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São Paulo – Kibô Sushi

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Restaurante japonês no bairro do Itaim Bibi. O salão lota no almoço por causa do “Festival Kibô Sushi” (R$ 51 no almoço de segunda a sexta, R$ 70 no jantar e finais de semana), que funciona no modelo de rodizio em que o cliente paga por um valor fixo e pode saborear todos os pratos da casa.


Combinado Sushi e Sashimi

São 20 itens no total, incluindo sashimis (de atum, peixe branco e salmão), niguirisushi, uramaki, harumaki, temaki, hot holl, salmão grelhado, lula empanada, yakisoba, tempura e sobremesa – todos podem ser pedidos também à la carte, tanto no almoço quanto no jantar.

Em linhas gerais o atendimento é bom, mas torna-se instável quando a casa está cheia – poderia ser um pouco mais ágil e atencioso, sem que você precisasse ficar com braço levantado por muito tempo, quase implorando para que alguém te atenda. Mas o olhar atento do dono (que fica no salão) faz com que o serviço retorne rapidamente para os eixos.


Tiradito de tilápia


Guioza e shimeji

A refeição começa com uma opção nipo-peruana, o saboroso tiradito de carpaccio de tilápia ao molho cítrico acompanhado de cebolinha e cebola-roxa ao azeite extravirgem. Em seguida, entra em ação a culinária tradicional japonesa, com porções de shimeji, sunomono, guioza (leves e bem temperados).

Os temakis são servidos com alga fresca (na minha opinião, algo obrigatório em se tratando de culinária japonesa), mas os recheios oscilam um pouco – enquanto as versões de salmão e atum com cream cheese são saborosas e bem recheadas, a de camarão peca pela falta de tempero, além de usar o crustáceo pequeno (a maioria dos restaurantes japoneses que serve camarão prefere o crustáceo médio, que na minha opinião tem a carne mais saborosa).




Temakis

Do bom combinado de sushis e sashimis saem peças frescas e bem cortadas, onde os niriguisushis tradicionais recebem a companhia de opções mais criativas, como hot roll coberto com couve frita – particularmente dispenso as peças fritas, mas a couve deles merece elogios. Completam a refeição pratos quentes como teppans, lula empanada (tive o azar de receber várias passadas, borrachentas), salmão grelhado (pessoalmente não gostei da carne, achei seca demais).


Lula empanada


Salmão grelhado

Do cardápio de sobremesas, o carro-chefe é o harumaki de doce de leite, que não experimentamos. Escolhemos a banana flambada (que parecia ter sido apenas assada), sem gosto e sem graça. Se é verdade que comemos primeiro com os olhos, o prato merecia uma apresentação melhor.


Banana flambada

Endereço: Rua Pedroso Alvarenga 828 – Itaim Bibi
Telefone: +55 (11) 2373-7011
Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 12hs às 14h30 (almoço) e das 19hs às 23hs (jantar), sexta das 12hs às 14h30 e das 19hs à meia-noite, sábado das 12h30 às 16hs e das 19hs à meia-noite, domingo e feriado das 12hs às 16hs e das 19hs às 23hs.
Internet: http://www.kibosushi.com.br/


Athaliba Bistrô: O melhor picadinho de São Paulo

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Picadinho "Athaliba V"

Escondido em uma casinha de fachada simples e discreta na Alameda Campinas, quase esquina com a Lorena, este bistrô de apenas 13 mesas comandado pela chef Elsie Siciliano cativa os(as) clientes desde 2003, do ambiente simples e familiar aos pratos caseiros que resgatam sabores de infância, sendo o picadinho a estrela da casa.

O pequeno salão é dividido em 2 ambientes, a frente é mais iluminada, ideal para famílias e pessoas que querem bater papo, enquanto a área dos fundos é mais intimista, recomendado para casais. As mesinhas na varanda, acompanhadas por floreiras dos dois lados, teriam um ar bucólico não fosse o vai-e-vem intenso dos carros, o que na minha opinião deixa o ambiente barulhento e pouco aconchegante.


Entrada do restaurante

Pensada nos mínimos detalhes para ser aconchegante, a decoração convida o(a) cliente a conhecer um pouco da família da chef, com objetos e fotos antigas – não deixe de reparar na imagem ampliada que estampa a parede dos fundos do bistrô e retrata, em preto e branco, a família de Elsie à mesa - aliás, o nome Athaliba veio da idéia de homenagear seu avô.



Completam a atmosfera aconchegante vasos com rolhas de vinho e vidros de conservas e temperos. No corredor que liga o salão com a cozinha ficam as taças, que formam um bonito contraste entre a cor das paredes e as luzes que iluminam o espaço. Para finalizar, o ambiente é brindado com boa música ambiente, em volume baixo e que não atrapalha as conversas nas mesas.



O cardápio tem saladas, omeletes, risotos, massas e pratos à base de carne, aves e frutos do mar, mas são os famosos picadinhos na ponta da faca, que podem ser feitos com filet mignon ou frango, os campeões de pedidos. São 16 opções, que combinam uma carne suculenta e cortada em pedaços bem pequenos com ingredientes tradicionais como arroz, feijão, banana a milanesa, farofa e pastelzinho de queijo, com outros que ressaltam a criatividade da cozinha, como chutney de maçã, arroz de gergelim, purê de mandioquinha, fatuche.



Do cardápio de picadinhos, prove o “Athaliba V” (molho rotie, tomate cassê, farofa, pastel de queijo, banana a milanesa, ovo poche, arroz e feijão), o “Funghi Chileno” (molho funghi, arroz de açafrão, cenoura cozida) e o “Brasileirinho” (molho rotie, farofa de ovo com calabresa e bacon, banana, arroz e feijão). Cada opção custa R$ 34, e serve bem uma pessoa.


Brasileirinho, visita 1 (fim de semana): porção bem servida de carne e farofa, banana crocante. Espetacular!


Brasileirinho, visita 2 (dia de semana): carne morna, pouca farofa, banana saborosa por dentro e molenga por fora. Não demos sorte.

Do cardápio de carnes e peixes, destaques para o “Steak ao Funghi” (medalhão de filé mignon, molho funghi, risoto parmegiano; R$ 42), o “Bacalhau Irene” (desfiado e puxado no azeite com cebola, ovos mexidos, batata palha e arroz branco; R$ 42). Os risotos possuem bom toque de inventividade – destaques para o “Maçã Verde” (maçã verde, gruyère, prosseco e lâminas de amêndoas torradas; R$ 36) e “Da Vovó” (filé mignon, banana e castanha do pará; R$ 38).

Não gostamos do “Espaguetti Maio” (espaguete ao molho gruyère com camarões à milanesa; R$ 42), com boa apresentação mas minúsculo e sem graça. A quantidade da massa é pequena, lembra mais uma entrada do que um prato principal. Servido com apenas 3 camarões VG à milanesa (e sem gosto) dispostos como decoração, teria melhor resultado se fossem cortados em pequenos pedaços, refogados à parte e misturados com a massa. Para finalizar, o molho não é pesado, mas poderia ter menos creme de leite e mais queijo.


Espaguetti Maio

A lista completa de pratos pode ser consultada no site do bistrô, no endereço http://www.athaliba.com.br/arquivos/cardapio_athaliba_almoco.pdf, inclusive com os preços, o que é muito bom e deveria ser seguido por outros estabelecimentos.

A querida Elsie está sempre presente para controlar de perto o funcionamento da cozinha e manter a qualidade dos pratos e serviço. Sempre com um sorriso no rosto ela circula pelas mesas, conversa com os(as) clientes, pergunta se a comida está boa, sugere a sobremesa.


Casquinha de pastel para beliscar antes dos pratos, uma pequena gentileza da chef Elsie no dia da nossa primeira visita

Em linhas gerais o serviço é muito bom, rápido, atencioso e bastante pessoal, os funcionários mais antigos de casa atendem os(as) clientes com o carinho e atenção da dona, todavia sempre existem itens pontuais a melhorar. Na minha opinião, a qualidade no atendimento precisa ser mais uniforme – importante que os funcionários novos passem por treinamento ou sejam acompanhados de perto nos primeiros dias de serviço para que aprendam como a casa funciona.

Também existem diferenças na qualidade do serviço durante a semana (salão cheio, serviço mais corrido e portanto mais suscetível a erros) e de final de semana (mais tranquilo e sem pressa, é mais fácil gerenciar quando algo sai errado). Serviço rápido e comida de qualidade exigem uma equipe muito preparada e coordenada, outro ponto que precisa ser observado pela casa para evitar deslizes.


Na falta do vinho, a Stelinha nossa de casa dia

Para os amantes de vinho, o bistrô não tem carta. É verdade que eles não cobram rolha, o que convida os(as) clientes a trazerem de casa seu melhor vinho para ser harmonizado com a comida da chef. Todavia, eu acho que eles precisam repensar o modelo, talvez manter uma pequena adega, mesmo com alguns poucos (e bem selecionados) rótulos, pois não temos a cultura de sair de casa para jantar com o próprio vinho embaixo do braço.

Outra opção interessante seria alugar uma máquina Enomatic para servir vinhos em taça. Não raro, principalmente durante o fim de semana, o(a) cliente quer tomar um vinho. É verdade que a resposta negativa não impede que o(a) cliente faça sua refeição, mas sem dúvida é uma oportunidade perdida para otimizar o serviço (e o valor da conta).


Rabanada da Vó Júlia

Do cardápio de sobremesas, a “Rabanada da Vó Júlia” é feita com um pão especialmente criado para este prato, extremamente macio, que recebe uma pequena quantidade de açúcar e uma generosa porção de canela e vem acompanhada de sorvete de creme. Se você gosta daquela rabanada doce e molhadinha por causa do leite (é o meu caso), esta versão é bem diferente, quase nada doce, e vale a pena ser provada. Outra opção é levar um delicioso bem-casado pra comer depois.


Pão usado para fazer a rabanada

Importante: Após alguns recentes ajustes no horário de funcionamento, atualmente a casa abre apenas para almoço de segunda a sábado.

Endereço: Alameda Campinas, 1299 (quase esquina com a Lorena)
Telefone: +55 (11) 3052-2216
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 15hs, sábado das 12hs às 16hs
Internet: www.athaliba.com.br

Guarapari – Gaeta e suas moquecas capixabas

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Moqueca "Gaeta I" (Badejo com Camarão VG)

Existe um ditado no Espírito Santo que diz “moqueca é capixaba, o resto é peixada”. Para fecharmos nosso passeio por Guarapari, pegamos o carro em direção à Meaípe. Hoje, a antiga vila de pescadores tem uma das praias mais movimentadas do município que recebe turistas em busca das águas calmas de suas praias e da tradicional moqueca capixaba, que fazem a fama de restaurantes como Cantinho do Curuca e Gaeta, ambos estrelados no Guia Quatro Rodas e premiados entre os melhores do gênero no país.



Depois de muita pesquisa, decidimos comer no Gaeta. Inaugurado em 1966, o salão é simples e sem luxos – o maior conforto são os ventiladores que ficam no teto e ajudam nos dias de calor intenso. Localizado à beira-mar, com visão privilegiada do mar e dos barquinhos ancorados, tem algumas mesas sobre a areia para as pessoas que vêm da praia. As vendedoras de doces (cocadas e trufas) da região circulam com suas cestas o tempo todo pelo salão, oferecendo seus quitutes aos clientes.



Dona Idalina e o Sr Nhozinho Matos são os nomes por trás do Gaeta (o nome do restaurante faz referência a um arquipélago de três ilhas que podem ser vistas da Praia de Meaípe). Figuras conhecidas na gastronomia local, atingiram projeção nacional após sucessivas premiações do Guia Quatro Rodas (a primeira em 1988) e diversas aparições em programas de TV.


Salão principal


Salão principal

O atendimento é bem simpático, embora um pouco demorado, principalmente quando a casa está cheia. A dona do restaurante circula pelo salão e interage com os clientes, cuidando pessoalmente como se os estivesse recebendo em sua própria casa. Presenciamos ela conversando sem pressa com outras mesas, provavelmente clientes antigos. No nosso caso, recebemos simpáticos “boa tarde”  e “sejam bem-vindos”, além de trocamos meia dúzia de palavras quando os pratos foram trazidos à nossa mesa.


Pirão, moqueca e arroz: comida para um batalhão

A especialidade da casa são os frutos do mar, com destaque para as seis opções de moqueca capixaba: “Gaeta I” (Badejo com Camarão VG; R$ 150), “Gaeta II” (Badejo com Camarão Médio; R$ 145), “Três Ilhas” (Badejo, Camarão VG e Lagosta; R$ 255), “Escalvada” (Badejo com Lagosta; R$ 175), “Ilha Rasa” (Camarão VG e Lagosta; R$ 195) e “Victory 8 B” (Lagosta com e sem Casca e Camarão VG; R$ 195). Servida fumegante em uma panela de barro, é acompanhada de arroz branco, pirão e uma pequena moqueca de banana-da-terra (criação da Dona Idalina, hoje copiada por todos os restaurantes do estado).


Moqueca de banana-da-terra

A moqueca deles tem fama de ser cara. Pelo menos no quesito quantidade de comida, não concordo: a porção servida é muito farta, 3 pessoas comem muito bem até não aguentarem mais. E ainda sobrará comida.


Bolinho de bacalhau

De entrada, pedimos um bolinho de bacalhau, que embora tivesse fritura leve e casquinha crocante, veio com pequena quantidade de peixe (fora algumas espinhas) e muita batata. Na boca, o peixe tinha um leve amargor, como se tivesse ficado na água por muito tempo. Não agradou. Para amenizar o tempo de espera da moqueca, nos serviram de cortesia uma porção de camarões à milanesa fritos, que não achamos nada de mais – na verdade, a fritura estava um pouco pesada.


Camarão à milanesa

Fomos ao Gaeta para provar a famosa moqueca, mas quase mudamos de idéia quando vimos a gigantesca Lagosta Gratinada. No fim, decidimos não estragar as fantásticas lembranças que tivemos no Guaramare e pedimos a "Gaeta I”. Achamos as postas bem servidas, todavia o peixe estava praticamente sem tempero; o molho feito com tomates, cebolinha, coentro, cebola e alho é suculento, mas não conseguiu dar sabor ao peixe; os camarões são graúdos e cozidos à perfeição, sem dúvida a melhor parte do prato.



O pirão tem textura e sabor bem diferentes do servido nos restaurantes de São Paulo, parece levar pouca farinha de mandioca, o que o deixa gelatinoso e com sabor mais intenso na boca. Já a moqueca de banana é uma ótima idéia para os vegetarianos (aliás, foi por isso que ela foi criada, para atender um grupo de clientes não comia absolutamente nada de carne), o sabor é bem diferente de qualquer outra coisa que provamos, vale a experiência.


Pirão

Para beber, suco de Graviola (mesmo sendo polpa, tinha ótimo sabor) e uma Therezópolis Gold trincando de gelada.



Após a refeição, mais uma cortesia da casa: um pedaço da famosa torta de coco. Suave e de sabor leve, leva pouco açúcar. Todavia, é uma sobremesa comum, não fomos capazes de entender o que ela tem de tão especial.


Torta de coco (1/2 pedaço)

O valor da conta (2 sucos, 1 cerveja, 1 entrada, 1 moqueca) foi cerca de R$ 240, com serviço incluso. Saímos de lá um pouco decepcionados, incapazes de reconhecermos o ponto alto da refeição, aquele item que nos surpreendeu, aquela lembrança que voltaria conosco para São Paulo. Não podemos negar que a moqueca seja bem feita, mas não saímos com vontade de retornar um dia.

Endereço: Avenida Santana, 47, Meaípe, Guarapari (ES)
Telefone: +55 (27) 3272-1202
Horário de funcionamento; Todos os dias das 11hs às 22hs
Internet: www.restaurantegaeta.com.br

São Paulo – NB Steak: A reinvenção do rodízio e o nascimento de um clássico

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Paleta de cordeiro

O empresário gaúcho Arri Coser é referência quando o assunto é churrascaria rodízio – criador da rede “Fogo de Chão”, império de 23 restaurantes no Brasil e Estados Unidos vendido há dois anos para um fundo de investimentos por US$ 100 milhões. Após um período de descanso, ele resolveu voltar ao mercado. E quando Arri Coser está em ação, os concorrentes prestam atenção.

Mas para um empreendedor que conquistou fama e fortuna graças ao modelo de rodízio gaúcho, com direito a garçons de bombacha e aquela correria frenética de espetos pelo salão para manter os pratos (e estômagos) dos clientes cheios, voltar à ativa tinha uma única condição: não fazer o mesmo que antes.

Mas como mexer num time que está ganhando, arriscar-se a mudar um modelo de negócios já vencedor, e ainda assim continuar ganhando? A resposta foi criar um restaurante que mescla o serviço das churrascarias de espeto, mantendo a fartura tão querida dos brasileiros, com os cortes preparados na grelha e o ambiente das steakhouses. Ele reinventou o rodízio, e deu certo.


Fachada

Assim nasceu na NB (Na Brasa) Steak, a nova “galinha dos ovos de ouro” de Coser. O cliente paga um valor fixo (R$ 88, ou R$ 35 para crianças até 5 anos e R$ 60 para ficar só nos vegetais), valor abaixo do cobrado pelas melhores churrascarias de São Paulo, por uma seleção de 12 cortes que chega à mesa no sistema de “menu degustação” – linguiças (picante, tradicional e morcilla), costela de porco, bife ancho, chorizo, fraldinha, picanha, costela de boi, paleta de cordeiro, galeto e peixe do dia.


Linguiças

Antes que você pergunte: sim, a NB não deixa de ser um rodízio, mas as diferenças em relação às tradicionais casas são gritantes. Em primeiro lugar, os cortes são porcionados e servidos em travessas de louça branca, cortados no tamanho que o cliente quiser (as únicas exceções são picanha e fraldinha, servidas no tradicional espeto).

O ambiente não lembra em nada uma churrascaria, com aqueles salões claros, barulhentos e com garçons correndo de um lado a outro com espetos – imponente e elegante, tem iluminação leve e muita madeira de tons diferentes nas paredes, mesas e chão, que harmonizam e deixam o salão mais aconchegante. De um lado, um jardim com plantas, do outro divisórias com papel de parede e garrafas de vinho, algumas iluminadas por lâmpadas e outras vasadas, o que permite a passagem de luz natural. O isolamento acústico no teto ajuda a manter o nível de ruído baixo, mesmo com salão cheio. Tal reposicionamento de imagem visa atrair um público mais jovem e, principalmente, feminino.





Outra mudança importante foi implantada pelo chef francês Pascal Valero (ex-Le Coq Hardy e Kaá), que substituiu o tradicional buffet de saladas por porções à la carte – o cliente escolhe entre cinco opções no cardápio, incluídas no preço, como a Brie (brie, geleia de damasco e pimenta), a Mix Tropical (folhas verdes com molho de mel, fruta da estação e castanha do pará picada) e a de Quinoa com Maçã Verde, servidas em porções individuais. É o fim da fila de pessoas com pratos na mão.


Salada Brie


Salada Mix Tropical

Mas talvez a mudança mais esperada, embora ainda em processo de adaptação, esteja na qualidade do serviço. É verdade que a correria dos garçons (aliás, muitos rostos familiares da Fogo de Chão) empunhando espetos de carne praticamente desapareceu, também é verdade que ninguém fica passando a cada dois segundos oferecendo caipirinha pra inchar a conta, mas infelizmente as carnes continuam sendo servidas em velocidade de rodízio, uma após a outra, muitas vezes sem que o cliente tenha tempo de respirar entre um corte e outro, ou mesmo para degustar com calma o que acabou de pedir. Prestatividade é sempre importante, mas acho que aqui o serviço precisa de uma calibrada.

