e café coloniais, incluindo contato com os animais e colheita de frutas, verduras e legumes direto do pé são apenas algumas das incontáveis atrações que podemos encontrar.

    Para quem não conhece, os municípios de Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo, situados entre 50 km e 120 km da capital, integram o chamado “Circuito Turístico das Frutas”, criado em 2000 e atualmente oferece três roteiros: “Cultural”, “Rural” e “Parques e Aventura”, reunindo inúmeras atrações para todos os gostos e idades. Para quem não sabe, da Estação da Luz parte todos os finais de semana o Expresso Turístico, trem da CPTM com paradas em Jundiaí (no terminal ferroviário da cidade o viajante terá ônibus à disposição para conhecer alguns dos roteiros do circuito), Mogi das Cruzes e Vila de Paranapiacaba.


    Entrada e salão principal

    Ponto Turístico em Itupeva (SP), cidade de 46 mil habitantes localizada a apenas 70 km do centro de SP, o Sítio Sassafraz oferece uma oportunidade para as pessoas conhecerem de perto um pouco da vida rural. Tem um belo pomar que você pode visitar, colher, pesar, pagar e levar. Tem passeio de “trenzinho”, que na verdade é puxado por um trator. Tem também uma feirinha que vende geléias, conservas, doces, compotas, mel, sequilhos, queijos, artesanatos, vinhos, cachaças, licores, frutas e legumes. O contato com a natureza  não seria completo sem levar as crianças para passear a cavalo, ver o galinheiro, dar comida para os bodes, cabras, ovelhas, porcos e coelhos.

    Nos finais de semana entra em ação um concorrido café da manhã rural, preparado em fogão à lenha. São mais de 60 itens, feitos com ingredientes cultivados na propriedade, entre pães caseiros, tortas, bolos, broas, pão de queijo, ovos mexidos, pão na chapa com queijo branco (sensacional!), linguiça caseira, polenta, mandioca, cuscuz. Compleram o cardápio uma seleção de frutas da estação, sucos, cafés, leite do sítio, geléias,  queijos, caldinhos, manteiga, iogurte, salgadinhos (bolinha de queijo, coxinha) e doces típicos de fazenda, como arroz doce, bolinho de chuva, canjica, curau e bolo de cenoura com chocolate, entre outros. Servido das 8hs às 12h30, custa R$ 28 por pessoa.


    Salão entupido de gente e algumas fotos do agradável deck

    Visitamos o sítio no domingo de Carnaval, sedentos por uma refeição farta em um ambiente tranquilo. Após 1 hora de estrada, nos deparamos com um salão lotado – corrigindo, para ficar lotado o lugar teria que esvaziar muito. O casarão é até grande (embora o espaço entre as mesas seja pequeno demais), tem dois ambientes com arquitetura rústica de fazenda e uma área externa com deck, mas acredito que no dia da visita não havia estrutura no mundo capaz de suportar tamanho mar de gente. O cenário era de caos completo. Pessoas esperando em pé, com cara de arrependimento e uma senha na mão por quase duas horas.

    Na entrada, duas funcionárias tentavam em vão organizar o caos, anotar os nomes dos que chegavam, chamar os próximos na fila e ainda aguentar a impaciência (e muitas vezes a má educação) dos que esperavam. Reparamos que muitas pessoas deixam o nome na lista e não ficam esperando próximo ao local, e elas precisam a todo momento ir chamar e procurar por elas, o que atrasa tudo ainda mais. Também vale dizer que serviço do lado de dentro é lento para arrumar as mesas liberadas e disponibilizar novos lugares. Para piorar, lista de espera é desorganizada, os números são reutilizados e se você não ficar bem do lado, corre o risco de pularem seu número.


    Muvuca na entrada, pessoal indignado, funcionárias perdidas. E a idéia era "um café da manhã tranquilo".

    Vi gente que foi “esquecida”, vi gente desistindo após esperar por mais de duas horas, vi gente furando a fila (por erro das funcionárias, diga-se), vi gente “pondo um calor” (frase da própria pessoa) nas funcionárias para tentar sentar-se antes dos outros. Na hora do aperto, todo e qualquer senso de civilidade simplesmente desaparece.

    Do lado de dentro, muitos(as) “sortudos(as)” comiam pacientemente, sem pressa para liberar as mesas e irem embora, dando de ombros para os que estavam do lado de fora, como se pensassem “eu já sentei, vocês que se danem”. Vi mesas conversando animadamente, sem ninguém levantar para comer nada durante vários minutos, mas mesmo assim ninguém levantou para liberar a mesa, tampouco nenhum funcionário foi até a mesa para dizer “escuta, vocês já terminaram?”


    A cozinha não conseguiu repor os itens na mesma velocidade em que eram devorados pelos clientes

    Na cozinha, a maioria dos itens já tinha acabado – por exemplo, às 11hs não havia mais suco de laranja, a fila para pegar um simples pão na chapa com queijo branco durava intermináveis 20 minutos, o pão francês acabou perto das 12hs e em certo momento não havia sequer água para beber. Vi clientes batendo boca por nada, as pessoas estavam com a paciência por um fio. Perdi as contas de quantas pessoas que estavam na fila entraram, encheram os pratinhos de comida e sentaram-se no chão mesmo, do lado de fora, para comer.

    A falta de estrutura para acolher os visitantes certamente resultou em outros problemas: aposto que teve gente que chegou, comeu e em meio ao descontrole geral foi embora sem pagar.


    Alguns dos doces, incluindo um ótimo bolo de cenoura com calda de chocolate

    Acredito que dei um baita azar, infelizmente decidi visitar o sítio no pior dia do ano, mas isso não é desculpa para oferecer um serviço decepcionante (em tempo, esperei cerca de 45 minutos antes de conseguir uma mesa). Se o lugar só suporta X pessoas, não adianta permitir a entrada de X*2, basta fechar o portão da propriedade e colocar um funcionário na frente para explicar, com toda a cortesia do mundo, que infelizmente o lugar não tem capacidade para receber mais pessoas para o café. Priorizar o lucro em detrimento da qualidade jamais será uma boa idéia, e aqui o sítio falhou feio.

    Também não sei se foi pelo dia, já que a correria de qualquer cozinha invariavelmente impacta negativamente a qualidade da comida servida, mas achei o café da manhã apenas regular, sem nada de mais, sem nada de especial. Se somarmos no preço cobrado pelo sítio os custos de deslocamento (combustível + pedágio), existem várias opções na capital com melhor custo/benefício.

    Vídeo do programa "Antena Paulista" com mais informações sobre o passeio no Sítio Sassafraz

    Pessoal do Sítio Sassafraz, é necessário repensar e melhorar a infraestrutura com urgência, ampliar a área das mesas, contratar mais pessoas para agilizar o atendimento e principalmente tornar a espera mais rápida e menos cansativa para os clientes. Ou implementar um mecanismo de reservas. Ou fechar os portões em dias de lotação máxima. Saímos de São Paulo e percorremos 1 hora de estrada para buscar paz e tranquilidade, se é para termos estresse ficamos onde estamos.

    Se consideramos o Sítio Sassafraz como um programa completo para toda a família, com horta, pomar, passeio de cavalo e contato com bichinhos, e tratarmos o café da manhã como apenas mais uma das atrações, e não como o carro-chefe da casa, entendo que é um passeio imperdível, principalmente para as crianças. Sobre o café da manhã, fomos informados que aos sábados o movimento é bem mais tranquilo, mas que aos domingos existe lista de espera. Se decidir ir comer por lá, vá cedo para evitar dissabores. Ou coma no Frango Assado a caminho do Sítio e vá só para os passeios.

    Endereço: Via Paulo Leone, 1400, Itupeva (SP)
    Telefone: +55 (11) 4496-2201
    Internet: www.sitiosassafraz.com.br

    Como chegar: Pegue a saída 59 da Rodovia dos Bandeirantes, sentido Jundiaí/Itupeva. Na Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, pegue a saída 73, “Bairro Nova Era”. Siga cerca de 5 minutos de carro pela Rua Salvador Caruso Orlando, que muda de nome para Via Paulo Leone, siga as placas em direção ao sítio, cuja entrada estará à esquerda.

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      São Paulo – Babbo Giovanni (delivery via Hellofood)

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      Baiacatu e Pomodoro

      Tradicional rede de pizzarias paulistana fundada em 1954 por Giovanni Tussato, pizzaiolo desde os anos 20 e o primeiro que se tem notícia no Brasil. Atualmente com 47 endereços espalhados pelo país, de Porto Alegre (RS) a São Luis (MA), a grande maioria administrada no sistema de franquias. São 15 endereços na capital paulista, todos atendem em sistema de delivery, e seis deles ainda possuem salão – Morumbi, Santana, Vila São Francisco, Brooklin, Paraíso e Perdizes.

      Serve discos de massa média a grossa – pessoalmente, não sou fã da massa deles, acho um pouco dura e pesada, mas só tenho elogios para a cobertura generosa, do jeito que eu gosto! Brilha nas combinações tradicionais, como Alho e Óleo (alho frito e parmesão ralado), Calabresa com Mussarela, Lombo com Catupiry, Margherita e Portuguesa, mas outras combinações, como a Baiacatu (calabresa moída, catupiry e cebola), Blackout (atum, champignon, cebola, catupiry), Paulo Cotrin (mussarela e presunto parma), Pizzaiolo (mussarela, presunto, palmito, ervilha, bacon, cebola) e Ronny Hein (champignon e catupiry) são imperdíveis.




      Há também versões light e calzones, com possibilidade de optar por massa com farinha de trigo integral, além de uma seleção de pizzas doces com os sabores encontrados em toda pizzaria (banana, chocolate com morango, brigadeiro, Romeu e Julieta, etc.), feitos de maneira bastante competente.

      Desta vez usamos o serviço de delivery da Babbo Giovanni ao invés de irmos comer na pizzaria, mas com uma novidade: testamos o aplicativo da Hellofood via celular, que possui uma interface bem simples e que em poucos cliques você faz o pedido. Como o valor final já inclui taxa de serviço, é o fim da caixinha do entregador.

      Fiz meu pedido num sábado à noite, horário de pico em qualquer pizzaria paulistana. Três minutinhos depois recebi um SMS informando que o mesmo tinha sido recebido pela pizzaria, e que a previsão de entrega era de 35 minutos. Chegou 10 miniutos antes do previsto, quentinha e com o queijo derretendo, o que mostra que o tempo e qualidade do atendimento são exatamente os mesmos se eu tivesse feito o pedido diretamente por telefone, com a vantagem de não ter aquela ligação barulhenta, da pessoa não me ouvir direito, de ter que fazer aquele cadastro chato, com a pessoa “catando milho” do outro lado da linha. Além do SMS, recebi um email detalhando o pedido, com os horários em destaque.


      Para acompanhar a pizza, um Casa Perini Merlot 2012

      Achei o serviço bem legal, a lista de estabelecimentos que entregam no meu endereço é grande e variada, tem pizzarias, árabes, lanchonetes, italianos e outras opções de comida rápida, como a Casa do Parmegiana, em Moema. Como diferenciais, a seção “Comentários” permite que você consulte as opiniões de quem já pediu, ver se eles cumprem os horários de entrega e se a pizza chega quentinha. Como pontos a melhorar, seria legal um SMS quando o pedido sai do restaurante, assim fica fácil acompanhar o tempo de entrega. Uma restrição do aplicativo é que você só pode consultar o cardápio quando a casa está aberta, pessoalmente eu gostaria de ver as opções a qualquer momento, assim posso navegar entre os restaurantes e escolher com calma.

      Para consultar a lista de pizzarias e os horários de funcionamento, acesse a página da Babbo Giovanni: http://www.babbogiovanni.com.br/endereco.php.

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        Turismo em Londres: Wimbledon Lawn Tennis Museum & Tour

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        O Wimbledon Lawn Tennis Museum é o maior museu de tênis do mundo e parada obrigatória para os(as) apaixonados(as) pelo esporte que visitam Londres. Instalado no “The All England Lawn Tennis Club” (AELTC), mesmo local onde todos os anos é disputado o célebre torneio de Wimbledon, competição de tênis mais antiga e prestigiada do mundo, o museu foi inaugurado em 1977 para homenagear o centenário do primeiro torneio realizado, mas só foi aberto ao público em 2006. Conta a história do esporte e do torneio ao longo dos séculos e abriga a mais completa memorabilia de tênis, totalizando 15 mil objetos. Recebe cerca de 55 mil visitantes por ano.

        Acredita-se que a origem do tênis seja o “Jeu de Paume”, surgido na França no século 12 e jogado com as mãos. A introdução das raquetes e primeiro uso do nome “tênis” (do francês “tenez”) remetem ao século 16. Em 1868 foi criado o clube “The All England Croquet Club”, localizado em Worple Road, Wimbledon. Em 1875, o “lawn tennis” (inventado pelo major Walter Clopton Wingfield e inicialmente chamado “Sphairistike”) foi introduzido às atividades do clube e o “and Lawn Tennis” passou a fazer parte do nome.


        Troféus masculino (esq) e feminino (dir)

        Em 1877 foi disputado o primeiro torneio de tênis da história, um evento amador que ajudou a levantar fundos para reparar um pony roller (rolo usado para manter a grama em boas condições) quebrado. Apenas 22 homens disputaram a primeira edição, assistida por 200 espectadores, que pagaram apenas 1 “schilling” cada para ver a partida final (apenas para referência, em 1971 a libra entrou em circulação e valia o equivalente a 20 schillings).

        Vários esportes foram disputados no clube até 1882, quando foi decidido que o tênis seria a única atividade. Como consequência, a palavra “Croquet” foi removida do nome. Em 1884 foi disputado o primeiro torneio de duplas masculino, e em 1886 foi a vez da mulheres, que contou com a participação de apenas 13 jogadoras. O torneio ganhou importância nas décadas seguintes e em 1922, incapaz de lidar com a grande demanda por ingressos, o clube mudou-se de Worple Road para Church Road, onde permanece até hoje.



        As tradições de Wimbledon incluem um rigoroso código de vestimenta para os competidores, o consumo voraz dos famosos “strawberries and cream” pelos espectadores, como uma espécie de “comida de porta de estádio” (os morangos apareceram pela primeira vez em 1953, e o creme foi adicionado em 1970), e o patrocínio da realeza. O torneio também é conhecido pela total ausência de publicidade privada em torno da quadra, algo comum nos demais torneios. Em 2009, a Centre Court (Quadra Central) de Wimbledon recebeu um teto retrátil para diminuir a perda de tempo de jogo devido à chuva.


        Strawberries and Cream, uma tradição de Wimbledon

        Além do museu, existe um tour guiado pelas instalações do complexo, chamado "Wimbledon Tour Experience". Os visitantes têm acesso à Quadra 1 (usada apenas para jogos de Wimbledon e Copa Davis), o “Pony Roller” (antigo rolo de preparação da grama puxado a cavalo), o “Picnic Terraces” (conhecido como "Henman Hill" ou "Murray Mount”, onde é montado o tradicional telão para que torcedores sem ingresso assistam os jogos da Quadra Central), o “Water Gardens” (com seu jardim japonês e o mirante com vista de Londres), o “Millennium Building” (área restrita onde os jogadores ficam durante o torneio, com vestiários, academia, restaurantes, etc.), a “Press Interview Room” (usada pelos jogadores após as partidas), a Quadra Central (usada apenas para Wimbledon) e os estúdios da BBC.