A carta de vinhos surpreende positivamente pela boa seleção de rótulos, com predominância de chilenos, portugueses, argentinos e brasileiros, a preços bastante honestos. A casa também oferece opções em meia garrafa e uma pequena seleção de vinhos em taça. Pedimos o ótimo Ventisquero Cabernet Sauvignon Reserva 2008, garrafa de 375 ml (R$ 52), um exemplar frutado e de bom corpo do Valle de Colchagua, região que produz meus tintos chilenos favoritos.



Enquanto o cliente escolhe a bebida (em tempo: por melhor que seja a laranja, por mais puro que seja, cobrar R$ 13 por um suco me parece um pouco exagerado) e a salada, pães quentinhos, embutidos (o salame é sensacional) e um gostoso patê de figado ajudam a passar o tempo enquanto as estrelas da festa não chegam.


Pães


Salame


Patê de fígado

Também com a assinatura de Valero, o trio de acompanhamentos das carnes (incluso no preço) é fixo: saem a batata frita e a banana à milanesa, entram os legumes assados e o tempurá de legumes, que fazem companhia para uma ótima polenta frita, crocante por fora e macia por dentro. Sem dúvidas, o NB Steak perde de goleada para as churrascarias rodízio tradicionais na variedade de saladas e acompanhamentos, mas é imbatível no quesito qualidade das carnes. Como sou 110% carnívoro, encontrei o paraíso.


Polenta frita e tempurá de legumes

Chega de delongas, vamos falar sobre as carnes. Todos os cortes são acima da média das melhores churrascarias rodízio da cidade, temperados apenas com sal grosso, e no mesmo nível das melhores steakhouse brasileiras. A espetacular linguiça tradicional (produzida em Encantado, na Serra Gaúcha) surpreende pela leveza e sabor, sequinha e suculenta. A costela suína tem um sabor marcante e defumado, só achamos que a peça servida tinha pouca carne.


Costela suína

As carnes vermelhas são cortes premium da Marfrig, de gado confinado alimentado com bagaço de cana e cevada, proveniente de fazendas em Boituva (SP), Rio Grande do Sul e Uruguai. O bife ancho provavelmente foi o ponto alto da refeição, servido ao ponto (rosado por dentro), a gordura entremeada deixa o corte incrivelmente macio e saboroso.


Bife ancho


Costela suína e bife ancho

O bife de chorizo foi o único corte que apresentou alguma oscilação, no primeiro a carne estava bem passada e dura, quase sola de sapato, embora o garçom tenha dito que estava “ao ponto”. Preferi não reclamar na hora e esperar um segundo corte, que segundo o garçom também estava “ao ponto”, mas que desta vez estava perfeito, rosado no centro e macio, exageros à parte nem precisava da faca para cortar. No fim da refeição, alertei o gerente sobre a diferença entre os cortes, uma vez que ambos foram supostamente servidos “ao ponto”.


Bife de chorizo

A próxima carne foi a fraldinha, lindamente servida no espeto. Outra carne que dispensa faca, tostadinha por fora e suculenta por dentro. Realmente irresistível. Na sequência, a costela de boi surpreende pelo corte, a peça é praticamente 90% carne. Única carne servida com presença de sangue, o sabor lembra a clássica Bisteca Fiorentina.


Fraldinha


Costela de boi

O serviço continuou com a picanha, que assim como a fraldinha é servida no espeto. Dourada por fora e rosada por dentro, a pouca presença de sal grosso enaltece o sabor clássico da carne. A paleta de cordeio merece juras eternas de amor, servida com casquinha crocante, carne macia e sabor muito acima de qualquer outra que já comi. Não experimentamos o molhinho de hortelã servido junto com a carne.


Picanha

Para finalizar a refeição, o galeto com pele crocante e generosamente temperado com ervas frescas, com boa presença de alecrim, desmanchava na boca; e o peixe do dia, uma posta mega saborosa de tamboril com molho de alcaparras e azeite.


Galeto


Tamboril

Eu sei que você está cheio(a) depois de tanta comida. Antes de pedir a conta, vamos falar sobre as sobremesas, cobradas à parte. O Pudim de Leite (R$ 18) é cremoso e denso, graças a boa quantidade de leite condensado, mas sem ser enjoativo. Extraordinário, divino. Os Churros ao Forno (R$ 16) são na verdade massas levinhas de eclair, acompanhadas por um doce de leite cremoso e servido em boa quantidade – ficaria melhor se o doce fosse argentino.


Pudim de leite

Valor da conta: 1 suco, 1 água mineral, 1 vinho 375 ml, menu degustação para 2 pessoas, 1 pudim, 1 churros, valet (estranhamente incluido na conta antes dos 10% de serviço, o que significa que você pagará os 10% também sobre o valet) = R$ 326, já incluindo os 10% de serviço. É claro que não é um restaurante barato, mas a mesma conta nas melhores churrascarias rodízio da cidade seria bem mais cara.


Churros

Conclusão: Esperamos 3 meses para visitar o primeiro restaurante da marca NB Steak aberta em São Paulo, acreditando que o tempo seria suficiente para arredondar e consolidar o serviço. Ainda faltam alguns itens muito pontuais, mas a excepcional qualidade geral faz com que os poucos problemas notados quase irrelevantes. Ao oferecer um modelo com qualidade superior de carnes e preço abaixo da concorrência, acreditamos que muito em breve a casa alcançará o posto de melhor rodízio de São Paulo. Os concorrentes precisarão reinventar-se, ou correrão o risco de ficar para trás.

Em Janeiro/2014 está prevista a abertura da segunda casa na capital paulista, na Avenida Faria Lima 140, pertinho do Largo da Batata. Os planos de expansão da rede são audaciosos: duas casas por ano nos próximos sete anos, totalizando 18 restaurantes até 2020.

Endereço: Avenida Vereador José Diniz, 3864 – Campo Belo (SP)
Telefone: +55 (11) 5093-6006
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 12hs às 16hs e das 18hs às 23h30, sábado das 12hs às 23h30, domingo das 12hs às 22hs.
Internet: http://www.nbsteak.com.br

São Paulo – Zur Alten Mühle

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Mix de Salsichas

Como já disse em posts anteriores, é sempre complicado fazer um review de restaurantes clássicos, com imagem consolidada, premiados e com clientela fiel.

Falar sobre o Zur Alten Mühle (“Ao Moinho Velho”, em alemão), a mais autêntica taberna alemã da cidade, significa falar da sua importância para a construção da imagem do Brooklin como reduto da colônia alemã em São Paulo – sem dúvidas ajuda o fato do bairro possuir a maior concentração germânica da cidade, mas este bar-restaurante faz um papel importante para divulgar os costumes e a gastronomia locais.


Salão principal (Créditos: Divulgação)

Fundado em 1980 pelo imigrante alemão Wihelm Heying, esta embaixada da comunidade alemã do bairro começou como ponto de encontro, feito por e para alemães, para matar a saudade do país, da língua, dos costumes, da comida. O bairro possui outros restaurantes de comida típica (caso do Jucalemão, outro clássico), mas nenhum simboliza tanto o país como o Barzur, como é carinhosamente chamado pelos frequentadores.

Nos mais de 30 anos de bons serviços prestados, o Zur Alten Mühle assistiu a transformação de um bairro com vocação industrial para um aglomerado de condomínios residenciais, ruas planas e arborizadas, que transformaram o Brooklin numa das áreas mais valorizadas da cidade, sem perder suas tradições.


Fachada

Localizado numa rua tipicamente residencial, a fachada com cara de chalé chama a atenção. O ambiente procura reproduzir as tradicionais choperias da Bavária, com paredes revestidas de madeira escura de lei trazida de Minas Gerais e do sul brasileiro, incluindo pilares esculpidos por escravos, além de cadeiras revestidas de couro e mesas de mogno. Decoram o salão as incontáveis bolachas de chopp e artigos de futebol, outra paixão nacional – flâmulas, camisas de times e da seleção.

Não poderia faltar um belo balcão, talvez o melhor lugar para apreciar o espetacular chopp da casa (já já falaremos sobre ele), com visão privilegiada do salão e da impressionante coleção de latinhas de cervejas que decoram o bar.


Balcão decorado com as latinhas e bolachas de chopp que marcam a identidade da casa

Atualmente comandado pelos irmãos Werner e Carlos, filhos do fundador, é o bar-restaurante que mais respeita as tradições germânicas em São Paulo. Sem exageros, lá dentro fala-se mais alemão do que português – a clientela fiel é composta pelos imigrantes e descendentes que moram no bairro e frequentam o lugar há anos, como se fosse uma extensão da casa deles, são amigos dos donos e chamam os garçons pelo nome.



Apesar do ar boêmio, o lugar jamais perdeu sua atmosfera familiar. Não estranhe se começar a ouvir um idioma diferente, é muito comum ouvir conversas em alemão entre as mesas. Se souber um pouquinho da língua, poderá enturmar-se sem problemas.

Um dos motivos que tornou o bar-restaurante um clássico paulistano é a qualidade do chopp (R$ 6,80), na opinião deste blog o melhor de São Paulo, tratado como estrela principal. Antes de serem servidos, os barris de chopp Brahma descansam por pelo menos 24 horas numa câmara fria, calibrada a exatos 6 graus. A chopeira a gelo (uma relíquia, só existem outras duas em atividade na cidade) em formato de barril (obviamente de madeira), tem duas torneiras, uma para o líquido levemente dourado (sem pressão) e outra para o formar o creme em pressão controlada, um pouco abaixo da normalmente praticada, técnica que confere leveza ao chopp que chega à mesa na hannover, aquela taça de pezinho, numa temperatura entre 3 e 5 graus.


Chopeira

Além do famoso chope, a casa faz sucesso pela oferta de cervejas especiais, onde predominam rótulos da Alemanha (Erdinger, Paulaner, Fransiskaner, Weihenstephaner), Bélgica e Holanda.

Antes de explorarmos do cardápio, vamos falar do atendimento. Sendo uma casa “feita por alemães” (o que inclui a maioria dos garçons), não espere aquele cidadão caloroso, afável e brincalhão, que vai te sugerir uma bebida e falar dos pratos com toda a alegria do mundo, oferecer uma sobremesa. Os funcionários são atenciosos, o serviço é rápido, mas os caras são alemães – o que não quer dizer que sejam mal-educados (embora muitos achem isso), eles apenas são diretos e de pouco papo, sem jamais perder a educação.


Uma Erdinger para relaxar enquanto a comida não chega

Chegou a melhor hora, falarmos das comidas com sotaque alemão. Para combinar com os ares de taberna, muitos pratos clássicos da culinária alemã são oferecidos em versões aperitivo, casos do kassler e eisbein, as porções de salsichão ou os canapés Tartarhäppchen (carne crua temperada no pão preto), Käsehäppchen (queijo gorgonzola), Lingüiça Blumenau e Schnittchen (rosbife caseiro). Mas a casa é famosa por seus Bouletten (R$ 22,30, seis unidades), que são bolinhos de carne com tempero autêntico, casquinha crocante e recheio úmido, servidos com mostarda preta à parte.


Filet à Parmegiana, uma das (poucas) opções não germânicas do cardápio. Carne macia e sequinha, ótimo molho de tomates, generosa porção de queijo gratinado. Vale muito a pena.

Da gastronomia clássica alemã, pratos como paprika schnitzel (filet mignon com molho de páprica e knödel, um nhoque típico alemão), mix de salsichas (branca, defumada e salsichão, servidas com batatas e bacon em pedaços; R$ 31,80), eisbein (joelho de porco) e kassler (bisteca suína cozida ou grelhada, acompanhada de batatas e chucrute) são presenças garantidas. No primeiro domingo do mês, eles servem o tradicional e famoso marreco recheado com repolho roxo – ligue e faça reserva com antecedência, porque a casa lota!

O cardápio de sobremesas não surpreende tanto quanto o ambiente, as bebidas e os pratos: a única que vale o investimento é o tradicional Apfelstrudel, de massa crocante e com pouco uso de açúcar (como manda a tradição germânica), mas que na minha opinião poderia vir com menos passas.


Apfelstrudel


A porção de Três Leites Moça não agradou: além de não ter o doce de leite de corte (anunciado no cardápio), apenas o chocolate é saboroso, as outras duas são extremamente doces.

Nos meses de Maio e Outubro, a pacata Princesa Isabel e as demais ruas do quarteirão (Joaquim Nabuco, Bernardino de Campos e Barão do Triunfo) transformam-se numa pequena Oktoberfest por causa da MaiFest e BrooklinFest, festas típicas que já fazem parte do calendário da cidade com espetáculos musicas, venda de artesanato, comida típica e muito (muito mesmo) chopp. Fica a dica.

Cada festa ocorre num final de semana do mês (MaiFest em Maio e BrooklinFest em Outubro), reunindo impressionantes 200 mil pessoas – e o número não para de crescer a cada nova edição. Embora o evento ocorra na rua, o Zur Alten Mühle fica entupido nesses finais de semana, recebendo não apenas os frequentadores assiduos mas também gente de outros bairros (e até outras cidades) interessada em conhecer o ambiente, provar das comidas típicas e acabar com o estoque de cervejas da casa.

Os preços não são baixos e acabam carregando um pouco da fama e história do lugar , mas a comida é bem feita e com qualidade, os pratos são bem servidos e a relação custo/benefício compensa. Acho que briga chucrute a chucrute com o Windhuk pelo posto de melhor restaurante alemão de São Paulo.

Endereço: Rua Princesa Isabel, 102 - Brooklin Paulista - São Paulo - SP
Telefone: +55 (11) 5044 4669
Horário de funcionamento: Segunda das 17hs à meia-noite, terça a domingo das 12hs à meia-noite.
Estacionamento: Tem valet (R$ 18), mas é comum encontrar vaga na própria rua, tipicamente residencial.
Internet: http://www.barzur.com.br/

Londres – Burger & Lobster

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Que tal comer uma lagosta inteira por módicas £20 (sem incluir bebidas, sobremesa e serviço) bem no coração de Londres? Este é o carro-chefe do Burger & Lobster, aberto em 2011 e que rapidamente tornou-se um fenômeno da gastronomia londrina e atualmente tem as mesas mais procuradas da cidade: não raro um jantar pode começar com uma fila de 2-3 horas.

Visitamos o restaurante mais baladado de Londres, dos mesmos donos do famoso Goodman, para muitos a melhor carne da cidade, e podemos garantir: encare a longa fila (não muito diferente da happy-hour às sextas do Outback em São Paulo), fique no bar tomando umas para passar o tempo, tente ir num horário alternativo, mas não deixe de ir, pois vale muito à pena.

A principal característica que diferencia o Burger & Lobster dos outros restaurantes está no cardápio. Na verdade, não existe menu, não há entradas, as sobremesas são limitadas. Um quadro negro na entrada anuncia "Burger or lobster or lobster roll. All with chips & salad. £20". Traduzindo: você pode pedir uma lagosta inteira, um sanduíche com carne de lagosta servida num brioche ou um suculento hamburguer de 180 gramas. E só. Cada prato custa £20, e vem guarnecido de batatas fritas (sequinhas e crocantes por fora e macias por dentro, no ponto certo de sal) e salada (folhas verdes, cebola roxa, parmesão e mini croutons).



Isso significa que um prato com bebida sairá por cerca de £25 (fora os 12,5% do serviço), algo quase impossível em se tratando de lagosta. E posso garantir: independente do que escolher, você sairá empanturrado(a) com tanta comida.

Pessoalmente eu gosto da idéia de um restaurante com cardápio enxuto, ao invés de oferecer uma infinidade de pratos, já que claramente um menu limitado torna as coisas mais fáceis para a cozinha e ajuda e manter a qualidade sempre no topo. Sem falar que otimiza os custos e minimiza o desperdício.

Em tempo: Não é preciso pensar muito para perceber que o hambúrguer, por melhor que seja, subsidia o preço do crustáceo e o torna provavelmente o melhor custo/benefício da cidade. Isso explica o espetacular sucesso da casa.


Fachada (City)

A popularidade do Burger & Lobster não dá sinais de que diminuirá em algum momento – pelo contrário, em apenas 2 anos de funcionamento já são 5 estabelecimentos na capital londrina, estrategicamente localizados em regiões caras, badaladas e de fácil acesso, como Mayfair (perto do metrô Green Park), Soho (entre Piccadilly Circus, Leicester Square e Tottenhan  Court Road), Farrington (entre Farrington e Barbican), City (atrás da St. Paul’s Cathedral) e Knightbridge (no quinto andar da Harvey Nichols, a poucos passos da Harrod’s). Os planos de expansão da marca seguem em ritmo acelerado, incluindo estudos para abertura de restaurantes no Oriente Médio e América do Norte.

O restaurante não trabalha com reservas (com exceção de algumas casas, que aceitam reservas para grupos a partir de 6 pessoas), como resultado as pessoas buscam horários alternativos para fugir das longas filas, o que acaba distribuindo o público e ajuda a manter o salão cheio praticamente o dia todo.

Decidimos visitar a filial da City, na região Leste de Londres, em teoria a mais tranquila dado o perfil do público nos arredores, pulsante durante o dia mas menos cheio à noite. Acerto certeiro: chegamos às 18 horas em pleno sábado, sem filas e com salão 80% cheio, fomos imediatamente conduzidos para uma mesa pequena e localizada estrategicamente num dos cantos, o que permitia uma visão privilegiada de tudo e todos, do vai-e-vém dos pratos ao serviço dos garçons.


Área de espera (City)

As lagostas servidas no Burger & Lobster são transportadas vivas da Nova Scotia (Canadá) e Maine (Estados Unidos) até Londres pelo menos 2 vezes por semana, mantidas em grandes tanques nos próprios restaurantes o que garante um produto 100% fresco – a decisão de buscar crustáceos do outro lado do oceano deve-se pelo fato da costa britânica não ter como fornecer a quantidade e qualidade (entenda-se, tamanho) adequadas da matéria-prima que o restaurante precisa. Com um consumo de aproximadamente 1 tonelada de lagosta por semana, o B&L hoje ocupa a posição de maior importador de lagostas da Europa.


Aquário (City)

Curiosidade: As lagostas são preparadas em uma geringonça chamada “Crustastun”, que supostamente é a “maneira mais correta e humana de preparar lagostas, de forma que os animais não sintam nenhuma dor”. Não sei se o equipamento funciona, mas achei legal a preocupação da casa, já que o aparelho é bem caro.

O ambiente é moderno e despretensioso, com  paredes e móveis de madeira, estofados de couro e tubulação exposta no teto. A frente envidraçada garante a entrada de boa luz natural no salão durante o dia, e as luzes baixas (mantidas por luminárias nas parede e no teto) asseguram um toque mais intimista à noite. Música ambiente em tom baixo para não interferir nas conversas, que deixam o salão bem animado e vivo. Na entrada, há uma pequena área de espera com um bar, onde é possível explorar a extensa carta de bebidas, composta por coquetéis, vinhos, destilados, cervejas e sidras, enquanto você espera para ser chamado para a sua mesa.


Ambiente (City)


Ambiente (City)


Ambiente (City)

Os garçons são na grande maioria jovens, simpáticos e bastante prestativos, explicam o menu, indicam bebidas, passam de tempos em tempos para ver se tudo está bem, se está precisando de algo. Dado o alto giro do salão, a comida é servida rápida e eficientemente (em média, 15 minutos após o pedido) em grandes bandejas ovais de metal, mas não existe nenhuma pressão para que você termine sua refeição rapidamente e vá embora. Coma sem pressa, aprecie o salão.



Vamos falar da comida. A lagosta inteira tem entre 700 gramas e 1 quilo “in natura”, é cozida no vapor por exatos 11 minutos e servida na própria casca, caso o cliente queira ela ainda pode ser finalizada na grelha – neste caso, são 8 minutos no vapor e outros 3 no chargrilled. Além das fritas e salada, boas guarnições que ajudam a manter o alto nível do prato, também é servida com uma porção de molho à base de manteiga com alho. Faz parte da refeição a experiência interativa, para muitos inédita, de tentar tirar a carne da casca – mesmo com os utensílios específicos, é só observar o salão para perceber os clientes apanhando do crustáceo, embora o final sempre será feliz (para aqueles em vias de entregar os pontos, os gentis garçons servem os clássicos babadores, já que apenas os profissionais conseguem comer e saírem limpinhos).


Lagosta inteira (crédito pela foto: http://aspoonfulofsugarblog.com/2012/11/15/burger-lobster/)

O “lobster roll” é um sanduíche com generosa quantidade de carne de lagosta (mas com menos carne do que a versão servida na casca), servida fria e que combina com o pão brioche quentinho e amanteigado, tostado por fora e fofinho por dentro. Carne macia e com sabor acentuado, em parte graças ao molho/maionese à base de manteiga com limão e ervas. Para completar, um toque de cebolinha gera um belo constraste visual em relação a cor rosada da carne.


Lobster roll (crédito pela foto: http://www.luxeat.com/blog/burger-lobster/)

Por fim, o hambúrguer. É um lanchão de 180 gramas de carne (corte 50% americano e 50% irlandês), American cheese, bacon, cebola, alface, tomate e pickes, no pão brioche redondo feito na casa, com um toque de gergelim tostado em cima. Carne suculenta, lanche alto, não tenha vergonha de comer com garfo e faca, já que mordê-lo pode ser complicado. O pão tem a mesma qualidade do servido no “lobster roll”, crocante por fora e extra macio por dentro. Lanche básico, sem ingredientes inventivos, mas excepcionalmente bem feito, embora na nossa opinião não seja o melhor hambúrguer de Londres – na nossa opinião, Hawksmoor's e Gourmet Burger Kitchen possuem lanches melhores e mais baratos. Por fim, mas não menos importante, vale dizer que este é provavelmente é o hambúrguer mais caro de Londres – como escrevemos antes, o preço alto ajuda a subsidiar o valor da lagosta.



Uma quarta opção da casa é a chamada “The Catch”, um quadro negro que oferece algumas lagostas gigantes, não mais do que 10 por dia, com opções que começam em £60 (por uma lagosta de 2 quilos) e podem chegar até £150, valor de um custáceo de incríveis 5 quilos, cerca de 5-7 vezes o peso do crustáceo “normal”. Sim, aqui estamos falando em comida para os mais fortes (e endinheirados), mas pode ser uma boa opção para compartilhar em mesas grandes. Dizem que o sabor da carne é bem melhor em comparação ao crustáceo de £20, fica para uma próxima visita confirmar ou não tal afirmação.


Crédito pela foto: http://agoodforking.com/?p=1774

Para beber, nossa primeira opção era saborerar um ótimo vinho, mas mudamos de idéia ao saber que 90% dos rótulos da casa posuem aquela tampinha de rosca (“screwcap”) no lugar das tradicionais rolhas de cortiça, uma tendência aparentemente sem volta no Reino Unido. Pessoalmente, ainda sou um pouco antiquadro neste ponto, defendo que o tipo de fechamento pode pode alterar a evolução do vinho dentro da garrafa. Dispensamos as cervejas e decidimos experimentar uma boa sidra – a deliciosa Aspall Suffolk Cider (£5, 500ml) é feita com suco prensado de maçãs inteiras, sem uso de concentrados para acelerar a fermentação. Agradou pelo sabor suave da maçã, sem aquele final seco presente na maioria das sidras industrializadas. Foram duas garrafas.



Endereços:

Mayfair: 29 Clarges Street (perto do metrô Green Park), +44 (20) 7409-1699.
Horário de funcionamento: Segunda a sábado do meio-dia às 22h30, domingo do meio-dia às 17h30. Fechado nos feriados.
Não aceita reservas.

Soho: 36 Dean Street (entre as estações Piccadilly Circus, Leicester Square e Tottenhan  Court Road), +44 (20) 7432-4800.
Horário de funcionamento: Segunda a sábado do meio-dia às 22h30, domingo do meio-dia às 22hs. Fechado nos feriados.
Aceita reservas para grupos dentre 6-10 pessoas.

Farringdon: 40 St. John’s Street, Smithfield (entre as estações Farrington e Barbican), +44 (20) 7490-9230.
Horário de funcionamento: Segunda à quinta do meio-dia às 22h30, sexta do meio-dia às 23hs, sábado das 16hs às 22h30. Fechado aos domingos e feriados.
Aceita reservas todos os dias no almoço, aos sábados entre 4-6 pessoas e de segunda à sexta no jantar para grupos entre 4-10 pessoas.

City: 1 Bread Street (atrás da St. Paul’s Cathedral), +44 (20) 7428-1789.
Horário de funcionamento: Segunda à sexta das 11h30 às 22h30, sábado do meio-dia às 21h30. Fechado aos domingos e feriados.
Aceita reservas para grupos a partir de 8 pessoas.

Knightsbridge: 109-125 Knightsbridge (quinto andar da Harvey Nichols, a poucos passos da Harrod’s), +44 (20) 7201-8676.
Horário de funcionamento: Segunda a sábado do meio-dia às 22h30, domingo do meio-dia às 22hs. Fechado nos feriados.
Não aceita reservas.

Internet: www.burgerandlobster.com

Londres – Punjab (Covent Garden)

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Chicken Tikka Masala

Para quem não sabe, o Reino Unido possui incríveis 8.500 restaurantes indianos, resultado da forte imigração no país. Como amante da culinária indiana, quando morei em Londres em 2008 tive a chance de frequentar alguns restaurantes na famosa Brick Lane, conhecido reduto indiano no leste da cidade, mas tinha um carinho especial por um restaurante localizado na badalada Covent Garden chamado Punjab, aberto em 1947 e tido como o mais antigo em atividade no país.

Cinco anos, um blog de gastronomia e mais de 200 posts depois, retornei ao restaurante da família Maan (atualmente a administração está nas mãos da terceira geração) em busca de boa comida indiana, material para o blog e de um verdadeiro tesouro: o melhor Chicken Tikka Masala (cubos de frango feito no tandoor com masala e molho à base de tomates) de Londres.

A especialidade da casa é a culinária Punjabi, originária de uma região chamada Punjab, localizada entre o nordeste da India (onde está Nova Delhi) e o leste do Paquistão (onde fica a capital Islamabad e a Kashmira, região mais populosa e desenvolvida do país). Na gastronomia, predomina uma grande variedade de pratos (frango, cordeiro, peixe e porções vegetarianas) com generoso uso de manteiga, masala, leite e iogurte, marinados na cebola, alho e gengibre e especiarias para acentuar os sabores. Como resultado, pratos com sabores ricos e complexos, coloridos, carnes tenras e suculentas, que podem ser servidos com pouca pimenta ou extremamente fortes, mas sempre com a preocupação de não modificar o sabor original dos alimentos.


Fachada

Localizado num prédio datado de 1680 no triângulo de ouro de Covent Garden, entre as estações de metrô de Tottenham Court Road, Covent Garden e Leicester Square, região com forte oferta de restaurantes, teatros e vida noturna intensa. A frente envidraçada oferece visão privilegiada do cruzamento entre a Neal Street, Shaftbury Avenue e Monmouth Street, região movimentada com grande circulação de executivos, turistas, personagens locais e artistas de rua.

O ambiente é dividido em 2 salões pequenos, com pouco espaço entre as mesas e decoração, digamos, excêntrica: cores fortes e quadros nas paredes, música típica (que lembra os filmes de Bollywood) em volume um pouco acima do agradável (o que torna o ambiente um pouco barulhento), carpete velho e desgastado (não duvido que seja o original instalado em 1947), ar condicionado no teto que não consegue manter a temperatura uniforme: se você tiver o azar de ficar bem embaixo (foi o meu caso, tive que pedir para aumentar a temperatura), sua refeição ficará congelada em minutos, enquanto nas extremidades parece uma sauna. A casa vive lotada, portanto reservas são mais do que obrigatórias.


Salão principal (Crédito pela foto: https://munchmyway.wordpress.com/2013/11/12/punjab-covent-garden/)

Com base nos reviews de outras pessoas em páginas como TripAdvisor e Yelp, aparentemente o atendimento pode oscilar de atencioso a rude. É verdade que a quantidade de pessoas que reclama é minoria, mas como a reclamação é basicamente a mesma fica claro que existe algo que precisa ser observado pelo restaurante. No dia da nossa visita, um domingo à noite de casa 100% cheia, fomos extremamente bem atendidos, com rapidez e cortesia, mesmo chegando com 30 minutos de atraso em relação ao horário da reserva – na realidade, a mesa estava lá, só aguardando nossa chegada. Nas vezes em que estive em 2008, também não tive quaisquer problemas com o atendimento.


Salão secundário

Na minha opinião, acho que certas pessoas podem incomodar-se com o fato do povo indiano ser mais fechado, observador, de falar pouco, talvez pouco receptivo. No Punjab os garçons não vão sorrir para você, não vão sugerir pratos (eles assumem que você conhece alguma coisa da culinária, e em caso contrário perguntará), talvez nem olhem nos seus olhos (característica de algumas castas indianas). Não raro você presenciará dois garçons de turbante quebrando o pau no meio do salão, em indiano mesmo, por alguma bobagem qualquer.

Dependendo da cultura de cada um, acredito que tudo isso junto possa passar a imagem de um atendimento ruim, ríspido e mal educado, mas não é nada disso, pelo menos esta é a minha opinião. Minimize tudo isso, caso sinta-se mal-tratado reclame com a gerência, e foque na comida.

Começamos nossa refeição pela escolha da bebida. Normalmente gosto de comer meu franguinho ao masala com algumas garrafas de Cobra, uma das melhores lagers que conheço, mas desta vez aceitamos o desafio de harmonizar os pratos com um bom vinho. Escolhemos o ótimo Pouilly Fume Domaine de la Renardiere 2011 (£26.95, 750ml), um Sauvignon Blanc do Vale do Loire com excelente mineralidade, floral no nariz e fresco na boca, com presença de notas cítricas. E com rolha de cortiça, algo raro para um vinho branco em Londres!



O custo/benefício é excelente se considerarmos a qualidade da comida e a oferta gastronômica da região, com entradas entre £3-4, pratos principais entre £9-12 (vegetarianos entre £5-8), pães, arrozes e acompanhamentos entre £3-4.

Do pequeno cardápio de entradas, prove o “Panner Pakora” (bolinhos fritos recheados de queijo cottage, £4.35) ou o “Prawn Puri” (camarões levemente apimentados acompanhados de um pão redondo, fino e crocante, £4.75) ótimas opções para abrir o apetite enquanto você escolhe o prato principal no extenso menu com quase 80 opções, divididas em 4 grupos – os “Tandoori” são feitos no forno típico (em tempo: o Punjab foi o primeiro restaurante do Reino Unido a importar um forno Tandoori, em 1962), não deixe de provar o “Tandoori King Praws” (£14.25), camarões gigantes com um leve toque de pimenta; o “Chicken Tikka” (£9.55), frango marinado no masala, super macio; e o “Tandoori Lamb Chop” (£11.80), suculentos pedaços de cordeiro com boa presença de especiarias.


Chicken Tikka Masala com Garlic Naan

Do cardápio de pratos à base de frango, o “Chicken Tikka Masala” (£9.55) sempre será meu caso eterno de amor, mas o “Butter Chicken” (£9.80) é o clássico dos clássicos, marinado no iogurte e cozido no osso em um molho de tomates, manteiga e creme de leite, temperado com cominho, sementes de coentro, pimenta caiena e cardomono esmagado. São sabores fortes, mas que juntos formam um baita prato.

Entre os cordeiros, o “Punjabi Chops Masala” (£12.30) é apimentado, oposto do “Lamb Korma” (£9.25), super suave e saboroso. O menu de peixes tem apenas 3 opções, pessoalmente não conheço nenhuma delas, e do cardápio vegetariano apenas posso opinar sobre o “Mushroom Masala” (£5.45), cogumelos com molho masala que funciona muito bem como acompanhamento, assim como os ótimos Naans – as versões de “Cheese Naan” (com queijo, £3.70), “Garlic Naan” (com lâminas de alho, £3.65) e “Kulcha Naan” (com cebolas apimentadas, £3.65) são ótimas.


Garlic Naan

Para comer, pulamos as entradas e fomos direto na clássica dupla Chicken Tikka Masala e Garlic Naan. Vale dizer que para alguns as porções podem ser pequenas, portanto o ideal é acompanhar cada prato com uma porção de arroz, batata ou pão, o que tornará a refeição suficiente para 1 pessoa. Os cubos de frango estavam tenros e cremosos, marinados em especiarias e com forte presença de masala, mas sem deixar o prato picante demais. O Garlic Naan estava crocante, com lâminas grandes de alho para assegurar um sabor marcante. Fiquei feliz em ver que a qualidade da comida continua a mesma da minha última visita, em 2008. O restaurante segue um clássico.

Como comida indiana é sinônimo de chilli, importante dizer que os pratos no Punjab são preparados com nível de picância “medium”, onde é possível sentir as especiarias mas sem arder muito nem provocar lágrimas, pelo menos para quem está acostumado. Se não é o seu caso (ou se você não gosta de pimenta), é só pedir ao garçom o prato “mild” (suave).


Gulab Jamun

Fechamos a refeição com um Gulab Jamun (£3.60), a mais clássica das sobremesas indianas. Bolinhas fofinhas e quentinhas, recheio aerado com forte sabor de leite, calda quente de laranja. Bom demais. Vocês exportam para o Brasil?

Conclusão: segue sendo um ótimo lugar para saborear a culinária indiana clássica no centro de Londres, com bons pratos, atendimento atencioso e preços para não estourar o orçamento.

Importante: No valor final da conta, o restaurante incluirá a taxa de serviço (10%), que assim como no Brasil é opcional, mas sempre bem-vinda pelos garçons se o serviço prestado foi de qualidade.

Endereço: 80 Neal Street, Covent Garden
Telefone: +44 (0)20 7836 9787
Horário de funcionamento: Segunda a sábado do meio-dia às 23h30, domingo do meio-dia às 22h30.
Como chegar: Vá de metrô – as estações Leicester Square, Covent Garden e Tottenham Court Road estão cerca de 10-15 minutos de caminhada.
Internet: http://www.punjab.co.uk/

Londres – Gordon’s Wine Bar

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Trio brie, emmental e stilton

Atrás do bar, uma placa avisa “We don’t serve beer or spirits. We are a wine bar.”. Mas você não está num wine bar qualquer. Inaugurado por Arthur Gordon em 1890, o Gordon’s Wine Bar é o mais antigo wine bar de Londres.

Localizado na Villiers Street, pertinho da estação Embankment (e do Tâmisa), o bar fica no subsolo de uma construção datada de 1680. Antes de se tornar um bar, foi a casa de Samuel Pepys (diarista e figura histórica inglesa) no século 17, serviu como um armazém de sementes da empresa Minier & Fair e foi inundado várias vezes até o Tâmisa ser represado em 1824. Logo após a abertura do bar, o autor Rudyard Kipling foi morar lá como inquilino, onde escreveu o romance “The Light That Failed” na sala de estar acima do bar – em sua homenagem, a casa foi batizada como “Kipling House”. O Gordon’s Wine Bar também foi o primeiro lugar na cidade que começou a vender vinho sem licença, de acordo com a “Vintner Charter” (Carta de Viticultor) de Edward III, datada de 1364.


Fachada na Villiers Street

Curiosidade: A família Gordon que é a atual dona do bar não tem nenhuma relação com o fundador Arthur Gordon. Em 1975, Luis Gordon descobriu o bar e assumiu seu controle, coincidência que ajudou a manter vivo o nome Gordon.

Degustar vinhos no Gordon’s Wine Bar é, antes de mais nada, uma viagem no tempo, uma vez que o ambiente mantém a mesma atmosfera de 123 anos atrás. No salão principal, acessado por uma escada íngreme num beco na lateral da construção, é uma espécie de porão onde tudo é de madeira, incluindo as paredes, móveis e teto (que aliás vira uma cachoeira quando chove). As paredes são cobertas por recortes de jornais antigos e velhos cartazes, além de garrafas empoeiradas. Na área do bar, tonéis e barris de vinho completam a decoração. Não existe música ambiente, o único som são as conversas – e sussurros – vindos das mesas e do bar de vinhos.













Mas basta andar alguns passos no salão para avistar o lugar mais espetacular da casa: uma caverna encustrada na pedra com teto muito baixo (tenho 1,64 de altura, e tive que abaixar a cabeça para andar lá dentro), sem janelas nem luz elétrica, iluminada apenas por velas dentro de garrafas de vinho. Ao lado fica a “jaula”, uma pequena área com uma grade – é onde os vinhos costumavam ser guardados, até que recentemente construíram uma nova adega e o espaço foi convertido em salão. Pode parecer uma roubada (e certamente não aconselhável para os clautofóbicos), mas as mesas são disputadíssimas.


Caverna (Crédito pela foto: http://mapadelondres.org/2011/06/pubs-de-londres-gordon%E2%80%99s-wine-bar/)

A carta de vinhos oferece uma grande seleção de tintos, brancos e rosés do Novo e Velho Mundo, além de fortificados (as opções de vinho do Porto e Jerez são bem interessantes), listados por estilo ao invés de país, que podem ser apreciados em taça (ótima opção para quem quer degustar várias opções, com preços a partir de £4) ou garrafa (a partir de £15) – também possui uma boa oferta de rótulos em meia-garrafa e jarras de vinhos da casa.

Na dúvida, peça ajuda aos funcionários, eles são atenciosos e te ajudarão a escolher um bom rótulo por um bom preço (só não esqueça de deixar uma gorjeta depois, no pratinho que fica no canto). Escolhemos uma meia-garrafa de Casillero del Diablo Reserva 2012, clássico da Concha y Toro.



Para comer, opções de pratos frios (saladas, frios, patês) e quentes (carnes, peixes, tortas, vegetais) da culinária tradicional britânica, dispostos em estilo buffet, mas são os lindos e enormes queijos, servidos com pão, os melhores amigos para acompanhar os vinhos. A tábua com 1 pedaço de queijo (cerca de 200 gramas) sai por £5, dois por £8,80, e três por £12,50, que ainda podem ser acompanhados por cebola em conserva e dois chutneys, servidos à vontade pelo próprio cliente.


Queijos e pratos quentes

Provamos o trio brie, emmental e stilton – os dois primeiros são excepcionais, com sabores fortes e marcantes (o brie ainda merece uma menção pela cremosidade, comparável aos melhores similares que provamos em terras francesas). Já o queijo curado inglês tinha sabor extremamente forte, até para um apaixonado por gorgonzola, e foi o único que não conseguimos comer inteiro.


Trio brie, emmental e stilton

Embora seja tratado pelos londrinos como o “um dos segredos mais bem guardados de Londres”, tornou-se nos últimos anos um lugar turístico, onde conseguir uma mesa pode ser uma tarefa bastante difícil, quase impossível em se tratando da caverna. O site deles possui uma opção de reservas, mas é preciso planejar a visita com alguns meses de antecedência para ter sucesso (importante observar também que a reserva só é garantida para chegadas até 12h45 no almoço e até 16h30 à tarde). Chegar cedo ou em horários alternativos (período da tarde, antes do jantar) pode ser uma opção mais recomendada. Para quem faz questão de ficar na “caverna”, uma dica é sentar em qualquer mesa e esperar que uma das poucas mesas fique vaga – quando isso ocorrer, procure ser rápido, pois provavelmente seu vizinho também estará de olho na mesma mesa!