        Em sentido horário: uma das quadras com o "Picnic Terraces" ao fundo, estúdios da BBC, entrada do Millennium Building e "Water Gardens"

        Para um evento esportivo reconhecido por sua tradição, o museu usa vasta tecnologia de ponta, como seus dois cinemas 3D, o primeiro com tela de 200 polegadas que explica a ciência do jogo, apresentando vários aspectos do jogo e como corpos e equipamentos são afetados durante o curso de uma partida de tênis, e o segundo que transporta o visitante para dentro da quadra durante uma partida final; um holograma de John McEnroe ambientado no vestiário usado na  década de 1980 descreve jogos e fala sobre oponentes lendários, e uma área interativa onde os visitantes testam suas habilidades em jogos de simulação de reação.


        Visão de Londres (dá para ver a London Eye?) a partir do "Picnic Terraces"

        Um excepcional banco de dados reúne entrevistas de jogadores, material interativo que conta a evolução do esporte, filmes e áudio de grandes partidas e jogadores desde a década de 1920 até hoje pode ser acessados pelas várias estações interativas espalhadas por todo o museu, com áudio disponível em oito idiomas (inglês, francês, alemão, espanhol, italiano, japonês, mandarim e russo).

        O acervo do Wimbledon Lawn Tennis Museum reúne grande variedade de objetos que contam a história do tênis e do torneio mais famoso do mundo. A coleção começou em 1970 e está em constante crescimento, raquetes e peças de vestuário mais antigas datam do final do século 19, mas existem itens de grande valor histórico do século 16, mostrando como o tênis tem feito parte do património da Inglaterra por muitas centenas de anos. O museu está dividido em 9 seções:


        Quadra 1

        Trophies and Medals: Reúne coleção de troféus, placas, medalhas e prêmios das competições que construíram a imagem do torneio inglês ao longo dos anos. Destaques para os troféus originais de Wimbledon, aqueles que você vê na TV – o troféu masculino, datado de 1887, substituiu a Field Cup (1877-1883) e o Challenge Cup (1884-1886), vencidos por William Renshaw após conquistar o torneio três vezes na sequência. Para que isso não acontecesse mais, instituíram que o vencedor receberia uma réplica em tamanho menor do troféu, mas que o original sempre permaneceria no AELTC.

        O troféu do torneio feminino é um lindo prato datado de 1886 e oficialmente chamado de “Venus Rosewater Dish”. O tema da decoração é mitológico, o centro tem uma figura de Temperance, sentada em uma caixa com uma lâmpada na mão direita e um jarro em sua esquerda, com vários atributos, como uma foice , garfo e caduceu ao seu redor. Ao redor dela quatro símbolos, cada um remetendo a um deus, juntamente com seus elementos. Ao redor do aro, a deusa Minerva é representada por sete artes liberais: astrologia, geometria, aritmética, música, retórica, dialética e gramática, cada um com o atributo relevante. Como os homens, as campeãs recebem uma réplica em tamanho menor do troféu, com os nomes de todas as campeãs do passado.



        Completam a coleção os troféus de duplas. Os dois exemplares conquistados pelos homens foram presente da Oxford University Lawn Tennis Club em 1884 quando o torneio transferiu-se para o AELTC, já os das mulheres são chamados “The Duchess of Kent Challenge Cup” e datados de 1949. Os dois troféus de duplas mistas foram doados pela família do tenista S.H. Smith, que venceu o torneio de duplas masculinas em 1902 e 1906 ao lado do parceiro F.L. Riseley.

        Fashion: Desde os vestidos com 4,6 kg usados em 1884 até os modernos trajes atuais, passa pela evolução da roupa usada pelos tenistas e as novas tendências de moda, sempre mantendo o branco. A coleção inclui shorts, camisas, vestidos, chapéus, sapatos e acessórios, muitos deles pertenciam a alguns dos tenistas lendários dos últimos tempos, como Venus Williams, Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray.

        Jewellery: Acessórios para os homens, como abotoaduras, relógios e alfinetes de gravata fazem companhia a adornos femininos de colares, broches e pulseiras do século 19. Os tesouros desta coleção revelam o lado glamouroso do esporte desde o período vitoriano até os dias atuais.



        Tennis Equipment: A ampla gama de artefatos desde as primeiras raquetes, bolas e máquinas de laminação mostram como a ciência e a tecnologia têm influenciado gerações de equipamentos e do jogo. Grandes marcas esportivas são representados como Slazenger, que fornecem as bolas para o The All England Lawn Tennis Club desde 1902.

        Player Memorabilia: O Museu mantém coleções pessoais de equipamentos, roupas e material dos campeões, jogadores pioneiros e estrelas de cada geração. Esta coleção é continuamente atualizada com novo material de competidores no circuito profissional atual.

        Decorative and Fine Arts: Colecção única com objetos de cerâmica, vidro, metais, pinturas, esculturas, desenhos, fotografias e gravuras sobre o tema do tênis, baseados nos movimentos estéticos dos séculos 19 e 20. Veja uma série de obras em estilo Art Deco representações visuais de jogadores de tênis em ação, retratos individuais e pinturas com raquetes.



        Toys: O Museu possui uma mistura eclética de bonecas, figuras de ação, brinquedos de pelúcia e jogos de tabuleiro, todos inspirados no tênis. Isso inclui produtos de marcas conhecidas, como Barbie e Cabbage Patch, bem como material promocional, como o "The Fred Perry Wimbledon Game”, lançado em 1936 pela Pepys.

        Olympics: Medalhas, programas, vestuário e material de arquivo associado com a história do tênis dentro do movimento olímpico londrino. Wimbledon foi sede do tênis olímpico em duas ocasiões, em 1908 e 2012.

        Ephemera: Uma ampla coleção de materiais de publicidade, embalagens, bilhetes e programas, convites para chá e tênis, menus de jantar, passes de estacionamento da década de 1930 e adesivos das tradicionais filas para compra de ingressos.



        Localizado na entrada do museu, a lojinha oferece aos visitantes a oportunidade de comprar uma grande variedade de souvenirs e produtos oficiais de tênis (roupas, calçados, raquetes, bolas, etc.).

        Guias de áudio para o museu estão disponíveis em 8 idiomas (inglês, francês, alemão, espanhol, italiano, japonês, mandarim e russo). O tour completo dura cerca de 150 minutos, 90 para as instalações e 60 para o museu. Os tours não são realizados durante o torneio. O museu está aberto o ano todo, exceto durante o torneio (final de junho - início de julho), onde a entrada é possível apenas para os portadores de entradas para as partidas.

        Entrada: Portões 3 e 4 do All England Lawn Tennis Club, Church Road, Wimbledon, London SW19 5AE.
        Horário de funcionamento: diariamente das 10h30 às 17hs (última entrada às 16h30), fechado nos dias 24-26/12, 01/01 e no domingo e sexta imediatamente após o torneio
        Quanto custa: Museu + Tour £22 (adultos), £13 (crianças)
        Telefone: +44 (0)20 8946 6131.

        Pegue metrô para Southfields (District Line) ou Tooting Broadway (Northern Line) e tome o ônibus 493 (a viagem demora cerca de 10 minutos), também dá para ir à pé (cerca de 20 minutos) e vizinhança pataca do bairro de Wimbledon.

        Importante: O itinerário pode mudar dependendo dos eventos programados e torneios. Reservas antecipadas são recomendadas, e podem ser feitas por telefone (número acima) ou internet, no endereço www.wimbledon.com/museum.


        Lisboa – Choupana Caffe

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        Um endereço para qualquer hora do dia. Esta é a proposta do Choupana Caffe, que reúne num só espaço padaria, pastelaria, cafeteria, restaurante, iogurteria e mercearia. Localizado no bairro de Saldanha, em meio ao trânsito caótico da Avenida da República, oferece desde um almoço rápido típico de uma cidade em ritmo acelerado até um agradável refúgio para relaxar, como uma típica choupana, convidando para uma refeição sem pressa, uma experiência de sabores e inspirações.

        O conceito de “tudo num só lugar” não é novo, faz sucesso em cidades como Barcelona, Londres e Nova Iorque, que aliás serviram de inspiração para o casal Fernando Lúcio e Ana Faustino, que passou três anos viajando por estas e outras cidades cosmopolitas antes de definir o modelo ideal de negócio. E o sucesso foi imediato: no primeiro ano de funcionamento, totalizaram 312 mil croissants e  13 mil brunches servidos e cerca de 600 clientes atendidos todos os dias. A cada mês, são vendidos 800 quilos de iogurte e 45 quilos de Nutella, este último ingrediente fundamental para rechear os croissants e cobrir as panquecas.







        Todos os produtos oferecidos na padaria, pastelaria, restaurante e iogurteria são de fabricação própria, com exceção do pão de Mafra, o iogurte Pronatur (de origem belga), o chocolate da Nutella (made in Italy, bello!) e os cafés especiais.

        Com pé direito duplo, o ambiente em formato de “L” é grande e bem iluminado, mescla mesas redondas e quadradas, de pedra, madeira e ferro, em geral pequenas e apertadas. O espaço entre as mesas em frente à pastelaria é quase zero, o que gera uma leve sensação de sufocamento, sem falar que você ouvirá as conversas de todos ao seu redor – prefira a área à esquerda, bem mais confortável, ou os sofás no fundo do salão. Uma bancada elevada no meio do salão cria um ambiente informal para quem está sozinho(a), paredes com cores vivas, placas com dizeres diversos e sacos de café espalhados pelo salão completam a decoração com ares modernos.



        O atendimento é atencioso, os garçons são solíticos e explicam sem caras feias os itens do cardápio que nós brasileiros não conhecemos, mas o serviço pode sofrer alguns soluços quando a casa está muito cheia (caso dos finais de semana), como demorar para limpar sua mesa, entregar o cardápio e tirar os pedidos. Conseguir a atenção de um garçom também pode ser uma tarefa difícil.

        Ao passarmos pela porta de vidro, somos recebidos por uma vistosa mercearia com vinhos e azeites nacionais, biscoitos, cafés, compotas e chás com a marca Choupana, mas são os belos potes de 5 kg de Nutella (para os gulosos de plantão, cada um custa €80) que com certeza te hipnotizarão por alguns segundos. Ei, psiu, acorda!


        Mercearia (Crédito: Divulgação)

        Após alguns passos no salão, é o cheirinho de padaria que toma conta do ambiente. No Choupana o pão é rei, pleno de sabor e em diferentes formatos e qualidades, mas também saem do forno focaccias, bagels, brioches, broas, croissants, pão de Mafra, Mariazinhas, pão de Deus e outras gostosuras portuguesas servidas quentinhas, que podem ser comidas ali mesmo, só com uma manteguinha por cima, em lanche com várias opções de recheios, ou levadas para comer em casa.







        A pastelaria normalmente é a área mais procurada pelos brasileiros, com seus doces típicos portugueses que enchem os nossos olhos com suas cores vivas, sabores deliciosos e incontáveis calorias. Tem arrufadas de Coimbra, pastéis de nata, jesuítas, quindins, bolas de Berlim (conhecemos como “sonho”), areias de Cascais, biscoitos de manteiga, bolos e tortas variadas, entre outros. Entre os croissants de massa fina e leve, campeões de vendas, opções com chocolate e pedaços de avelã, maçã com canela, morango, doce de ovo com amêndoa, doce de ovo e gila (espécie de abóbora), doce de ovo e canela, nutella ou simples só com açúcar por cima. Imperdível.







        Crédito: Divulgação

        Para beber, não perca a longa variedade de cafés especiais, cujas sacas de grãos ajudam a decorar o espaço, e os clássicos cappuccino, latte e mocha, além de chocolate quente e uma grande seleção de chás brancos, verdes e pretos para começar o dia. Entre as bebidas frias, leite com chocolate, leite com caramelo (100% comfort food), sucos naturais, vitaminas e chás gelados, que também podem ser comprados por peso, além de vinhos em taça (preços entre €2,20 e €2,50) para acompanhar as refeições.

        Para quem busca uma refeição rápida, seja no almoço ou jantar, um cardápio oferece sanduíches (9 opções, destaques para salmão defumado com alcaparras e cream cheese, atum com espinafre, frango com abacate, mussarela, tomate cherry e manjericão; preços entre €1,50 e €4,75), tostas no pão Mafra (6 opções, preços entre €13 e €5,25), sopa do dia (€2,20 cada), saladas (preços entre €4,55 e €6,55), tábuas de queijos e frios (preços entre €13,50 e €15,50), hambúrgueres, pizzas (fatia €3,95), focaccias (fatia €3,50), wraps & bagels (4 opções, preços entre €3,75 e €4,50) e massas.


        Tosta de frango, tomate, queijo, alface e orégano (€4,50)


        Bagel de frango, pancetta, tomate cherry, alface e maionese (€4,50) - Crédito: Divulgação

        Nos fundos do salão, um balcão convida o cliente a servir-se de um delicioso iogurte biológico e adicionar dois ingredientes e um toping por módicos €2,50, mas não existem limites: pode-se colocar quantos ingredientes quiser, pagando por item extra (€0,50 cada). Diariamente são oferecidos 8 acompanhamentos, entre aqueles naturais (morango, framboesa, manga, mel, aveia, cereais, etc.) e os de pura gordice, como pedaços de chocolate, cookies, etc.


        Iogurte com framboesas, aveia e chocolate em pó por cima

        Mas o carro-chefe da casa é o concorrido brunch, tido por muitos como um dos melhores de Lisboa, servido nos finais de semana e que não raro é o responsável por filas na porta. Não sei quem foi o(a) inventor(a) do brunch, mas essa pessoa certamente merece todo o meu respeito e admiração. Domingão é o dia perfeito para acordarmos mais tarde, dá aquela preguicinha gostosa de sair da cama, nada melhor do que unirmos, em uma única refeição, o café da manhã (breakfast) e o almoço (lunch).


        Brunch - cesta de pães


        Brunch - ovos mexidos, saladinha, salmão defumado, queijo e presunto

        Saboroso e bem servido, custa €14,50 por pessoa e alimenta dois famintos sem misérias. O banquete é composto por uma cesta de pães variados (branco, integral e de sementes), um croissant ou scone acompanhados de manteiga, geléia e mel, uma taça de iogurte biológico com dois toppings à escolha, um prato com um embutido (presunto ou peito de peru), um tipo de queijo, ovos mexidos com salmão ou peru defumado, saladinha de rúcula e duas panquecas (os mais gulosos podem pedir com nutella). Para beber, chá ou cappuccino, e um copo de suco de laranja natural. Ufa, quanta comida!


        Brunch - porções de manteiga, geléia e mel


        Brunch - chocolate frio, denso e cremoso

        Endereço: Avenida da República, 25 A
        Telefone: +351 213 570 140
        Horário de funcionamento: Aberto todos os dias das 7hs às 20hs. O brunch é servido aos sábados e domingos, das 10hs às 16hs.
        Internet: http://www.facebook.com/Choupanacaffe

        São Paulo – Pizzaria Moraes: 80 anos assando redondas na Bela Vista

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        Uma das pizzarias mais tradicionais da Bela Vista, a Pizzaria Moraes foi aberta em 1933 e continua no mesmo endereço até hoje.