Os garçons circulam pelo salão limpando as mesas e retirando os pratos, já que o sistema por lá é 100% self-service: logo na entrada, à direita ficam as opções para comer. A fila nem sempre é respeitada, portanto tenha paciência. Informe ao senhor ranzinza o que quer (queijos, pratos frios ou quentes), ele montará seu prato, pague e retire na hora. Em seguida, dirija-se até o bar, alguns passos à frente (onde também não existe fila, e em dias de lotação máxima pode ter um empurra-empurra bem indesejado, onde vence quem tem o cotovelo mais forte), escolha a bebida, pague e retire. Por fim, procure uma mesa (se estiver acompanhado, espero que a pessoa já esteja procurando enquanto você escolhe os comes e bebes) ou encoste em algum canto e coma em pé mesmo enquanto aprecia a atmosfera única (e espera alguma mesa ser liberada).

O local conta com um generoso espaço externo na Watergate Walk (a rua lateral que dá acesso ao salão principal), maior do que o espaço interno, com algumas mesas e barris com toldos e guarda-sóis verdes, esta última para comer em pé mesmo. Importante dizer que o lugar é ocupado em sua maioria por fumantes – para quem tem problemas, ficar do lado de fora não é uma boa opção.


York Water Gate (Crédito pela foto: http://memoirsofametrogirl.com/2012/10/04/york-water-gate-embankment-gardens-italianate-thames/)

Curiosidade: no passado a Watergate Walk foi um caminho usado pelos nobres para embarcar e atravessar o rio – até hoje é possível avistar o pórtico "York Water Gate", localizado no Embarkment Gardens, por onde eles passavam.

Antes que eu esqueça: os banheiros ficam no andar de cima, acessados a partir de uma escada bastante íngreme localizada no meio do salão. Após algumas taças de vinho, tome cuidado!

Endereço: 47 Villiers Street, Embarkment
Telefone: +44 (0)20 7930 1408
Estações de metrô: Embankment (Bakerloo, Northern, Circle e District Lines) e Charing Cross (Northern e Bakerloo Lines)
Horários de funcionamento: Segunda a sábado das 11hs às 23hs, domingo das 12hs às 22hs. Não abre dia 25 de dezembro.
Internet: http://www.gordonswinebar.com


Londres – Poppies Fish and Chips

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Fish and Chips

Sou da opinião de que a melhor maneira (e mais gostosa) de conhecermos a história de um país e de seu povo é explorarmos sua culinária típica. Quando estiver no Reino Unido, não deixe de provar o tradicional “Fish and Chips”, uma simples e deliciosa combinação de peixe frito empanado (geralmente bacalhau fresco ou hadoque), batatas fritas e ervilhas, cozidas ou em forma de purê.

A história do “Fish and Chips” começa nos séculos XVII e XVIII, quando judeus portugueses e espanhóis introduziram no país o hábito de fritar o peixe, embora naquela época a matéria-prima fosse algo pouco acessível pelo alto custo. Na segunda metade do século XIX, o desenvolvimento da pesca com rede de arrasto no mar do norte ajudaram a reduzir os custos do transporte, permitindo que os peixes chegassem ao interior do país, tornando-se uma alimentação de fácil acesso e barata para os membros da classe operária. A batata já fazia parte da dieta dos britânicos desde o século XVII, mas na mesma época surgiu no norte da Inglaterra o primeiro estabelecimento que as vendia cortadas e fritas.


Fachada (Spitalfields)

Não existe um consenso sobre quando os dois produtos foram combinados pela primeira vez. O primeiro registo de uma loja de peixe com batatas fritas em Londres indica que foi aberta em 1860 ou 1865, apesar de existir outro registro de uma loja na pequena Mossley, localizada em Lancashire (no norte da Inglaterra), datado de 1863.

O “Fish and Chips” consolidou-se como prato nacional britânico – existem mais de 10 mil estabelecimentos (chamados de “chip shops”) no Reino Unido, dos tradicionais pubs, restaurantes e quiosques. Segundo um velho ditado, “se os britânicos não estão tomando chá nem jogando críquete, então eles estão comendo peixe com batatas”. Manda a tradição que o “Fish and Chips” seja vendido embrulhado em folhas de jornal, o que ajuda a absorver a gordura e baratear o preço, o que ainda acontece em várias regiões do país.



Britânico de nascimento, o prato rapidamente expandiu suas fronteiras para Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos, com algumas variações em relação à receita original – a lista de peixes tornou-se quase infinita (por exemplo, nos Estados Unidos existe é possível encontrar “Fish and Chips” de salmão), o preparo pode ser com (sul) ou sem (norte) pele, empanado na farinha ou pão ralado, com ou sem adição de cerveja, frito na banha (como antigamente) ou óleo vegetal. Também surgiram outros acompanhamentos, como feijões no molho de tomate (Irlanda), pão com manteiga, coleslaw (Estados Unidos), batata doce (Nova Zelândia) e molhos, de curry (norte do país) a tártaro.


Salão (Spitalfields)

Um “Fish and Chips” em Londres que merece destaque é o Poppies, com mais de 60 anos de serviços prestados no bairro de Spitalfields, na região de East End e nas proximidades da lendária Brick Lane (com todos seus restaurantes indianos, lojas “vintage”, e os mercado Brick Lane e Spitalfield’s, abertos aos domingos).

Referência e unanimidade em todas as listas de Top 3/5/10 disponíveis na internet, o Poppies vem colecionando premiações e presenças no ranking dos melhores restaurantes de “Fish and Chips” não só em Londres, como também na Inglaterra – nos últimos 2 anos a casa do senhor Pops Newland (daí o nome) foi eleita uma dos três melhores do país no “National Fish & Chip Awards”, sendo a única representante da capital britânica na lista. Não é pouca coisa.


Salão (Spitalfields)

Podemos dizer que Poppies é o melhor “Fish and Chips” de Londres? É difícil responder esta pergunta com tantos concorrentes de peso, mas uma coisa é certa: visitá-lo e comer um belo “Fish and Chips” é obrigatório para quem está em Londres. E não se esqueça de fazer reserva – como todo restaurante concorrido, elas são obrigatórias.

O ambiente temático é uma viagem às lanchonetes americanas dos anos 40-50. Nas paredes, quadros com fotos de artistas, dizeres clássicos, artigos de jornal, objetos náuticos. Na parte superior, prateleiras com vasta “memorabilia” (que inclui brinquedos, utensílios domésticos, objetos antigos e tudo mais o que você puder imaginar), colecionada pelo proprietário ao longo dos mais de 60 anos de atividade. Mas é a linda e imponente jukebox, uma 1958 AMI (Automatic Musical Instrument Co.) original e restaurada, novinha em folha, responsável pela música ambiente, que atrai todos os olhares.


1958 AMI (Automatic Musical Instrument Co.), a jukebox que comanda o som em Spitalfields

Os funcionários também estão vestidos à caráter, do pessoal da cozinha com seus chapéus Panamá às charmosas garçonetes, carinhosamente chamadas de “Popettes”, vestidas em estilo retrô com saia, lenço, sapatilha e chapéuzinho – para alguns, parece roupa de marinheiro, mas o vestuário também é uma homenagem às lanchonetes de antigamente.

Além do restaurante em Spitalfields, neste ano o Poppies abriu um novo endereço em Camden, com 2 andares e o dobro de lugares, mas mantendo a mesma identidade e temática dos anos 40-50 da casa principal – lá, uma jukebox 1948 Wurlitzer Vintage 1100 anima o ambiente ao som de rock and roll.


Salão (Spitalfields)

Os dois endereços também oferecem serviço de “takeaway”, você pode comprar o peixe e levá-lo para comer em casa, devidamente embrulhado em uma folha de jornal histórico (o que torna sua experiência a mais tradicional possível) e acondicionado em uma simpática caixinha estampada com papel de jornal para facilitar o transporte.

São mais de 12 opções de peixes no cardápio (preços entre £10,90 e £15,90), fornecidos diariamente por comerciantes do Billingsgate Market – como exigência do Poppies, os peixes precisam vir das chamadas “fontes sustentáveis”, cujas práticas podem ser mantidas indefinidamente, sem reduzir a capacidade das espécies nem impactar o ecossistema. Seguindo a tradição britânica, bacalhau fresco (£10,90 a porção “regular”, £12,90 a “large”) e hadoque (mesmo preço) são os campeões de pedidos. Além dos peixes, frangos, salsichas e tortas completam o cardápio.


Cozinha (Spitalfields)

No dia da nossa visita as garçonetes aparentavam estar exaustas, mas mesmo assim o serviço foi rápido, atencioso e eficiente do começo ao fim. Ao verem minha indecisão sobre qual “Fish and Chips” pedir, me orientaram na escolha – queria o “melhor da casa” e me recomendaram o bacalhau fresco (£10,90), uma das opções mais baratas do cardápio. Gostei da honestidade, afinal ela poderia ter me vendido o mais caro.

Preparado sem pele, empanado com farinha e cerveja (o que deixa a casquinha com uma cor amarela, leve e crocante) e frito no óleo de amendoim, o que o deixa suave na boca e não gorduroso, a peça alta e saborosa de bacalhau fresco é úmida e macia, as lascas soltam-se facilmente, e o melhor – zero de espinhas. A porção “regular” é grande e bem servida, suficiente para uma pessoa com boa fome. Também contam pontos o fato do peixe ser frito na hora, mediante o seu pedido, algo imprescindível para garantir o frescor. Caso você não queira o seu peixe empanado, pode pedi-lo grelhado.


Salão (Spitalfields)

Basta adicionar um pouco de sal e vinagre á gosto, e você terá um dos melhores exemplares do tradicional “Fish and Chips” britânico.

As batatas que acompanham os peixes são do gênero “Maris Piper” (casca clara, polpa creme e textura farinhosa, ideiais para fritar), fornecidas desde o começo pelo mesmo negócio familiar que está atualmente na quarta geração, descascadas e cortadas lá mesmo, o que ajuda a manter o padrão das “chips” britânicas (mais grossas do que as clássicas “french fries” americanas) servidas pela casa, super macias por dentro, com uma casquinha por fora e sequinhas, assim como o peixe.

O “Fish and Chips” servido no Poppies vem acompanhado por um potinho de molho tártaro caseiro, que fica sensacional no peixe, mas na minha opinião poderia ter uma porção mais generosa. O cardápio ainda lista outras 11 opções de acompanhamentos, do tradicional purê de ervilhas (£2,45) até o molho de curry (mesmo preço), que devem ser pedidos à parte.


Sidra

Para beber, o cardápio possui algumas opções de vinhos com bons preços (entre £3,30-6,90 pela taça de 125ml, e £14,90-24,90 pela garrafa de 750ml), mas acredito que o melhor companheiro para um “Fish and Chips” é uma boa cerveja, ou uma ótima sidra. Pedimos uma “Wyld Wood Organic Cider” (£4,95, 500ml), uma sidra excelente, refrescante e com sabores mais intensos de maçã (talvez por só usar frutas orgânicas). A pequena caneca foi um charme!

De sobremesa, pedimos a clássica “Apple Pie” (£4,50), uma torta assada que parece um pastelão de forno, de massa densa e recheio saboroso e estupidamente quente. Acompanhada por uma bola de sorvete de creme, formam uma combinação clássica e que sempre funciona.


Sobremesa

A qualidade do serviço também aparece na hora de pedir a conta, entregue rapidamente. Gastamos £25,40 por 2 sidras, prato principal e sobremesa, um baita negócio (valor não inclui taxa de serviço, não esqueça de deixar sua gorjeta). Junto com a conta, você ganhará umas balas e pirulitos, mais um mimo da casa.

Endereços:

Spitalfields: 6-8 Hanbury Street
Telefone: +44 (0) 20 7247 0892
Estações de metrô: Liverpool Street (Hammersmith & City, Circle, Metropolitan, Central), Aldgate (Metropolitan, Circle), Whitechapel, Aldgate East (Hammersmith & City, District), Shoreditch High Street (Overgorund)
Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 11hs às 23hs, sexta e sábado das 11hs às 23h30, domingo das 11hs às 22h30.

Camden: 30 Hawley Crescent
Telefone: +44 (0)20 7267 0440
Estações de metrô: Camden Town, Chalk Farm (Northern Line)
Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 11hs à meia-noite, domingo das 11hs às 23hs.

Internet: www.poppiesfishandchips.co.uk

Londres – Wasabi Sushi & Bento

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I love prawn

Restaurante fast-food aberto em 2003 que oferece pratos da culinária japonesa – o cardápio é baseado nos tradicionais niguiris, uramakis, hossomakis, futomakis, gunkans e sahimis, que podem ser pedidos em peças individuais ou nos tradicionais bentôs, além de temakis, pratos quentes (yakisoba, tempurá, chicken katsu, etc.) e os clássicos noodles, unanimidades em restaurantes orientais no Reino Unido. Possui atualmente cerca de 35 endereços na capital britânica, e previsão de abertura dos 3 primeiros endereços fora de Londres (2 em Leeds e 1 em New York) até o começo de 2014.

Em todos os endereços o cliente pode escolher entre comer no salão (“eat-in”) ou pedir para viagem (“takeaway”). Dividido em dois ambientes, tem caixas para aqueles que preferem levar a comida para casa, trabalho ou comer na rua, e um salão de clima moderno, extremamente limpo e brilhante, com ares futuristas e linhas coloridas, cadeiras verdes transparentes, balcão transparente, cozinha aberta toda de aço inoxidável e música ambiente para os que preferem curtir o “eat-in”.


Salão (O2 Arena)

As peças de peixe cru podem ser pedidas em porções individuais – são 5 opções de niguiri, dos tradicionais salmão, atum e camarão ao inusitado e “veggie-friendly” sushi de omelete, 3 opções de temaki e outras 3 de yakisoba. O forte da casa são os chamados bentôs, combos que combinam diferentes peças de sushi/sashimi ou pratos quentes como chicken katsu, acompanhadas ou não de arroz e/ou salada.



Entre os pratos quentes, você pode pedir yakisoba, yakitori, gyoza e tempurá. Para quem prefere uma sopinha, as 8 opções de noodles são muitos procuradas no “takeaway” pela praticidade e são campeãs de pedidos nos dias frios.

Para quem não pode ir até o restaurante, o serviço de delivery tem temakis (entre £1,95 e £2,50, dependendo do recheio) e bentôs com preços entre £3,95 (6 niguiris de salmão com saladinha) até £30 (mais de 30 peças de sashimi de peixes variados). É só ligar, pedir e esperar a comida chegar no seu endereço. O cardápio de delivery completo pode ser consultado aqui: http://www.wasabi.uk.com/media/documents/wasabi_delivery_menu.pdf.





A filial da O2 Arena foi a primeira da rede a contar com um serviço de esteiras, onde porções prontas já estão disponíveis para que o cliente escolha o que quer, pegue e coma sem cerimônias nem garçons, pagando de acordo com a cor do prato – verde (£1,50), azul (£2,10), rosa claro (£2,85), roxo (£3,65) ou rosa escuro (£4,45). O difícil é conseguir uma das concorridas mesas ao redor do bar, ou mesmo uma cadeira na bancada. São mais de 50 opções, de pratos vegetais, arrozes, saladas, sushis e sashimis, alguns pratos quentes (gyoza, anéis de lula, tempurá, camarão empanado), rolls caprichados com toque de criatividade e sobremesas.

O cardápio exclusivo da O2 Arena pode ser consultado aqui: http://www.theo2.co.uk/images/content/bars_restaurants/pdf/wasabi_new_menu.pdf.


I love salmon


Salmon masago futomaki

Merecem destaque os pratos chamados “I love salmon” e “I love prawn” (£4,45, duas unidades), que são rolinhos uramaki (sem alga) recheados e cobertos respectivamente com salmão e camarão, finalizados com um molho agridoce picante. Os pratos são sensacionais, bem recheados e com uma generosa fatia de peixe por cima. Os niguiris também são gostosos, mas na minha opinião exageram na quantidade de arroz.


Gyoza

Dica: Pratos quentes como gyoza, anéis de lula, chicken katsu, tempurá e camarão à milanesa, mesmo sendo dispostos na esteira, devem ser pedidos diretamente para o garçom, garantindo que você os comerá frescos e recém-fritos. O restaurante jura que os pratos não ficam “mais do que 2 horas” na esteira, mas considero tempo demais para uma fritura.


Chicken teriyaki futomaki

As esteiras são conhecidas mundialmente por serem eficientes e sinônimo de uma uma refeição rápida (desde que você esteja esperto e pegue a comida antes do seu vizinho), mas o Wasabi peca na variedade de opções oferecidas – nas duas visitas que fizemos em 2013, não mais do que 10 das 50 opções estavam disponíveis nas duas esteiras, girando sem parar por incontáveis minutos e sem ninguém interessado em pegá-las. Sim, algo estava errado – esteira cheia, clientes com fome esperando pelo prato desejado. Se ninguém retira nada, o restaurante não coloca pratos novos. Entramos num deadlock.


Anéis de lula

Mas aqui existe um grave erro de estratégia do restaurante. Para começar, 95% dos dos pratos que estavam na esteira eram verdes e azuis, mais simples e baratos. Legal ver incontáveis porções de arroz, mas onde estão as lindonas peças de salmão e camarão, que custam pelo menos o dobro do preço? Mas não desista: se o prato que você está esperando sumiu da esteira, basta chamar o garçom e fazer o pedido. A grande diferença é que a sua porção será fresquíssima.

Outro diferencial da casa em North Greenchich é o serviço de “all you can eat” (£16,99), o nosso famoso rodízio, disponível apenas nos dias sem eventos na O2 Arena, no qual o cliente paga um valor fixo e serve-se à vontade nas esteiras até não aguentar mais.



O serviço é educado, mas às vezes dá umas escorregadas no quesito prestatividade: os garçons “somem” do salão, o que torna o ato de pedir bebidas, pratos quentes ou alguma opção que não esteja nas esteiras uma tarefa demorada e desgastante; as mesas ao redor do bar demoram para ser limpas (okay, entendo que o giro é grande, exatamente por isso que a limpeza deveria ser prioridade), e mesmo a simples reposição dos bules individuais com shoyu e o fornecimento de wasabi/gengibre podem exigir que o cliente levante a mão e peça mais de uma vez, para garçons diferentes, até que alguém resolva ter a boa vontade de atendê-lo(a). Tudo isso torna o serviço lento, pouco eficiente e deixa o cliente sem paciência.

Para beber, as clássicas cervejas japonesas Asahi (entre £2,80 e £3,70) e Sapporo (£3,80) estão no cardápio, assim como uma pequena seleção de sakês  (doses entre £4,90 e £6,80), chás e vinhos, vendidos em taças (preços entre £3,75 e £4,75) e garrafas (entre £14,50 e £18,95).



Antes de deixar as moedinhas de gorjeta na mesa, observe sua conta: o Wasabi inclui 12,5% de serviço na conta, sem te perguntar nada. Se você não prestar atenção, correá o risco de deixar gorjeta em duplicidade. Pessoalmente falando, me parece uma sacanagem pagar gorjeta se você estiver sentado na área do bar e se servindo diretamente da esteira, e não acho que os poucos serviços do garçom (basicamente trazer bebidas e pratos quentes, caso você os peça) valem o valor. Se não concordar com o valor, é só dizer que eles removerão da conta – vão te xingar mentalmente, mas eu acredito que o pagamento do serviço só deve ser feito quando o tal “serviço” vale a pena.

Para consultar os endereços em Londres e horários de funcionamento, acesse http://www.wasabi.uk.com/p3/Our-branches.

Londres – Upper Crust

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Ham & Mozzarella

Quase sempre quando viajamos de férias, percebemos que o tempo é curto demais para fazermos tudo o que planejamos. Seja aquele voo com horário apertado, ou aquela viagem de trem onde somos obrigados a madrugar, ou mesmo aquele dia cheio de atrações e coisas para ver na cidade, muitas vezes acabamos comendo qualquer coisa, escolhendo a praticidade em detrimento da qualidade.

Especializada na venda de baguetes fresquíssimas, grandes, quentinhas e bem recheadas, a Upper Crust possui mais de 100 pontos de venda em 17 países, localizados estrategicamente em locais de grande circulação de pessoas (estações de trem/ônibus, aeroportos, shopping centers) e funcionando no sistema “takeaway” (comida para viagem). A pessoa chega, pede, paga e leva para comer no avião, no trem.


Loja (Crédito: Wikipedia)

Os estabelecimentos são pequenos, em alguns lugares não passam de simples quiosques, com não mais do que 2 funcionários e sem lugares para sentar. As baguetes ficam na frente, as bebidas ao lado, os cafés nos fundos. A única coisa que você pode pegar é a bebida fria, cabe aos funcionários pegar os sanduíches e esquentá-los (caso você queira), assim como preparar as bebidas quentes. O atendimento não deve levar mais do que poucos minutos, garantindo a eficiência do modelo e o giro dos produtos, sem esquecermos da satisfação dos clientes, que com certeza estarão com tempo escasso.

A Upper Crust integra o portfolio de 20 marcas administradas pelo grupo SSP, gigante britânico líder mundial na venda de comida e bebida em aeroportos e estações de trem, presente em 140 aeroportos e 250 estações de trem na Europa, América do Norte, Asia, Oriente Médio e Norte da África, operando mais de 2.100 estabelecimentos em 30 países.


As lojas possuem layouts diferentes, mas o modelo de atendimento é basicamente o mesmo: cliente escolhe a baguete, pega a bebida, paga no caixa e leva para casa

A SSP também é responsável pelos pontos de venda em aeroportos e estações de trem de empresas como “Marks & Spencer Simply Food” (líder mundial no segmento “food to go”), Burger King (Reino Unido, Irlanda, Espanha, China, Alemanha, Suécia, Suíça, Emirados Árabes, Chipre, Egito, Hungria e Tailândia) e Starbucks (Reino Unido, Espanha, França, Grécia, Alemanha, Suíça, Suécia, Noruega e Finlândia).

O cardápio de baguetes tem cerca de 20 opções diferentes (preços entre £3 e £5), mas devido ao modelo compacto das lojas cerca de 5-10 recheios são colocados à venda por dia. Para manter os produtos sempre frescos, os sanduíches não ficam mais de 3 horas em exposição – para garantir, uma etiqueta com a hora do preparo fica bem visível.



Os clássicos BLT (bacon, alface e tomate), Ham & Mozzarella (presunto e queijo), Chicken & Bacon Club (frango, bacon, pepino), Tuna Mayo (atum ralado, maionese, salada) e Brie, Basil, Tomato & Rocket (queijo brie, manjericão, tomate e rúcula) são presenças garantidas em todas as lojas. Os meus recheios preferidos são o Chicken Tikka (frango ao curry, molho à base de iogurte com hortelã, pepino), Scrambled Egg, Bacon & Mushroom (ovos mexidos, bacon e cogumelos, servido até às 11 da manhã).

Além das baguetes de 30 cm (alguns sanduíches são vendidos apenas em versões de 15 cm), outra opção que vale a pena são as chamadas “Pizza Baguette”, onde os ingredientes são dispostos na baguete como uma pizza – são 3 versões de recheios, Chicken & Chorizo (frango, chorizo e mussarela), Meat Feast (carnes de porco, vaca e frango) e Margarita (mussarela, tomate e manjericão).


Propaganda de dois novos lanches (Crédito: Divulgação)

As lojas também oferem bolos, muffins, brownies e panquecas. No cardápio de bebidas quentes, cafés (Americano, Latte, Cappuccino, Mocha, Espresso), chás (earl grey, lemon, green, peppermint, frutas) e chocolate quente. Águas, refrigerantes, smoothies e sucos fazem parte do cardápio de bebidas frias.

Para consultar a lista de pontos de venda e os horários de funcionamentos, acesse http://uppercrust.uk.com/find-us/.

São Paulo – Verissimo Bar

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Trouxinhas Crocantes (bacalhau, linguiça calabresa e ribs)

“Definitivamente, um bar para comer e não um restaurante para beber". Acho que esta frase resume com perfeição a proposta desta casa localizada no bairro do Brooklin Novo, estrategicamente localizada a poucos passos da movimentada Avenida Luis Carlos Berrini, um dos redutos financeiros da cidade, com decoração temática que faz uma homenagem ao gaúcho-multimídia Luis Fernando Verissimo.


Fachada

Escritor, jornalista, humorista, desenhista e músico nas horas vagas, tudo na casa faz referência a Verissimo. Caricaturas, fotos estilo lambe-lambe das capas de vários de seus livros (de Ed Mort a Velhinha de Taubaté) e camisas do Internacional de Porto Alegre (seu time do coração) nas paredes, tirinhas de “As Cobras” no papel que cobre as mesas. O som ambiente é embalado por jazz, outra paixão do escritor.









O amplo e envidraçado salão vive lotado, frequentado durante a semana pelo pessoal que trabalha nos arredores da Berrini e que buscam uma opção mais top para almoçar, um lugar descontraído para uma reunião de negócios ou uma happy hour com sotaque espanhol, quando o lindo balcão de tapas é montado, enquanto o trânsito caótico da região não mehora. Nos finais de semana o perfil muda para um publico mais familiar. Além do salão principal, existe uma área no subsolo usada para reuniões e festas mais privativas.

Em linhas gerais o atendimento é rápido e bem executado, porém pode sofrer um pouco quando a casa está com lotação máxima, seja num chopp tirado irregularmente (seja pelo excesso de colarinho ou temperatura acima do esperado), um prato que chega à mesa frio ou que demora uma eternidade. Poderia trabalhar com comanda individual, o que facilitaria para grupos maiores. Para os bebedores de plantão, garçons circulam o tempo todo com bandejas repletas de chopp Brahma recém tirado – lá você não precisa pedir o líquido sagrado, ele vem até você.


Balcão de tapas


Balcão de tapas

O cardápio é dividido em 6 grupos, cada um fazendo uma referência a um livro do escritor gaúcho, e procura valorizar a chamada “gastronomia de botequim”, com destaque para os petiscos de boteco e porções com sotaque espanhol – são 24 opções de tapas e pintxos que variam a cada 15 dias, dispostas no balcão de tapas servido na happy hour a partir das 17hs. No almoço servem grelhados, massas, risotos e pratos executivos, como paella e cozido madrileño (R$ 37), com entrada e sobremesa inclusas no preço. Aos sábados é a vez do buffet de feijoada acompanhado por chorinho ao vivo.


Figos frescos recheados com queijo gorgonzola, amêndoas laminadas e chocolate

Os pratos são divididos em 6 grupos, cada um fazendo uma referência a um livro do escritor gaúcho. As tapas y pintxos são “O Jardim do Diabo”, com destaques para os ótimos ovo mollet com jamón serrano, queijo manchego, aspargos verdes e pão com tomate (R$ 20); mini hambúrguer com jamón, ovo de codorna, fritas e allioli (R$ 18); aspargos verdes envoltos em jamón serrano com queijo brie (R$ 16); figos frescos recheados com queijo gorgonzola, amêndoas laminadas e chocolate (R$ 15); e trouxinha de jamón serrano com amêndoas e mel sobre lâminas de batata (R$ 15).


Mini hambúrguer com jamón, ovo de codorna, fritas e allioli

Entre as decepções, o Pulpo a Gallega (batatas ao murro com paprika e azeite; R$ 18) poderia ter mais polvo; e o Salmon Gravlax com allioli (R$ 15), de longe o prato mais salgado que já comi na vida.

 “A Mesa Voadora” tem pratos ideias para compartilhar, como o Mix do Chef (buffalo wings, potato skin, crocantes de mussarela, com molhos barbecue, sour cream, aiolli e marinara; R$ 62), queijo brie empanado com geléia de pimenta (R$ 42) e o Camarão Al Ajillo (grelhado com alho branco, tomate em compota e azeite de oliva; R$ 49).


Salmon Gravlax com allioli

Os petiscos com cara de botequim estão na seção “Ed Mort”, como a porção de bolinhos de camarão com mandioca (R$ 36, 8 unidades), pastéis variados de carne, queijo, palmito e camarão (R$ 26, 9 unidades), bolinhos de bacalhau com dip de limão e tapenade de azeitonas (R$ 28, 8 unidades) e a picanha argentina na chapa, fatiada com farofa, cebola, alho e vinagrete (R$ 82).


Ovo mollet com jamón serrano, queijo manchego, aspargos verdes e pão com tomate

“As Mentiras que os homens contam” reúne opções deliciosas como Asinha ao Avesso (na grelha com dois recheios: mandioquinha, bacon e parmesão ou calabresa, queijo coalho e tomate cereja; R$ 15 individual ou R$ 32 a porção); Trouxinhas Crocantes (bacalhau, linguiça calabresa e ribs; R$ 15 / R$ 32); a clássica ribs (costelinha de porco com molho  barbecue, purê de alho branco e chips de raízes; R$ 15 / R$ 46), para muitos melhor que a do Outback; e o famoso Pirulito de Rabada de Caixote (rabada, polenta, linguiça toscana, agrião crisp, picles de quiabo e ovo de codorna; R$ 15 / R$ 42).


Tortilha do Chef (R$ 15)

Em “O Analista de Bagé” estão as carnes (preços entre R$ 37 e R$ 49), cortes bovinos na parrilla, suínos, aves e peixes, servidos com dois acompanhamentos ( “Família Brasil”).

Para beber, drinques, caipirinhas, cachaças, cervejas importadas. Destaques para o ótimo chopp Stella Artois (R$ 9), de longe o melhor da casa e que supera as irregularidades do chopp Brahma, e a sangria clássica, servida em taça ou jarrinha e feita com cabernet sauvignon, rodelas de laranja e limão, maçã, gengibre e açúcar (R$ 28), repleta de frutas porém mais ácida do que o normal.


Chopp Stella Artois (esq) e Sangria Clássica (dir)

As sobremesas estão na seção "Orgias" e resumem o ápice ds criatividade da casa, embora os sabores que provamos não agradaram: o "Dry Tri Legal" reúne camadas de mousse de chocolate branco, suspiro, calda de maracujá, coulis de frutas vermelhas, canudos de phyllo com ovomaltine e nozes (R$ 14), uma mistureba com sabores fortes; e os churros com doce de leite, calda de chocolate e sorvete de gengibre (R$ 14), com massa pesada e pouco saborosa.


Dry "Tri Legal"


Churros

Aos sábados as tapas e sangrias dão lugar a “Feijoada com Choro”, um concorrido buffet de feijoada completa com caldinho de feijão, torresmo, lascas de calabresa, molhos e pimentas, carnes devidamente separadas, arroz, couve, farofa, aipim frito, banana a milanesa, laranja e abóbora caramelada. Para acompanhar, caipirinhas e chorinho ao vivo.

Endereço: Rua Flórida, 1488 - Brooklin Novo
Telefone +55 (11) 5506-6748
Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 11hs à 1 da manhã, fecha aos domingos.
Internet: http://www.verissimobar.com.br/

Londres – Wagamama

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Wagamama ramen

Rede de fast-food nascida em Londres especializada em noodles, prato típico da culinária japonesa que combina macarrão feito de trigo ou arroz, preparado com caldo de carne ou peixe, temperado com molho de soja ou missô e servido em uma tijela fumegante, com carnes, vegetais e verduras. As possibilidades de combinação são infinitas, o que torna este prato tão apreciado, principalmente nos dias mais frios.

Velho companheiro dos tempos em que morei em Londres e inspirado nos tradicionais “ramen bar” japoneses, o Wagamama (palavra que significa “criança levada, trevessa, atrevida” em japonês) foi aberto em 1992 e tem atualmente mais de 140 restaurantes em 17 países, 100 dos quais só no Reino Unido e mais de 30 na capital britânica.

Entre os pratos à base de noodles, você pode escolher os ramen clássicos (grandes tigelas de sopa), teppanyaki (macarrão preparado na wok) e kare (sopa à base de coco). Completam o cardápio os bentos (combinados com macarrão/arroz, carne, vegetais e verdura), os donburi (versões de ramen com arroz no lugar do macarrão) e as opções com arroz, curry e chilli. Preços entre 8 e 13 libras.


Fachada (North Greenwich, ao lado da O2 Arena)

O ambiente respeita a cultura japonesa, com tudo extremamente limpo, brilhante, claro e bem iluminado. Os janelões garantem a entrada de luz natural, e as grandes mesas comunitárias passam a imagem de uma refeição familiar, além de serem uma boa desculpa para puxar papo com seu vizinho e praticar um pouco de inglês. Cozinha aberta permite que os clientes vejam os pratos sendo preparados, TVs de LED e som ambiente ajudam a entreter e animar os clientes, e os smartphones nas mãos dos garçons, usados para registrar os pedidos que são transmitidos emtempo real para a cozinha, dão o ar hi-tech ao ambiente.


Salão (O2 Arena)

Com porções bem servidas e preços acessíveis, os salões vivem lotados e com fila na porta. O atendimento rápido e eficiente é peça-chave para assegurar o giro da casa e evitar que os clientes esperem muito – até porque o Wagamama não trabalha com reservas. Como ponto a mehorar, a velocidade da conta poderia ser a mesma dos pratos.

Outra preocupação do atendimento é que os pratos sejam servidos imediatamente, o que se por um lado significa que não necessariamente todos os pedidos da sua mesa chegarão ao mesmo tempo, por outro garante que você comerá um prato quente e fresquíssimo.


Gyoza de pato

Para começar a refeição, escolha uma das 15 opções de entradas. Se você gosta de pato, não pode perder o “duck gyoza” (gyoza de pato com molho levemente apimentado; £5,85), já os amantes de camarão podem pedir o “ebi katsu” (camarões empanados e fritos) e/ou o “ebi gyoza” (gyoza de camarões e vegetais).

O cardápio de ramens é o carro-chefe da casa, com 9 opções de acompanhamentos e temperos. Destaques para o “wagamama ramen” (frango, peixe, camarões, vegetais), o “gilled fish ramen” (peixe, camarões, mexilhões e especiarias)  e as versões apimentadas – “chilli beef ramen” e “chilli chicken ramen”, ambos servidos com broto de feijão, cebola roxa e muito chilli, finalizado com coentro e limão.


Chilli beef ramen

Do cardápio de teppans, prove o excelente o “chicken and prawn wagamama pad-thai” (£9,75), feito com macarrão de arroz com frango, camarões, broto de feijão, ovos mexidos, alho-poró, cebola roxa, alho, gengibre, hortelã e pimenta, finalizado com coentro, cebolinha, amendoim e limão; e o “teriyaki salmon soba”, com frango, vagem, pimentões, cebola roxa, brotos de feijão, molho teriyaki, coentro e sementes de gergelim.


Chicken and prawn wagamama pad-thai

Entre os bentos, o “chicken katsu bento” (chicken katsu, edamame, salada, 3 gyozas, e suco) é uma opção para quem procura  experimentar diferentes sabores, sensações, intensidades. O “teriyaki chicken donburi” tem arroz, frango grelhado com molho de laranja, cenoura ralada, brotos de ervilha, cebola e sementes de gergelim, com um molho picante. Os pratos à base de curry são deliciosos, caso do “grilled chicken katsu curry” e o “mahi mahi curry” (peixe com batata doce). Entre os kares, gosto do “prawn kare lomen”, servido num bowl com macarrão, molho apimentado á base de coco e camarões, simples e gostoso.


Chicken katsu bento

O cardápio de bebidas tem uma seleção de ótimos e refrescantes sucos, como o “super green” (com maçã e limão), “tropical” (manga, maçã e laranja), “core” (maçã e laranja), além de 3 sabores inusitados: cenoura, pepino, tomate, laranja e maçã (chamado de “raw”), cenoura com gengibre e beterraba. A carta de cervejas só tem uma opção, uma pilsen made in Singapura chamada Tiger (£3,95), refrescante e com boa espuma, mas sem nada de mais. Para os amantes de vinhos e saquês, poucas opções mas sem nada de especial.



Se os entradas e pratos principais agradam pelas porções generosas, sabores marcantes e ótima relação custo/benefício, as sobremesas deixam uma pontinha de decepção:  o “passion frut cheesecake” (cheesecake de maracujá; £5,50) é feito com queijo mascarpone e tem textura/sabor bem diferentes do que estamos acostumados; e o “sweet ginger and apple gyoza” (gyoza recheado com maçã e gengibre, polvilhado com açúcar e canela e servido com um molho de creme de baunilha) tem massa meio molenga e gosto muito forte de gengibre, que praticamente anula o sabor da fruta.


Passion frut cheesecake

Para consultar os endereços em Londres e horários de funcionamento, acesse http://www.wagamama.com/restaurants.

Londres – Zizzi

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Risoto di pesce

Restaurante italiano com mais de 130 endereços no Reino Unido e Irlanda. Especializado em massas, pizzas, risotos e saladas, o Zizzi é uma das marcas do Gondola Group, líder britânico no segmento de “casual dining” e que administra mais de 700 restaurantes ao redor do mundo, dono das também italianas Ask e PizzaExpress e parte do grupo de private equity Cinven, o maior do gênero na Europa.

Com endereços localizados estrategicamente nos arredores de atrações turísticas e regiões com grande concentração de cinemas, teatros, shows, casas noturnas e shopping centers, o Zizzi posiciona-se como um restaurante para uma refeição rápida e de qualidade antes ou depois do seu entreterimento.







Os preços são outro atrativo da casa, com entradas entre £3,40 (porção de azeitonas) e £11,95 (tábua de antipastos para compartilhar), pizzas e calzones entre £8,35 (margherita) e £13,25 (mare e monti, meia frutos do mar e meia linguiça picante), saladas entre £10,45 e £10,95, risotos entre £10,95 (frango e funghi, sem queijo) e 14,95 (peixes e frutos do mar), massas entre £9,80 (spaghetti à bolonhesa) e £11,95 (linguine com camarões) e sobremesas entre £4,35 (3 bolas de sorvete) e £5,90 (tiramisu, torta de limão ou bolo de chocolate).

Basta uma rápida observação nas mesas para notar que a bebida preferida dos(as) clientes é o bom vinho. A oferta de rótulos tintos, brancos e rosés é pequena, porém com alto nível de qualidade. Com predominância de italianos, os vinhos são servidos em três opções de taças (125ml, 250ml e 500ml) com preços entre £4,50 (tinto montepulciano e branco trebbiano, 125ml) e £15,95 (tinto chianti reserva 2008 DOCG, 500ml), e garrafas 750ml entre £16,25 (tinto montepulciano e branco trebbiano) e £26,45 (tinto barbera d’asti superiore 2011 DOCG, 750ml).