        Parte da história paulistana, a pizzaria (antes, Confeitaria e Pizzaria Nova Independência) permanecia com suas portas abertas até a madrugada e era ponto de encontro dos artistas que faziam os seus shows na “Broadway brasileira”, como era conhecida a Avenida Brigadeiro Luís Antônio na época. Palcos como o Cine-Teatro Paramount (mais tarde, Teatro Record; hoje, Teatro Abril) e o Cine-Teatro Arlequim (mais tarde, Teatro Bandeirantes; hoje, uma igreja evangélica) testemunharam shows memoráveis de Elis Regina, Adoniram Barbosa, Clara Nunes e Abelardo Barbosa (Chacrinha).

        O imponente prédio construído em 1929 onde hoje está instalado o Teatro Abril foi um dos poucos edifícios que sobreviveu ao tempo, tornando-se um dos mais conhecidos do gênero na cidade. Os demais, foram gradualmente vencidos pelo tempo. Os anos dourados da “Broadway brasileira” hoje fazem parte apenas dos livros de história e da memória paulistana. Os sobrados, casas geminadas de arquitetura italiana com plantinhas nas sacadas dos anos 50 deram lugar a edifícios comerciais, comércio pulsante. A Avenida Brigadeiro Luís Antônio tornou-se uma das mais importantes e movimentadas da cidade, interligando a Avenida Paulista com a região central.

        Indiferente ao tempo e às mudanças, o amplo salão localizado no número 1438 ainda está lá. Veio a modernidade, a avenida é maltratada diariamente pelo emaranhado de carros, ônibus e excessiva poluição sonora, mas é só cruzar as portas da pizzaria para fazer uma viagem no tempo. O ambiente mantém o modismo da época, com toalhas vermelhas, mesas largas e cadeiras acolchoadas. A massa grossa das pizzas de antigamente ainda está lá. Os clientes que frequentavam a casa quando crianças, retornam hoje com seus filhos e netos.







        Em uma das paredes a bandeira da Faculdade Metropolitana Unida, turma de formandos de 1981, que simboliza a presença constante dos estudantes na casa. Os alunos das escolas de teatro da região também escolhem a pizzaria para forrar o estômago após um dia de aula, e às quartas-feiras a pizzaria recebe vários maçons que frequentam o local após as reuniões em suas sedes que se localizam na região central da cidade.

        O cardápio de pizzas conta com quase 60 tipos de redondas (20 vegetarianas) de quatro tamanhos: broto (individual), média (4 pedaços), grande (8 pedaços) e gigante (12 pedaços), com preços que variam entre R$ 18,20 (a broto de mussarela) à R$ 55 (a gigante da Gomes de Sá), servidas à noite. A massa é grossa, mas é possível escolher a espessura desejada. O recheio é saboroso, e a quantidade é razoável (como bom Mooquense que sou, para o meu gosto poderia ser mais recheada).

        Acho o preço bom para a qualidade que oferece. É claro que o preço final tem um fator “história” embutido, mas a maioria dos recheios com 12 pedaços custa perto de R$ 50, pouco mais de R$ 4 por pedaço, abaixo da média da maioria das pizzarias da cidade.

        Entre as pizzas recomendadas, Gratinata (catupiry, provolone gratinado com parmesão ralado), Toscana (calabresa moída, mussarela e azeitonas), Atum Especial (atum, palmito, catupiry e azeitonas), Brasileira (frango desfiado, champignon, palmito, catupiry e azeitonas) e Montreal (peito de peru, champignon coberta com catupiry e azeitonas).


        Gratinada: é boa, mas a da Meime Pizzaria é melhor


        A ótima Toscana

        No almoço, tem buffet por quilo com saladas, massas e carnes. Muitos elogiam, muitos reclamam. Não posso opinar, só vejo com ressalva quando um restaurante especializado em uma cozinha (ou prato) resolve diversificar o negócio, muitas vezes fazendo algo que não é especialista, só para ganhar dinheiro. Não estou estou dizendo que este é o caso da Pizzaria Moraes, tampouco sou contra uma pizzaria abrir na hora do almoço, mas é imprescindível que uma casa que faz pizzas há quase 80 anos mantenha suas raízes italianas. Que o modelo do Ráscal sirva de case de sucesso: tem buffet de saladas, massas, grelhados, mas a pizza não sai de evidência, nem na hora do almoço.

        Endereço: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 1438
        Telefone: +55 (11) 3289-0637 / 3289-0672
        Horário de funcionamento: Almoço de segunda a sábado a partir das 11h30, jantar de segunda a domingo a partir das 18:00
        Estacionamento: Ao lado do restaurante, gratuito.
        Internet: http://www.pizzariamoraes.com.br/

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          São Paulo – Dairin Sushi Bar

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          Combinado Salmão 3 pessoas

          Restaurante japonês localizado em uma rua tranquila do bairro do Brooklin (Zona Sul) especializado em pratos da culinária tradicional japonesa. Oferece pratos a la carte com ótima relação custo/benefício e um rodízio sem invenções que brilha pela execução competente.

          Durante a semana é frequentado pelos funcionários das empresas da região, já à noite e nos finais de semana o ambiente assume o clima familiar, com moradores do bairro, famílias e crianças. Estrategicamente localizado perto de avenidas importantes como Santo Amaro, Bandeirantes e Jornalista Roberto Marinho, mas em uma rua predominantemente residencial, faz com que o lugar seja pouco conhecido do grande público.





          O ambiente é dividido em dois andares, com decoração simples e bom espaço entre as mesas. Os funcionários são atenciosos, mas às vezes um pouco perdidos, quando uma mesa grande aparece todos desaparecem.

          Na nossa primeira visita decidimos conhecer o menu a la carte. Começamos a refeição com o temaki de salmão (R$ 16), batidinho com cream cheese e cebolinha. Bem recheado e com alga fresca, é servido com uma bolinha de wasaki, coisa extremamente rara nos restaurantes japoneses – normalmente eu tenho que pedir à parte, porque nunca vem no pratinho. Assim não tenho que ficar esperando, o que deixa a alga molenga. Ponto para o restaurante.


          Temaki de salmão


          Temaki Filadélfia

          Entre os combinados de sushi e sashimi, provamos o “Combinado Salmão 3 pessoas” (R$ 69), uma barca com 45 unidades, sendo 16 sashimis, 13 niguiris e 16 hossomakis. Peixe fresco, niguiris e hossomakis com boa quantidade de salmão, tudo muito saboroso. A nossa porção ainda veio com 3 porções de sushi “jou”, saborosos mas sem surpresas.

          Entre as diversas opções de grelhados, o Teppanyaki de salmão vem acompanhado de legumes grelhados, arroz e missoshiru. Peixe bem grelhado, porção bem servida, sem invenções, sem fumaça na mesa, sem pele, sem aquela impressão de grelhado com óleo (que deixa aquela casquinha pesada e pouco atrativa).


          Salmão Executivo (R$ 24), um pouco menor que o Teppanyaki, vem com legumes, arroz e missoshiru

          O rodízio (R$ 52 no almoço de segunda à sexta e R$ 65 no jantar e finais de semana) apresenta em forma de menu degustação os principais pratos da casa. Muita gente não gosta de rodízio, acha que é o “refugo” da casa, que a qualidade não é a mesma das opções a la carte, mas acho que é a opção perfeita para conhecer o que a restaurante faz de melhor, o que chamo de “prato de entrada”. Se não sabem fazer um rodízio direito, o resto dificilmente valerá a pena. Por outro lado, um bom rodízio é um estímulo para conhecermos outras opções da carta.

          O rodízio do Dairin é simples mas bem executado, em linhas gerais tem a mesma qualidade dos pratos a la carte. Única exceção, achamos os temakis levemente inferiores em sabor, a versão de salmão com cream cheese e cebolinha deixou um pouco a desejar, faltou cream cheese e o peixe estava batidinho demais, parecia uma pasta. Já o tamanho era o igual ao servido a la carte. Já o Filadélfia veio com a carne um pouco seca, e sem cream cheese.


          Em sentido horário: guioza, salmão grelhado, temaki de salmão, shimeji na manteiga

          O shimeji na manteiga tinha bom sabor, a porção foi bem servida, e o guioza no vapor surpreendeu por ser realmente feito no vapor – muitos lugares falam que é no vapor mas acabam fritando para ganhar tempo. Com recheio generoso e bem temperado, estava excelente! Na sequência, o salmão grelhado mostrou a mesma qualidade no preparo e sabor do peixe servido a la carte.

          Entre as porções de sushi e sashimi variados, a culinária tradicional prevalece em opções com poucas invenções e sem frutas, pessoalmente, o tipo de culinária que eu aprecio. Niguiris, sashimis e hossomakis são iguais as versões servidas a la carte, o atum tem boa consistência amanteigada que derrete na boca, lembra um bom buri. Completam a seleção de iguarias versões de hot roll, uramaki de salmão com cream cheese, niguri de salmão skin, Acelga Maki (enrolado na folha de acelga e salmão grelhado batido com cebolinha e maionese).


          Peixes variados


          Só salmão

          Como em qualquer rodízio, tudo pode ser repetido sem restrições. Os itens chegam com rapidez.

          Na nossa opinião, o rodízio agrada quem busca uma culinária japonesa bem tradicional, e com certeza convida os clientes a explorar os pratos a la carte. Como pontos a destacar, o lugar é bem tranquilo à noite e finais de semana, só deveria ter um serviço de valet (embora estacionar nos arredores não seja nenhum problema).

          Rua Nebraska, 326 - Brooklin Novo
          Telefone: +55 (11) 5041-4491 ou 5041-0603
          Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 15hs (almoço) e das 18hs às 23hs (jantar), sábado e domingo das 12hs às 23hs.

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            Turismo no Chile: 10 destinos para incluir no seu roteiro de viagem (além de Santiago)

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            Quando publiquei aqui no blog a sequência de posts com dicas e atrações de Santiago, muitas pessoas passaram a me pediram dicas de outros destinos no Chile.

            As seções Comentários dos posts reúnem um rico conteúdo de dicas e recomendações de roteiros, mas concordo que após mais de 600 comentários a procura por informações tornou-se bastante difícil.

            O objetivo deste post é listar apenas 10 dos incontáveis destinos imperdíveis que merecem ser visitados no Chile. Informações sobre como chegar, quanto tempo ficar e o que visitar em cada lugar são fundamentais para te ajudar a escolher e programar seu roteiro.

            As dicas incluem informações sobre transporte público (ônibus, trem, etc.), sempre assumindo o deslocamento a partir de Santiago. Por fim, no final do post há uma relação de empresas que recomendo para contratação de traslados.

            Uma boa viagem!

            Roteiro 1: Viña del Mar, Valparaiso e Isla Negra



            Distância de Santiago: 121km

            Como chegar:Ônibus operados pelas empresas TurBus e Pullman Bus saem dos terminais Pajaritos (metrô de mesmo nome), San Borja (metrô Estación Central) e Alameda (metrô Universidad de Santiago), em direção a Viña del Mar, a viagem leva 1h30 e custa CLP 3000 (R$ 12) o trecho. Os 10 quilômetros entre Viña e Valparaíso podem ser percorridos via Merval, o metrô de superfície que vai pela orla e funciona até as 22hs (o bilhete custa cerca de CLP 400 por pessoa/trecho). Para Isla Negra (70km de Valparaíso), ônibus da Pullman saem do Terminal de Buses de Valparaíso.

            Quanto tempo ficar: 2-3 dias

            O que visitar: 
            - Viña del Mar: Principal balneário do Chile, comece por Reñaca, a praia mais visitada pelos turistas. No quesito arquitetura, não deixe de conhecer o Museus Fonck e de Bellas Artes, o Teatro Municipal, os castelos Brunet, Wulff e Ross. Passe por La Sebastiana, uma das casas de Pablo Neruda. O parque Quinta Vergara e o Relógio de Flores fecham o passeio. Se sobrar um tempinho, faça uma fezinha no Cassino Enjoy, localizado num lindo prédio da década de 30 quase dentro do mar. A noite em Viña tem boa variedade de bares, pubs e discotecas, para todos os gostos (e bolsos), concentrados nas avenidas Burgoño e Vicuña Mackena, região de Reñaca;

            - Valparaíso: Principal porto do Chile, conhecida por suas cores e cenário de cidade do século XIX. A área histórica foi  declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 2003, tem uma charmosa arquitetura colonial, ótimos restaurantes de frutos do mar, mercados e lojas. Destaques para os 15 ascensores declarados monumentos nacionais, o principal deles é o centenário Ascensor Artilleria. A noite de Valparaiso é famosa, conhecida por não ter hora para acabar.

            - Isla Negraé uma vila de pescadores, terra de Pablo Neruda. Abriga a casa mais procurada do escritor fica na sede da Fundación Pablo Neruda. Visite o site http://www.fundacionneruda.org/es/isla-negra/historia.html para mais informações.

            Para saber mais:
            http://en.wikipedia.org/wiki/Vi%C3%B1a_del_Mar
            http://pt.wikipedia.org/wiki/Valpara%C3%ADso_(Chile)
            http://www.vinadelmar.cl/?seccion=lugares
            http://vidaeestilo.terra.com.br/turismo/turismo-de-negocios/santiago/a-120-km-de-santiago-valparaiso-e-patrimonio-da-humanidade,8df6b4cf2a48d310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html
            http://www.dicaseturismo.com.br/isla-negra-neruda-chile/
            http://blog.zupper.com.br/isla-negra/

            Roteiro 2: Valle de Casablanca



            Distância de Santago: 121km (20km de Viña del Mar)

            Como chegar: Os ônibus que partem do Terminal de Buses de Viña del Mar sentido Santiago passam pela Ruta 68, onde está a cidade de Casablanca, você pode descer no centro e visitar as vinícolas de taxi. Outra opção é contratar um traslado a partir de Santiago ou Vina del Mar, ou alugar um carro.

            Quanto tempo ficar: 1-2 dias

            O que visitar: Terra dos melhores vinhos brancos do país, as vinícolas Casas Del Bosque, Matetic e Indomita são passeios obrigatórios, que além do tour com degustação e vistas de tirar o fôlego são conhecidas pelo ambiente “friendly” para crianças, com parquinhos, laguinhos e restaurantes com direito a livrinhos para colorir e cardápio infantil. O restaurante Tanino (Casas del Bosque) foi eleito um dos 20 melhores de vinícolas no mundo, segundo a revista canadense WineAccess.