Calzone “carne piccante” com uma taça de taça 250ml de Shiraz (£7,35)

Ambientes vistosos, luminárias descoladas, objetos de decoração distribuídos pelo salão, cores vivas nas paredes, piso de madeira, mesas largas, sofás confortáveis e som ambiente formam a atmosfera dos salões. Nos fundos, a cozinha aberta com forno à lenha disputa as atenções com o amplo bar e suas garrafas de vinhos. Salão cheio e filas são comuns nas unidades nos arredores de grandes eventos, caso da O2 Arena. O público é composto por pessoas entre 30-50 anos, em busca de comida italiana e bons vinhos, antes do show ou depois do cinema.

O atendimento esforça-se para ser pessoal, mas o frenesi dos garçons e vai-e-vem de pratos pelo salão deixa claro que estamos falando de uma casa de “casual dining”, onde a correria é constante e o garçom pode ficar alguns minutos sem passar pela sua mesa, mas isso não interfere na qualidade do atendimento. Como pontos a melhorar, o atendimento inicial poderia ser mais eficiente – quando um cliente é acomodado na sua mesa, a hostess poderia já entregar o cardápio, no entanto você ficará lá, esperando que alguém te veja e conclua “acho que é um cliente novo” e te traga o menu. Isso pode levar alguns segundos, mas nos dias de lotação máxima pode demorar alguns minutos e te deixar sem paciência.


Garlic bread com mussarela derretida e cebola caramelizada

Comece sua refeição com o garlic bread (£4,45), pão assado no forno com massa alta e coberto com manteiga de alho – por £0,50 a mais, acrescente mussarela derretida e cebola caramelizada, o que deixará o pão sensacional. Os anéis de lula (£6,50 a porção pequena, £11,25 a grande) são sequinhas, crocantes e macias, sem ser borrachentas. Para dividir, peça a porção de antipastos (prosciutto, bacon, copa, salame, mussarela búfala, tomate assado e azeitonas; £11,95).


Pizza "mare e monti" (Crédito: http://www.runwayribbons.com/2013/06/zizzi.html)

Da carta de pizzas, que podem ser preparadas em discos de massa média (padrão) ou fina e crocante, chamada “rustica”, brilham opções como “mare e monti” (meia camarões, abobrinha e mussarela, meia linguiça picante, molho de tomates, chilli e rúcula; £13,25) e “quattro stagioni” (cogumelos, presunto, pepperoni, alcachofra e azeitonas; £10,35). Entre os calzones, o melhor é o apimentado calzone “carne piccante” (frango picante, mini almôndegas de carne, cogumelos, chilli, tomates e molho bolonhesa; £12,75).


Calzone “carne piccante”

Os risotos são excelentes e bem servidos. A versão chamada “risoto di pesce” leva camarões, mexilhões e anéis de lula no molho de tomate com chilli e vinho branco; £13,45), com sabores marcantes e frutos do mar perfeitos, mas de longe o prato mais apimentado que já comi NA VIDA. O “risoto di pollo e funghi” (pedaços de frango assado, cogumelos, alecrim e queijo riserva, típico do Vêneto; £12,45 ou £10,95 sem queijo) tem cremosidade acima da média e sabores suaves, é um baita prato.


Italian melchiori cider (£4,40)

O cardápio de massas tem 11 opções, das quais valem a pena a ótima “lasagne al forno” (com ragú de carne, molho bechamel, coberto com queijo riserva e pão ralado; £10,95), o “casareccia pollo piccante” (com frango picante, molho de tomates frescos, espinafre; £10,60) e o “rigatoni carbonara pancetta e funghi” (com pancetta, cogumelos, tomilho e salsa; £10,60).

Para fechar a noite, a “torta limone” (£5,90) é refrescante e vem com bastante recheio, e o gelato Kitty’s (£4,95, 3 bolas), disponível em 6 sabores (crema, pitstacchio, ciocolato, stracciatella, sorbetto al limone, sorbetto alla fragola) e que por mais £1 pode receber cobertura de chocolate, compota de berries ou biscoitos amaretti.

Para consultar os endereços em Londres e horários de funcionamento, acesse http://www.zizzi.co.uk/find-my-restaurant.

Londres – Ottolenghi

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Mesa de guloseimas

Yotam Ottolenghi é uma celebridade no Reino Unido. O incansável chef israelense tem 4 restaurantes em Londres (nos bairros de Islington, Soho, Nothing Hill e Belgravia), publicou 3 livros de culinária (que juntos venderam mais de 750 mil exemplares em todo o mundo), é colunista semanal do jornal The Guardian, produziu e estrelou 3 séries para a BBC e (ufa!) tem um blog sobre viagens e comidas típicas. E ainda consegue tempo pra cuidar do filho nascido em 2013.


Fachada (Islington)

Com cozinha predominantemente vegetariana, Ottolenghi busca mesclar os sabores do Oriente Médio (Síria, Turquia, Líbano, Irã, Israel e Armênia) com a cozinha mediterrânea, com intenso uso de azeite, iogurte, mel, especiarias (zaatar, açafrão, tahine, gengibre, canela, curry), sementes e grãos (macadâmia, quinoa, grão de bico, amêndoa, avelã, nozes, pistache), queijos (pecorino, gorgonzola, feta), frutas (romã, figo) e ervas, muitas ervas, criando pratos criativos, vibrantes, coloridos, ricos em aroma e sabor.

Mas o grande desafio do chef foi popularizar suas receitas e tornar sua gastronomia acessível a todos. Além dos livros e das séries de TV, os endereços de Islington, Nothing Hill e Belgravia funcionam como pequenos bistrôs, com loja, patisserie, delicatessen e padaria, com grandes travessas de saladas e pratos vegetarianos servidos em sistema de buffet, pães quentinhos e uma linda mesa de doces na vitrine. As filas são enormes!





A casa de Islington é a maior, mais procurada, com maior oferta de pratos e uma área para quem quer degustar as refeições ali mesmo – o pequeno salão tem apenas 50 lugares, a maioria em mesas coletivas, além de algumas poucas mesas de dois lugares para quem busca um pouco de privacidade. Além dos concorridos almoços, a casa também serve café de manhã e jantar, ambos em sistema a la carte. Os endereços de Nothing Hill e Belgravia são mais focados no “takeaway” (levar para viagem), enquanto o restaurante em Soho, chamado NOPI, foge do modelo “deli/patisserie/bakery” e oferece um ambiente mais refinado, 100% a la carte, sem a mesa de doces e com preços mais elevados.



A lojinha vende temperos, molhos, pães, cestas, vinhos, azeites, geléias, cereais, chocolates, biscoitos, livros de culinária. O site http://www.ottolenghi.co.uk/ possui um serviço de vendas online com entrega no mundo todo, com exceção das bebidas alcoolicas, restritas ao território britânico.



O ambiente é bem iluminado e aconchegante, finamente decorado com os produtos vendidos pela lojinha, vidros de temperos e condimentos, garrafas de vinho e livros do Ottolenghi. Na frente, ficam as mesas de doces e o buffet de saladas e vegetais. Nos fundos, as mesas. Uma pequena bancada na frente complementa a oferta de lugares, principalmente para quem está sozinho(a). O atendimento é atencioso, solícito e ágil, uma equipe cuida das saladas e vegetais e atende os clientes, outra fica dedicada ao salão.


Salão (Islington)

A primeira refeição do dia é tratada com carinho em Islington. O menu de café da manhã servido diariamente até o meio-dia (domingos até às 13hs) é bastante democrático, dos que buscam algo leve como uma salada de frutas, granola e iogurte grego (£8,50), aos que precisam de um brunch reforçado, como os ovos mexidos e salmão defumado, servido com focaccia e salada (£9,50), ou o cannellini de feijão com bacon e chouriço, servido no pão italiano com ovo frito e morcilla (£9,50). Seleção de pães (croissant, brioche) com manteiga e geléia (£2,85), bebidas quentes (cafés, chás, chocolate) e sucos naturais completam o cardápio.


Ovos mexidos com salmão defumado


Chocolate quente

A fila na porta indica que chegou a hora do almoço. O cardápio de saladas (cerca de 10 opções) e pratos principais (quatro opções com carnes e duas 100% vegetarianas) muda diariamente. Os preços variam de £11 (seleção de 3 saladas) a £16,70 (3 saladas e um prato principal). Entre as saladas, três opções merecem destaque: (1) berinjela assada, iogurte com alho negro, chilli, avelãs caramelizadas e ervas; (2) mix de feijão verde com couve, alho confit, pimenta, raspas de laranja e amêndoas; e abóbora assada com molho de tomate seco, grão de bico, cebola roxa, cominho, queijo feta, barberries (erva da culinária iraniana) e ervas; e (3) homus de fava com cogumelos assados, cominho, canela, pimenta e salsa.


Salada de frutas


Combo frutas + granola + o melhor iogute grego que já comi na vida

Entre os pratos principais, brilham o (1) filé grelhado com creme de leite, mostarda, rábano e molho de rúcula; (2) salmão grelhado na brasa com anchovas, hortelã, salsa, alcaparras e limão salsa; (3) brócolis, couve-flor, pimentão, alho e coentros fritos com pimenta, amêndoa e molho de páprica defumada. Entre as opções vegetarianas, prove a quiche de cogumelos com pecorino, alho e tomilho.

Se você não quiser encarar a fila de espera por um lugarzinho no salão, você pode pedir para viagem e comer no hotel, ou quem sabe aproveitar para fazer aquele piquenique no Hyde Park.


Buffet de saladas e vegetais


Buffet de saladas e vegetais


Opções de carnes

O cardápio do jantar tem cerca de 14 opções com preços entre £8 e £12, com porções menores, servidas no formato de “mezzes”, ideias para compartilhar. Para um casal, cerca de 3-4 pratos são suficientes para uma refeição. Entre as opções, berinjela assada com iogurte de açafrão, avelãs, sementes de romã e manjericão (£9), pêssegos grelhados, gorgonzola, folhas verdes, macadâmia picante com flor de laranjeira e molho balsâmico (£9), vieiras com daikon (nabo) em conserva, maçã verde, rabanetes e geléia de chili (£12), pargo selvagem e lulas com ervilhas frescas, favas, consommé de tomate e lovage (erva semelhante ao aipo) (£11), codorna grelhada com molho de chocolate e chilli, batata, couve chinesa e gergelim (£11). Reservas no jantar com pelo menos com 2 meses de antecedência são imprescindíveis.

A carta de vinhos oferece boa seleção – são mais de 30 rótulos, com forte presença de italianos, franceses e espanhóis, além de alguns achados de países sem tradição vinicultora, como Geórgia e Palestina. Com preços entre £7,50 e £41,50 por uma garrafa de 750ml, a boa notícia é que cerca de 20 rótulos custam menos de £20, o que tornam os vinhos companheiros perfeitos para a refeição.


Merengues gigantes

A mesa de guloseimas é uma sacanagem. São bolos, tortas, merengues gigantes e cupcakes, lindamente dispostos na vitrine como obras de arte, que atraem a atenção de todos que passam pela movimentada Upper Street . A variedade é enorme, e paga-se por unidade, entre £2 e £4. Só para listarmos alguns doces, tem bolo fondant de chocolate amargo, merengue de maracujá, cheesecake de macadâmia, bolo de cenoura, bolo de amêndoa com laranja e ganache de chocolate, torta de mascarpone, torta de limão com pistache, cupcake de blueberry, bolo de canela, cheesecake de framboesa...

Para saber os endereços das lojas e os horários de funcionamento, acesse o link http://www.ottolenghi.co.uk/locations/.

Como chegar:

- Islington: Estação Essex Road (National Rail), saindo de Highbury & Islington (Victoria Line), Old Street ou Moorgate (Northern Line), mais 10-15 minutos de caminhada;
- Nothing Hill: Estação Nothing Hill Gate (Central, Circle, District Lines), mais 15-20 minutos de caminhada;
- Belgravia: Estação Knightsbridge (Piccadilly Line), mais 10-15 minutos de caminhada;
- Soho: Estação Piccadilly Circus (Piccadilly, Bakerloo Lines), mais 10-15 minutos de caminhada.


Londres – PizzaExpress

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Toscana (Crédito: Divulgação)

Império pizzaiolo com quase 500 endereços em 12 países. Nascida em Londres, a PizzaExpress introduziu as tradicionais pizzas italianas no território britânico, produzidas no forno à lenha desde 1965. Uma verdadeira entidade britânica, a marca PizzaExpress, que atualmente pertence ao Gondola Group, líder britânico no segmento de “casual dining, possui quase 400 restaurantes só no Reino Unido.



São mais de 25 sabores de pizzas no cardápio, divididos em “Classic” (feita conforme a original, seguindo as regras da Associazione Verace Pizza Napoletana, com massa fina e borda alta), “Romana” (mais fina, larga e crocante, ao melhor estilo de Roma) e “Leggera” (uma invenção com um buraco no meio, preenchido com salada). Calzones, saladas, antipastos e algumas massas (incluídas recentemente) completam o menu.


Salão (O2 Arena)


Salão, O2 Arena (Crédito: Divulgação)

Os restaurantes procuram seguir uma mesma identidade visual, com cozinha aberta, forno à lenha, fachada envidraçada,  salão iluminado, quadros e cores vivas nas paredes. Com preocupação em design, o interior de algumas lojas segue projetos de arquitetos renomados, como as lojas-conceito de Richmond e Plymouth – veja os links abaixo para saber mais:

Richmond: http://www.id-sphere.com/2010/11/a-%E2%80%98living-lab%E2%80%99-a-new-generation-of-pizzeria-by-pizzaexpress/
 Plymouth: http://retaildesignblog.net/2012/01/18/pizza-express-by-baynes-co-designers-plymouth/

Como pontos a melhorar, o atendimento é pouco atencioso e acaba pressionando, mesmo involuntariamente, os clientes a agilizar os pedidos, comer rapidamente e ir embora. Outro ponto que incomoda é o espaço entre as mesas laterais, quase inexistente – se é para ser assim, é mais fácil adotar o modelo de mesas coletivas.


Da Morire

Entre as pizzas recomendadas, “Toscana” (linguiça com pimenta e erva-doce, mussarela, tomate, queijo Gran Morávia, manjericão fresco e azeite extra virgem; £12,10), “Da Morire” (Gorgonzola D.O.P, pancetta crocante, alho-poró, alcachofra, mussarela, tomate, alecrim e azeite com chilli; £12,35), “Il Padrino” (frango, tomates assados, verduras grelhadas, mussarela com uma base de tomate e pesto; £12,75) e a inflamável “Diavolo” (carne apimentada, pepperoni, mussarela, tomate, pimentão, cebola roxa, pimenta Tabasco, pimenta verde, roquito OU jalapeño; £12,45). O calzone “Salami e Salsiccia” (embutidos italianos, linguiça com pimento e erva-doce, mussarela, pimentões assados, azeite de alho, salsa e espinafre; £12,95).


Pomodoro Pesto (Crédito: Divulgação)

Para abrir a refeição, entradas como o “Dough Balls” (“bolas de massa” em inglês), que são pães em formato de bola assados no forno à lenha e recheados com manteiga de alho (£3,50), a “Bruschetta Originale PizzaExpress (tomate, cebola roxa, alho, manjericão fresco e pesto; £4,95) e a “Classic Italian Antipasto” (embutidos italianos, azeitonas verdes, tomates assados, baby mussarela, pimenta doce, rúcula e palitos de massa; £10,45), opção para compartilhar.


Dough Balls

Novidades no cardápio, o “Risotto Pollo Funghi” (risoto de vinho branco com frango, pesto, cogumelo, castanhas, pinhões, salsa e alho, finalizado com rúcula, queijo Gran Morávia e pesto) pode ser pedido como entrada ou prato principal (£5,55 e £10,95, respectivamente). Entre as massas, lasagna (versões tradicional e vegetariana) e cavatappi (a mesma massa usada no tradicional “Mac and Cheese”) com preços entre £9,95 e £10,45, e uma versão de berinjela à permegiana por £9,50.


Quattro Formaggi (frente) e American (fundo)

A carta de vinhos tem boas opções de tintos, brancos e rosés, em sua maioria rótulos italianos, que assim como na maioria dos restaurantes em Londres pode ser apreciado em garrafas de 750ml (entre £14,95 e £20,45), doses de 175ml (entre £4,10 e £5,70) ou 250ml (entre £5,55 e £7,30). Cervejas (destaque para a ótima Peroni), sidras (a deliciosa e refrescante Aspall), drinques e sucos (fuja da limonada siciliana, um suco amargo feito com o limão inteiro) completam a oferta de bebidas da casa.


Limonada siciliana

A lista de sobremeas é pequena mas eficiente. O brownie de chocolate (£4,95) e o “Banoffee Pie” (torta de banana, caramelo, creme e biscoito; £5,45) são pequenas, mas estão entre os acertos e valem a pena.

Os produtos PizzaExpress também podem ser encontrados em supermercados como Tesco, Sainsbury’s, Morrisons, Booths e Waitrose – é possível comprar pizzas, massas, saladas, molhos e condimentos e prepará-los em casa.


Banoffee Pie

Nascido para unir duas paixões do fundador Peter Boizot – pizza e música – , o projeto “PizzaExpress Jazz Club” teve início em 1969, com a primeira casa aberta na Dean Street, em Soho, tida como um dos melhores palcos de jazz da Europa. Atualmente são três endereços, que já foram palcos de shows de Ella Fitzgerald, Norah Jones, Diana Krall e Amy Winehouse, entre muitos outros. Além dos shows, organiza todos os anos um festival de jazz para revelar novos talentos.

Para consultar os endereços em Londres e horários de funcionamento, acesse http://www.pizzaexpress.com/visit-a-restaurant.

São Paulo – Frangaria (Vila Olímpia)

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Franguinho desossado, meia porção

Restaurante instalado num casarão na esquina das ruas Gomes de Carvalho e Alvorada, no coração da Vila Olímpia (SP). O carro-chefe da casa é o franguinho assado na brasa, que recebe um toque gourmet com ervas frescas, vinho, mostarda e páprica, que deixam a casquinha dourada e crocante.

Localizado numa região com grande concentração de empresas, vive lotado na hora do almoço por causa das porções grandes e boa relação custo/benefício. Oferece também uma concorrida happy-hour com porções, petiscos e uma carta de cervejas especiais para passar o tempo enquanto o trânsito caótico da região não ajuda.


Salão interno


Bar e balcão


Área externa

O amplo salão interno é todo envidraçado, com pé direito duplo e mesas largas e bem separadas, ideiais para reunir grandes grupos. Nos fundos, um grande balcão de madeira destaca o bar e suas inúmeras garrafas. A área externa também é coberta, com mesas padrão botequim e cercada por vasta área verde.


Alguns dos quadros no banheiro masculino

O atendimento tem altos e baixos, dependendo do profissional. Alguns atendem bem, são rápidos e eficientes, outros nem sequer passam pela sua mesa, erram seu pedido ou entregam o que você pediu em outra mesa. O quadro de garçons é pequeno e eles contratam alguns profissionais freelancer, que além de não estarem acostumados com o padrão de atendimento da casa recebem apenas um valor fixo, o que não inclui os 10% de serviço pagos pelas mesas. Se o cara vai ganhar a mesma coisa para atender uma mesa com duas ou dez pessoas, será que ele atenderá ambas com a mesma atenção?

O frango assado pode ser pedido de três formas, com osso, desossado ou à passarinho, e servido em porções inteiras (R$ 28, R$ 31 e R$ 39, respectivamente) ou só metade (R$ 15, R$ 17 e R$ 22).


Polenta frita

A lista de acompanhamentos é grande – tem polenta frita (para muitos, a melhor de SP), farofa, salada, fritas, legumes no vapor, maionese, arroz branco, feijão, creme de milho e massa (talharim ou espaguete), que podem ser combinados em 8 diferentes opções, com preços entre R$ 48 e R$ 58 para frango + polenta + farofa, e entre R$ 68 e R$ 78 para frango + mandioca + salada mista, valor que corresponde à porção grande, que serve 3-4 pessoas tranquilamente.

Os kits para 1 pessoa (que servem duas pessoas sem problemas) custam cerca de 60% do valor acima – frango com polenta e farofa entre R$ 27 e R$ 34, com mandioca e salada mista entre R$ 40 e R$ 47. Sem dúvidas a boa relação custo-benefício é uma das marcas da casa.


Frango à passarinho

Além do frango, oferece outros grelhados, como picanha de cordeiro, picanha na brasa, baby beef, contra filet, bife de tira, filet mignon, espeto misto e costelinha, que também podem ser pedidos em porções inteiras ou só metade, sozinhos ou com guarnições – são 6 kits, com preços entre R$ 69 e R$ 93 para carne + salada, e entre R$ 102 e R$ 110 para carne + polenta + salada. Assim como nos frangos, kits para 1 pessoa custam cerca de 60% do valor.

Também oferece peixes, como bacalhau ao forno ou na brasa, pintado na brasa e salmão grelhado, com preços entre R$ 57 e R$ R$ 96, servidos sem acompanhamento. O menu também tem espaço para algumas massas (entre R$ 32 e R$ 40) e saladas (entre R$ 29 e R$ 39).


Linguiça calabresa de pernil de metro

Entre os petiscos, a campeã de pedidos nas mesas é a polenta frita (R$ 19 inteira, R$ 11 meia porção), mas a linguiça calabresa de pernil de metro (R$ 32) e a porção de frango à passarinho são imperdíveis.

A carta de cervejas tem as opções de sempre e alguns rótulos especiais, como Erdinger, Baden Baden e Eisenbahn. Uma boa lista de caipirinhas e cachaças completa o menu etílico.


A ótima Eisenbahn Oktoberfest (R$ 8,50), maltada e refrescante

As sobremesas não agregam nenhum valor. O petit gateau com recheio de Nutella e sorvete de creme Nestlé (R$ 17) está entre as sobremesas mais doces que já comi na vida, chega a ser até enjoativa. As 12 tortas existentes no cardápio (limão, maçã, holandesa, floresta negra, etc.; R$ 9 a fatia) são comuns, sem nada de especial.

Caso você prefira comer um franguinho em casa, ou esteja num daqueles dias corridos no trabalho, a casa oferece serviço de delivery.


Petit gateau

Vila Olímpia: Rua Gomes de Carvalho, 955 / +55 (11) 3045-8828
Horário de funcionamento: Segunda a sábado: 11h30 às 23hs, domingo: 11h30 às 17hs.

Chácara Santo Antônio: Rua Vitorino de Morais, 337 / +55 (11) 5183-7359.
Horário de funcionamento: Segunda a sábado das 11h30 às 23hs, domingo: 11h30 às 17hs.

Internet: http://www.frangaria.com.br

Londres – Dishoom

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Masala Praws

Os antigos cafés iranianos (ou “Irani Cafés”) são uma tradição de Bombaim – hoje conhecida como Mumbai – desde o século 19, abertos por persas que imigraram para a Índia. Havia quase quatrocentos cafés no auge das décadas de 1950 e 1960, consolidando-se como símbolo da integração cultural iraniana (até hoje a Índia tem a maior colônia de iranianos fora do Irã). Lugares confortáveis e elegantes, mas antes de tudo que acolhiam a todos, sem distinções sociais e religiosas, em busca de uma xícara de chá, uma refeição ou apenas para se reunir e socializar, relembrar da pátria, família e amigos deixados para trás.

O boom nos preços dos imóveis e o aumento do nível de educação dos jovens rapidamente colocou o modelo de negócios em declínio – hoje existem menos de 30 “Bombay Cafés” (em tempo: a palavra "café" aqui significa um restaurante informal e casa de chá – “chai-khana” em persa – , em vez de uma casa propriamente de café), a grande maioria com mais de um século de vida – o mais antigo em atividade é o Kyani Café, fundado em 1904.



Com dois endereços em Londres, nos bairros de Covent Garden e Shoreditch, o Dishoom (palavra indiana que faz referência ao efeito sonoro típico dos filmes de Bollywood quando uma arma é disparada ou alguém recebe um soco) é um restaurante inspirado na herança e tradição dos antigos “Bombay Cafés”, do ambiente ao cardápio. Aberto o dia todo, da cozinha saem cafés da manhã, almoços, jantares e chás, reunindo pratos indianos com influência iraniana, receitas familiares e comidas de rua típicas de Mumbai com toques europeus.



Construído num galpão que outrora abrigou um armazém, o endereço de Shoreditch, no leste de Londres e a poucos passos da estação “Shoreditch High Street” de Overground, tem ambiente mais chique e bucólico do que a matriz em Covent Garden, inspirado nos “Bombay Cafés” das década de 1920 e 1930, quando viveram seu ápice e eram os endereços mais cosmopolitas de Mumbai.


Salão principal


Salão principal

O salão interno é dividido em 2 andares, o primeiro em formato de lounge com sofás propositadamente desgastados nos lugares das tradicionais cadeiras e grandes mesas com tampos de mármore. No piso inferior fica a cozinha aberta, onde é possível acompanhar a preparação dos pães, além do segundo salão, menor e mais informal, com mesas estilo lanchonete.


Salão inferior

A atenção nos detalhes é impressionante, com cartazes antigos e retratos de família nas paredes, mobiliário vintage, espelhos ricamente pintados, telas de madeira escura e memorabília original. O relógio gigante suspenso no teto é uma pequena cópia do Victoria Terminus, de Mumbai (agora chamado de Chhatrapati Shivaji Terminus), e os pisos de azulejos e cadeiras de madeira arqueada também são fiéis ao verdadeiro estilo de Bombaim. Até mesmo os banheiros estão cheios de peças retrô, incluindo imagens de levantadores de peso Parsi, louça de época e armários para produtos de higiene pessoal.


Pratos decorados

Completam a atmosfera da Mumbai de antigamente o “Permit Room”, bar onde são servidos os drinques (o nome faz referência à lei de 1949 que regulamenta os bares autorizados a vender alcool na Índia) e uma área externa, de longe o lugar mais bonito para degustar uma refeição, com sofás largos, plantas e decoração que remetem às antigas varandas de Bombaim, incluindo um teto retrátil, que permanece aberto nos dias ensolarados (sim, existe Sol em Londres!) e fechado (com aquecimento, lógico) nos dias frios.



"We are not an Indian restaurant, we are a Bombay cafe". Esta frase, dita com orgulho pelos garçons, ao mesmo tempo resume a identidade da casa e a desvincula da imagem tradicional dos restaurantes indianos, com pratos à base de curry – na verdade, só existem duas opções no menu.

O serviço impressiona pela rapidez, simpatia e prestatividade, você terá o tempo que precisar para decidir o que comer sem que ninguém fique do seu lado pressionando, se precisar de ajuda os garçons vão te indicar os melhores pratos (as opções por tipo de carne, os pratos vegetarianos, os mais ou menos picantes, etc.), e as porções chegam muito rápido, mesmo com o restaurante lotado.

Um dos lugares imperdíveis da capital britânica para tomar um belo café da manhã, o menu do Dishoom (servido das 8hs às 11h30 de segunda à sexta e das 9hs às 12hs nos finais de semana) oferece opções como o “Fresh Fruit & Yoghurt” (framboesas, morangos, mirtilos e melão, com mel e iogurte; £3,90) e “House Granola” (aveia, cereais, castanha de caju, amêndoas, pistache e muita canela, torrados com manteiga e mel, e servidos com frutas frescas e iogurte; £4,90).


Fresh Fruit & Yoghurt

Para os mais fortes, o espetacular “Bacon Naan Roll” (bacon, geléia de tomate picante, cream cheese e ervas, tudo enrolado em uma fatia de pão naan; £3,70) é campeão de pedidos e tem uma incrível harmonia de sabores, e o “Full Bombay” (akuri – ovos mexidos com cebola, tomate, pimentões e especiarias – , bacon grelhado, salsicha Cumberland, tomates grelhados no vinho branco e torradas; £7,90), a versão iraniana do “Full English” britânico, é aquele brunch que você precisa para começar o dia com energia.


Full Bombay

Para beber, peça o “House Chai” (mistura de leite quente e canela; £2,50), afinal você está em Mumbai! Para quem preferir algo mais refrescante, o “Breaskfast Lassi” (banana, manga, iogurte e cereais; £3,50) é disparado o melhor lassi que já tomei na vida – banana e manga docinhas, consistente e com boa quantidade de cereais.


Breaskfast Lassi

O chamado “All-day menu” (servido a partir das 11h30 de segunda à sexta e 12hs nos finais de semana) reúne cerca de 40 opções entre saladas, rolls, tandoori e biryani (prato de origem persa à base de arroz com carne, ovo ou vegetais, além de especiarias e pimentas), com boa oferta de pratos vegetarianos.

As porções são concisas, já que a palavra-chave aqui é “compartilhar” – cerca de 2 porções (entrada/prato ou 2 pratos), mais o acompanhamento (naan, arroz, daal, etc.), são mais que suficientes para uma pessoa comer bem, sem excessos. Os pratos são saborosos, as carnes são macias e tenras, valorizando os temperos e sem muita pimenta. Os preços variam entre £2,20 e £5,20 para as entradas, £5,50 e £11,50 para os tandoori, £6,90 e £8,50 para os biryani, £1,90 e £2,20 para os acompanhamentos.


Dishoom Calamari

Comece a refeição com a “Lamb Samosas” (feita com massa filo e recheada com carne de cordeiro picada na ponta da faca, cebola e especiarias; £4,20), o “Dishoom Calamari” (anéis de lula à milanesa com tempero à base de ervas e especiarias; £5,20) ou o “Pau Bhaji”, uma tijeta de purê de legumes e fatias de pão, simples e delicioso (£3,90).

Entre os pratos principais, o “Dishoom Chicken Tikka” (£6,90) é a versão Mumbai do prato mais tradicional da culinária indiana, na qual os tenros pedaços de frango são marinados no vinagre doce ao invés de iogurte, além de gengibre, açafrão, alho e chilli verde. Diferente do que conhecemos, tem sabores fortes e intensos, carne extremamente macia e razoável nível de picância.


Dishoom Chicken Tikka

O “Murgh Malai” (£6,90) tem cerca de 8-12 pedaços de frango, marinados no alho, gengibre e coentro. A primeira coisa que chama a atenção é a linda cor dourada, em segundo lugar o sabor suave, com o toque apimentado do coentro. Embora o cardápio diga que o prato é “Mild”, o nível de picância é acentuado. A melhor maneira de comer é com as maõs, sem cerimônias, lambuzando os dedos.


Murgh Malai

O “Masala Praws” (£10,50) reúne 6 camarões king, marinados em especiarias e grelhados no tandoori, suavemente queimados nas bordas. Com incrível textura, o prato é suave, com presença de temperos mas sem interferir do sabor da carne, cozida à perfeição e servida tenra. Espetacular.

Por fim, o “Lamb Raan” (£21,50) não é somente o maior prato da casa, é a jóia do cardápio. Uma perna de cordeiro que recebe duas marinadas, a primeira com sal, chilli, alho e gengibre, a segunda durante toda a noite com especiarias, cozida lentamente durante horas e finalmente grelhada na brasa, desfiada e servida. O sabor único, com a complexidade do cordeiro, a presença dos temperos e especiarias e o toque picante fica entre o inacreditável e o inesquecível.


Lamb Raan

Para acompanhar os pratos, Classic Naan e Garlic Naan (£1,90 cada) são crocantes e saborosos, e o “House Black Daal” (£4,90), feito com lentilhas e cozido por mais de 24 horas, tem gosto marcante das especiarias.

Para beber, drinques, lassis (infelizmente eles não fazem o espetacular “Breaskfast Lassi” após às 11hs, mas se você der uma chorada eles provavelmente abrirão uma exceção), chai (não poderia faltar) e boa seleção de vinhos – são quase 20 opções, servidas em taças de 175ml (preços entre £4,90 e £8,20) ou 250ml (entre £13,50 e £22,90), além de garrafas de 750ml (entre £18,90 e £33,90, sem considerar os espumantes, entre £49,50 e £165). Infelizmente para os amantes de vinhos, quase todos os rótulos vem com o “screwcap”, a tampinha de alúminio, no lugar das velhas rolhas. Completam o cardápio as sidras e cervejas, inclusive uma IPA exclusiva, feita pela cervejaria Hackney’s Beavertown.


Classic Naan e Garlic Naan

Um dos únicos poréns é que eles só aceitam reservas para o jantar para grupos com mais de 6 pessoas. Se não for seu caso, programe-se para chegar antes das 20hs ou depois das 22hs, e assim fugir das longas filas, onde esperas de 1 hora ou mais são normais. Também não é possível fazer reserva para a área da varanda, independente do horário, o que é uma sacanagem. Para o café da manhã e almoço pelo menos as reservas são aceitas, basta preencher o formulário no link http://www.dishoom.com/contact/reservations/ ou enviar e-mail para reservations@dishoom.com.

Shoreditch: 7 Boundary Street
Telefone: +44 (0)20 7420 9324
Horário de funcionamento: Segunda à quarta das 8hs às 23hs, quinta e sexta das 8hs à meia-noite, sábado das 9hs à meia-noite, domingo das 9hs às 23hs.
Como chegar: Estações Shoreditch High Street (Overground), Old Street (Northern Line) e Liverpool Street (Central, Circle, Hammersmith & City, Metropolitan lines)
Internet: http://www.dishoom.com/shoreditch/

Covent Garden: 12 Upper St. Martin’s Lane
Telefone: +44 (0)20 7420 9320
Horário de funcionamento: Segunda à quarta das 8hs às 23hs, quinta e sexta das 8hs à meia-noite, sábado das 9hs à meia-noite, domingo das 9hs às 22hs.
Como chegar: Estações Leicester Square (Northern, Piccadilly lines), Covent Garden (Piccadilly Line)
Internet: http://www.dishoom.com/covent-garden/

Londres – The Tea Rooms

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Afternoon Tea

Nada é mais britânico do que tomar uma xícara de chá no meio da tarde. O costume do “afternoon tea” foi criado no inicio do século 19 por Anna Maria Russell, a sétima duquesa de Bedford. Naquela época, o inglês tinha fazia apenas duas refeições por dia, café da manhã e jantar, ambas refeições longas, pesadas, com muita comida e bastante carne, pão, batata e cerveja ale.

O reinado de Charles II (1630-1685) foi crucial para estabelecer as bases para o crescimento do comércio de chá britânico. O rei cresceu no exílio em Haia (Holanda) e desde cedo adquiriu o costume de beber chá. Ele se casou com Catharine of Braganza, portuguesa e que também cresceu bebendo chá em Portugal, a bebida preferida no país naquela época. Quando a monarquia britânica foi reestabelecida em 1662, ambos retornaram com caixas de chá, e sua influência tornou a bebida popular entre as classes mais ricas da sociedade.


Fachada

Voltando ao século 19, diz a história que a duquesa sentia uma “sensação de vazio” no fim da tarde, por causa do longo intervalo entre as refeições, e por isso começou a ter um bule de chá e um lanche leve nos seus aposentos. Mais tarde, passou a convidar amigos para se juntar a ela na sala de estar, onde a comida era servida em “low tables” (mesas de café) colocadas ao lado de sofás. Logo a idéia se espalhou e a alta sociedade estava tomando chá e comendo petiscos durante a tarde.

Importante não confundirmos o “afternoon tea” (também chamado de “low tea”) com o “high tea”. Tradicionalmente, as classes superiores tomavam o “low” ou “afternoon tea” por volta das 4 da tarde, já as classes média e baixa tinham uma refeição mais substancial, carne e batatas, bem como outros alimentos e chá, o “high tea” no final do dia, às 5 ou 6 da tarde, no lugar de um jantar. Os nomes derivam da altura das mesas em que as refeições são servidas, sendo o “high tea” servido na mesa de jantar.


Interior

A Londres do século 21 é uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, mas a tradição do chá da tarde segue mais vida do que nunca. O incontável número de hotéis que preservam a antiga tradição, recriando uma atmosfera chique e requintada nos mesmos padrões daquela vivida pela aristocracia britânica. Saíram o pão e manteiga e entraram os sanduíches padrão degustação (porções pequenas com pepino, ovo e agrião, pasta de peixe – normalmente atum – , presunto e salmão defumado), biscoitos, bolos e doces deliciosos, servidos com creme de leite e geléia de frutas.

Estávamos em busca de uma casa de chá tradicional, mas sem aquela pompa e amplos salões dos hotéis cinco estrelas. Após muita pesquisa, descobrimos o The Tea Rooms, em Stoke Newington (leste de Londres), uma pequena confeitaria/restaurante nascida em 2007 como boutique de chá, especializada em doces em geral e que oferece uma deliciosa experiência de “afternoon tea” inglês a £20 por pessoa (sem incluir os 12,5% de serviço), e por £3 a mais é possível incluir uma taça de prosecco.


Bancada de guloseimas, com doces, bolos, tortas...

Além do chá da tarde, serve almoços rápidos (sopas, saladas, massas) e tem uma boa oferta de bolos, tortas, biscoitos, cookies, brownies, muffins e compotas, tudo artesanal, feito pelas proprietárias Anne Wilkinson (mãe) e Isabelle Allfrey (filha). Brilha a extensa carta de chás, com cerca de 15 opções oferecidas “in natura” (folhas ou frutas ao invés dos saquinhos de supermercado) vendidas por xícara (£2,50) ou ou bule (£4,00).


A boa e velha infusão: bule com água quente, coador com frutas vermelhas

Todos os restaurantes de Londres que oferecem “afternoon tea” trabalham com reservas, e o The Tea Rooms não é diferente. A única diferença é que, além da reserva (obrigatoriamente feita por telefone, emails nem são respondidos) com pelo menos uma semana de antecedência, é preciso realizar um depósito de £5 por pessoa – você pode ir até o restaurante ou fazer a transferência por PayPal, valor que será descontado na conta. No ato da reserva, informe se tiver alguma restrição alimentar (vegetariano, intolerância a glúten, etc.), assim eles servirão as comidinhas conforme sua necessidade.

O pequeno ambiente é aconchegante e charmoso, preservando um toque vintage que te convida para sentar-se em uma das apenas 7 mesas e pouco mais de 20 lugares e apreciar uma xícara de chá, comer uma fatia de bolo (tem de cenoura, gengibre, banana, limão, amêndoas e frutas, com preços a partir de £2,95 pela fatia) e ler um jornal, talvez observar as crianças deixando a escola do outro lado da rua, ou apenas relaxar e observar a vida correndo acelerada do lado de fora, enquanto o tempo no salão parece passar bem mais devagar.


Geléia de framboesa e creme Cornish (à base de creme de leite)

O único ponto negativo do ambiente é o banheiro, que é perfeitamente utilizável , mas precisa de uma boa reforma.

O atendimento é cortês e prestativo desde o momento da reserva até o pagamento da conta. Quando chegamos, nossa mesa já estava caprichosamente colocada, com talheres, porcelana, xícaras e pires. As mesas do canto, de dois lugares e ideias para casais, são um pouco apertadas dada a quantidade de coisas que são servidas. As garçonetes auxiliam na escolha dos chás, indicando quais são os frutados, os apimentados.