            Para saber mais:
            - http://www.casablancavalley.cl/
            - http://www.nosnomundo.com.br/2012/08/valle-de-casablanca-degustacao-de-vinhos-e-almoco-gourmet-a-poucos-quilometros-de-santiago/
            http://eduluz.wordpress.com/2011/10/04/dcpv-tercero-dia-chile-santiago-casas-del-bosque-a-verdadeira-vina-del-mar/
            http://blogdojeriel.com.br/2009/11/vinicola-chilena-casas-del-bosque-e-uma-das-mais-destacadas-do-vale-de-casablanca/
            - http://www.dicas-de-viagem.com/valle-de-casablanca-chile-vinicolas-tours-passeios-agencias/
            - http://www.cafeviagem.com/vale-de-casablanca/
            - http://explorandochile.cl/uploads/3/1/9/5/3195871/8905340_orig.jpg (mapa da região)

            Roteiro 3: Valle de Colchagua



            Distância de Santiago: 140km (San Fernando) e 180km (Santa Cruz)

            Como chegar:Ônibus saem do “Terminal de Buses Sur”, perto da estação “Universidad de Santiago” de metrô, sentido Santa Cruz ou Pichilemu. Da Estación Central de Santiago partem trens com destino a San Fernando.

            Quanto tempo ficar: 1-2 dias

            O que visitar: Considerado um dos melhores destinos turísticos ligado à vitivinicultura no mundo, o Valle do Colchagua reúne 27 vinícolas de onde saem alguns dos melhores exemplares de Cabernet, Carmenere e Syrah do país. Entre os detaques, visite as vinícolas Viu Manent, em Chépica; Casa Silva, em San Fernando; Casa Lapostolle, em Nancagua; e Cono Sur, em Chimbarongo.

            Um jeito rápido de conhecer o vale é o “Tren Del Vino”, um passeio turístico entre as cidades de San Fernando e Santa Cruz (duração 1h40) a bordo de uma Maria Fumaça toda estilosa construída em 1913. A viagem começa em Santiago às 8h30, o trecho até San Fernando é feito de ônibus, e termina só às 20h30. Com saídas somente aos sábados, inclui degustações de vinhos do vale e shows folclóricos.

            Para saber mais:
            - http://www.colchaguavalley.cl/en/vinas-de-colchagua/
            - http://en.wikipedia.org/wiki/Colchagua_Province
            - http://www.rutadelvino.cl/
            - http://www.chiletouristik.com/es/especial-ruta-vino.html
            - http://1.bp.blogspot.com/_645Hs4qQdDM/SUWEEb9AqcI/AAAAAAAAHDk/zFeD68Pw2a8/s1600-h/mapa_1.jpg (mapa da região)

            Roteiro 4: Estações de Esqui: Valle Nevado, Farellones, El Colorado, La Parva



            Distância de Santiago: 40-60km

            Como chegar: Para ter total liberdade, contrate um transfer ou alugue um carro. A Ski Total tem ônibus executivos que saem do Centro Comercial Omnium (Apoquindo, 4.900 Lojas 37-46) que levam até o Valle Nevado (CLP 14.000), El Colorado, Farellones e La Parva (CLP 12.000) por pessoa, ida e volta.

            Quanto tempo ficar: 1-2 dias em cada estação

            O que visitar: Estes quatro centros de esqui formam a maior superfície esquiável da América do Sul. A temporada de esqui começa em julho e vai até meados de setembro. Valle Nevadoé o resort mais procurado (e caro), Farellones, El Colorado e Parva são ideiais para iniciantes. Empresas oferecem pacotes de 1 dia, os chamados “ski day”, com translados, ticket e aluguel de material. Mesmo fora da temporada de neve, o Teleferico Mirador, que sobe até 3000 metros e permite uma visão privilegiada da Cordilheira, é um passeio imperdível em Valle Nevado.

            Para saber mais:
            - http://www.chileanski.com/por/centros-de-ski.htm
            - http://www.viajenaviagem.com/2010/07/santiago-com-neve-um-dia-entre-valle-nevado-e-farellones/
            - http://malasepanelas.com/valle-nevado-sem-neve/
            - http://www.viajenaviagem.com/2013/05/valle-nevado-2013-as-novidades-para-quem-se-hospeda-ou-visita/
            - http://www.nosnomundo.com.br/2012/08/quanto-custa-esquiar-no-chile/
            - http://www.nosnomundo.com.br/2013/01/como-chegar-as-estacoes-de-esqui-de-santiago-valle-nevado-el-colorado-la-parva-e-farellones/

            Roteiro 5: Termas de Chillan



            Distância de Santiago: 480km

            Como chegar: Avião (na alta temporada a Lan oferece, aos sábados, um voo direto até a cidade de Chillan; no ano todo, dá para voar até Concepción, e de lá via transfer até Chillan – mais 2h30 na estrada), trem (Santiago até Chillan, são 4hs de viagem; compre no site http://www.tmsa.cl), ônibus (cerca de 6hs de viagem; dá para comprar online na TurBus) e carro (cerca de 5hs de viagem). Importante: o Gran Hotel Termas de Chillan fica distante 78km do centro do Chillan.

            Quanto tempo ficar: 3 dias

            O que visitar: Aproveitar as águas termais vulcânicas e os spas com tratamentos medicinais e estéticos, como reflexologia, hidroterapia, reiki, shiatsu, aromaterapia e lamaterapia (à base da lama das cinzas vulcânicas) para relaxar, comer bem nos ótimos restaurantes da região, fazer uma fezinha nos cassinos da região. Os mais aventureiros podem fazer trekking pelos bosques, escalada em rocha, andar de mountain bike ou passear de trenó com cães. Também dá para esquiar e praticar snowboard – encravado em um belo trecho da cordilheira dos Andes, 1.650 metros acima do nível do mar, suas 28 pistas descem pela encosta de um vulcão, que tem cerca de 2.600 metros de altitude.

            Para saber mais:
            - http://www.termaschillan.cl/summer/es/index.php
            - http://www.neve.com.br/destinos/chile/termas-de-chillan
            - http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/familia-muller-aventura/viagens-internacionais/termas-de-chillan-chile-9554.asp
            - http://cadeopassaporte.com.br/estelaku/2009/11/transporte-transfer-trem-chillan-chile/
            - http://www.leblog.com.br/2012/09/um-pouco-da-minha-viagem-a-termas-de-chillan/



            Leia mais:

            - 10 atrações imperdíveis em Santiago (Chile)
            - 10 dicas para quem visita (ou quer conhecer) Santiago (Chile)
            - Top 10 Santiago: Restaurantes




            Roteiro 6: Cajón del Maipo



            Distância de Santiago: 80km

            Como chegar:Ônibus da emprresa Turmaipo saem do Terminal de Metrobuses Bellavista de la Florida (penúltima estação da linha 5 do metrô) em direção a Baños Morales (onde fica El Morado, as águas termais e o vulcão). De outubro a 1 de janeiro, só tem ônibus aos sábados, domingos e feriados. A partir de primeiro de janeiro e até 15 de março, sai um ônibus todos os dias. Só existe um ônibus por dia, com saída do terminal pontualmente às 7h30. No fim da tarde, esse mesmo ônibus volta de Baños Morales às 18hs. Custa CLP 8.000, ida e volta.

            Quanto tempo ficar: 1-2 dias

            O que visitar: Região montanhosa com trilhas, cânions, passeios de rafting e tirolesa no Parque Nacional El Morado (2.400 metrosde altitude) e Parque Río Olivares (2.200 metros), escalada de alguns dos 18 picos com mais de 4 mil metros de altitude, ski em Lagunillas (2.200 metros), lagos em Embalse el Yeso (3.000 metros), banhos termais vulcânicas em Termas del Plomo (2.900 metros), Baños Morales (1.800 metros) e Baños Colina (3.500 metros)

            Para saber mais:
            - http://www.cajondelmaipo.com/sites/default/files/pdf/guia_turistica_cajondelmaipo.pdf
            - http://www.viajenaviagem.com/2013/01/cajon-del-maipo-por-conta-propria-ou-em-tour-organizado/
            - http://www.cajondelmaipo.com/como_llegar.php
            - http://www.frommers.com/destinations/cajon-de-maipo/721735

            Roteiro 7: Atacama



            Distância de Santiago: 1200km

            Como chegar: Aviões saem de Santiago em direção a Calama, principal aeroporto da região. Contrate um traslado ou alugue um carro até San Pedro de Atacama (100km), principal cidade da região. Os passeios na região também devem ser contratados com agências que tenham profunda experiência em Atacama.

            Quanto tempo ficar: 3-5 dias

            O que visitar:É a região mais árida do planeta, com o deserto de maior altitude localizado a 2.440 metros, onde as águas das chuvas não passam de 35 milímetros por ano e o solo impermeável lhe garante um aspecto comparado ao de Marte:

            - Vale da Lua (Depressão no meio da Cordilheira do Sal) e Vale da Morte (Possui terreno arenoso e montanhoso, e admiráveis esculturas naturais. Com rara presença de vida, motivo pelo qual leva o nome de Vale da Morte, serve para a prática de sandboard e é disputada pelos turistas para ver o pôr-do-sol do alto de suas dunas);
            - Salar de Atacama ou Salar de Surise (2300 metros de altitude, é a terceira maior concentração de sal do planeta, onde fica o Parque Nacional dos Flamingos e Lagunas Altiplanicas: chamadas "chaxas": Lagoa Miñiques, Lagoa Miscanti (4.100 metros de altitude), Lagoa Verde, Lagoa Tebenquiche);
            - Geisers de Tatio (Gêiseres na maior altitude do mundo, cerca de 4.250 metros de altitude, nuvens de até 11 metros);
            - San Pedro de Atacama (Antiga cidade dos impérios Tiahuanaco e Inca, principal destino turístico do Chile)
            - Vulcões Corona (5.200 metros de altitude), Lascar (5.592 metros), Licancabur (5.916 metros), Miñiques (4.500 metros), Miscanti (5.622 metros) e Ojos del Salado (6 885 metros, é o vulcão mais alto do mundo);
            - Chuquicamata (Maior mina de cobre a cova aberta do mundo);
            - Pukara de Quitor (Antiga fortaleza Inca, ocupada em 1540 pelos espanhóis e restaurada em 1981 e 1992);
            - Termas de Puritama (Termas com água variando entre 25 °C e 30 °C com propriedades medicinais)

            Para saber mais:
            - http://www.matraqueando.com.br/chile-santiago-e-atacama-post-indice
            - http://www.visitchile.com/es/san-pedro-de-atacama/
            - http://en.wikipedia.org/wiki/San_Pedro_de_Atacama
            - http://pt.wikipedia.org/wiki/Deserto_de_Atacama
            - http://www.sanpedroatacama.com/
            - http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2013/03/san-pedro-do-atacama-e-base-para-explorar-deserto-no-norte-do-chile.html
            - http://viajeaqui.abril.com.br/materias/passeios-deserto-do-atacama-no-chile
            - http://www.mundopositivo.com.br/noticias/turismo/20164952-viagem_para_o_atacama___dicas_para_viajar_bem_preparado.html
            - http://viagem.uol.com.br/noticias/2012/01/08/uma-viagem-sofisticada-a-um-deserto-chileno.htm
            - http://mais.uol.com.br/view/7945qmbpogar/um-tour-pelos-pontos-turisticos-do-deserto-doatacama-0402386EDCB17366?types=A

            Roteiro 8: Pucón



            Distância de Santiago: 800km

            Como chegar: O aeroporto mais próximo fica em Temuco, a 112km de Pucón. Do Terminal Rodoviário de Temuco saem ônibus para Pucón a cada 15 minutos, e a viagem dura 1h30. O trajeto desde Santiago também pode ser feito de ônibus (cerca de 9 horas de viagem) – veja preços nos sites da TurBus, JAC e Pullman Bus.

            Quanto tempo ficar: 2 dias

            O que visitar: Escalar o Vulcão Villarrica (o trekking que faz a subida ao cume do vulcão, com 2.874 metros de altitude, é um programa imperdível e de média dificuldade), Parque Nacional Huerquehue e suas piscinas termais de água quente (Termas de Huife, Termas de Los Pozones, Termas de Menetúe, Termas de Panqui, Termas de Palguin e Termas de San Luis). Para os praticantes de esportes radicais, têm descidas em botes por corredeiras de nível 4, quedas livres nas águas agitadas dos Saltos de Marimán, além de pistas para esqui e snowboard.

            Para saber mais:
            - http://diariodemochileiro.com/chile-pucon-como-chegarsair/
            - http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/pucon.jhtm
            - http://www.neve.com.br/destinos/chile/pucon
            - http://retrip.com.br/site/pucon-aventura-em-lindos-arredores/
            - http://diariodemochileiro.com/chile-pucon-pequena-e-encantadora/
            - http://viajeaqui.abril.com.br/materias/pucon-esqui-escalada-inverno

            Roteiro 9: Lagos Andinos



            Distância de Santiago: 1100km

            Como chegar: Voos diários conectam Santiago com o aeroporto El Tepual, em Puerto Montt, o principal da região (duração de 2hs). Do Terminal de Buses de Puerto Montt partem ônibus para Puerto Varas (20km, veja opções com a TurBus, Pullman e JAC). Ônibus também conectam Puerto Varas com os principais roteiros turísticos da região dos Lagos, como Llanquihue (7km), Frutillar (63km) e Saltos del Petrohué (55km) - veja opções com a Varmont, Bus Norte, TurBus, Lit e Tas Choapa. Para o Vulcão Osorno existem opções de traslados a partir de Puerto Varas (90km) no site http://www.volcanosorno.com/.

            Quanto tempo ficar: 3-5 dias

            O que visitar: Em Puerto Montt, visite os Palafitos de Angelmó, a feirinha de artesanato e a área portuária. Puerto Varas e Frutillar são as jóias dos Lagos Andinos, duas cidades pequenas repletas de casinhas coloniais de madeira construídas pelos imigrantes alemães no início do século XIX. A região também é conhecida pela excelente gastronomia e pelas lojinhas de chocolate no centro. O Lago Llanquihueé o segundo maior lago do Chile e ponto de partida para passeios de rafting em águas cristalinas e excursões de caiaque no mar. Escalar o Vulcão Osorno (2.652 metros de altitude) e explorar o Lago de Todos os Santos de barco também são atrações imperdíveis.

            Para saber mais:
            - http://www.melhoresdestinos.com.br/melhores-destinos-em-puerto-varas-chile.html
            - http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/puerto-montt-e-puerto-varas.jhtm
            - http://www.viajenaviagem.com/2014/01/chile-lagos-andinos-verao-dicas/
            - http://www.viaggiando.com.br/2012/08/puerto-varas.html
            - http://retrip.com.br/site/puerto-varas-brisa-constante-que-parece-vir-do-vulcao/
            - http://retrip.com.br/site/frutillar-cidade-que-respira-musica-e-cultura/
            http://www.nerdsviajantes.com/category/destinos/america-do-sul/chile/
            - http://www.viajenaviagem.com/2010/03/almoco-em-puerto-montt-sobremesa-em-frutillar/
            - http://viagemecia.uol.com.br/destinos/puerto_varas_chile.html
            - http://www.surturistico.cl/index.php/turismo-region-de-los-lagos/provincia-llanquihue/frutillar

            Roteiro 10: Patagônia Chilena



            Distância de Santiago: 3100km

            Como chegar: O voo até Punta Arenas (com escala em Puerto Montt) dura 4hs. O Parque Nacional Torres del Paine fica a 400km de Punta Arenas, trajeto a ser feito em ônibus, van ou carro – mais 5hs de estrada. O trajeto entre Punta Arenas e Puerto Natales (254km) é feito de ônibus, que pode ser comprado diretamente em Punta Arenas – são 10 saídas diárias (veja o site da Buses Pacheco). O trajeto de Puerto Natales a Torres del Paine (112km, 3hs de viagem) também pode ser comprado em Natales. Para Estrecho de Magallanes (Porvenir) e Tierra del Fuego, dá para chegar por ar (voos curtinhos de apenas 15 minutos), mar (balsas em www.tabsa.cl) e terra (ônibus em www.bus-sur.cl) a partir de Punta Arenas.