Bolos e tortas em miniatura

Como estava em Londres, resolvi fazer o pagamento da reserva pessoalmente para conhecer a região e o lugar. O bairro de Stoke Newington é um dos muitos com forte concentração de imigrantes do Oriente Médio, comércio desenvolvido, ruas residenciais e arborizadas. O The Tea Rooms fica na Stoke Newington Church Street, uma caminhada de 1,5km a partir da estação de National Rail que leva o nome do bairro, com saídas a partir das estações de metrô de Seven Sisters (Victoria Line, sentido Liverpool Street) e Liverpool Street (Central, Circle, Hammersmith & City, Metropolitan lines, sentido Cheshunt ou Enfield Town).

Servido todos os dias entre 14hs e 17hs, o chá da tarde do The Tea Rooms segue o ritual britânico e chega à mesa na tradicional bandeja de dois andares, com quatro tipos de mini-sanduíches (salmão defumado, cream cheese e pepino, presunto, ovo e agrião) e os biscoitos na parte de baixo, os bolos e tortas em miniatura no andar superior, além de porções de geléia caseira de framboesa e creme Cornish (à base de creme de leite) servidos à parte. O valor de £20 inclui um bule de chá de ervas, frutas ou especiarias da Índia ou China à sua escolha. Também tem cafés (são cerca de 10 opções), chocolates (pode ser quente ou frio) ou chai, no melhor estilo indiano.


Lanches e muffins

Endereço: 155 Stoke Newington Church Street, Stoke Newington
Telefone: +44  (0)20 7923 1870
Horário de funcionamento: Todos os dias das 11hs às 18h30.
Internet: http://www.thetearooms.org/

Londres – Restaurant Gordon Ramsay

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Lemonade parfait with honey, bergamot and sheep’s milk yoghurt sorbet

Minha primeira vez num restaurante 3 estrelas Michelin. Sem entrarmos na polêmica e controvérsia sobre a imparcialidade do guia gastronômico mais famoso do mundo, existem atualmente menos de 100 restaurantes no mundo com a classificação máxima, o que os qualifica entre os melhores do mundo.

Localizado no bairro de Chelsea, um dos mais caros de Londres, o Restaurant Gordon Ramsay, também conhecido como “Gordon Ramsay at Royal Hospital Road” ou apenas “RHR”, é a “menina dos olhos” do chef mais mal-humorado do mundo, dono de um império de 27 restaurantes ao redor do mundo (11 no Reino Unido, 10 nos Estados Unidos, 2 na França, 2 na Itália e 2 no Qatar) e 7 estrelas Michelin.


Fachada

Aberto em 1998 no mesmo endereço onde funcionou o lendário La Tante Claire, demorou apenas 3 anos para conquistar suas três estrelas Michelin – nenhum restaurante no Reino Unido conseguiu manter suas 3 estrelas por tanto tempo, além de integrar o seleto time de apenas quatro endereços no Reino Unido com esta honraria (os demais são “The Dorchester”, do chef Alain Ducasse, “The Fat Duck”, de Heston Blumenthal e “The Waterside Inn”, de Alain Roux).



Após uma reforma no início de 2013, o RHR reabriu em Março com uma novidade: a sociedade com a chef Clare Smyth MBE, responsável pelas panelas desde 2008, que tornou-se assim “chef patron”. Nascida na Irlanda do Norte, passou por cozinhas da Austrália, Inglaterra e França antes de trabalhar com Gordon entre 2002 a 2005, retornando em 2007 após um período na França para assumir a posição de head chef que mantém até hoje. Considerada uma das melhores chef do mundo, é a única mulher do Reino Unido a comandar um 3 estrelas Michelin.



O restaurante trabalha no sistema de menus degustação, e oferece 5 diferentes opções: “Lunch Menu” (£55 por 3 pratos), “A la carte Menu” e “Vegetarian Menu” (£95 cada por 3 pratos), “Menu Prestige” (£135 por 6 pratos), “Seasonal Inspiration Menu” (£185 por 7 pratos), todos com pratos principais e sobremesa. Você pode ainda personalizar a refeição, incluir uma porção de queijos antes da sobremesa (acréscimo de £10) ou começar com um prato de massa de entrada, gerenosamente servido com trufas brancas, que chegam à mesa em uma caixa toda estilosa, parecendo uma caixinha de jóias, e são fatiadas na sua frente (acréscimo de £35).


Trufa de Alba (Crédito: http://gastrotrips.blogspot.com.br/2013/12/gordon-ramsay-rhr.html)

Escolhi o menu “Menu Prestige”, uma excelente oportunidade para degustar alguns dos pratos e mistura de sabores que fizeram a fama de um dos restaurantes mais  respeitados do Reino Unido. O menu é fixo, você só precisará fazer duas escolhas, (a) cordeiro ou pombo como quarto prato, e (b) amouse bouche de manga, jasmim, macujá e lichia ou mesa de queijos (acrescente £10 na conta) antes da sobremesa.

O restaurante é pequeno, tem um único salão com apenas 12 mesas e 45 lugares. Aberto de segunda à sexta para almoço e jantar, fecha nos finais de semana. Não é difícil imaginar o quão difícil é conseguir uma mesa – para jantar entre 20-21hs ou almoçar entre 13-14hs, os horários mais procurados, você terá que fazer sua reserva com pelo menos 6 meses de antecedência. Nos demais horários é possível encontrar mesas até 3 meses antes da data, depois disso só se alguém desistir. É possivel reservar via Internet no site da toptable, mas é necessário informar os dados do cartão de crédito, já que as reservas não honradas são punidas com £100.


Salão (Crédito: Divulgação)

Outro ponto importante é o “dress code”, algo pouco usual nos dias atuais mas que ainda (aparentemente) tem valor no RHR: nada de tênis, camiseta, bermuda, jeans ou qualquer roupa estilo esporte. Vá de camisa social, calça, sapato, jaqueta ou blazer. No site não existem orientações de “dress code” para mulheres, mas pelo que percebi nas outras mesas entendo que saias e sapatos são bem aceitos.


Salão

Se ao pensar num restaurante 3 estrelas Michelin você imagina um ambiente imponente e suntuoso, pense novamente. Pensado nos mínimos detalhes para ser confortável, elegante e intimista, mantendo uma atmosfera simples e discreta, o pequeno salão tem muita cor neutra e limpa, com textura bege nas paredes, confortáveis cadeiras estofadas e carpete com estampas coloridas, mesas redondas com toalhas longas. Durante o dia, a luz natural realça as cores do ambiente. A iluminação com pontos dirigidos concentra-se no pilar central e no entorno do salão, embutida nas placas de madeira nas paredes que também atuam como isolantes acústicos. Não há pinturas nas paredes , e nenhuma música ambiente para distrair a atenção dos clientes da estrela da festa: a comida.


Salão

O time de funcionários é grande (tem o cara da manteiga, o cara do pão, os garçons, os sommeliers, os que limpam a mesa, os que abrem a porta, a moça da conta, o maitre, etc.), o que torna serviço o atencioso e pessoal o tempo todo, sem ser invasivo. Vão querer te conhecer, perguntar de onde você é, o que está fazendo na cidade, que tipo de comida mais gosta. Um dos garçons te ajudará na escolha do menu, e imediatamente um dos três sommeliers estará à sua disposição para a harmonização dos vinhos. A cada novo prato virão dois ou três garçons, um para limpar a mesa, outro para colocar o prato, o último para explicar e finalizar.

O ritual de servir o vinho merece um parágrafo à parte. Garrafa, decanter, taça pequena para prova e vela, o sommelier inicia o processo pela abertura e prova do vinho, para certificar-se que está em condições de ser servido. Em seguida, o líquido é colocado no decanter. Dependendo da safra, entra em ação a vela acesa, colocada próxima do gargalo como fonte de luz para garantir que as borras no fundo da garrafa não irão para o decanter.


Vinho sendo decantado - reparem na vela e na taça de prova

Escolhido o menu, um garoto com uma cesta de pães passará pela sua mesa oferecendo delícias como o sourdough (pão italiano com levain, fermento natural à base de farinha e água), irish wheaten (pão irlandês que usa bicarbonato de sódio na fermentação), pretzel e brioche de bacon & cebola, de longe meu preferido. Para acompanhar o pão enquanto os pratos não chegam, a boa e velha manteiga – que pode ser com ou sem sal. Como os europeus apreciam muito comer pão com a comida, o “garoto dos pães” visitará sua mesa a cada novo prato servido.


Em sentido horário: sourdough e pretzel, rosa que decora as mesas, brioche e manteiga

A refeição começa com um “amuse bouche” (palavra francesa que siginifica “para divertir a boca”, em tradução livre”), o “smoked potato and duck egg ravioli, with mushroom ragout of champignons de Paris, morels and trompettes de mort, in Jerusalem artichoke veloute” (batata defumada e ravioli de ovo de pato, com ragout de cogumelo Paris e molho à base de alcachofra) é suficiente para uma mordida. Destaca-se o forte sabor de cogumelos, o defumado da alcachofra e a vontade de comer uns dez.


Smoked potato and duck egg ravioli, with mushroom ragout of champignons de Paris, morels and trompettes de mort, in Jerusalem artichoke veloute

O primeiro prato servido foi o “pan-fried sea scallops from the Isle of Skye with heritage apples, walnuts, celery and cider emulsion” (vieiras fritas com maçãs, nozes, aipo e emulsão de cidra), que imediatamente elevou às expectativas da degustação. Cozidas à perfeição, macias por dentro e levemente adocicadas, as grandes vieiras são acompanhadas por lascas ultra finas de maçã, nozes, um creme de aipo e são finalizadas com uma emulsão de cidra. Prato de sabores suaves, cada acompanhamento mescla de maneira diferente com a vieira e causa um resultado diferente na boca, mas sem interferir no sabor original do fruto do mar.


Pan-fried sea scallops from the Isle of Skye with heritage apples, walnuts, celery and cider emulsion

Em seguida, chegou o “ravioli of lobster, langoustine and salmon poached in a light bisque, oscietra caviar and sorrel velouté” (ravioli de lagosta, lagostim e salmão com um toque de bisque, caviar e molho à base de azedinha), um clássico do restaurante presente no menu desde a inauguração. Embora a porção seja pequena demais, mesmo para um menu degustação, o ravioli é bem recheado e úmido, as carnes têm ótima textura e são saborosas sem conflitar os sabores, o molho e o caviar dão um toque sofisticado e criativo no prato.


Ravioli of lobster, langoustine and salmon poached in a light bisque, oscietra caviar and sorrel velouté

O terceiro prato da degustação foi o “Isle of Gigha halibut with Atlantic King crab, cauliflower couscous, finger lime and ras el hanout infused broth” (halibute com caranguejo, couscous de couve-flor e finger lime – um fruto australiano conhecido como “caviar cítrico” pelas pequenas pérolas no seu interior – com um molho marroquino à base de sal, cominho, gengibre, açafrão, canela, coentro, noz-moscada, cravo-da-índia e quatro tipos de pimenta), o prato mais complexo e surpreendente da degustação. O peixe de origem escocesa é fresco, só recebe um toque de azeite antes de ser preparado na frigideira. O caranguejo e o couscous geram combinações interessantes, mas é o molho, na realidade uma infusão de especiarias e flores, que chega à mesa num bule de chá para ser servido na frente do cliente, o que prende nossa atenção. Para começar, os aromas imediatamente remetem a pratos indianos, na boca criam um contraste interessante frente ao leve sabor do peixe, gerando uma harmonia inusitada e saborora.


Isle of Gigha halibut with Atlantic King crab, cauliflower couscous, finger lime and ras el hanout infused broth

Para harmonizar com os pratos à base de peixes e frutos do mar, contei com a ajuda de um dos três sommeliers da casa para escolher um vinho branco, de preferência meia-garrafa, e com rolha (lógico!). Missão dada é missão cumprida, após pensar muito ele me indicou o “Chablis 1er cru Beauroy, Laurent Tribut” (£45, garrafa de 375ml), um autêntico Chablis da Borgonha, safra 2009, 100% Chardonnay e repleto de mineralidade. Casamento perfeito com as vieiras, lagosta e halibute, mantendo o sabor e refrescância mesmo com os molhos e especiarias. Valeu cada centavo.

Aliás, a carta de vinhos é um livro padrão A4 de capa dura com 35 páginas e que lista quase 1000 opções, incluindo boa oferta de vinhos em taça de 125ml, meia-garrafa (375ml), versões Magnums (1,5 litro) e de sobremesa. Sob responsabilidade do sommelier Jan Konetzki, considerado por muitos o melhor no gênero no Reino Unido, o foco da carta são os rótulos franceses, um passeio por regiões como Borgonha, Alsácia, Jura, Rhône, Provence, Languedoc, Bordeaux e Loire, com especial atenção aos “Grand Crus” (Latife, Latour, Mouton Rothschild, Pétrus, Romanée-Conti, Margaux, La Mission-Haut Brion, Cheval Blanc).


Vinhos da degustação

Completam a carta de vinhos uma boa seleção de rótulos alemães, austríacos, suíços, húngaros, italianos, espanhóis, portugueses, neo zelandeses, australianos, libaneses, norte americanos, sul-africanos, argentinos e chilenos, com preços entre £28 (Südtirol Terlaner, Cantina Terlano, Trentino-Alto-Adige, 375ml, safra 2011) a incríveis £10.000 (Château Mouton Rothschild 2ème cru classé, 750ml, safra 1920). Sim, os vinhos são um pouco caros, mas a boa notícia é que existe uma boa seleção de rótulos entre £50-100.

O prato de carne vermelha do menu degustação é o excepcional “bresse pigeon with sautéed foie gras, smoked ventrèche, grilled polenta, braised shallots and dates” (pombo com foie gras, barriga de porco defumada, polenta grelhada, cebolas e tâmaras refogadas, regado ao molho extraído do preparo da carne). Foi a primeira vez que comi pombo, uma carne com textura e sabor muito parecidos com o pato, mas sem nenhuma gordura. Diferente das vieiras, aqui todos os ingredientes têm sabores fortes e marcantes, a polenta é espetacular, o peito e as coxas do pombo são saborosos, mas o ponto-alto do prato é a barriga de porco defumada (ventrèche), nunca comi nada igual. Superlativo.


Bresse pigeon with sautéed foie gras, smoked ventrèche, grilled polenta, braised shallots and dates

Novamente recorri ao sommelier para me sugerir uma ótima taça de vinho tinto para harmonizar com o pombo. A sugestão foi o “Côte Rôtie ‘cuvée Classique’, domaine René Rostaing” (£16,50, taça de 125ml), safra 2006, um Syrah do Vale do Rhône bastante estruturado na boca e que casou com os tons defumados do prato, sem dúvidas um senhor vinho.

Finalizados os pratos principais, chegou a hora da sobremesa, mas antes serviram o “mango, jasmine and passion fruit soup with lychee and coconut” (sopa de manga, jasmim e maracujá com lichia e espuma de coco), um amouse bouche para tomar de canudinho. Servida num copo todo estiloso, a deliciosa combinação das frutas é densa e refrescante, embora achei a espuma de coco dispensável.


Mango, jasmine and passion fruit soup with lychee and coconut

Os europeus (principalmente os franceses) têm o hábito de comer queijo entre o prato principal e a sobremesa. Para muitos, simboliza o fim da refeição, para outros ajuda a evitar cáries, mas a fama de que ajuda no processo de digestão, embora não exista nenhum estudo científico que comprove tal teoria, é mundialmente conhecida.



Os “cheese trolleys”, popularmente conhecidos como “carrinho do queijo”, são uma tradição dos restaurantes franceses, onde os clientes escolhem os queijos curados e/ou cremosos que querem comer, os quais são finamente dispostos em uma tábua de madeira e servidos com finas fatias de frutas.

E os queijos são tratados com toda a pompa no RHR. Por £10 a mais, é possível trocar a sopinha de frutas por uma seleção de queijos, para muitos a sobremesa dos deuses. Escolhidos diretamente em um charmoso carrinho, a seleção com cerca de 30 peças é em grande parte francesa (Pouligny St. Pierre, Beaufort Chalet d'Alpage, Tomme De Cleon Au Jurancon, Le Cabri Ariégeois, Le Cabri Ariégeois e Bleu de Gex), com alguns exemplares italianos (Taleggio Valsassia) e britânicos (Colston Basset Stilton).

O segundo amouse bouche foi o interessante “cucumber sorbet, salad burnet, lemon verbena and mint”. Servido em três partes – uma bola de sorvete de pepino, um pilão congelado e um punhado de folhas de menta congeladas, é uma espécie de “make it yourself”: você deve (1) colocar as folhas no pilão, (2) macerá-las até que fiquem em pedacinhos, (3) acrescentar o sorvete e (4) misturar até formar uma pasta. Está pronto, é só degustar. Enquanto o primeiro amouse tinha mais o papel de refrescar, o segundo foi mais eficiente para limpar as papilas gustativas e preparar a boca para a sequência de doces.


Cucumber sorbet, salad burnet, lemon verbena and mint - faltou a foto do sorvete!

Chegou a hora da bela “lemonade parfait with honey, bergamot and sheep’s milk yoghurt sorbet” (parfait de limonada com mel, tangerina e sorbet de iogurte de leite de ovelha). A máxima de que primeiro comemos com os olhos é levada à perfeição neste prato, os ingredientes perfeitamente posicionados, a casquinha feita de mel em forma de arco, as gotinhas de geléia de tangerina espalhadas pelo prato como gotas de chuva, o sabor intenso do iogurte que contrasta com o azedinho do parfait. A melhor sobremesa que já comi na vida.

Para finalizar, serviram dois petit fours: uma vasilha de prata guarda as esferas do “strawberry ice cream in white chocolate, eggnog and minced pies” (sorvete de morango com uma casquinha de chocolate branco), reveladas assim que você retira a tampa e espera a nuvem de fumaça – uma combinação de nitrogênio e gelo seco – dissipar-se. As trufas são consistentes, o sorvete é delicioso, a casquinha dá o toque adocicado necessário para torná-las irresistíveis e viciantes.


Strawberry ice cream in white chocolate, eggnog and minced pies

Acompanham o sorvete os “rosewater turkish delights and chocolate truffle squares” (quadradinhos de ganache de chocolate e água de rosas), uma combinação de duas trufas de chocolate belga meio amargo e dois doces de água de rosas, com consistência gelatinosa e que ajudam no constraste entre o azedinho do sorvete e o amargor do chocolate.


Rosewater turkish delights and chocolate truffle squares

Minha experiência não seria completa sem uma visita à cozinha. Ambiente impecável, brilhante e limpo, marcas do exigente padrão “Gordon Ramsay” de qualidade, onde predominam o silêncio (pelo menos na maior parte do tempo) e a organização. Fui apresentado à chef Clare Smyth, que estava concentrada produzindo suas obras de arte. Quando o maitre revelou que estava em Londres para o ATP World Tour Finals (a final entre Nadal e Djokovic foi no dia da minha visita), o rosto sério da chef deu lugar a um lindo sorriso, ela queria saber tudo, se tinha assistido os demais jogos, se estaria na final, quem na minha opinião venceria o jogo.

O valor da conta corresponde ao alto padrão do serviço oferecido pela casa. Incluindo os 12,5% de serviço, pagos com a certeza de que tudo foi impecável, paguei £227,13, equivalente a R$ 908 para uma única pessoa. Sim, a conta é cara, mas o investimento vale como uma experiência para ficar sempre na memória.

Endereço: 68 Royal Hospital Road
Telefone: +44 (0)20 7352 4441
Horário de funcionamento: De segunda à sexta das 12hs às 14h30, e das 18h30 às 23hs.
Como chegar: Metrô Sloane Square (Circle e District lines), mais 15-20 minutos de caminhada.
Internet: http://www.gordonramsay.com/royalhospitalroad/
Reservas: http://www.toptable.co.uk/restaurant-gordon-ramsay

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