            Quanto tempo ficar: 5-7 dias

            O que visitar: 
            - Punta Arenas e seu centro histórico que lembra uma cidade européia (a maioria da população é descendente de croatas), Plaza de Armas, Palácio Sara Braun e Mirante do Cerro de la Cruz. Por estar localizada em uma região remota, Punta Arenas possui uma Zona Franca na qual é possível comprar produtos com isenção de impostos (os preços são melhores que no Brasil, mas perdem de goleada dos praticados nos Estados Unidos);

            - Puerto Natales foi construída na margem do Canal Señoret, cercada pela Cordilheira dos Andes, e serve de porta de entrada para o Parque Nacional Torres del Paine, para o Monumento Natural Cueva del Milodón e para o Parque Nacional Los Glaciares;

            - Parque Nacional Torres del Paine com seus bosques, montanhas, lagos, fiordes, geleiras, campos de flores, circuitos de trekkings, passeios de caiaque, cavalgadas e escaladas. Os amantes de aventuras podem fazer o chamado “Circuito W” (o nome deve-se ao traçado no mapa que se assemelha a letra W), uma caminhada de 80km feita em 4 dias, durante o seu percurso você caminhará através do Vale do Ascencio onde está o mirante para as Torres del Paine, Lago Nordenskjold, Los Cuernos de Paine, o Vale do Francês onde está o Glaciar Francês, Paine Grande e Lago Grey onde está o Glaciar Grey. Aberta apenas entre setembro a abril, a trilha é bem sinalizada e não requer a presença de um guia;

            - Estrecho de Magallanes, Laguna Blanca, Parque Nacional Pali-Aike, Reservas Nacionais Laguna Parrillar e Magallanes, Parque Marino Francisco Coloane (único sitio do hemisfério sul onde se alimentam baleias-corcundas fora da Antártica), lobos marinhos em Isla Marta e as milhares de colônias de pinguins magallânicos que habitam Isla Magdalena e Seno Otway;

            - A Tierra del Fuego, dividido entre Chile e Argentina, reúne um sem número de atrações: Porvenir, Parque Nacional Alberto D'Agostini, Cabo Horn, Canal Beagle, Glaciar Martial, Glaciar Vinciguerra, Glaciar del Alvear, Glaciar Ojo de Albino e Laguna Esmeralda, Glaciar Águila, Glaciar Côndor, Glaciar Brookes, Baía Ainsworth, Parque Nacional Terra Del Fuego e o “Trem do Fim do Mundo”, com chegada em Ushuaia. A Cruzeiro Australis tem roteiros de 3 a 8 noites pela Patagônia, com saídas de Punta Arenas e passagem pelo Estrecho de Magallanes.

            Para saber mais:
            - http://www.visitchile.com/es/estrecho-de-magallanes-punta-arenas/
            - http://en.wikipedia.org/wiki/Punta_Arenas
            - http://www.patagonia-chile.com/site/
            - http://www.mochileiros.com/dicas-o-que-fazer-na-patagonia-t32889.html
            - http://www.viveraviagem.com/2011/09/punta-arenas-patagonia-chilena.html
            - http://www.nerdsviajantes.com/2014/03/17/circuito-w-chegada-parque-torres-del-paine/
            - http://viajandocomaman.com.br/site/isla-magdalena-punta-arenas-chile/
            - http://viajandocomaman.com.br/site/circuito-w-torres-del-paine-chile-geral/
            - http://oglobo.globo.com/boa-viagem/a-isolada-patagonia-chilena-em-fotos-7136912
            - http://www.wikiexplora.com/index.php/%22W%22_de_las_Torres_del_Paine
            http://osviajantesaventureiros.wordpress.com/tag/punta-arenas/
            - http://www.destinotrilha.com/2013/09/circuito-o-e-w-torres-del-paine-chile.html
            - http://www.enjoy-chile.org/chile/tierra-del-fuego-como-llegar-chile.php
            - http://www.gazetadopovo.com.br/turismo/conteudo.phtml?id=1014929
            - http://www.chanatrek.com/ferry-crossing-punta-arenas-to-porvenir-tierra-del-fuego-chile/
            - http://www.trendelfindelmundo.com.ar/recorrido.php
            http://www.viajenaviagem.com/2013/02/torres-del-paine-um-roteiro-completo/
            http://www.viajenaviagem.com/2013/12/punta-arenas-puerto-williams-dicas/
            - http://estreitomagalhaes.blogspot.com.br/

            Informações sobre traslados:Fauxtur (http://www.fauxtur.com.br), Turistour (http://www.turistour.cl/), Bernatour (http://www.bernatourchile.com), Skitotal (http://www.skitotal.cl/), Rutas Chile (http://www.rutaschile.com), Visit Chile (http://www.visitchile.com/), Enotur (http://www.enotur.cl), CL Mundo (http://www.clmundo.cl), Inter Patagonia (http://www.interpatagonia.com/) e Ruta-Patagônia (http://www.ruta-patagonia.com) oferecem passeios para a maioria das regiões acima.

            Uma outra opção para explorar as belezas do Chile é alugar um carro e fazer muitas das viagens por conta. É mais legal, mais barato, mas demanda um baita planejamento e tempo. As principais marcas (Hertz, Avis, Europcar) possuem lojas no Chile. Um bom site para pesquisar e reservar carros na cidade é o Atrapalo, com valores a partir de CLP 25.000 por dia.

            São Paulo – Naru Restaurante & Sushi Bar

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            Sashimi de salmão marinado no shoyu e limão com anéis de lula: bom, mas bem apimentado

            Conheci o Naru Sushi por recomendação de um colega, um gourmandise exigente e verdadeiro apreciador da boa gastronomia. Com unidades na Vila Madalena, Alto da Lapa e Perdizes, a proposta do restaurante me seduziu: iguarias vistosas e coloridas, preparadas como verdadeiras obras de arte, pratos com apenas 20% de arroz. Incluindo um generoso uso de frutas e cream cheese, sem dúvidas estamos falando de uma culinária japonesa repaginada. Mas será que o modelo do Naru agrada a todos, inclusive aqueles que, assim como eu, priorizam a culinária tradicional japonesa?

            Tinha que provar comida tão elogiada, e embora tenhamos enfrentado alguns deslizes durante a única refeição que fizemos, ela foi suficiente para formular minha opinião. Para começar, o Naru deve ser um paraíso para quem gosta de “algo diferente”, quer fugir da combinação peixe-arroz e entende que manga, abacaxi e maracujá podem ser ingredientes de sushi. Por outro lado, aqueles que valorizam a culinária tradicional japonesa dificilmente veem com bons olhos a mistura de cream cheese com sushi (típica invenção brasileira), provavelmente torcem o nariz para frutas e com certeza balançam a cabeça negativamente para um sushi bar que sequer oferece niguiri de salmão.


            Combinado de sushis e sashimis


            Temakis de salmão (frente) e camarão (fundo)


            Sushis de salmão com couve e salmão com camarão + cream cheese

            O preço não é barato: rodizio completo com os peixes tradicionais de qualquer japa (salmão, atum e peixe branco), polvo, lula, camarão, ovas, pratos quentes e sobremesa por R$ 63,50 no almoço e R$ 76,90 no jantar durante a semana, nos finais de semana tem valor único de R$ 76,90 no almoço ou jantar. Além do rodízio a casa tem um cardápio de pratos quentes e frios com preços começando em R$ 28,50, sobre os quais não podemos opinar, pois não provamos nada.

            Tudo o que está escrito neste post baseia-se unica e exclusivamente nas minhas impressões e do que achei do serviço como um todo, com destaques para cinco variáveis que compõem uma “experiência gastronômica”: localização, ambiente, atendimento, qualidade da comida e preço. Entendo que é antiético falar mal de um prato só porque eu não gosto de algum ingrediente. Se provei, minha opinião precisa ser a mais isenta e imparcial possível, e sempre que for o caso tenho a obrigação de deixar claro que não é o tipo de comida que aprecio.


            Hot roll de salmão e cream cheese com couve frita


            Salmão com ovas

            Vamos aos itens que não gostei, mas que, repito, são questões de gosto. Para começar, o salmão usado no temaki é picado demais, parece uma pasta – pessoalmente, prefiro o peixe picado na ponta da faca, em pedaços pequenos, o que ajuda a manter seu sabor. Em alguns sushis, a quantidade de cream cheese é excessiva, às vezes até maior que o próprio pedaço de peixe. Posso estar sendo tradicional demais aqui, mas sushi de frutas não rola. E não sei como avaliar um lugar que não serve um clássico niguiri de salmão porque “tem muito arroz” – sei lá, é como ir em uma churrascaria que só serve salada.

            Entre os itens classificados como deslizes, a porção de wasaki servida à parte com o temaki estava dura e esfarelando-se, como se tivesse ficado um tempão na geladeira. O guioza deles é na verdade uma trouxinha frita e minúscula, e para piorar com molho rosé (!!!) por cima. Os anéis de lula chegaram duros, borrachudos e ressecados, como se tivessem sido requentados, de longe os piores que já comi na vida. O shimeji estava com cheiro e gosto de manteiga queimada. O salmão grelhado estava com aspecto e gosto de gordura, fritura mesmo. Alguns sushis de camarão vieram com o crustáceo pequeno, outros com o médio, e todos os “djos” servidos estavam com arroz cru. Para fechar, a área do caixa, nos fundos do salão, tinha um forte odor de peixe, típico de peixaria (e não muito comum em restaurantes japoneses).


            Deslizes: shimeji, guioza (são as troxinhas na parte de acima), anéis de lula, wasabi, salmão grelhado, camarão pequeno no sushi

            O serviço pecou várias vezes. A casa ainda estava vazia, mas mesmo assim contamos 10 minutos até que alguém viesse nos atender, tirar as bebidas e oferecer o cardápio. Pedidos feitos, os itens começaram a chegar rapidamente, mas em alguns momentos os garçons ficavam todos concentrados nas mesas maiores. Nosso combinado de sushis e sashimis chegou no tempo esperado, mas veio sem nada de camarão e ovas. Chamamos o garçom e indicamos o problema, prontamente corrigido.

            Mas nem tudo foi decepção. O temaki de camarão veio bem recheado, com alga fesquinha e crocante (aliás, todos os temakis tinham alga crocante), a couve frita servida com o combinado de sushis e sashimis estava fresca e crocante (diferente da servida com o hot roll, murcha e sem gosto), e os sashimis de salmão, atum, polvo e peixe branco estavam bem cortados e saborosos.

            Entre as sobremesas, pedimos a banana empanada com calda de chocolate e o sorvete de gengibre, ambas insignificantes. Aliás, para quem duvida no potencial de inventividade da casa, é só olhar a lista de sorvetes no dia da visita: gengibre, canela e wasabi (!!!). Bem que poderia ter um creme, chocolate, quem sabe um morango...


            Banana empanada


            Sorvete de gengibre

            Conclusão: Acho que a experiência no Naru foi importante para confirmar e consolidar minha preferência pela culinária tradicional japonesa. Importante que eles observem os deslizes acima e atuem para que não ocorram novamente – alguns são secundários, como o estranho guioza (com a variedade e fartura gastronômica dos rodízios atuais, quem pede tempo em forrar o estômago com guioza?), mas outros são cruciais e jamais deveriam ocorrer, como a manteiga queimada e o arroz cru.

            Se você gosta de novidades, de sushis criativos com um toque de inventividade, de experimentar novos sabores, você vai adorar o Naru Sushi. Mas se você busca algo mais tradicional (e antes que alguém diga que “restaurante tradicional não tem rodízio”, sou da opinião que todo restaurante deveria oferecer um “menu degustação”, uma eficiente ferramenta de atração de clientes para apresentar o que a casa tem a oferecer), recomendo os rodízios do Dhaigo (Itaim e Santana), o Koban (Moema, Granja Vianna, Alphaville e Saúde), o Dairin (Brooklin) e o Sea House (Jardins)

            Para consultar os endereços e horários de funcionamento, acesse o site http://www.narusushi.com.br/.

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              Lisboa – A Casa do Bacalhau

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              Arroz de Bacalhau

              Restaurante instalado no mesmo local onde ficavam as antigas cavalariças (cocheiras) do Palácio do Grilo, pertencente aos Duques de Lafões e construído ao lado do Convento do Beato após o grande terremoto de 1755, às margens do rio Tejo. Lugar histórico, os descendentes da família ducal de Lafões ainda moram no antigo palácio.

              O salão principal, com capacidade para 90 pessoas, evidencia o passado do edifício, com destaque para o teto original datado do século XVIII com suas abóbadas em tijolo burro, para muitos um dos tetos mais bonitos da restauração lisboeta. Inaugurado em 2001, como o próprio nome diz a especialidade da casa é o "Fiel Amigo", como os maiores consumidores de bacalhau no mundo  chamam carinhosamente o pescado mais importante da cozinha portuguesa. Comer n'A Casa do Bacalhau é como uma viagem no tempo de sabores e tradições.


              Salão


              Teto do século XVIII

              O cardápio da casa tem cerca de 25 pratos em que o bacalhau é a estrela principal, sempre bem guarnecidos e aromatizados com o bom azeite nacional, combinando a cozinha tradicional e a contemporânea. Num país em que o bacalhau é uma tradição milenar, esta abordagem e a história do lugar fazem com que a Casa do Bacalhau seja muito popular entre lisboetas e turistas.

              A adega reúne uma boa seleção com cerca de cem rótulos da terrinha, oriundos de todas as regiões produtoras do país. Sobremesas típicas da doçaria convental portuguesa fecham a experiência gastronômica em alto estilo.


              Adega

              Começamos nossa experiência com os bolinhos de bacalhau (€1 cada), realmente saborosos, mas que não batem a maciez e leveza d’O Poleiro. O couvert da casa (€2,20 cada) é composto por uma cesta de pães variados, manteiga com ervas e azeitonas pretas, cumprindo bem seu papel antes da chegada dos pratos.


              Bolinho de Bacalhau


              Couvert


              Couvert

              O serviço foi correto o tempo todo, todavia como a casa estava quase deserta fica difícil analisar a qualidade, o tempo de atendimento e a prestatividade dos garçons, mas não tivemos problemas, o cardápio chegou rapidinho, o garçom foi prestativo e nos ajudou a escolher os pratos e um bom vinho para harmonizar.

              Para comer, pedimos o Arroz de Bacalhau (€14) e a Cataplana de Bacalhau com Notas (€18), dois clássicos da cozinha tradicional portuguesa que possuem versões reinventadas n’A Casa do Bacalhau. Bem servido, o arroz de bacalhau é saboroso, mas a generosa quantidade de tomates e coentro desbalanceou o prato, o que colocou o sabor do bacalhau, disposto em lascas grandes e macias em segundo plano.


              Arroz de Bacalhau

              Já a versão cataplana do bacalhau com natas é preparada com a posta inteira do pescado, guarnecido com ervas e especiarias, creme de leite, cebola e finalizada com camarões. Sem dúvidas o prato é saboroso, mas bem diferente do conceito de “bacalhau com notas” que temos no Brasil, e pessoalmente prefiro o que comemos por aqui, não vi muita coisa de especial.


              Cataplana


              Cataplana

              Para acompanhar a refeição, vinho português com certeza. A escolha foi difícil, e após algumas dicas do garçom escolhi o ótimo Quinta do Ventozelo Touriga Nacional 750ml (€25,50), um vinho do Douro marcante, aveludado, rico em frutas e taninos, com um final elegante e forte, excepcional após alguns minutos no decanter.



              Na hora da sobremesa, decidimos fugir dos doces conventuais como toucinho-do-céu, sericaia ou encharcada, que não aparentavam estar apetitosos, e provamos os tradicionais Mousse de Chocolate (€4) e Sorvete de Chocolate (€2), ambos bem feitos mas sem nada de especial.


              Mousse de Chocolate

              A conta total deu €73,90, sem serviço, valor equivalente aos €65,60 cobrados pelo O Poleiro, com a diferença que na casa de Entrecampos pedimos uma garrada de vinho de 375ml. Na nossa opinião, a comida d’O Poleiroé melhor, enquanto o salão centenário da Casa do Bacalhau é razão suficiente para uma visita.

              Endereço: Rua do Grilo 54, Beato
              Telefone: +351 218 620 000
              Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 12hs às 15hs (almoço) e das 19h30 às 23hs. Fecha domingo.
              Internet: www.acasadobacalhau.com

              Review de Vinhos: Vinícola Perini

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              É a primeira vez que o blog publica um post exclusivo sobre vinhos. E a vinícola escolhida para este primeiro review foi a centenária Perini, um dos melhores produtores nacionais, localizado na região do Vale Trentino, na cidade de Farroupilha (RS) e que desde 2005 tem também uma instalação em Garibaldi, exclusiva para a produção de espumantes.

              Fizemos uma degustação de 10 produtos do portfolio da Vinícola Perini, adquiridos pela internet (diretamente no site da vinícola). Nossa seleção procurou explorar uma boa seleção de diferentes castas e marcas comercializadas pela vinícola, combinando rótulos com premiações em concursos nacionais e internacionais com outros pouco conhecidos. A  faixa de preço entre R$ 16,40 e R$ 36,30 torna os produtos bem convidativos para cumprir o papel de vinho do dia-a-dia.


              Seleção de vinhos avaliados pelo blog

              Falando sobre a compra online, o processo todo foi fácil, a entrega foi rápida (em 7 dias os produtos estavam na minha casa), e o pagamento pode ser feito em até 3 vezes no cartão.

              Antes de entrarmos nas avaliações, vamos falar um pouco da vinícola, cuja história começou há mais de 130 anos, com a chegada dos imigrantes Antonio e Giuseppe Perini ao Vale Trentino. A produção de vinhos começou em 1928 com João Perini, já em 1970 foi a vez de Benildo Perini, neto de Giuseppe, transformar o pequeno negócio familiar em empresa. Atualmente, a vinícola tem 12 hectares de vinhedos em Garibaldi e 80 hectares em Farroupilha, responsáveis por uma capacidade física de 16 milhões de litros anuais.

              No portfolio de produtos, vinhos tintos, brancos, rosés e licorosos (marcas Macaw, Arbo, Casa Perini, Perini e Jota Pe), além de espumantes e sucos. As castas europeias cultivadas pela empresa são Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Tannat, Pinot Noir, Gamay, Ancellotta, Chardonnay, Riesling Itálico, Moscato Branco, Moscato Giallo e Moscato de Hamburgo, além das uvas exóticas para a região como Marselan e Barbera.

              A lista abaixo é um ranking da nossa avaliação, descrevendo nossas impressões sobre cada vinho, informações sobre a safra, graduação alcoolica e preço, além de opiniões sobre harmonizações (afinal, este é um blog sobre comida!):



              1) Casa Perini Moscatel Aquarela (R$ 28,70): Primeiro espumante rosé feito no mundo apenas com uvas Moscatel, elaborado pelo processo italiano Asti e resultado do assemblage das variedades Moscato Branco, Moscato Giallo e Moscato de Hamburgo, graduação alcoolica 7,5%. Medalha de prata em 2011 de 2012 no concurso “Muscats du Monde”, que reúne os melhores vinhos de uva moscato do mundo. Um excelente vinho, ótimo para os dias de calor, leve e com ótima carbonação, tem doçura equilibrada e boa presença de frutas no nariz e boca. Para beber geladinho!

              2) Perini Marselan (R$ 36,30): Uva de origem francesa, resultante do cruzamento entre Cabernet Sauvignon e Grenache-noir, que adaptou-se muito bem ao terroir do Vale dos Vinhedos. A safra 2010, com graduação alcoolica 12%, é um vinho de coloração intensa, boa estrutura, bastante aromático, com taninos macios, aveludado e de corpo médio. Fácil de beber, na boca remete a frutas em compota, chocolate amargo e especiarias. Excelente escolha para ter na adega, acompanha pizzas, galetos, embutidos.



              3) Casa Perini Tannat (R$ 25): O melhor tannat brasileiro que já bebi. A safra 2012, com graduação alcoolica 12%, foi premiada com a Medalha Grande Ouro no Concours Mondial de Bruxelles em 2013, o que o coloca em uma categoria superior (acima de 95 pontos). Tem coloração intensa, aromas de baunilha e notas frutadas, como ameixa preta, além de um tom levemente mentolado. Não senti o chocolate descrito na garrafa. Na boca mantém o padrão frutado, é um vinho leve com pouca madeira, de taninos suaves e redondos e final curto. Harmonizou bem com uma lasanha à bolonhesa, mas casaria perfeitamente com uma carne de porco ao forno ou um belo churrasco.

              4) Perini Fração Única Cabernet Sauvignon (R$ 36): A safra 2010, com graduação alcoolica 12%, é um belo vinho. A cor vermelho-rubi, o aroma frutado, a presença de fruta e pimenta na boca são caraterísticas de todo Cabernet, mas neste o  toque aveludado é o diferencial. Um vinho leve de beber, mesmo com 60% do líquido descansando em barricas de carvalho por 6 meses, tem taninos redondos, final longo, suave e levemente adocicado, quase nada de acidez. Quando você menos perceber estará abrindo a segunda garrafa. Bem superior aos Cabernets nacionais na mesma faixa de preço, para deixar na adega e acompanhar com uma massa leve, uma carne vermelha grelhada, ou um bom prato de arroz com feijão.



              5) Perini Fração Única Chardonnay (R$ 36): Vinho branco com coloração amarelo palha, este Chardonnay safra 2011 tem graduação alcoolica 12%. Além das notas minerais características da uva, tem aromas e sabores marcantes de maçã verde, baunilha, cereais e notas defumadas, graças ao estágio de 4 meses em barricas de carvalho. Incrível frescor, tem boa estrutura, acidez equilibrada e persistência final. Gastronômico, é um dos melhores Chardonnays nacionais, com excelente custo/benefício. Faz bonito na companhia de risotos e pratos à base de frutos do mar.

              6) Arbo Assemblage (R$ 16,40): Vinhos finos de entrada da vínicola, a linha Arbo oferece produtos com preço acessível e boa qualidade. Elaborado com as uvas Cabernet Sauvignon e Merlot, ideal para ser consumido jovem, tem coloração vermelho-rubi e predominantemente frutado, nota-se facilmente a presença de cerejas, ameixas e amoras. Tem a acidez equilibrada da Cabernet e os taninos macios e aveludados da Merlot, média persistência e levemente adocicado. Parceiro ideal daquele macarrão ao sugo com almôndegas e de um bom arroz com feijão, sem dúvidas o preço é o grande atrativo.



              7) Osaka Sushi Wine by Perini (R$ 36): Assemblage rosé das uvas Merlot e Cabernet Franc criado para harmonizar com culinária japonesa. A safra 2012 tem cor avermelhada clara e graduação alcoolica 12%. No nariz e na boca lembra morango, cereja e framboesa, mas o gosto é de fruta não madura, um pouco verde. Vinho leve, sem taninos e com final curto, mas faltou complexidade, principalmente na degustação em diferentes temperaturas. Reconhecido como melhor rosé nacional, mostra que ainda falta muito para brigarmos com os melhores rótulos do mundo.

              8) Perini Fração Única Merlot (R$ 36): Um vinho pra quem é cabra macho. Este Merlot safra 2012, graduação alcoolica 12%, tem a cor violácea intensa característica da uva, boa complexidade no nariz, remetendo a geléia de frutas, chocolate e especiarias, notas típicas do estágio de seis meses por barricas de carvalho, além de um toque licoroso. Na taça mostrou-se pesado e pouco aveludado, com taninos fortes e final amargo, mas o problema principal foi a rápida oxidação, o que deixou o vinho ácido, forte de alcool e difícil de beber. Não gostei, e a metade final da garrafa foi direto para a pia da cozinha.



              9) Arbo Riesling (R$ 16,40): Segundo exemplar da linha Arbor que degustei, este riesling tem cor amarelo esverdeada e baixa graduação alcoolica (apenas 11%). No nariz lembra melão, baunilha. Na boca mostrou boa presença de frutas cítricas como o abacaxi, tem pouca acidez e quase nenhuma mineralidade. Mostrou-se refrescante e presente durante a harmonização com comida japonesa. A avaliação ruim deve-se ao dia seguinte: foi o único vinho desta degustação que deu ressaca, e das brabas. Talvez seja “pré-conceito”, mas vinho que dá ressaca não pode ser bom.

              10) Casa Perini Merlot (R$ 25): Sempre acreditei que a Merlot é a uva tinta ícone do Vale dos Vinhedos, portanto tinha grandes expectativas sobre este vinho. Avalei a safra 2012, graduação alcoolica 12%, 80% do vinho passam 12 meses em tanques de aço inoxidável e os 20% restantes descansam em barricas de carvalho francês por 6 meses. Pessoalmente não gostei, esperava um Merlot mais potente e aveludado, mas encontrei um vinho ácido, pálido, sem presença, extremamente leve e com pouco corpo. Faltou uva. Muita madeira, couro, café e vegetais na boca, o frutado típico da uva ficou em segundo plano, o final é curto e amargo demais. Perde de goleada para chilenos na mesma faixa de preço.

              Para mais informações sobre a vinícola e o portfolio de produtos, acesse o site http://www.vinicolaperini.com.br/

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                São Paulo – Z Carniceria

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                Coxinha da Dadá

                Construído no mesmo local que abrigou nos anos 1950 o primeiro açougue e matadouro da Rua Augusta (chamado “Açougue Z”, daí o nome da casa), desativado no início dos anos 1970 para dar lugar a um mercadinho.

                Os donos (também responsáveis pelos bares Vegas e Volt) tiveram o cuidado de preservar parte da história ao decorar o ambiente com objetos que remetem ao antigo estabelecimento, como as paredes de azulejos brancos (os mesmos que decoravam o açougue, mais de 60 anos atrás) repletas de ganchos de pendurar carne, balanças, facas, cutelos, machados, facões e cabeças de animais. Repare nas maçanetas da entrada – deve ser o único bar do mundo onde elas são cutelos!





                Complementam a decoração fotos de famílias em preto e branco, notas e moedas antigas, uma caixa registradora antiga, a estante que serviu de aparador de bebidas para o primeiro boteco da Rua Augusta e o mobiliário recuperado de uma antiga cantina da rua. A iluminação é feita com lâmpadas gigantes de postes da década de 1950.

                Parece estranho, inusitado, bizarro? E se eu te falar que este lugar temático tem praticamente metade do cardápio com opções vegetarianas? Coisas que você só encontra em São Paulo. Bem-vindo ao Baixo Augusta!

                O som ambiente (em volume um pouco alto demais, o que atrapalha um pouco para conversar) é embalado por bom rock clássico, soul e blues – no dia da visita, o ZZ Top acompanhou nossa refeição até o final. O ambiente é escuro demais, às vezes é difícil enxergar o que está escrito no cardápio.







                Definir o Z Carniceria como um restaurante é errado, estamos falando de um bar no padrão "inferninho" da Augusta e ponto, onde o público-alvo está à procura de beber e ouvir boa música, onde a comida é um complemento, não a estrela principal. Um lugar que trabalha com comanda individual, onde você precisa fazer um cadastro (nome, telefone e RG) no caixa e, dependendo do dia, pegar uma fila dos infernos e pagar um valor determinado pra entrar. Chegue cedo, porque lota. E você vai querer estar sentado em uma mesa, acredite.

                Dentro do salão, evite ficar nas primeiras mesas da entrada, o cheiro de cigarro que vem de fora é forte, já as mesas do lado direito são muito frias por causa das bocas de ar condicionado, que rapidamente refrigeram a comida. Fique na área do bar (onde funcionava o frigorífico do açougue) ou chegue cedo para pegar uma das duas mesas localizadas do lado esquerdo (sem ar congelante na cabeça e onde o cigarro não incomoda).





                O atendimento é rápido e prestativo, mas não espere muita simpatia dos garçons. No dia da visita, apenas uma moça dava conta do salão todo, e às vezes o tempo de resposta deixou a desejar. Enquanto ela corria para dara conta dos pedidos, dois outros funcionários ficavam na área do bar, com cara de paisagem. Bem que podiam dar uma ajudinha, né?

                Para beber, uma carta com mais de 30 drinques e uma seleção de whiskies, cachaças envelhecidas, licores e tequilas, entre outros. O chopp da casa é Heineken (R$ 7), bem tirado e com colarinho na medida. Da carta de brejas especiais, destacam-se a irlandesa Murphys (versões Stout e Red, R$ 20), a italiana Birra Moretti (R$ 14) e a austríaca Edelweiss (R$ 18).

                O cardápio reúne uma seleção com cerca de 25 opções (das quais 10 são 100% vegetarianas), entre versões repaginadas de comidas de boteco e sanduíches bem servidos e com combinações bem originais.



                O carro-chefe da casa é ela, a famosa “Coxinha da Dadá” (R$ 23). São oito coxinhas pequenas, daquelas que você devora em duas mordidas, espetadas num palito, acompanhadas por um potinho de geléia de pimenta. Dentro, um pedaço de peito de frango envolto com catupiry, empanado e frito. É realmente gostoso, a casquinha é crocante e sequinha (embora no dia da visita o sabor acentuado do catupiry mascarou o gosto da massa e da ave), mas não é exatamente uma coxinha, é um bolinho disfarçado. A geléia tinha consistência de gelatina, pessoalmente não agredou nada ao salgado.

                Também provamos o “Bolinho do Carniceiro” (R$ 21), uma porção de bolinhos de mandioca recheados com carne seca e puxados na manteiga de garrafa com ervas, também acompanhado pela geléia nonsense de pimenta. A idéia é muito boa, mas na nossa avaliação o salgado pecou pelo excesso de manteiga de garrafa, que deixou o sabor da carne forte demais e desapareceu com a mandioca.


                Bolinho do Carniceiro

                Provamos também o “Combo da Nona” (R$ 29), uma versão degustação dos sanduíches “El Matador” (carne moída refogada, vinagrete e mussarela derretida), “Carne Loka” (100% carne louca) e “Vanderléia” (antepasto de berinjela, tomate, milho e mussarela derretida), servidos em mini-pães de batata. O El Matador não agradou, veio com pouca carne e quantidade exagerada de tomate e ervilha (!!!), já o Vanderléia é gostoso, com sabor forte da berinjela, mas é o “Carne Loka” quem brilha – carne desfiada, passa pela chapa antes de ir para o pão, deixando aquela casquinha crocante. Sensacional, a melhor parte da refeição.


                Combo da Nona

                Os anéis de cebola empanadas da casa, chamada de “Rings on Fire” (R$ 18) foi o ponto baixo da noite. Estavam sequinhas, todavia massudas demais, a cebola parecia ser picada e misturada com a massa – ao invés daqueles anéis inteiros que quando você morde saem inteiros da casquinha, abri com a mão e achei cebola em pedaços, não gostamos. Acompanha um mix com três molhos: barbecue (excelente), maionese com ervas finas (sabor forte) e apimentado (uma versão incandescente de chimichurri).


                Onion Rings e os molhinhos (abaixo)



                Outras opções do cardápio chamaram nossa atenção e certamente justificarão uma segunda visita, como os petiscos “Bruschetta Gambino” (bruschettas de alcachofra com pimenta jalapeño, shimeji com parmesão e tomate com ervas), “Chumbinho Chacarita” (bolinhos de carne picantes acompanhados com molho barbecue), “El Mariachi” (filet mignon aperitivo com molho de pimenta jalapeño e chimichurri), e os sandubas “Filé Grand Torino” (filet mignon com queijo fundido no pão francês, acompanha vinagrete, mostarda e batata frita), “Don Oscar” (filet de frango na chapa com abobrinha grelhada, alface, queijo prato e tomate cereja) e “Al Capone” (150 gramas de hambúrguer de picanha, rúcula, shimeji e queijo emmental, acompanha batata rústica), além de uma versão full do “Carne Bem Loka”.

                Endereço: Rua Augusta, 934 - Consolação - São Paulo - SP
                Telefone: +55 (11) 2936 0934
                Horário de funcionamento: Terça e quarta das 19hs à 1 da manhã, quinta a sábado das 19hs às 2 da manhã, domingo das 19hs à meia-noite, fecha segunda.
                Internet: http://www.zcarniceria.com.br e http://zcarniceria.tumblr.com/

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                  Roteiro de Viagem: 5 dias de trem pela Suíça

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                  Se você é daqueles que só ouviu falar da Suíça por causa do chocolate Lindt e da fondue de queijo, este post é para você. A Suíça é um dos países mais bonitos da Europa, com vilarejos bucólicos, chalés típicos em estilo enxaimel, pastos verdejantes, florestas vastas e intocadas, vaquinhas com os típicos sinos dourados, lagos de água azul turquesa e picos nevados a mais de 3.000 m de altitude com seus teleféricos, mirantes e estações de esqui. Fotos inesquecíveis são comuns por aqui.

                  A Confederação Helvética (o nome oficial do país) é constituída por 26 cantões (estados), com quatro idiomas oficiais: suíço-alemão (falado por 73% da população), francês (19%), italiano (8%) e romanche (1%). Pequeno em extensão territorial (equivalente ao estado do Rio de Janeiro), a população é de aproximadamente 7,8 milhões de habitantes, PIB per capita de USD 78,925 (2012), o quarto maior do mundo, Zurique e Genebra foram classificadas como a segunda e terceira cidades com melhor qualidade de vida no mundo, e a Suíça foi considerada o melhor país para alguém nascer em 2013.


                  Lucerna


                  Berna, Centro Histórico (Altsdadt) a partir da Münsten St Vinzenz. Crédito pela foto: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=429856

                  O trem é principal meio de transporte e que conecta todo o país, uma impressionante malha ferroviária com mais de 5 mil km de extensão (são incríveis 118,12 metros por km², a segunda maior do mundo, e infinitamente superior aos medíocres 3,35 do Brasil), 824 estações e mais de 300 milhões de passageiros transportados todos os anos. É conhecido por ser rápido, limpo, confortável e irritantemente pontual (bem que naqueles dias em que estamos atrasados poderia atrasar um minutinho só).

                  Além dos trens regulares, existem sete rotas especiais, as chamadas "rotas cênicas", passeios que cruzam o país e desvendam algumas das mais belas paisagens do país: Glacier Express (Zermatt a St. Moritz, duração de 8 horas), Bernina Express (Chur a Tirano, 4 horas), GoldenPass Line (Montreaux a Lucerna, 5 horas), Guilherme Tell Express (Lucerna a Lugano, 5 horas), Palm Express (St Moritz a Lugano, 3h30), Pre-Alpine Express (St. Gallen a Lucerna, 2h15) e RegioExpress Lötschberger (Berna a Brig, 2h15), com direito a vagões com janelas panorâmicas e teto envidraçado que permitem uma visão privilegiada das montanhas nevadas, vinhedos, pontes e túneis.


                  Brienz

                  Como trechos onde o trem precisa atingir até 2 mil metros de altitude são relativamente comuns, entram em ação as centenárias cremalheiras (em descidas e subidas muito íngremes, vários trens têm uma terceira "roda", que é uma engrenagem que se conecta com um trilho especial dentado, que dá a tração para o trem), que dão um charme todo especial ao passeio.

                  Importante falarmos do Swiss Pass, uma espécie de “bilhete único” que permite percorrer mais de 20 mil km em rotas de trem, ônibus e barcos, entrar gratuitamente em mais de 450 museus e oferece descontos nos passeios de teleféricos. Confesso que ia montar um material a respeito, mas então encontrei este espetacular post da Revista Viagem e Turismo, que reúne tudo o que você precisa saber sobre Swiss Pass, os preços e se vale a pena ou não comprar: http://www.viajenaviagem.com/2013/09/roteiros-trem-suica-swiss-pass/.


                  Zurique, visão da Altstadt (com a St. Peterkirche em destaque) do alto da Grossmünster

                  A Suíça reúne um incontável  número de atrações imperdíveis para todos os gostos, dos amantes de frio aos aventureiros, dos chocólatras aos amantes de história e arquitetura, dos fotógrafos aos gourmandises, que facilmente preencheriam qualquer roteiro de 30 dias de férias. Mas se você não tiver tanto tempo assim, saiba que com pelo menos 5 dias é possível montar um roteiro que permitirá conhecer um pouco das muitas suíças que existem dentro deste país encantador, incluindo Zurique (a maior cidade do país), Berna (a capital) e outros lugarejos inesquecíveis, que certamente vão deixar aquele gostinho de “quero mais”:

                  Dia 1: Zurique
                  Após passarmos por Berna, Lucerna e Interlaken, finalizamos nossa viagem pela Suíça em Zurique, maior cidade (400 mil habitantes) e principal centro econômico do país, conhecida como uma das principais capitais financeiras do mundo e por ser uma das 3 cidades com melhor qualidade de vida do planeta. Recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano, atraídos pelas paisagens de perder o fôlego, chocolates (divide com Bruxelas o posto de melhores e mais...
                  Dia 2: Lucerna

                  Kapellbrücke ("Ponte da Capela") toda florida Lucerna é uma das cinco cidades mais lindas que já visitei – as outras são Praga, Edimburgo, Le Mont Saint Michel e Paris. Estive lá em 2008, fiz um “vale a pena ver de novo” em 2011 e conto os dias para visitá-la novamente. Lugar simplesmente inesquecível. Distante apenas 45 minutos de Zurique, Lucerna tem população estimada em 60 mil habitantes (pequena para os padrões brasileiros, mas é a oitava...
                  Dia 3: Trem GoldenPass Lucerna - Interlaken
                  Lungern Rápido, limpo, confortável e sempre pontual, o trem é o principal meio de transporte da Suíça. Pequeno em extensão territorial (equivalente ao estado do Rio de Janeiro), o país possui uma impressionante malha ferroviária com mais de 5 mil km de extensão – são incríveis 118,12 metros por km², a segunda maior do mundo (atrás apenas da República Tcheca, com 122.13, e infinitamente superior aos medíocres 3,35 do Brasil), 824 estações e mais...
                  Dias 3 e 4: Interlaken e Jungfrau
                  Localizada no coração dos Alpes Suíços, a pitoresca Interlaken atrai turistas do mundo todo com seus esplêndidos cenários, situada entre os lagos Thun e Brienz e aos pés da cadeia de montanhas Jungfrau (4.158 metros), o Mönch (4.099) e o Eiger (3.970), Patrimônio Natural da Humanidade desde 2001. Considerada a “Meca” dos esportes de aventura na Europa, Interlaken oferece opções o ano todo: são mais de 200km de ótimas pistas para esquiar, praticar...
                  Dia 5: Berna
                  O quarto post da nossa viagem pela Suíça é sobre Berna. Quinta maior cidade do país (140 mil habitantes) e tida como uma das 10 cidades com melhor qualidade de vida do mundo, Berna é a capital da Confederação Suíça desde 1848 e sede das principais instituições federais dos poderes Executivo e Legislativo. Fundada em 1191 pelo Duque Berthold V de Zähringen, o local escolhido não poderia ser mais estratégico: uma península às margens do rio Aare,...

                  São Paulo – Cão Véio

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                  Fila Brasileiro - Mignon empanado na farinha Panko, recheado com queijos gruyère e gorgonzola, cortado em tiras e servido com um molho à base de tomate picado e pimenta-dedo-de-moça

                  Gastropub (misto de pub e restaurante) em Pinheiros com cardápio assinado pelo chef Henrique Fogaça, proprietário do premiado Sal Gastronomia, idealizador/organizador do “O Mercado” (o mais importante evento de comida de rua da cidade) e um dos melhores da atual geração. Aqui Henrique tem liberdade para brincar, experimentar e combinar ingredientes que criem pratos emblemáticos com sabores marcantes e preços honestos. Ambiente embalado por blues, jazz e hardcore, ampla carta de cervejas especiais e seleção de drinques completam o pacote “comer bem, beber melhor ainda”.

                  O chef divide a sociedade com um time de peso, formado por Fernando Badauí (vocalista da banda CPM 22) e Marcos Kichimoto (o “Kichi”, promoter de bandas de rock e ex-roadie do Sepultura). A carta de cervejas tem assinatura de Eduardo Passareli (ex-Melograno e atual Aconchego Carioca), já a elogiada seleção de drinques com whiskey Jack Daniel’s é comandada por Ricardo Bassetto, nome conhecido da noite paulistana (Sonique, Piola, Rock’n Cycles).







                  O ambiente da pequena casa (apenas 40 lugares) é inspirado no melhor amigo do homem, lembrado por ilustrações de cachorros pelas paredes, uma estátua de boxer sobre uma coluna grega na varanda, e no nome dos pratos, como o “Fila Brasileiro” e “Husky Siberiano”. Vasta coleção de quinquilharias, placas alusivas a marcas de bebidas, sofás chesterfield pretos, cortinas bordô na entrada dos banheiros, cristaleiras e paredes com cores fortes completam a decoração.

                  Até o ano passado a casa abria durante a semana no almoço (das 12hs às 16hs) e oferecia quatro opções de pratos executivos (ave, carne, peixe e massa) que mudavam toda semana e podiam ser complementados com salada e sobremesa, mas neste ano decidiram focar na proposta gastropub, com um cardápio de sanduíches bem servidos (preços entre R$ 19 de R$ 30) e porções para compartilhar (preços entre R$ 13 de R$ 28), assim você pode provar vários pratos. A maioria das opções leva alguma carne, mas existem algumas (poucas) opções para os vegetarianos.


                  Scoob Doo - salsicha Frankfurter, queijo gruyère derretido, mostarda marrom, molho de tomate picante e cebola caramelizada  no pão de batata

                  São ótimas pedidas o “Fila Brasileiro” (R$ 22), que é um mignon empanado na farinha Panko, recheado com queijos gruyère e gorgonzola, cortado em tiras e servido com um molho à base de tomate picado e pimenta-dedo-de-moça; o “Bom pra Cachorro” (R$ 15, seis unidades), um bolinho crocante de arroz acompanhado pelo mesmo molho à base de tomate e pimenta do mignon; o “Santo Mar” (R$ 28), versão do Fogaça para o clássico fish and chips, com cubinhos empanados de pescado (pode ser carapau, pargo ou dourada, conforme a disponibilidade), batata-doce e maionese de limão; o “Bicho do Mato” (R$ 13), pimenta jalapeño com linguiça de cateto gratinada, acompanhado de pão francês fatiado.

                  Entre os sandubas, brilham o “Rottweiler” (R$ 30), um hambúrguer alto de linguiça calabresa moída, coberto com queijo gouda, vinagrete e folhas de rúcula, acompanhado de mandioca frita; o “Cão Monstro” (R$ 22), carne louca feita de acém cozido na cerveja escura no pão francês, com um toque de creme de queijos; o “Scoob Doo” (R$ 21), um dogão com salsicha Frankfurter no pão de batata, queijo gruyère derretido, mostarda marrom, molho de tomate picante e cebola caramelizada; e o “Mastim” (R$ 21), cupim desfiado com manteiga da garrafa e vinagrete de agrião no pão caseiro de hambúrguer.


                  Mastim

                  A carta de cervejas especiais tem cerca de 40 rótulos, a maioria artesanais, com opções escolhidas a dedo para harmonizar com os pratos da casa ou apenas para quem quer beber e ouvir um bom som. Não espere o garçom, vá até a geladeira para ver quais são as brejas do dia e escolher o que vai beber, só passe no bar para anotar o pedido e pegar um copo.

                  São vários os acertos, como a belga Tripel Karmeliet (R$ 37), a brasileira Bamberg Weizen (R$ 25), a tcheca Bernard Lager (R$ 18), as americanas Founders All Day e Centennial IPA (R$ 22 cada) e a britânica Spitfire (R$ 26). Duas torneiras oferecem opções de chopp bem tirado, que mudam periodicamente, como a clássica Guinness (R$ 18) e a deliciosa Vedett Witbier (R$ 20).


                  Geladeiras


                  Founders All Day e Centennial IPA

                  Apenas duas sobremesas aparecem no cardápio, a “Dama” (R$ 17) combina sorvete de baunilha com cookies em pedaços, praline de castanhas e bastante calda de chocolate, e o “Vagabundo” (R$ 18) junta rabanada de brioche com creme inglês de whiskey e compota de abacaxi. A primeira é gostosinha, mas sem nada de especial, já a segunda tem gosto forte da bebida, suficiente para matar todos os outros sabores.


                  Dama: no dia da visita, versão com sorvete de chocolate


                  Vagabundo

                  Se a cozinha demonstra personalidade e a carta de bebidas merece elogios, o mesmo não podemos dizer no atendimento, demorado e desatencioso mesmo quando a casa está vazia. Não sou o único que diz isso, basta olhar os comentários espalhados nas redes sociais para constatar que o atendimento precisa melhorar muito.

                  No dia da visita, havia apenas uma mesa ocupada, e mesmo assim demoraram cerca de 10 minutos até notarem nossa presença. Cardápio entregue, o garçom sumiu, reaparecendo outros 10 minutos depois. Fizemos os primeiros pedidos, e as coisas aparentaram que entrariam nos eixos, as bebidas e os pratos chegaram sem maiores demoras. Mas de repente o dito cujo sumiu, DE NOVO. Havia uma outra funcionária no salão, mas ela insistia em nos ignorar. VINTE MINUTOS depois, o barman notou nossa cara de revolta e veio nos atender, pedimos mais algumas bebidas e ao questioná-lo sobre o garçom sumido, a resposta foi “pois é, eu não sei onde ele está, estou atrás dele também”. Oi?

                  Em tempo: o moleque reapareceu alguns minutos depois, com aquela cara típica de “perdi alguma coisa?”. Você eu não sei, mas eu perdi minha paciência. Até tinha espaço para pedir mais alguma coisa, a cozinha estava entregando bons pratos, mas perdi o tesão. Vale pela comida, vale pela carta de bebidas, mas já saiba que muitas pessoas têm problemas com o atendimento, Dica: ao menor sinal de problema, levante e procure o Badauí, que sempre está por lá. E prefira ir durante o dia (abre para almoço apenas no sábado) ou entre 16hs e 20hs, após este horário o lugar transborda de gente, e o que é ruim pode ficar ainda pior. #ficadica

                  Endereço: Rua João Moura, 871A - Pinheiros
                  Telefone: +55 (11) 4371 7433
                  Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 16hs à meia-noite, sábado das 12hs à meia-noite, domingo fechado.
                  Internet: http://www.caoveio.com.br/

                  São Paulo – Moraes, o Rei do Filet (desde 1914)

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                  Filet Alho e Óleo, meia porção

                  Quantos restaurantes você conhece que podem se orgulhar de dizer que existem há pelo menos 100 anos?

                  A história de um dos estabelecimentos mais tradicionais da cidade começou em 1914, quando os irmãos Salvador e Manuel Pereira Vidal abriram o “Restaurante Esplanadinha” (assim chamado por situar-se ao lado do antigo Hotel Esplanada), na Rua Conselheiro Crispiniano. Com estilo de botequim, rapidamente tornou-se ponto de referência na noite paulistana, frequentado por boêmios que saiam do Avenida’s Dancing (onde se dançava pagando uma tarifa por tempo) e políticos, poetas, atores e cantores que frequentavam os recitais do Teatro Municipal. Bons tempos.

                  Em 1929, Salvador tornou-se sócio do “Bar, Café e Confeitaria Moraes” no número 175 da Praça Júlio Mesquita, pertinho da sede do jornal Folha de S.Paulo, e o restaurante mudou-se para o local, onde permanece até hoje. O Moraes testemunhou as mudanças na região central de SP ao longo das décadas, que gradualmente deixou de ser uma área chique da elite paulistana para ser conhecida apenas como uma região degradada e abandonada pelo poder público.


                  Salão (Alameda Santos)


                  Na década de 1960 o restaurante mudou o nome para ‘Restaurante Moraes - O Rei do Filé’. Na época do “Plano Cruzado” chegou a ser fechado, pois não conseguia atender a clientela em razão do tabelamento de preços e a falta de carne, reaberto apenas quando o mercado voltou a normalidade. Atualmente pertence a empresários sem relação com a família dos fundadores, e além da matriz no Centro possuem uma filial na região da Paulista, na Alameda Santos.

                  Entre as histórias que marcam o lugar, dizem que Adoniran Barbosa, um dos grandes amantes da boemia paulistana, escolheu as mesas do Moraes para compor seu "Trem das Onze", enquanto saboreava um belo filet e tomava um chopp.


                  Croquete de Mignon com Alho Granulado

                  Entrar no Moraes significa viajar no tempo, com azulejos e ventiladores de ferro (esqueça ar-condicionado) nas paredes, mesas com toalhas brancas e garçons vestidos com terno branco e gravata borboleta. Tem gente que acha a decoração ultrapassada, mas a grande maioria (eu, inclusive) acha bem charmoso, uma lembrança de uma São Paulo que, infelizmente, não volta mais.

                  O cardápio do Rei do Filet oferece 16 tipos de filé mignon, em cortes de 490 (serve 2 pessoas) e 240 gramas (1 pessoa). Por ser um lugar tradicional, famoso em toda a cidade e frequentado por gerações de famílias que comem no Moraes há anos, tornou-se um lugar turístico, o que pode ser percebido no preços bastante elevados – um filet mignon de 490 gramas custa entre R$ 86,10 (simples) e R$ 119,20 (com palmito), já a porção de 240 gramas varia entre R$ 53,70 e R$ 86,80, preços que incluem até dois acompanhamentos.


                  Alho e Óleo com fritas

                  Na hora do almoço a filial da Alameda Santos tem um cardápio executivo com cortes de 130 gramas e duas guarnições por cerca de R$ 35-40.

                  Para começar a refeição, dispense sem cerimônias o couvert sem graça (R$ 7,80 por pessoa) e peça algumas porções do Croquete de Mignon com Alho Granulado (R$ 3,15, duas unidades), uma das coisas mais espetaculares que você comerá NA VIDA. Crocante por fora e macio por dentro, abra-o ao meio, salpique o alho frito por cima e regue com azeite ou umas gotinhas de pimenta Tabasco.

                  O carro-chefe da casa é a versão com Alho e Óleo (R$ 98,20 e R$ 65,80, respectivamente), acompanhado de fritas, brócolis ou salada de agrão. Se você não é muito fã de alho, recomendo o Filet com Catupiry (R$ 99,50 e R$ 67,10), onde a carne vem mergulhada em 2-3 centímetros do queijo, À Parmegiana (R$ 96,10 e R$ 63,70) e A Cavalo (R$ 91,40 e R$ 59), com um “zóião” por cima da carne.


                  A Cavalo com fritas e brócolis

                  A peça alta, suculenta e incrivelmente macia (para provar, o garçom se dará ao luxo de cortá-la na sua frente, à moda antiga, usando apenas duas colheres) só recebe sal e pimenta depois de pronta, servida com uma casquinha por fora e levemente mal passada por dentro (se você não gosta de carne mal passada, avise ao garçom, eles não perguntam sua preferência e às vezes “ao ponto” significa “boi mugindo no prato”). As lascas douradas, crocantes e sequinhas de alho frito são colocadas sem misérias sobre a carne. Na boca, você entenderá porque uma combinação tão simples faz tanto sucesso.

                  Além dos acompanhamentos inclusos no preço, a lista de guarnições tem opções como arroz, polenta e farofa (preços entre R$ 5,30 e R$ 33,10), além de saladas simples e bem servidas – são cinco opções, só tomate, só cebola, só alface, só agrião ou só palmito, com preços entre R$ 5,90 e R$ 21,50. A “Salada Completa” (palmito, ervilha, agrião, cebola, alface e tomate) é gigantesca, mas R$ 61,20 me parece caro demais.


                  Alho e Óleo com brócolis

                  Para beber, nada de carta de vinhos selecionados e cervejas especiais, o negócio aqui é pedir uma Original gelada (R$ 9,50) ou um chopp Brahma (R$ 7), para quem prefere vinho apenas o Concha y Toro Cabernet Sauvignon (R$ 40) vale o investimento. Entre os sucos, apenas laranja e limão (R$ 5,50 cada) são naturais, os demais são polpa.

                  Importante dizer que o Moraes aceita cartões de crédito e débito, mas os 10% do serviço precisam ser pagos em dinheiro (ou cheque) diretamente ao garçom que atendeu sua mesa. Sim, eu concordo que é uma baita sacanagem dos donos, uma mesquinharia sem tamanho, mas tenho certeza que você concorda que o garçom não deve ser prejudicado. Já que os donos não ajudam, façamos a nossa parte, leve algum dinheiro na carteira,

                  Okay, a comida é cara, mas ela é realmente boa? Ainda merece o título de “Rei do Filet”? Na opinião deste blog, o Moraes já viveu dias melhores, acredito que existem restaurantes com filets de qualidade superior e preços similares (como o menu degustação do NB Steak, com 11 cortes ultra-premium por R$ 88/pessoa), mas nada disso diminui sua importância para a gastronomia paulistana.

                  Alguém certa vez disse que “quem foi rei nunca perde a majestade”, o Moraes pode não ser mais unanimidade, mas ainda tem seu brilho. Imperdível.

                  Matriz: Praça Júlio Mesquita, 175 – Centro
                  Telefone: +55 (11) 3221 8066
                  Horário de funcionamento: Diariamente das 11hs às 22hs

                  Filial: Alameda Santos, 1105 – Cerqueira César
                  Telefone: +55 (11) 3289 3347
                  Horário de funcionamento: Domingo à terça das 11hs à meia-noite, quarta e quinta das 11hs à 1 da manhã, sexta e sábado das 11hs às 2 da manhã.

                  Internet: http://www.reidofilet.com.br

                  São Paulo – La Caballeriza

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                  Copa San Isidro

                  Definitivamente não gosto de escrever um post para fazer uma crítica negativa a um restaurante, mas às vezes não tenho escolha, o papel do blog é ser imparcial sempre, elogiar quando merece e ser duro quando não vale a pena. Este é o caso do La Caballeriza, que já figurou na minha lista de melhores argentinos de SP, mas nos últimos anos só me fez confirmar a maioria das opiniões nas redes sociais: decoração imponente, péssimo atendimento, carne irregular, ótimas sobremesas e preços salgados.

                  O La Caballeriza nasceu no bairro portenho de San Isidro em 1990, e atualmente tem cinco endereços na Argentina. A filial de São Paulo foi aberta em 2004 em sistema de franquia. Dividido em dois salões espaçosos com pé direito duplo, muita iluminação natural durante o dia e capacidade para 250 pessoas, o ambiente temático é inspirado em uma grande cocheira (“caballeriza”, em espanhol), paredes com pedras e tijolos à mostra, mesas largas e uma agradável fonte no pátio e baias mais privativas no estábulo. Sem dúvidas, um dos restaurantes mais bonitos de São Paulo.


                  Fachada


                  Salão principal (Crédito pela foto: blog Olhar Turístico)


                  Estábulo (Crédito pela foto: blog Conversas de Gordinhas)

                  As carnes são importadas da Argentina, extraídas de bezerros das raças Hereford e Aberdeen Angus, e preparadas na tradicional parrilla, a grelha inclinada portenha, usando lenha importada (adivinha de onde?) ao invés do tradicional carvão, supostamente para “garantir uma experiência mais próxima possível do que seria comer um churrasco em Buenos Aires“.

                  O resultado mostra-se irregular: o vacio (fraldinha, R$ 55) e a entraña (R$ 54), ambas peças de 250 gramas “in natura”, são os pontos altos do cardápio e surpreendem pela maciez, já o bife de chorizo (R$ 68), o ojo de bife (R$ 65) e a tapa de cuadril (picanha, R$ 65), todas peças de 400 gramas (servem 2 pessoas), mostraram-se duras e sem sabor, mais parecem um bife de gado Nelore cheio de gordura e difícil de cortar. Fui várias vezes e sempre me decepcionei com estes cortes.


                  Empanada de carne

                  O cardápio de entradas tem acertos e erros, destaques para a linguiça artesanal e a provoleta (provolone grelhado). Mas sou da opinião que uma experiência gastronômica portenha precisa começar com uma bela empanada, e aqui a casa deixa a desejar. A versão do La Caballeriza é frita, o que não é um problema (embora eu prefira assada), com opções de recheios de carne, frango, presunto com queijo e queijo com cebola (R$ 6,90 cada uma). São bem recheadas, mas acho a versão de carne seca demais, com muito ovo e massa pesada. Prove a empanada de queijo com cebola, muito saborosa.

                  Para acompanhar as carnes, a longa lista de acompanhamentos (pagos à parte) tem nove (!!!) versões de batata (frita, assada, purê, gratinada, etc.), legumes, cebola, tomate e palmito feitos na brasa, arroz, mandioca, farofa e saladas diversas. A batata frita à provençal (R$ 18), o palmito pupunha na brasa (R$ 40) e a salada brasileira (alface, palmito e batata palha ao molho de mel e mostarda; R$ 25) são os mais pedidos. DICA: peça ao garçom que traga a salada já temperada.


                  O decepcionante bife de chorizo


                  A ótima fraldinha


                  Acompanhamentos para a carne: cebola, chimichurri e vinagrete

                  Para beber, chopp Warsteiner e cervejas de litro (Norteña, Quilmes, Isenbeck; R$ 22), devidamente acondicionadas em um balde de gelo, como deve ser. A carta de vinhos é concentrada em rótulos argentinos e chilenos, com preços similares a maioria dos restaurantes paulistanos (ou seja, caros).

                  As sobremesas são o ponto alto da refeição, graças à qualidade superior do doce de leite que eles usam. Destaques para a panqueca de doce de leite com sorvete de creme (R$ 20) e a “Copa San Isidro” (sorvete de creme com muito doce de leite e nozes inteiras por cima; R$ 21), mas o Almendrado (sorvete de creme com sorvete de creme com amêndoas, entremeado de farofa de amêndoas; R$ 18) também atinge grandes resultados.


                  Palmito pupunha na brasa


                  Batata frita à provençal

                  Toda sexta-feira das 21hs às 23h30 o restaurante organiza um show de tango com o grupo “Tango e Paixão”, comparável aos melhores espetáculos não “pega-turista” de Buenos Aires. Para conferir o show e jantar bem, é necessário fazer reserva pelo telefone (11) 3541-2220.

                  Puxa, então quer dizer que empanada de queijo com cebola de entrada, fraldinha com fritas à provençal de prato principal e Copa San Isidro de sobremesa, tudo embalado por um show de tango, fecham uma bela refeição, certo? Depende. Faltou falar do atendimento, o principal motivo para eu e muitos outros não voltarmos mais vezes.

                  Serviço demorado, garçons sem educação e completamente despreparados, apressados e sem paciência, daqueles que vão interromper sua conversa à mesa para servir mais cerveja (suponho que eles ganhem comissão pela quantidade de cervejas vendidas) ou tirar um prato enquanto o(a) outro(a) ainda está comendo. Pedir licença, jamais. O cardápio demora para chegar, à vezes é preciso implorar para o garçom ir à sua mesa, a bebida demora, não raro os pratos chegam frios ou fora do ponto pedido. E reclamar com o Gerente não adianta muito, ele é tão perdido quanto os garçons.

                  Nossa última refeição teve 2 empanadas, 2 cervejas Norteña, 1 refrigerante, 1 bife de chorizo e 1 fraldinha, batata frita à provençal e palmito pupunha de acompanhamento, 2 sobremesas e 1 café, totalizando R$ 312,84 (já com 10% de serviço), valor alto em comparação com outros argentinos da cidade.

                  Endereço: Alameda Campinas, 530 - Jardim Paulista
                  Telefone: +55 (11) 3285 6189 ou 3541 2220
                  Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 12hs à meia-noite, domingo das 12hs às 18hs.
                  Internet: www.lacaballeriza.com.br
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